Pacto fiscal deveria começar por Lula e PT
Folha de S. Paulo
Sem apoio do presidente e do partido para
conter gastos, Haddad tem missão impossível de equilibrar contas com tributos
Brasília não tem um bom histórico recente de
tentativas de "pactos" entre forças políticas e instituições.
Em 2013, Dilma Rousseff (PT) propôs nada menos que
cinco deles a governadores e prefeitos, em resposta à onda de protestos de rua;
em 2019, Jair Bolsonaro (então no PSL) firmou um de colaboração com os demais
Poderes. A primeira não evitou o malogro de sua gestão; o segundo partiria
depois para o confronto institucional.
Agora é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quem defende um pacto entre Executivo, Legislativo e Judiciário em torno dos objetivos de sua agenda econômica, a começar pela meta oficial de eliminar o déficit do Orçamento federal neste ano —tudo a ser encarado com o devido ceticismo.