Parecer de Zveiter é rejeitado; votação em plenário será em 2 de agosto
Após governo trocar 13 titulares da comissão, o que foi decisivo para placar de 40 a 25, presidente elogia a ‘coragem cívica de aliados’; oposição terá de obter 342 votos para autorizar abertura de processo no STF
A ofensiva do governo para substituir parlamentares na CCJ foi decisiva para que fosse rejeitado na comissão, ontem, o relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) que defendia a abertura de processo contra o presidente Temer no Supremo, por corrupção passiva. Na última semana, foram trocados 13 titulares da CCJ por outros que votaram a favor do Planalto, o que influenciou diretamente no placar de 40 a 25 pró-Temer. Com isso, será levado à votação em plenário, em 2 de agosto, texto elaborado pelo deputado Paulo AbiAckel (PSDB-MG), e aprovado por 41 a 24, que pede o arquivamento da denúncia da PGR. Por meio do porta-voz, Temer elogiou a “coragem cívica” dos deputados que votaram a seu favor, e disse que foi uma vitória “da democracia e do Direito”. Zveiter acusou Temer de obstrução à Justiça com as manobras. O governo diz que, agora, será da oposição o ônus de pôr 342 deputados em plenário para votar.
Governo vira o jogo na CCJ
Com troca de deputados, denúncia contra Temer é rejeitada; novo parecer é por arquivamento
Catarina Alencastro, Cristiane Jungblut e Eduardo Bresciani, O Globo
-BRASÍLIA- A estratégia do governo de mostrar força no primeiro embate para tentar derrubar, na Câmara, a denúncia da ProcuradoriaGeral da República (PGR), por corrupção passiva, contra o presidente Michel Temer foi vitoriosa. Ao final de uma intensa ofensiva junto a partidos aliados para enquadrar e substituir deputados rebeldes, Temer garantiu a rejeição da denúncia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Após dois dias de debate e argumentações acaloradas do governo e da oposição, o parecer do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que recomendava o prosseguimento da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para o Supremo Tribunal Federal (STF), foi derrotado por 40 votos a 25, com uma abstenção, do presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). O resultado já era esperado. Nos últimos sete dias, o governo substituiu 13 deputados titulares da comissão por outros que prometiam votar em consonância com o Palácio do Planalto.