Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
Opinião do dia: Roberto Freire
“Não há dúvidas de que ainda há muito por fazer. Dado o tamanho do estrago causado pelo PT, é evidente que os nossos problemas não serão resolvidos em um passe de mágica. Mas, com o apoio do Legislativo e o empenho das forças políticas que viabilizaram o impeachment e têm compromisso com o país – entre as quais o PPS, que assume um protagonismo cada vez mais eloquente –, a rota da retomada é inevitável. Foi difícil, ainda haverá obstáculos pelo caminho, mas o Brasil voltou aos trilhos em 2017. Para o ano que está por começar, o lema é avançar nas reformas e consolidar a recuperação. Que venha 2018!”
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Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS. ‘O ano em que o Brasil voltou aos trilhos’, Diário do Poder, 21/12/2017
José de Souza Martins: Os dois Natais
- Valor Econômico / Eu & Fim de Semana
Nos dias de hoje, ninguém se dá conta das consequências da chegada da árvore de Natal e de Papai Noel ao Brasil. Chegada como coisas, encaixotadas. Vieram em troca do dinheiro que dava em árvore nos cafezais do Rio, de Minas e de São Paulo, nas últimas décadas do século XIX. Vieram como coisas supérfluas (uma caixa de árvores de Natal e outra de quinquilharias, diz o manifesto de um navio alemão, em dezembro de 1890). Mediações de um novo enredo social gerado pelo esvaziamento do que éramos para sermos o inacabado do que nunca conseguiríamos ser. O enredo do faz de conta, das ilusões que se compra em loja, sonho empacotado e perecível.
Fantasias propriamente brasileiras deram revestimento nativo ao bom velho e à árvore. Adaptações. Aqui, tempo de dar presentes para crianças e mesmo adultos não era o dia de Natal, e sim o dia dos Santos Reis, os magos que fizeram a longa viagem para oferecer ao menino da manjedoura incenso, ouro e mirra.
As informações daquela época indicam que os brasileiros não sabiam onde encaixar a árvore, primeiro, e o simpático barbudo, depois. Havia uma certa tendência em favor do dia 1º de janeiro, muitos insistiam no dia 6 de janeiro e alguns começavam a se agarrar ao 25 de dezembro, que afinal venceu. O dia dos Santos Reis foi sendo esquecido, e hoje são poucos os que o celebram.
Luís Henrique Machado*: O uso da mídia por juízes e procuradores
- O Estado de S.Paulo
Fundamental é que não se pretenda fazer valer, a qualquer preço, uma determinada ideologia
Atualmente não pairam dúvidas de que a mídia desempenha papel fundamental na sorte dos processos judiciais, especialmente nos criminais. A par disso, muito se discute sobre a conduta de magistrados e de procuradores que externam suas opiniões fora dos processos, utilizando os veículos de difusão de informação como uma nova forma de “comunicação judicial”.
Tradicionalmente, juízes e membros do Ministério Público restringiam-se a manifestar suas posições tão somente no âmbito de suas atividades, uma vez que se considerava inapropriado participarem de discussões públicas, tendo em vista que com seus comentários se arriscariam a fragilizar a independência e a autoridade de suas decisões.
Essa era a regra, seja no Brasil, seja no exterior. O sempre ministro do Supremo Tribunal Federal Paulo Brossard dizia que quando o juiz fala fora dos autos, ele está tentando politizar ou moralizar o Direito, pois se lhe interessasse só o Direito os autos lhe bastariam. Interessante exemplo desse tipo de comportamento se verificou na Inglaterra no ano de 1955, quando lorde Kilmuir, chanceler da Inglaterra e de Gales, então chefe do Judiciário, foi convidado pela emissora BBC para participar de uma transmissão sobre os grandes juízes do passado. Como resposta, ele estabeleceu a premissa conhecida posteriormente como “a regra Kilmuir”, em que os membros do Judiciário não deveriam conceder entrevistas no rádio ou na televisão sem o prévio consentimento do lorde chanceler. Então, quando abordado por algum repórter, não importava quão interessante o assunto ou relevante para seu trabalho, os juízes simplesmente respondiam que não lhes era permitido contribuir para a matéria sem a anuência do lorde chanceler. Os jornalistas estavam bem conscientes de que o consentimento era improvável, na prática, o que punha um fim na discussão.
