O Globo
Daqui até o fechamento da chamada janela de
troca de partidos, no início de abril, pré-candidatos, dirigentes partidários e
parlamentares vão se dedicar de forma intensiva a um jogo de cálculo que,
quando terminar, vai definir quem sobra no tabuleiro das candidaturas
presidenciais.
No grid atual,
quem trabalha mais intensamente nos bastidores para tentar se consolidar e, se
possível, interditar o caminho dos oponentes no mesmo campo são Sergio Moro,
João Doria e Simone Tebet. Enfrentam, do outro lado, a ampla vantagem do
ex-presidente Lula, que também tem feito investidas ousadas para atrair
expoentes desse chamado centro com o discurso da necessária reconstrução do
Brasil pós-Bolsonaro.
Doria é quem se move de forma mais ativa na tentativa de eliminar adversários. Para isso, conversa com próceres do União Brasil, do Podemos e do MDB para tentar dissuadi-los de lançar candidatos próprios. É uma estratégia que ele usou, com sucesso, nas prévias do PSDB, conseguindo atrair na última hora apoiadores comprometidos com Eduardo Leite.
Descrito como “obstinado” por aliados e adversários, o tucano tenta operar a mágica de ser visto como o mais viável para romper a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro mesmo sem dar sinais de subir nas pesquisas.