Esta
eleição presidencial dos Estados Unidos está sendo paradoxal, com cerca de 157
milhões de americanos comparecendo às urnas sem serem obrigados a isso, a maior
participação popular nos últimos cem anos, ao mesmo tempo que o presidente
Trump, que tenta a reeleição, coloca em dúvida a lisura da apuração em estados
como Wisconsin e Michigan, mas joga suas fichas numa vitória em alguns outros
estados que ainda apuram para impedir que Biden seja declarado presidente.
Ou
seja, Trump quer parar a apuração em estados em que está perdendo, e acelerar a
apuração nos que acredita poder vencer. Mas ele tenta parar também a apuração
em estados em que vence, como a Pensilvânia, mas teme perder ao final, pois
considera suspeita a recuperação de Biden com os votos vindos pelo correio.
A
diferença entre Biden e Trump em vários estados é muito pequena, e o presidente
Trump já começa a pedir recontagem. Mas ele venceu Hilary em 2016 por uma
margem muito apertada também em vários estados, e não houve apelação dos
democratas. Os republicanos na era Trump passaram a fazer jogadas políticas
muito mais desleais do que historicamente acontecia. Trump dominou o partido
republicano e suas práticas. Como nomear uma ministra da Suprema Corte em
processo rapidíssimo, poucos meses antes da eleição, quando impediram que o então
presidente Obama nomeasse o substituto de Antonin Scalia quase um ano antes da
eleição.