Reinaldo Azevedo: 'Façam como Reinaldo Azevedo', diz Lula
- Folha de S. Paulo
Lula nunca diria a jornalistas: 'Façam como Mino Carta, Paulo Henrique Amorim e os blogs sujos'
Lula nunca diria a jornalistas: "Façam como Mino Carta, Paulo Henrique Amorim e os blogs sujos; leiam o processo".
Porque Mino Carta, Paulo Henrique Amorim e os blogs sujos nunca precisaram ler processos para que a Secom de então patrocinasse sua luta contra, como é mesmo?, a "mídia tradicional". Nota: tal discurso foi sequestrado pela extrema direita. E segue asqueroso.
Mas Lula disse na quarta (20) a jornalistas: "Façam como Reinaldo Azevedo. Leiam o processo". Sim. Eu leio. Os que dizem respeito a Lula e a alguns outros.
Abaixo, leitor, vai uma digressão, quase um apólogo –uma pequena narrativa que encerra uma sabedoria de sentido moral.
"Façam como Reinaldo Azevedo" é um conselho em favor da prudência. Sou disciplinado e cumpridor de regras. Sempre fiz a lição de casa. Até a terceira série, este então gordinho de óculos levantava a mão e dizia:
"Professora, a senhora esqueceu de 'dar vista' à lição." Um dia, o aluno mais vagabundo da sala, mas bom de bola –ele decidia quem vivia e quem morria no futebol–, me deu um esporro. A linguagem presente, teria dito: "Pare de ferrar seus colegas. Você é um cara legal!"
Merval Pereira: Reforma inadiável
- O Globo
Ao receber o presidente argentino Mauricio Macri no Itamaraty, Michel Temer apontou para ele e comemorou, chamando a atenção dos jornalistas: “Ele aprovou a Previdência lá na Argentina, viu? Serve de exemplo.” Não apenas Macri, como Emanuel Macron na França, estão às voltas com reformas estruturantes como as que o governo brasileiro está levando adiante por aqui.
A reforma trabalhista aprovada na França e a da Previdência, na Argentina, provocaram protestos nas ruas, mas os dois presidentes conseguiram maioria nos seus respectivos Congressos em eleições recentes e resistiram às pressões.
No caso argentino, as reações são geradas pelas mesmas forças que estão unidas aqui para combater a reforma da Previdência: oposicionismo derrotado politicamente e corporativismo. Como a questão não chegou às ruas, as ações de grupelhos ultra esquerdistas que apelam para a violência ainda são esporádicas, como aconteceu pontualmente durante a tramitação da reforma trabalhista.
Fernando Dantas *: Veio para confundir
- O Estado de S.Paulo
Incerteza sobre reais intenções de Lula é péssima para evolução democrática do País
No Brasil, entre 1994 e 2005, claramente vigorou o mesmo programa básico de governo, ainda que o período compreenda os arquirrivais PSDB e PT. Essa fase pode ser descrita como moderadamente liberal, mas com viés social (mais bem-sucedido no governo Lula).
A inflação foi combatida, mas permaneceu mais alta que em países semelhantes ao Brasil. As contas públicas foram saneadas, mas com aumento de impostos, e não cortes de despesas. Empresas públicas foram privatizadas, mas as maiores, como Petrobrás e Banco do Brasil, permaneceram em mãos do Estado. A economia permaneceu fechada e a indústria nacional protegida. Houve forte aumento das transferências previdenciárias e sociais.
De 2006 a 2014, o modelo mudou. Relaxou-se a preocupação com as contas públicas e a inflação. Fortaleceram-se os subsídios e a proteção às empresas nacionais, e o governo direcionou os investimentos da Petrobrás e tentou reerguer a indústria naval. Houve aumento mais agressivo das transferências previdenciárias e sociais, na esteira principalmente do aumento real do salário mínimo, além da implantação de outros programas de caráter social, como o Minha Casa Minha Vida e o Fies.
Ricardo Balthazar: O lugar de Lula
- Folha de S. Paulo
Há bons argumentos para quem torce pela participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição do ano que vem.
No encontro que teve com um grupo de jornalistas nesta quarta-feira (20), o líder petista disse mais uma vez que as acusações feitas contra ele são mentirosas, desqualificou os procuradores da Lava Jato e classificou a sentença que recebeu do juiz Sergio Moro como "quase uma piada".
