O Estado de S. Paulo
A decantada 'união nacional' dependerá
muito do que vier a fazer o novo governo. Mas não nascerá somente dele. As
forças democráticas, seja onde quer que estejam, precisarão dar sua
contribuição.
Foi duro, sofrido, apertado, muito mais do
que se imaginava e do que esperavam as torcidas. Mas Lula venceu a disputa e
será o novo presidente da República a partir de janeiro de 2023.
As urnas apontaram muitas coisas. Uma
sociedade dividida como nunca dantes, um novo padrão de disputa política, uma
direita extremada aguerrida e forte, um desejo pulsante de democracia.
Apontaram também a resiliência de ambos os
candidatos.
Lula, com sua trajetória épica, revelou uma recuperação que há 4 anos se imaginava impossível. Ele nunca esteve “morto”, mas foi alvejado por potentes petardos, que poderiam ter alquebrado seu espírito e manchado sua reputação. Mostrou que continua mais vivo do que nunca, com uma extraordinária capacidade de empolgar partes importantes da população.