domingo, 11 de setembro de 2022

Merval Pereira - A boca do jacaré

O Globo

Candidatos irão explorar o dilema dos eleitores para dar ou não a vitória a Lula no primeiro turno

Do jeito que as coisas vão, tudo indica que o eleitor que não é fanático por Lula nem Bolsonaro terá que enfrentar dilemas éticos e políticos na escolha de seu voto, até mesmo na decisão de anular ou votar em branco. Como o que conta para definir a vitória é ter 50% mais um dos votos válidos, o eleitor que invalidar seu voto estará permitindo que o vencedor precise de menos votos para se eleger.

Como diz o jargão das pesquisas eleitorais, a “boca do jacaré está fechando”, isto é, a diferença entre Lula e Bolsonaro está diminuindo desde o início da campanha, é possível que a reta final desencadeie nos eleitores um dilema que será explorado pelos candidatos. Dar uma vitória ao ex-presidente no primeiro turno seria uma resposta contundente contra Bolsonaro, mas também dar um cheque em branco a Lula.

Bernardo Mello Franco - Intolerância tem comando

O Globo

Clima de violência na campanha é fruto da retórica extremista que prega o ódio e exalta as armas

A intolerância política não dá em árvore. É fruto da pregação do ódio, da exaltação das armas, da retórica extremista que defende a eliminação de adversários.

No comício do 7 de Setembro, Jair Bolsonaro chamou seu principal oponente de “quadrilheiro de nove dedos”. “Esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública”, vociferou.

Horas depois, a disputa presidencial produziu mais um cadáver. No interior de Mato Grosso, o lavrador Benedito Cardoso dos Santos, 42 anos, foi morto brutalmente por um colega de trabalho.

“O que levou ao crime foi a opinião política divergente. A vítima estava defendendo o Lula, e o autor, defendendo o Bolsonaro”, contou ao G1 o delegado Victor Oliveira.

Míriam Leitão - Cenário externo mais complexo

O Globo

Crescem as sombras sobre 2023 no Brasil e no mundo. A Europa está sem gás, os EUA, com juros altos, e a China, desacelerando

O Brasil vive um momento de trégua na economia que seria bom se não fossem os muitos temores em relação ao ano que vem e sobre a economia internacional. Com os anabolizantes, o PIB está subindo mais do que o esperado e com redutores artificiais a inflação caiu a um dígito pela primeira vez em 12 meses. O mundo vive uma nova onda de incertezas, apesar de momentos de alta das bolsas como a de sexta-feira. A Europa se aproxima do inverno sem poder contar com o gás da Rússia para aquecer as suas residências e movimentar a sua economia. Na China, o governo hesitou ao aplicar vacinas importadas em sua população e permanece às voltas com o lockdown que paralisa grandes centros econômicos. Nos Estados Unidos, o Fed avisa que os juros vão subir até que a inflação dê sinais claros de que está convergindo para a meta. É nesse ambiente que o Brasil se aproxima das eleições presidenciais.

Elio Gaspari - A Inglaterra de 1952 a 2022

O Globo

Elizabeth II morreu na quinta-feira. No dia 6 de fevereiro de 1952 ela era apenas princesa e estava no Quênia. Subiu no mirante de uma árvore e, ao descer, soube que o rei George VI, seu pai, morrera no Palácio de Buckingham enquanto dormia. Aos 26 anos, ela era a rainha da Inglaterra.

Muitas mudanças aconteceram durante seu longo reinado. Aqui vai uma, para quem manuseia uma nota de 50 libras.

Um mês antes da morte de George VI a casa do professor Alan Turing havia sido assaltada. Ele tinha 39 anos e era um notável matemático, inglês de vitrine. Haviam levado roupas, uma bússola e algumas facas. Coisa de 50 libras. Turing deu queixa à polícia e as impressões digitais deixadas num copo confirmaram sua suspeita. No roubo estava um jovem com quem mantinha eventuais relações homossexuais. Ele ameaçava contar tudo e tudo contou.

Enquanto os sinos tocavam pela morte de George VI, o caso mudou de aspecto. Havia um roubo, mas havia também a violação de uma lei de 1855, que previa penas de até dois anos de prisão para quem praticava “atos indecentes”. Em 1951, 174 ingleses foram condenados por violar essa lei. Em geral, pegaram menos de seis meses de cadeia. Inglês de vitrine, o próprio Turing havia contado à polícia sua relação com o jovem.

Dias depois do funeral do rei, o rapaz foi para a cadeia. Turing voltou para casa depois de pagar uma fiança. Em março de 1952 ele foi julgado e condenado a se submeter a “tratamento médico qualificado”.

