Malgrado
tenha cometido inúmeros erros, Pazuello foi sabotado por Bolsonaro nas escassas
ocasiões em que tentou acertar
A incompetência do intendente Eduardo Pazuello para exercer o cargo de ministro da Saúde, algo especialmente grave em meio à pandemia de covid-19, já está sobejamente comprovada. Portanto, sua substituição, cogitada no fim de semana, tornou-se há muito tempo um imperativo. Em defesa de Pazuello, contudo, deve-se enfatizar que, assim como jabuti não sobe em árvore, sua presença no Ministério da Saúde, a despeito de seu evidente despreparo, só se materializou porque o presidente Jair Bolsonaro o colocou lá.
Mais:
malgrado tenha cometido inúmeros erros de sua própria lavra, Pazuello foi
sabotado por Bolsonaro nas escassas ocasiões em que tentou acertar – como
quando se dispôs a assinar um protocolo de intenções com o governo paulista
para aquisição de vacinas produzidas pelo Instituto Butantan e foi
desautorizado publicamente, de forma humilhante, pelo presidente. Qualquer um
com amor próprio teria pedido as contas no ato; mas não Pazuello, que se
limitou a admitir que estava no cargo apenas para cumprir ordens.
O intendente é o terceiro ministro da Saúde de Bolsonaro, colocado ali depois que os dois anteriores se recusaram a fazer o triste papel que lhes atribuía o presidente. Bolsonaro é, na prática, o ministro da Saúde.