sexta-feira, 14 de julho de 2017

Opinião do dia - Antônio Imbassahy

Foi uma vitória convincente, com base em princípios e valores, e confirma a fragilidade da denúncia, ponto muito bem destacado pelo doutor Mariz (advogado de Temer). Agora, é prosseguir com a reforma previdenciária e avançar na tributária.

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Antônio Imbassahy é deputado federal (PSDB-BA) e ministro do governo, sobre a votação na CCJ.

A Constituição e a travessia | Roberto Freire

- Diário do Poder

Mesmo diante do recrudescimento da grave crise política que o Brasil enfrenta, o processo de transição iniciado com o impeachment de Dilma Rousseff, a agenda de reformas necessárias para o país e, sobretudo, o início da retomada da economia após a pior recessão de nossa história não estão ameaçados. Independentemente de quem ocupe a Presidência da República, o mais importante é continuarmos trilhando o caminho da recuperação e seguirmos o que determina a Constituição Federal.

Qualquer que seja o resultado da votação, no plenário da Câmara dos Deputados, sobre a autorização para o prosseguimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer e a eventual abertura de processo no Supremo Tribunal Federal (STF), a travessia democrática e constitucional até as eleições de 2018 seguirá sem interrupção.

Se o pedido da PGR for aprovado, o deputado Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara, assumirá interinamente a Presidência da República por até 180 dias, tal como dispõe a Constituição e exatamente como ocorreu com o próprio Temer quando do afastamento inicial de Dilma. Caso haja uma condenação definitiva pelo STF, haverá eleição indireta para a escolha do próximo presidente – obedecendo rigorosamente àquilo que está expresso na Carta Magna.

Quando as luzes se apagam | *Fernando Gabeira

- O Estado de S.Paulo

Se Rodrigo Maia for presidente, ele terá chegado ao cargo com apenas 53 mil votos

Vivemos momentos desoladores. O apagão do Senado é um fato simbólico que nos provoca a pensar sobre como sobreviver no escuro.

Nos apagões em estádios de futebol as luzes nunca voltam de uma vez só, o campo vai se iluminando aos poucos. Creio que as luzes só voltarão totalmente no Congresso depois das eleições de 2018.

Daqui até lá teremos de nos acostumar com a penumbra. A realidade histórica obrigou-nos a derrubar presidentes com uma frequência maior. A repetição nos obriga também a um espetáculo constrangedor, os deputados se sucedendo na tribuna: voto sim pela família, pelos netos, pelo marido, por sua cidade natal e o pelo coronel Brilhante Ustra.

Doa a quem doer | Eliane Cantanhêde

- O Estado de S.Paulo

PT e PMDB veem a denúncia de Temer e a condenação de Lula com sinais trocados. E a verdade?

Condenado pelo juiz Sérgio Moro por receber R$ 2,25 milhões de propinas da empreiteira OAS, o ex-presidente Lula mobilizou um punhado de defensores e outro de opositores na Avenida Paulista, em São Paulo. E, ontem, reuniu jornalistas, petistas e aliados incondicionais para dizer que a condenação visa a “fechar o golpe” iniciado com o impeachment de Dilma. E advertiu: “Estou no jogo”.

Gravado pelo empresário Joesley Batista pedindo R$ 2 milhões “para pagar advogados”, o senador Aécio Neves constrange os correligionários em reuniões, não quer largar o osso da presidência do partido e ajuda a aprofundar uma velha praga tucana: a divisão interna. Pelas pesquisas, está completamente fora do “jogo” de 2018.

A política estéril | Merval Pereira

- O Globo

A situação política chegou a tal ponto de esterilização que não existe nenhum grupo político com capacidade de impor sua posição sobre os outros, não havendo maiorias claras em nenhum campo de batalha eleitoral. As disputas não dão frutos.

O presidente incumbente festeja uma vitória artificial na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), porque forjada em substituições de membros da própria base, o que prenuncia uma possibilidade forte de derrota no plenário com a decisão de realizar a votação em agosto, após o recesso parlamentar.

O governo não teve força política para adiar o recesso parlamentar, muito menos para mobilizar número suficiente para a votação, que não se realizará porque nenhum dos dois lados tem capacidade de mobilizar o número necessário para obter o quórum mínimo para início da votação, que é de 342 deputados presentes no plenário. O número tem sua lógica.