Luiz Carlos Azedo - A pandemia, o passado e a polarização Lula versus Bolsonaro

Correio Braziliense

A três semanas do dia da votação, 2 de outubro, estamos no lusco-fusco entre o início da propaganda gratuita de rádio e televisão e as duas semanas decisivas da campanha eleitoral

É impossível tratar das eleições presidenciais sem se referenciar nas pesquisas, que estão sendo divulgadas quase que um dia sim e o outro também, e mostram pequenas discrepâncias entre si, que podem ser atribuídas a margens de erro ou à diferença de metodologia, mas mantém o sentido geral da disputa, polarizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). A três semanas do dia da votação, 2 de outubro, estamos no lusco-fusco entre o início da propaganda gratuita de rádio e televisão e as duas semanas decisivas da campanha eleitoral. O quadro pode sofrer alterações nos últimos 15 dias que antecedem o pleito, quando o debate sai do campo da chamada opinião pública, que acompanha a política, e passa a ser protagonizado pelos cidadãos comuns, no transporte coletivo, no supermercado, na fila da padaria etc.

Vinicius Torres Freire – Lula, por um punhado de votos

Folha de S. Paulo

Em cenário quase estável e apertado, nichos de eleitorado podem decidir a eleição no dia 2

Faz mês e meio, as diferenças nas pesquisas Datafolha sobre a eleição presidencial têm sido pequenas. Seria possível até dizer que, em caso extremo, improvável, a diferença entre Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) praticamente não se alterou nessas semanas. Não parece ser o caso, dado o conjunto das estatísticas, como a diminuição da vantagem petista também no segundo turno ou a melhora discreta da avaliação do governo. Mas a eleição pode se decidir em detalhes, em nichos, em punhados de votos.

Antes de continuar, três lembretes:

1. Lula tem 48% dos votos válidos no primeiro turno (já teve quase 52%, em fins de julho);

2. Eleitores não muito decididos de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) podem render dois pontos para Lula, no limite;

3. Parece ninharia, mas recorde-se: Lula passou para o segundo turno da eleição para presidente de 1989 com uma vantagem de 0,67% dos votos sobre Leonel Brizola (1922-2004), do PDT.

Janio de Freitas - Bolsonaro impotente

Folha de S. Paulo

Em práticas eleitorais legítimas, não tem muito o que fazer

Logo em seguida a dois grandes atos de campanha com transmissão nacional de TV —o de Brasília e o do Rio— e já em plena propaganda eleitoral de TV e rádio, Bolsonaro não colheu no Datafolha mais do que dois pontinhos presos na margem de erro. Duvidosos, portanto. São números positivos de um fracasso, ao contrário do que numerosas interpretações lhes atribuíram. Mais aproximam Lula do êxito no primeiro turno. Mas preservam ou aumentam as incertezas sobre as possíveis condutas dos militares em derrota de Bolsonaro.

Contradição aparente, o ganho de Bolsonaro não alterou a vantagem de Lula. Como Ciro perdeu dois pontos e os demais continuam estáticos, esses dois pontos fugidios compensaram os dois novatos de Bolsonaro. Mais dois, menos, a soma de todos os candidatos exceto Lula não aumentou. E só o aumento real dessa soma ou quedas de Lula podem distanciá-lo mais da decisão no primeiro turno.

Muniz Sodré* - O crime perfeito

Folha de S. Paulo

Frase de Trump evidenciou a diferença entre a lei e a regra

"Eu poderia ficar parado na Quinta Avenida, atirar em alguém e ainda assim não perderia um eleitor."

Essa frase recente de Donald Trump, perdida em meio à sua verborragia incivil, pode ser tomada como sinal forte da neobarbárie americana. Isso existe em larga escala e comprova-se em qualquer exame da cultura dos "rednecks" ou dos grupos de terrorismo interno. Mas a frase tem conotações que se irradiam para além dos EUA, quando se presta atenção às entranhas do neofascismo emergente em outras partes do mundo.

Bruno Boghossian - A conta de chegada de Ciro Gomes

Folha de S. Paulo

Pedetista precisaria tirar diferença de 27 pontos do presidente para desbancá-lo do 2º turno

Jair Bolsonaro foi até o púlpito em que estava Ciro Gomes pouco antes do debate entre os presidenciáveis, há duas semanas. Depois de um cumprimento, o presidente perguntou ao adversário: "Ô, Ciro, vai deixar o Lula voltar?". Aos risos, o pedetista retrucou: "Isso é problema seu. Renuncia que eu derroto ele".

O relato, feito por Ciro para explicar uma foto em que Bolsonaro cochicha em seu ouvido, mostra que o pedetista conhece o bloqueio matemático que o ameaça. Ainda que ele consiga melhorar seus números, a trajetória de recuperação de Bolsonaro torna reduzidas as chances de qualquer outro candidato enfrentar Lula num segundo turno.

