Folha de S. Paulo
É importante ter um órgão de inteligência
que investigue grupos extremistas
Em 8 de janeiro, a vexaminosa derrota da
extrema direita ratificou, com juros e correção, a que lhe havia sido imposta
nas urnas de outubro do ano passado. Dessa vez, decisiva foi a conduta firme e
serena do governo, a par da reação institucional do Congresso, do Supremo
Tribunal Federal e do comando das Forças Armadas.
Ainda assim, não é prudente subestimar a ameaça à democracia que o malogrado golpe encarnou. A extrema direita é forte, organizada e também endinheirada. Tem raízes robustas em diferentes grupos sociais e aptidão para mobilizá-los nas redes e levá-los às ruas. Logrou também, até onde a vista alcança, arregimentar o eleitorado conservador tradicional, sob a bandeira do antipetismo.