Os inocentes | Míriam Leitão

- O Globo

A vitória do presidente Temer na CCJ não representa força. Talvez, apenas a força bruta. O que houve ontem é absolutamente anormal. O governo derrotou o relatório do deputado Sérgio Zveiter, e apresentou outro texto, instantâneo, favorável a Temer. Qual é o nome que se dá ao uso do poder para se proteger de um procedimento judicial? Obstrução de Justiça.

Para forçar a sua vitória, o governo trocou duas dezenas de correligionários que poderiam votar contra Temer. Essas trocas fazem parte das regras do jogo parlamentar. Os partidos decidem os seus representantes nas comissões e podem mudálos. Mas isso acontece quando há matéria sendo votada de interesse do partido e existe alguma dissidência. Este caso, contudo, é totalmente diferente. Ele usou o poder sobre os partidos fieis da sua base em favor de si mesmo, e não de um projeto ou de uma reforma, e assim forjou um resultado favorável.

Crepúsculo de um ídolo | Hélio Schwartsman

- Folha de S. Paulo

Ok, eu era jovem, mas já acreditei que Lula e o PT introduziriam um novo e melhor paradigma ético na política brasileira. É com um misto de frustração e tristeza, portanto, que recebo a notícia de que o ex-presidente foi condenado em primeira instância a 9,5 anos de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A frustração vem pela constatação de que o padrão ético da política nacional continua desastroso, se é que não piorou após a passagem do ex-metalúrgico pelo Planalto. A tristeza tem uma etiologia mais emocional mesmo: a derrocada moral de um líder que já admirei.

Moro ajuda a Lava Jato, ferida pela pela ‘J&J’ | Reinaldo Azevedo

- Folha de S. Paulo

A sentença de Sérgio Moro, que condenou Lula a nove anos e meio de prisão, veio em hora oportuna para a Lava Jato. Ainda que a decisão do juiz de não decretar a preventiva do ex-presidente tenha frustrado a turma que caiu vítima da pilantragem "vai ser preso amanhã". A operação vive a sua pior crise de popularidade. As ruas não vão, por exemplo, ao "Fora, Temer!". Perceberam ser sinônimo de "Voltem, esquerdas!"

O "Acordo da J&J", a holding da empulhação judicial da parceria Joesley-Janot, revelou os porões da operação. É crescente o número de pessoas que se dão conta de que os grandes corruptores ficarão impunes ou pegarão penas irrelevantes. Não obstante, o país paga um estúpido preço político, econômico e social. Que forma eleitoral isso tomará? A perspectiva não é boa. Dado o PIB de 2016, a cada 0,1% que o país deixar de crescer em razão da instabilidade política, tem-se a bagatela de R$ 6,266 bilhões.

O condenado e o capitão | César Felício

- Valor Econômico

Bolsonaro já age como se Lula fizesse parte do passado

Não há, no sistema partidário brasileiro, ninguém que seja o dono de todas as cartas do baralho há 37 anos, como é o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao PT. O petista tem 72 anos, e passou mais da metade de sua vida como o caudilho de sua agremiação, seja diretamente ou por prepostos. Na realidade brasileira de hoje, o petismo não existe, existe o lulismo, e não é razoável imaginar que haverá qualquer dissociação entre o líder supremo e a sigla em 2018.

No limite, o cacique pode ser encarcerado em plena campanha e concorrer a presidente na condição de preso, algo que soa absurdo, mas que está dentro das regras jurídicas brasileiras, como mostrou reportagem de Ricardo Mendonça e Sérgio Ruck Bueno publicada na edição de anteontem do Valor. O mais provável, entretanto, é que a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região sobre a sentença de Moro saia antes do registro de candidaturas, segundo o que disse o presidente da corte, Thompson Flores, em entrevista ontem à rádio Band News.

A raça da USP | José de Souza Martins

- Valor Econômico / Eu & Fim de Semana

A adoção de cotas sociais e raciais para peneirar o ingresso na Universidade de São Paulo, já a partir do próximo ano, substitui o critério tradicional de admissão nos cursos da mais importante universidade brasileira. Até aqui o ingresso foi com base no desempenho do candidato nos exames vestibulares, independentemente de cor, sexo ou condição social.

Num país majoritariamente de mestiços como o nosso, até de brancos mestiços de diferentes brancuras, de brancos originários de diferentes lugares do mundo e de diferentes classes sociais, é muito difícil determinar a raça de quem quer que seja. Mesmo de negros, de diferentes origens étnicas, ou de indígenas de diferentes grupos tribais.