Hélio Schwartsman - A ética da ciência

Folha de S. Paulo

Se há verdade inconveniente, é melhor lidar com consequências do que censurar

Cientistas são responsáveis pelo uso que se faz de suas descobertas? Colocando a coisa de forma bastante concreta, físicos deveriam ter renunciado a desvendar os segredos dos átomos porque esse conhecimento poderia levar às bombas nucleares? Puxando a brasa para as humanidades, devemos pôr na conta de Marx atrocidades que ditaduras comunistas cometeram evocando suas ideias?

Eliane Cantanhêde - Oscila, mas não sobe nem cai

O Estado de S. Paulo

O efeito das multidões do 7 de Setembro foi só isso e se esgotou ou está apenas começando?

O7 de Setembro de Jair Bolsonaro, transmitido à exaustão, fez cosquinha nos índices a favor da reeleição, deixando uma dúvida: as pesquisas captaram todo o impacto da demonstração de força bolsonarista, ou as imagens de imensas multidões na propaganda eleitoral da TV continuarão produzindo efeitos, atraindo eleitores e eleitoras? O efeito se esgotou ou está apenas começando?

A diferença entre Bolsonaro e o favorito das pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva, caiu de 26 para 11 pontos desde dezembro, mas a redução é a conta-gotas e foi só de dois pontos da última pesquisa Datafolha para cá, depois de o presidente Bolsonaro esquecer o 7 de Setembro e o bicentenário da Independência e deixar o candidato Bolsonaro livre, leve e solto em megacomícios à custa de recursos públicos e da implosão das leis.

Pedro S. Malan* - É assustador 3

O Estado de S. Paulo

Brasil precisa superar este quadriênio, sem acreditar que existe outro tipo de messianismo salvacionista

Escrevo este artigo sob vívida lembrança do 7 de setembro de 2021 e de seu importante day after, no qual Bolsonaro fez um recuo tático, sem abandonar sua estratégia. O recente 7 de setembro foi, como o anterior, cuidadosamente preparado. Com uma diferença chave: agora estávamos a 25 dias do dia da eleição. E o presidente conseguiu transformar o que deveria ser uma cerimônia cívica, data festiva para todos os brasileiros, em ato de campanha política. Um grande e inusitado comício no exercício do cargo, para captar imagens e mostrar ao Brasil e ao mundo quão popular é Bolsonaro junto de seu “povo”.

“É possível enganar algumas pessoas todo o tempo; é também possível enganar todas as pessoas por algum tempo; o que não é possível é enganar todas as pessoas todo o tempo.” A piada construída sobre a famosa frase de Abraham Lincoln não é menos relevante; um candidato à Presidência dos EUA teria dito: “Mas eu não preciso enganar a todos, bastam-me metade mais um dos votos válidos no dia das eleições. Depois, deixe comigo (leave it to me)”.

A estratégia do atual presidente parece clara. Suponha o leitor que a eleição não seja decidida no primeiro turno. Quanto menor a diferença de votos entre Lula e Bolsonaro, supondo que a favor do primeiro, maior a probabilidade de questionamentos sobre o resultado das urnas. A senha vem sendo dada há muito tempo: Bolsonaro respeitará o resultado das eleições, “desde que estas sejam limpas e transparentes”. No dia 8 foi mais explícito: “Alguém acredita que numa eleição limpa o Lula ganha?”. Assustadora polarização.

Almir Pazzianotto Pinto* - A inadiável reforma trabalhista

O Estado de S. Paulo

Acredito que nenhum dos candidatos à Presidência se deteve diante do problema da alta litigiosidade. Campanha peca pela superficialidade

Desafio fundamental para o Brasil do futuro consiste na eliminação do ambiente de temor e insegurança entre empregadores, gerado pela excessiva litigiosidade na esfera das relações individuais de trabalho. Para entendê-lo, basta consultar o relatório anual publicado no portal eletrônico do Tribunal Superior do Trabalho (TST), à disposição dos candidatos à Presidência da República, ao Senado e à Câmara dos Deputados.

Na avaliação de ministros do TST, é impossível julgar com a celeridade desejável centenas de milhares de recursos em andamento na Corte. O passivo anda em torno de 15 mil processos em cada gabinete, havendo alguns onde o número é maior. Os assuntos mais comuns, segundo o relatório de 2021, referem-se a “aviso-prévio, multa de 40% do FGTS, multa prevista no artigo 477 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), adicional de horas extras e multa prevista no art. 468 da CLT”. O tempo médio, entre o ingresso da ação e o encerramento, na fase inicial de conhecimento, é de 3 anos e 6 meses, e de 2 anos e 10 meses no processo de execução, o que nos dá o total de 6 anos e 4 meses. Há casos de sentenças transitadas em julgado que jamais foram liquidadas, ou porque o empregador desapareceu, ou a empresa faliu, ou o reclamante faleceu.

