Por Andrea Jubé, Carla Araújo, Raphael Di Cunto e Vandson Lima | Valor Econômico
BRASÍLIA - Após nova rodada de reuniões, ontem Geraldo Alckmin (PSDB) tornou-se praticamente o candidato do "Centrão" - bloco formado por PP, PR, DEM, PRB e SD - à Presidência da República. O acordo, entretanto, terá de ser aprovado dentro de cada um dos partidos, que ainda têm reivindicações "ideológicas" e regionais.
O Solidariedade, do deputado Paulo Pereira da Silva, o "Paulinho da Força", por exemplo, quer o compromisso com a volta do imposto sindical obrigatório. Uma questão que o secretário-geral do PSDB, deputado Marcus Pestana (MG), afirma ser uma "convicção" do partido. Ciro Gomes, pré-candidato do PDT, que disputa com Alckmin o apoio do bloco, já prometeu trabalhar por uma "contribuição assistencial" para manutenção dos sindicatos.
Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, o senador tucano Antonio Anastasia lidera a disputa pelo governo do Estado, mas o DEM se recusa a abrir mão da pré-candidatura do deputado Rodrigo Pacheco. Outro entrave no âmbito regional é que, no Piauí, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, candidato à reeleição, já fechou aliança com o PT.
No caso de acordo, o empresário Josué Gomes (PR), dono da Coteminas, deve ser indicado à vice-presidência.
Centrão fecha acordo com Alckmin e apresenta lista de reivindicações
Após a nova rodada de reuniões do Centrão, ontem, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, tornou-se praticamente o candidato do grupo. Dirigentes do bloco estiveram com o tucano em São Paulo e manifestaram a preferência pelo seu nome.
Uma série de reinvidicações foram apresentadas pelo bloco, como a definição do palanque em Minas Gerais, por exemplo. O Solidariedade também quer o apoio à recriação do imposto sindical. O grupo formado por PP, PR, DEM, PRB e SD pretende formalizar a aliança no dia 26 de julho. De acordo com fontes próximas ao tucano, os partidos pediram tempo para realizar consultas internas e darem satisfação a Ciro Gomes (PDT), que também negociava com o bloco.
Três presidentes de partidos que integram o bloco afirmaram ao Valor que Alckmin é "favorito" e que obterá o apoio do grupo "se não errar". O compromisso de restabelecer o imposto sindical, extinto na reforma trabalhista do governo Michel Temer, pode ser um ponto de atrito. O secretário-geral do PSDB, deputado Marcus Pestana (MG), advertiu ao Valor que a extinção da taxa é uma "convicção" do PSDB, antecipando a dificuldade das tratativas neste ponto. Uma fonte que participou do encontro, contudo, sustenta que o assunto não chegou a ser tratado.
Outro impasse que será discutido nos próximos dias são as divergências com o PSDB quanto aos palanques regionais. Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, o DEM não quer renunciar à pré-candidatura ao governo do deputado Rodrigo Pacheco. No Piauí, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, candidato à reeleição, já fechou aliança com o PT. Em Alagoas, o partido quer um palanque forte para que o senador Benedito Lira (AL) possa enfrentar Renan Calheiros (MDB) na tentativa de renovar o mandato. A sigla ainda quer o apoio tucano a Esperidião Amin para o governo de Santa Catarina, sacrificando a candidatura própria do PSDB.