Empresário está foragido e Interpol foi alertada
Ex-governador teria € 1,8 milhão só em diamantes
Esquema tinha conexão com Uruguai e Panamá
Um “oceano ainda não completamente mapeado” de dinheiro foi desviado pelo esquema de corrupção chefiado por Sérgio Cabral, segundo a LavaJato, que ontem tentou prender Eike Batista. O empresário é acusado de pagar propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador, numa operação que envolveu a venda fictícia de uma mina de ouro. Pelo menos US$ 100 milhões foram encontrados em contas no exterior ligadas a Cabral, dos quais US$ 80 milhões já foram repatriados. Eike viajara dois dias antes para os Estados Unidos, e a PF alertou a Interpol.
MINA DE OURO
Cabral teria embolsado US$ 80 milhões
• Para procuradores, US$ 100 milhões descobertos até agora são apenas parte do dinheiro ocultado
Chico Otavio, Daniel Gullino e Juliana Castro | Globo
-RIO E BRASÍLIA- A força-tarefa da Lava-Jato no Rio afirma que o esquema de corrupção comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) é muito maior do que o já descoberto nas operações Calicute, deflagrada em novembro do ano passado, e Eficiência, realizada ontem, e que teve como um dos alvos o empresário Eike Batista, que teria pagado propina de US$ 16,5 milhões ao peemedebista — lavada na compra de uma mina de ouro. Por meio de provas trazidas por dois delatores, que já tiveram o acordo homologado pela Justiça Federal do Rio, os procuradores afirmam ter descoberto que Cabral, seu ex-secretário Wilson Carlos e Carlos Emanuel Miranda, apontado como um dos operadores do ex-governador, ocultaram em contas no exterior mais de US$ 100 milhões (mais de R$ 340 milhões). Desse total, cerca de US$ 80 milhões eram do exgovernador. Além disso, foi descoberto 1,8 milhão de euros em diamantes, que serão repatriados.