Entrevista | Steven Levitsky – A dúvida como ameaça

'Nível de descontentamento das pessoas é altíssimo', afirma Levitsky, coautor de 'Como as democracias morrem'

Escritor chama a atenção para o alto risco de estratégias políticas que desprezam instituições, como a adotada por Trump nos EUA e a exibida por Bolsonaro no 7 de Setembro

Por Janaína Figueiredo / O Globo

No segundo volume de “Como as democracias morrem”, que pretende lançar no segundo semestre de 2023, o professor da Universidade Harvard Steven Levitsky, coautor do livro junto com Daniel Ziblatt, analisa a reação ao avanço do plano de democracia multirracial nos Estados Unidos. Foi liderada pelo Partido Republicano, de Donald Trump, cujo autoritarismo, Levitsky aponta, os americanos não levaram a sério em 2016.

Para ele, os brasileiros cometeram o mesmo erro com Jair Bolsonaro (PL), que na semana passada usou o 7 de Setembro para mais uma vez ameaçar o Supremo. Em entrevista ao GLOBO, o cientista político avalia que Bolsonaro ensaia estratégia similar à do ex-presidente americano, que nunca admitiu sua derrota.

O senhor está escrevendo a segunda parte de “Como as democracias morrem”, pode antecipar algo do novo livro?

Estamos em meio ao processo, vamos terminar nos próximos meses e publicar daqui a um ano. O foco principal são os EUA, mas acho que será importante para outros países e, sobretudo, para o Brasil. Falamos sobre a transição a uma democracia multirracial, que está muito avançada nos EUA, e a reação autoritária contra. Tentamos explicar como e por que o Partido Republicano, que era um partido conservador, de direita, mas que sempre jogou dentro das regras da democracia, transforma-se num partido radical e cada vez mais antidemocrático.

Com a chegada de Trump?

Começa antes e vai continuar depois de Trump, que é sintoma, não causa. Ele surge como parte dessa transformação do Partido Republicano. Para nós, essa radicalização é reação à democracia multirracial.

Vê paralelo com o Brasil?

Sim. Para nós, o que aconteceu com o Partido Republicano chama a atenção porque muitos partidos nascem autoritários, mas são poucos os que nascem democráticos, permanecem democráticos por mais de um século e depois mudam. O livro também aponta como obstáculo à democracia multirracial o próprio sistema político americano. Nossas instituições são herdadas do século XVIII. Nascemos como a república mais democrática do mundo, mas nunca mudamos. Nosso sistema bloqueia as maiorias em todos os lugares. Não existe democracia no mundo que tenha o sistema de colégios eleitorais. Temos um dos senados menos democráticos do mundo, os juízes da Corte Suprema são vitalícios. Apresentamos argumentos para democratizar os EUA.

Cristovam Buarque* - Chile ensinou

Blog do Noblat / Metrópoles, (10/9/22)

Recusaram a utopia sonhada na nova constituição, por perceberem que ela era inviável

Ao recusar uma nova constituição, elaborada com propostas progressistas nos direitos humanos, conquistas sociais, proteção ambiental, o eleitor chileno mostrou que a utopia deve estar subordinada à responsabilidade. Fazer uma utopia de sonhos sem base na realidade política e fiscal leva à instabilidades que propiciam inflação monetária, interrupção da democracia, retrocessos civilizatórios. No domingo passado, o povo chileno passou uma lição ao mundo, especialmente aqueles que sonham com um mundo melhor e possível. Recusaram a utopia sonhada na nova constituição, por perceberem que ela era inviável; e que não têm sustentabilidade as leis e constituições desvinculadas da realidade.

O que a mídia pensa - Editoriais / Opiniões

Editoriais / Opiniões

A César o que é de César

O Estado de S. Paulo

Ao condenar a manipulação religiosa para fins eleitorais, a CNBB faz importante defesa do regime democrático. O Estado é laico e, nele, deve imperar a liberdade política

Perante as inúmeras tentativas de usar a religião para angariar votos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lembrou recentemente que a manipulação religiosa “desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil”. Em nota publicada no último dia 2, os bispos católicos manifestaram preocupação com a instrumentalização da religião “protagonizada por políticos e religiosos”.

O problema não é teórico e vem causando danos muito além da própria liberdade política. A manipulação da religião para fins políticos tem sido ocasião de violência. No dia 31 de agosto, um fiel foi baleado dentro da igreja da Congregação Cristã no Brasil, em Goiânia, por discordar das falas do pastor que pregava o voto contra a esquerda. O disparo foi feito por um policial militar de folga que se envolveu na discussão política.

Poesia | Pablo Neruda - Saudade

 

Música | Chile: Golpe Militar 11/9/1973. Quilapayun - Que dira el Santo Padre, Te recuerdo Amanda