O Globo
Que o Brasil saiba desarmar a bomba do
extremismo golpista que ele deixou antes de sair pela porta dos fundos do
palácio e da História
O ano termina amanhã e, com ele, o mais
desastroso governo do Brasil pelo menos desde a redemocratização. O país
precisará, a partir de domingo, ser reconstruído em todas as suas esferas, das
relações sociais à economia, passando por direitos humanos, educação, saúde,
ciência, cultura, meio ambiente e todas as demais áreas da vida nacional.
Não será tarefa simples fazer as pessoas
voltarem a confiar em vacinas e a seguir o calendário de imunização, mesmo de
suas crianças. Parece trivial, mas dará trabalho voltar a reunir as famílias
para almoçar sem que alguém levante dúvida sobre a segurança das urnas
eletrônicas e a regularidade das eleições.
Levará tempo para que pais outrora
moderados deixem de enxergar infiltrados comunistas nos professores dos seus
filhos ou parem de bradar nos grupos de WhatsApp contra a ideologia de gênero
nas escolas caras em que matriculam suas crianças, sem ter a mais pálida ideia
de que bobagem estão falando.
A sociedade brasileira foi violenta e rapidamente radicalizada nos últimos quatro anos por Jair Bolsonaro, seus filhos e apaniguados. Alimentada à força com doses diárias e cavalares de teorias da conspiração incubadas no exterior e inoculadas aqui.