O Globo
Tasso Jereissati e Alessandro Vieira
apresentaram propostas que limitam o valor fora do teto de gastos entre R$ 70
bilhões e R$ 80 bilhões
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC)
da Transição, tachada pela oposição de “PEC da Gastança”, começa a ser
analisada amanhã pelo Senado, que definirá sua forma definitiva. As PECs
precisam ser aprovadas nas duas Casas (Câmara e Senado) por maioria
qualificada, três quintos dos componentes de cada uma, em duas votações. Tudo
com o objetivo correto de dificultar mudanças constitucionais frequentes.
Apesar disso, já foram feitas 125 mudanças desde que a Constituição foi promulgada
em 1988.
Se aprovada pelo Senado, ela terá de ir para a Câmara, e qualquer mudança que se fizer lá obrigará que volte ao Senado, começando a tramitação novamente. O governo não tem tempo para esperar, pois o novo Orçamento tem de ser aprovado até o dia 22 deste mês para poder valer a partir de 2023. Seu poder de pressão sobre deputados e senadores, portanto, está reduzido pelos prazos. A proposta original prevê que, por quatro anos, o governo possa colocar fora do teto de gastos nada menos que R$ 198 bilhões, que dariam para pagar o novo Bolsa Família no valor de R$ 600 mensais, mais R$ 150 por criança de até 6 anos, além de fazer investimentos em diversas áreas que as equipes de transição consideram passíveis de sofrer um apagão no final do ano.