Em terreno movediço | Rogério Furquim Werneck

- O Globo

Há mais torcida do que análise na convicção do mercado de que, haja o que houver no Planalto, equipe econômica será preservada

A caravana de Temer avança em terreno movediço. Chama a atenção a rapidez com que o quadro político vem mudando, desde que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia criminal contra o presidente.

Passadas três semanas, o plano de jogo do Planalto já não parece tão fácil. Às voltas com um contundente parecer favorável à admissibilidade da denúncia, apresentado por relator do seu próprio partido, Temer viu-se obrigado a apelar para o jogo bruto da substituição de mais de uma dezena de titulares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, para impedir que tal parecer viesse a ser respaldado pela comissão. E, com a demora na discussão da questão na CCJ, o Planalto vem se dando conta de que talvez não consiga que a votação no plenário ocorra antes do recesso parlamentar.

Crise política e a economia | Celso Ming

- O Estado de S.Paulo

Michel Temer cuida de sua sobrevivência como presidente da República. Joga todas as suas fichas na proposta de que a Câmara dos Deputados rejeite autorização para que seja julgado pelo Supremo e, nas condições de réu, obrigado a se afastar da Presidência.

Enquanto isso, o ex-presidente Lula procura reverter o jogo. Conta com que sua condenação em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro não seja ratificada em segunda instância e ele consiga concorrer às eleições de 2018.

Essas são apenas duas respostas para a avalanche de acusações que recaem sobre os principais políticos do País. São desdobramentos da crise política que tomou corpo com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Quem acha que sabe como isso vai acabar, ou está enganando ou está sendo enganado.

Dúvidas sobre o eventual governo Maia | Claudia Safatle

Valor Econômico

Delfim propõe eleições solteiras, como na França

Não é óbvio que na eventual troca de Michel Temer por Rodrigo Maia na Presidência da República a equipe econômica permanecerá intacta. Essa é uma conversa que ainda não houve, sustentam os dois lados, até porque seria uma traição a Temer tê-la explicitada agora. Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, esteve com o presidente da Câmara na segunda feira, mas o assunto teria sido outro: a crise no Rio e a medida provisória da reoneração da folha de salários, que Maia não colocou em votação e pode caducar em agosto.

A balança se move diariamente, um dia pendendo para Maia e, no outro, favorecendo a permanência de Temer. Ontem a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara rejeitou por 40 a 25 o relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) a favor da autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue se Temer cometeu crime de corrupção passiva.

A eterna vítima – Editorial | O Estado de S. Paulo

A trajetória de vida de Luiz Inácio Lula da Silva é marcada pela vitimização. Até certo ponto, a condição lhe teria sido determinada pelas adversidades que afligem tantos milhões de brasileiros como ele. Só mais tarde, quando a malandragem já estava suficientemente desenvolvida para capturar o potencial político daquela condição, é que nasceu a persona pública de Lula, a eterna vítima.

Ele é o sétimo de oito filhos de um humilde casal de lavradores analfabetos, o menino que passou fome e não teve acesso à plena educação formal. É o sertanejo forte descrito por Euclides da Cunha, o jovem que sobreviveu à inclemência do agreste pernambucano e veio fazer a vida na Grande São Paulo. É o metalúrgico que ousou enfrentar a ganância da burguesia e ascendeu como a maior liderança sindical do Brasil. É o político nato que lutou contra a ditadura e ajudou a escrever uma nova Constituição democrática. É o candidato que passou quatro campanhas presidenciais sendo achincalhado por não ter um diploma universitário, mas triunfou no final. “Fui acusado de não ter diploma superior. Ganho como meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do meu País”, disse ele, chorando, em dezembro de 2002. Agora, é o criminoso condenado injustamente a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Reforma trabalhista incentiva o emprego formal – Editorial | O Globo

Aprovação de mudanças cruciais na aplicação da CLT garante a redução da informalidade, que é incentivada por uma legislação anacrônica

Apesar do ato antidemocrático, de inspiração bolivariana, de senadoras da oposição, ao tomarem de assalto, quarta-feira, a mesa do Senado, foi possível, depois deste ato estudantil, a Casa votar e aprovar a reforma trabalhista, por ampla margem — 50 votos a 26. Promulgadas ontem, pelo presidente Michel Temer, as mudanças passam a vigorar em 120 dias.