Se a Justiça barrar sua candidatura, o discurso que Lula adota ao se apresentar como perseguido político tende a ganhar força. Com ele no páreo, dificilmente essa conversa cola.
É certo que haverá questionamentos à legitimidade do processo eleitoral se Lula for impedido, num momento em que aparece como favorito. Se ele concorrer e for derrotado nas urnas, é improvável que seus aliados possam contestar o resultado.
Míriam Leitão: Mistério e risco
- O Globo
Há uma velha máxima de que ministro da Fazenda só é popular se estiver fazendo alguma coisa errada. Portanto, quem ocupa esta pasta nem deveria querer a popularidade, porque isso certamente afetaria a tinta da sua caneta, com a qual ele toma decisões necessárias, mesmo que impopulares, e rejeita os muitos pedidos de vantagens com o dinheiro público.
Oministro Henrique Meirelles tem 75% de desaprovação e apenas 6% de aceitação, segundo o barômetro político Estadão/Ipsos. E pertence a um governo cuja aprovação se aproxima de zero. Sua candidatura pelo PSD, assumida claramente no programa partidário desta semana, e na entrevista que concederá na sede do partido hoje, é um mistério e um risco.
Mistério é em que se sustenta uma candidatura assim tão sem perspectivas? O que leva Meirelles a pensar que ele conseguirá vencer as barreiras praticamente intransponíveis da impopularidade do atual governo? Se ele fosse uma pessoa com carisma e capaz de inspirar empatia natural, mas entre os seus atributos não estão estes.
Bernardo Mello Franco: Qual Lula?
- Folha de S. Paulo
Duas perguntas rondam a sexta candidatura de Lula à Presidência. A primeira será respondida pela Justiça: ele poderá ou não concorrer? A segunda deve ser feita ao próprio petista: se o seu favoritismo nas pesquisas se confirmar, qual Lula vai governar o país?
O ex-presidente tem dado pistas contraditórias. Em maio, ele subiu o tom dos ataques à Lava Jato e deixou um cheiro de radicalização no ar: "Se eles não me prenderem logo, quem sabe um dia eu mando prendê-los pelas mentiras que eles contam".
A frase soou como uma ameaça autoritária, já que nas democracias só juízes mandam prender. Na semana seguinte, o petista disse ter usado apenas uma "força de expressão".
Apesar do recuo, o tom de confronto persistiu. Em discursos invocados, o ex-presidente distribuiu bordoadas na imprensa, na elite e nos adversários. Parecia uma receita para espantar de vez a classe média, que já vem se distanciando do PT.
Humberto Saccomandi: Cenário externo em 2018 favorece o Brasil
- Valor Econômico
Vários países, nos últimos dias, elevaram previsões para 2018
Todo ano começa com uma lista de riscos potenciais, e 2018 não será diferente. Mas tudo indica que o ano será muito favorável à retomada de um crescimento vigoroso no Brasil. As expectativas estão em alta em quase todo o mundo, e as principais economias vêm elevando as suas previsões de crescimento. Curiosamente, o maior impulso e o maior risco devem vir dos Estados Unidos de Donald Trump.
Este já foi um bom ano, pelos padrões recentes. Em 2017, pela primeira vez em dez anos, todas as 20 maiores economias do mundo, o chamado G-20, estão crescendo simultaneamente. Esse grupo responde por quase 85% da economia mundial. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o crescimento global neste ano, estimado em 3,6%, será o melhor desde 2011. Se o Brasil está patinando, a culpa é nossa.
O FMI já previu, no seu mais recente Panorama Econômico Mundial (de outubro), um pequeno aumento do crescimento mundial em 2018, para 3,7%. Mas essa melhora deverá ser mais robusta.
Nas últimos dias, vários países relataram um crescimento acima do previsto neste final de ano e, com isso, elevaram as suas previsões para 2018, em geral para além das estimativas do FMI, que eram consideradas conservadoras.
Só o começo: Editorial/Folha de S. Paulo
O Brasil conta enfim com uma carta essencial de direitos de aprendizagem e obrigações da escola, batizada Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Incompleta, decerto, pois falta a parte do ensino médio —e mesmo quanto ao fundamental há pendências no texto recém-homologado, vez que não se resolveu a questão divisiva da educação religiosa.
Ainda assim, é um bom começo.
