Decisão de Toffoli sobre Odebrecht deveria ser revista
O Globo
Brasil não pode jogar por terra confissões em
vídeo e milhares de páginas com provas de corrupção
Em mais uma decisão individual, o
ministro Dias Toffoli,
do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os
pagamentos do acordo de leniência firmado pela antiga Odebrecht (atual
Novonor) com o Ministério Público na Operação Lava-Jato. O acordo prevê multas
de R$ 3,8 bilhões (ou R$ 8,5 bilhões em 23 anos de pagamento).
Em cinco meses, foi a terceira decisão individual de Toffoli invalidando acordos firmados com grandes empresas cujos executivos confessaram corrupção. Em setembro, ele anulou as provas do mesmo acordo de leniência da Odebrecht, sob o argumento de que houve conluio entre Ministério Público e Justiça Federal. Em dezembro, suspendeu o pagamento de multas de R$ 10,3 bilhões no acordo de leniência da J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, no âmbito da Operação Greenfield. Na época, disse que mensagens captadas ilegalmente levavam a uma “dúvida razoável” sobre o caráter voluntário essencial aos acordos. Ignorou que elas não poderiam ser usadas como prova de acusação. Agora, decidiu sozinho suspender as multas da Odebrecht.