O Globo
O caso de Pedro Guimarães, que não à toa
era conhecido como “Pedro Maluco” no mercado financeiro, de onde veio para a
equipe de Paulo Guedes para dirigir a Caixa Econômica Federal, é típico da
política brasileira. Ela guarda surpresas a cada eleição presidencial.
Recentemente tivemos o escândalo do mensalão, que deu ao então tucano Alckmin
inacreditáveis 41% no primeiro turno contra Lula em 2006, e a morte trágica do
ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que poderia ter sido a surpresa da
eleição de 2014, papel que Marina Silva assumiu em seu lugar para ser
destroçada por uma campanha sórdida dos dois principais concorrentes, a petista
Dilma e o tucano Aécio.
O Plano Real pegou de surpresa Lula em 1994 e elegeu Fernando Henrique Cardoso
no primeiro turno. O caçador de marajás Collor de Mello atropelou dois
políticos tradicionais da esquerda, Lula e Brizola. Surgem fatos que retiram as
chances de candidatos, como Roseana Sarney, abatida em pleno voo por pacotes de
dinheiro vivo, e outros que quase atrapalham, como a prisão dos “aloprados”
petistas comprando dossiês contra tucanos.
Tudo indica que novos fatos surgirão no caminho durante a campanha, outros
serão relembrados na propaganda oficial, levando a que dificilmente Lula vença
no primeiro turno. Mas ele está se esforçando. Começou a campanha anunciando
várias medidas e posições não radicais, parecia querer ressuscitar o “Lulinha
Paz e Amor” de 2002, mas provocou a ira da esquerda extremista do PT, a que
teve de dar espaço na campanha.