Pode ser que a sessão do Senado de 11 de julho de 2017 seja mais lembrada por ser a da ocupação da mesa da direção da Casa por senadoras que representam o bloco derrotado na matéria, também na Câmara, pelo voto, símbolo da democracia. Mas, do ponto de vista da História, será uma injustiça deixar em segundo plano a reforma em si, de relevância crucial para a formalização de empregos já existentes e a criação de outros.

A viver do impasse – Editorial | Folha de S. Paulo

A esta altura da história, não constituirá novidade o momento por que está a passar Michel Temer (PMDB), com a votação na Câmara dos Deputados da denúncia que pode tirá-lo do cargo.

Apesar do ineditismo do instrumento, uma acusação por crime comum, a forma política de resolver o impasse já foi experimentada e repetida no último quarto de século. A oposição ao presidente alvejado precisa obter dois de cada três votos dos deputados federais.

Abstraído o conteúdo fático das acusações, sem dúvida desmoralizante no caso Temer, a batalha parlamentar assemelha-se a uma eleição indireta para a Presidência. Derruba-se um mandatário se, e somente se, houver um consenso amplo em torno do sucessor.

Lula encara o maior desafio de sua carreira política – Editorial | Valor Econômico

Há o maior escândalo de corrupção da história brasileira, uma presidente petista que sofreu impeachment, Dilma Rousseff, o primeiro presidente a ser processado no exercício do cargo, Michel Temer (PMDB) e, agora, o primeiro ex-presidente a receber condenação em primeira instância, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Políticos de todos os partidos, e não poucos, estão enrascados na Justiça, alguns estão presos, como o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-governador Sergio Cabral (PMDB-RJ), mas todas as ações da Justiça e da Operação Lava-Jato parecem ter existido até hoje apenas para exterminar com o "projeto político" de Lula.

A condenação a 9 anos e meio de prisão, em primeira instância - o Tribunal da Quarta Região pode absolvê-lo - marca mais um passo na trilha da ruína moral do PT, assim como a maior recessão da história marcou o estrondoso fracasso de um programa econômico autenticamente petista - que Lula teve a sabedoria de não seguir em seu primeiro mandato e com o qual começou a flertar no segundo.

Temer vence na CCJ e decisão no plenário fica para agosto

Por 41 a 24, CCJ aprova parecer favorável a Michel Temer

Manobras do Planalto na comissão, ao trocar titulares, garantiu votação; relatório aprovado, de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), aliado de Temer, é contrário à aceitação da denúncia de corrupção passiva contra o presidente

Rafael Moraes Moura e Renan Truffi, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Depois de diversas manobras do Palácio do Planalto, entre elas a troca de integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o governo obteve duas vitórias nesta quinta-feira, 13, no colegiado – conseguiu derrubar o relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) e aprovar um voto separado pela rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer. O parecer segue agora para a apreciação do plenário.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que a votação da denúncia contra o presidente acontecerá no dia 2 de agosto. "É a melhor data. Foi um acordo entre a base e a oposição", disse Maia.

Para derrubar denúncia, Temer deve redistribuir cargos do PSDB para o Centrão

Negociação inclui os ministérios das Cidades e a Secretaria de Governo

Carla Araújo e Isadora Peron, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer deve ampliar o espaço dos partidos do chamado Centrão no governo como retribuição ao apoio que recebeu na tentativa de derrubar a denúncia na Câmara. A negociação tem sido em torno principalmente de dois ministérios hoje ocupados pelo PSDB: Cidades e a Secretaria de Governo.

Nesta semana, PP, PR, PSD e PR fecharam questão para votarem pelo não seguimento da denúncia contra Temer. Por outro lado, o PSDB, até agora principal aliado do governo, liberou a bancada e tem ameaçado deixar o governo. O DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), ainda não se posicionou.

Centrão dá 100% de seus votos contra denúncia

Dos 40 votos favoráveis a Temer, 12 foram garantidos pelos deputados que foram colocados nos últimos dias na comissão

Daiene Cardoso, Julia Lindner, Renan Truffi e Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – Entre os 40 votos que garantiram a vitória do governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, os partidos do chamado “centrão” garantiram 100% dos votos da bancada contra a denúncia.

