O Globo
Não é aceitável que manifestações contra a
posse do presidente eleito continuem sendo permitidas
Georges Clemenceau, jornalista, médico e
político, primeiro-ministro da França na Primeira Guerra Mundial, definiu:
— A guerra! É uma coisa séria demais para
ser deixada por conta dos militares.
Talvez esteja na frase desse grande
estadista a explicação para que um Ministério da Defesa deva ser ocupado por um
civil, sem que isso signifique menosprezo aos militares.
O ex-ministro da Defesa Raul Jungmann
definiu como imperativo para o país, como nação soberana, “levar a sério nossa
defesa e as Forças Armadas, assumir as responsabilidades que cabem ao poder
político e às nossas elites”. O Livro Branco da Defesa Nacional de tempos em
tempos é enviado ao Congresso justamente para que os representantes do povo
aprovem as diretrizes de segurança nacional, prioridades do setor e relação do
país com o mundo, numa demonstração de que o poder civil é que determina os
objetivos do setor.
Quando participou em Brasília da 15ª Conferência de Ministros da Defesa das Américas, em julho deste ano, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, incluiu como a afirmação do papel dos militares numa sociedade democrática “o respeito às autoridades civis, aos processos democráticos e aos direitos humanos”. Para ele, é necessário que as Forças Armadas e as de segurança “estejam preparadas, capacitadas e sob firme controle civil”.