O
presidente Bolsonaro deu mais uma demonstração nos últimos dias de que não tem
noção do que seja ser o líder de um país que tem importância por sua posição
geopolítica, mais do que pela capacidade econômica, que tem sido pífia na
ultima década, que já pode ser considerada perdida, como a de 1980.
O
Brasil, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), crescerá 1%
ao ano nesta década. De um país que era visto como o futuro da economia
mundial, junto com Rússia, Índia e China (Brics), o Brasil perdeu quase a
metade de sua participação no PIB mundial nos últimos 20 anos. Em 1980,
representava 4,3% e nesta década passará a menos de 2,5%.
Se
as previsões de crescimento feitas pela Goldman Sachs se realizassem, o Brasil
teria liderança não apenas na América do Sul, mas na América Latina como um
todo. Sua torcida pela vitória do presidente Donald Trump nos Estados Unidos
foi uma jogada política amadora, mesmo que tenha dado certo, o que parecia
improvável no momento em que escrevia a coluna.
Transformar-se
em um seguidor cego do líder da maior potência atual, por questões ideológicas,
não agrega nenhum valor a seu apoio e, portanto, o desprestigia. Bolsonaro
justifica seu apoio a Trump com o perigo do comunismo voltando à América do Sul
com as vitórias na Argentina e na Bolívia, e a nova Constituição no Chile.