Após mudanças na composição do colegiado, PRB, PTB, PR, PSD, PP, PSC e PROS votaram 100% contra a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR). PHS e PV, que no plenário devem ter posicionamento diferente, também votaram contra o parecer do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ).

'Pau que mata Michel, mata Lula', diz advogado de Temer na CCJ

Horas antes dos deputados votarem o parecer do relator, Antonio Cláudio de Mariz fez referência à frase de Rodrigo Janot e criticou a 'cultura punitiva'

Julia Lindner e Daiene Cardoso, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O advogado de defesa do presidente Michel Temer, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, declarou nesta quinta-feira, 13, que há uma "cultura punitiva" no País, citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado ontem a nove anos e seis meses de prisão. "Pau que mata Chico, mata Francisco. Pau que mata Michel, mata Lula", afirmou.

A declaração faz referência à frase que ficou famosa com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em sua sabatina no Senado de recondução à PGR. Ele disse à época para o senador Fernando Collor: "Pau que dá em Chico, dá em Francisco".

Após manobras, governo derrota na CCJ parecer favorável à denúncia contra Temer

Daniel Carvalho, Luiza Franco, Angela Boldrini, Bruno Boghossian, Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Depois de uma maratona de manobras do governo, que alterou significativamente a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara para recheá-la de aliados, a comissão rejeitou nesta quinta-feira (13) o parecer do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), favorável à denúncia criminal contra o presidente Michel Temer (PMDB).

Dos 66 parlamentares da comissão, 40 votaram contra o parecer do relator (ou seja, a favor do governo), e 25 apoiaram o texto de Zveiter.

O resultado já era esperado, uma vez que o governo vinha operando para substituir deputados que ameaçavam votar contra o Planalto.

Foram mais de 20 movimentações feitas por partidos governistas, que sacaram deputados favoráveis ao parecer e colocaram como titulares aliados fiéis de Temer.

Câmara marca para 2 de agosto votação de denúncia contra Temer

Bruno Boghossian, Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - A Câmara marcou para 2 de agosto a votação da denúncia por corrupção passiva apresentada contra o presidente Michel Temer. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que a sessão começará às 9h e deve se encerrar no mesmo dia.

A escolha da data frustrou o Palácio do Planalto, que queria derrubar a denúncia no plenário da Câmara o quanto antes, para evitar o prolongamento do desgaste do presidente com o caso.

Aliados de Temer acreditam que a força do peemedebista pode se deteriorar ainda mais nas próximas semanas, caso o ex-deputado Eduardo Cunha e o corretor Lucio Funaro impliquem o presidente em potenciais delações premiadas. Além disso, o procurador-geral Rodrigo Janot deve apresentar em agosto novas denúncias contra o presidente a partir dos depoimentos de executivos da JBS.

Vitória de Temer na CCJ reanima aliados no Congresso e em setores importantes da economia

Por Painel | Folha de S. Paulo

Massagem cardíaca Ainda que obtida com manobras, a vitória de Michel Temer na CCJ enviou o recado que o presidente precisava para reestimular bases de apoio que lhe são caras no Congresso e em setores importantes da economia. Após a sessão desta quinta (13), as principais associações de comércio e serviços do Brasil enviaram mensagens aos deputados pedindo celeridade.”O país tem pressa para voltar a crescer”, disseram. O reforço não evitou o adiamento da votação, mas mostrou que Temer não está só.

Mãozinha Os comunicados foram emitidos pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil e pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços. O Planalto estimulou o movimento.

Meia palavra basta As entidades não defendem Temer explicitamente, mas dizem que, “no momento em que os indicadores econômicos começam a se descolar da crise, não podemos retardar uma decisão tão importante”.

Trocas de deputados dão vitória a Temer na CCJ

Parecer de Zveiter é rejeitado; votação em plenário será em 2 de agosto

Após governo trocar 13 titulares da comissão, o que foi decisivo para placar de 40 a 25, presidente elogia a ‘coragem cívica de aliados’; oposição terá de obter 342 votos para autorizar abertura de processo no STF

A ofensiva do governo para substituir parlamentares na CCJ foi decisiva para que fosse rejeitado na comissão, ontem, o relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) que defendia a abertura de processo contra o presidente Temer no Supremo, por corrupção passiva. Na última semana, foram trocados 13 titulares da CCJ por outros que votaram a favor do Planalto, o que influenciou diretamente no placar de 40 a 25 pró-Temer. Com isso, será levado à votação em plenário, em 2 de agosto, texto elaborado pelo deputado Paulo AbiAckel (PSDB-MG), e aprovado por 41 a 24, que pede o arquivamento da denúncia da PGR. Por meio do porta-voz, Temer elogiou a “coragem cívica” dos deputados que votaram a seu favor, e disse que foi uma vitória “da democracia e do Direito”. Zveiter acusou Temer de obstrução à Justiça com as manobras. O governo diz que, agora, será da oposição o ônus de pôr 342 deputados em plenário para votar.

