O
prefeito que canalizar energia positiva que há no Rio poderá conduzir a cidade
ao seu papel no planeta
Outrora
tão animadas, as eleições municipais, coitadinhas, foram bombardeadas, este
ano, por vários mísseis adversos: pandemia, as próprias eleições americanas e o
crescente desencanto com a política.
Estávamos
certos, no passado, quando dávamos a elas uma atenção maior que à escolha por
cargos federais. Reuniões diárias, comícios domésticos, sabíamos que, mais do
que todas, elas podem transformar nosso cotidiano.
É
hábito usar as eleições municipais para checar a força dos líderes nacionais.
Bolsonaro mostrou-se um cinturão de chumbo, mas seus candidatos nas duas
grandes cidades são náufragos vocacionados: Russomanno populista pelo consumidor
e Crivella tentando estrangular uma metrópole cosmopolita, com sua mediocridade
administrativa e rígidos princípios religiosos.
A
cidade onde vivo por amor passa por um perigoso momento de decadência. Algumas
pessoas talentosas já a deixaram ou se preparam para isso. A pandemia nos
atingiu em cheio.
Tenho
o hábito de documentar os moradores de rua do meu bairro, na esperança de reter
com as imagens os únicos rastros de sua passagem pelo mundo. Muitos
desapareceram e, no seu lugar, veio uma multidão: famílias inteiras com seus
animais domésticos e alguns trapos para cobrir a cama de papelão.
Nesta
eleição, em vez de discutir candidatos, conversei sobre programas com pessoas
que gostam e entendem do Rio. Minha expectativa inicial foi plenamente
satisfeita por eles: não é hora de partir, temos uma grande chance de encontrar
a vocação da cidade e de transformá-la numa das mais atraentes para viver no
planeta.
Bonita
e situada entre o mar e a Mata Atlântica, o Rio pode ser um lugar onde a
qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente impulsionam a economia. Quem
diz isso é Arminio Fraga, que conhece o mundo, o Rio e a economia.