Governo vira o jogo na CCJ

Com troca de deputados, denúncia contra Temer é rejeitada; novo parecer é por arquivamento

Catarina Alencastro, Cristiane Jungblut e Eduardo Bresciani, O Globo

-BRASÍLIA- A estratégia do governo de mostrar força no primeiro embate para tentar derrubar, na Câmara, a denúncia da ProcuradoriaGeral da República (PGR), por corrupção passiva, contra o presidente Michel Temer foi vitoriosa. Ao final de uma intensa ofensiva junto a partidos aliados para enquadrar e substituir deputados rebeldes, Temer garantiu a rejeição da denúncia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Após dois dias de debate e argumentações acaloradas do governo e da oposição, o parecer do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que recomendava o prosseguimento da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para o Supremo Tribunal Federal (STF), foi derrotado por 40 votos a 25, com uma abstenção, do presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). O resultado já era esperado. Nos últimos sete dias, o governo substituiu 13 deputados titulares da comissão por outros que prometiam votar em consonância com o Palácio do Planalto.

Temer elogia ‘coragem cívica’ de quem votou com o governo

Para Planalto, resultado na CCJ é ‘vitória da democracia e do direito’

Leticia Fernandes, O Globo

-BRASÍLIA- O presidente Michel Temer comemorou a vitória do governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que derrotou o relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que recomendava o prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra o presidente.

Temer assistiu à votação em seu gabinete, ao lado dos principais ministros, entre eles Eliseu Padilha (Casa Civil) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), e com deputados da base. Segundo relatos, ao ver o resultado, o peemedebista ficou “muito feliz”.

— Foi tudo dentro do previsto, sem nenhuma surpresa, o que é bom — afirmou um governista.

O Palácio do Planalto atuou intensamente para garantir uma composição favorável a Temer na CCJ, levando os partidos aliados a trocarem integrantes para garantir a rejeição da denúncia.

Por meio do porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, Temer elogiou a “coragem cívica” de cada deputado que votou com o governo e afirmou que venceu com mais de 60% dos votos.

Os quarenta e um | Luiz Carlos Azedo

- Correio Braziliense

As aprovações do teto de gastos, da terceirização e da reforma trabalhista, e o controle da inflação funcionaram como um fator favorável à permanência de Temer

O presidente Michel Temer pode ter salvo o mandato ontem, graças à tropa de choque que rejeitou o relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e aprovou, por 41 votos a 24, um novo parecer, de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), recomendando a rejeição da denúncia contra o primeiro presidente da República a ser denunciado criminalmente pelo Ministério Público. O relatório de Abi-Ackel (PSDB-MG) já estava pronto quando o governo conseguiu derrotar Zveiter, por 40 votos a 24 e uma abstenção; e foi imediatamente referendado.

A próxima batalha será em plenário, mas a votação da CCJ aumentou as expectativas quanto à capacidade de Temer permanecer no poder, ainda que a correlação de forças na comissão tenha sido alterada a fórceps, com a substituição de nove deputados da base considerados infiéis. Novo relator, Abi-Ackel afirma que as acusações contra Temer foram resultado de ação “suspeitíssima” do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, e que a denúncia “peca por omissão” ao não demonstrar “o nexo causal entre o presidente da República e o ilícito que menciona”.

Quero Saber | Pablo Neruda

Quero saber se você vem comigo
a não andar e não falar,
quero saber se ao fim alcançaremos
a incomunicação; por fim
ir com alguém a ver o ar puro,
a luz listrada do mar de cada dia
ou um objeto terrestre
e não ter nada que trocar
por fim, não introduzir mercadorias
como o faziam os colonizadores
trocando baralhinhos por silêncio.
Pago eu aqui por teu silêncio.
De acordo, eu te dou o meu
eu te dou o meu
com uma condição: não nos compreender

Roberta Sá - Samba de um minuto