Só o começo, ressalve-se. Um documento com objetivos claros não garante, pelo simples fato de existir, que venham a ser alcançados já em 2020, quando a base deverá estar implantada. Resta um trabalho hercúleo pela frente.
De todo modo, não deixa de ser admirável que o passo inicial tenha sido dado. Desde 2015, sob dois presidentes e um processo de impeachment de permeio, o Ministério da Educação logrou apresentar três versões anteriores da BNCC.
Agenda ambiental tem a chance de ser valorizada: Editorial/Valor Econômico
Durante 13 dias entre outubro e novembro a Gomes da Costa, a maior processadora de pescados da América Latina, deu férias coletivas para mil funcionários e paralisou a produção de sardinha e atum em lata. Foi a resposta possível à pior safra de sardinha dos últimos 20 anos, provocada, imagina-se, por impactos ambientais causados pela mudança climática somados à má gestão do governo federal dos recursos pesqueiros do país. O caso de extremo estresse de recursos naturais é simbólico, mas não é isolado nem exclusividade brasileira. Este mês, durante a Assembleia Ambiental das Nações Unidas no Quênia, a ONU Meio Ambiente divulgou estudos sobre a sucessão de crises ecológicas globais da atualidade. Em todas as frentes, no mar, no ar ou no solo, más notícias atropelam as poucas boas.
Os relatórios dizem que anualmente oito milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos. A continuar assim, alerta a ONU, em 2050 haverá mais plásticos no mar do que peixes. A poluição do ar, por seu turno, é o que mais mata seres humanos - sete milhões de pessoas ao ano. Efluentes com antibióticos e bactérias lançados no ambiente desencadeiam um ciclo de evolução que produz cepas mais resistentes e pode levar a superbactérias. O cenário desolador arrancou de Edgar Gutiérrez, presidente da assembleia, a constatação de que "fomos tão ruins em cuidar do planeta que temos pouco espaço para cometer mais erros".
Um bom legado para 2019: Editorial/O Estado de S. Paulo
Quando o novo presidente da República receber a faixa, em 2019, a economia brasileira deverá estar bem mais vigorosa do que hoje e infinitamente mais saudável do que no primeiro semestre de 2016, quando terminou a irresponsável aventura petista. A produção terá crescido entre 2,5% e 3% em 2018, menos pessoas estarão desempregadas e a inflação continuará moderada, segundo todas as projeções divulgadas nas últimas semanas por equipes de competência reconhecida. Os economistas do Banco Central (BC) apresentaram sua contribuição ontem. Segundo suas contas, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer 2,6% nos próximos 12 meses, mais que o dobro da taxa estimada para este ano, de 1%. Os números divergem dos produzidos por outras instituições, públicas e privadas, mas há concordância quanto a pontos fundamentais: a recessão ficou para trás, a recuperação se instalou, o desempenho é muito melhor que o do trimestre final do ano passado e a tendência é de aceleração em 2018.
As novas estimativas do BC apareceram na edição de dezembro do Relatório de Inflação, um panorama amplo das condições econômicas internas e externas. É o mais importante relatório desse tipo divulgado periodicamente por uma instituição federal. Os cenários tomados como base para decisões sobre juros são apresentados com muito mais detalhes que em comunicados e atas de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Oportunidade na campanha eleitoral de 2018: Editorial/O Globo
Sem um consenso mínimo em torno da reforma do Estado brasileiro, futuros eleitos podem se ver condenados ao papel de gerentes de governos falidos
A única certeza possível sobre a política brasileira em 2018 é a eleição. Estima-se que pelo menos 35 mil candidatos se mobilizem durante o ano na disputa pela Presidência, governos, assembleias estaduais, Câmara e Senado. São restritas as perspectivas de renovação de lideranças sob uma lei eleitoral feita sob medida para garantir a reeleição de quem já possui mandato.
Com 35 partidos, 28 deles com bancadas no Congresso, assegurou-se, também, a continuidade da fragmentação na representatividade parlamentar em nível sem paralelo no mundo.
Por isso, os futuros presidente e governadores vão precisar demonstrar desde a campanha extrema habilidade para governar nesse mosaico político-partidário. Caso contrário, podem se descobrir emparedados antes mesmo da posse, condenados ao papel de gerentes de governos falidos, sob permanente desconfiança de um eleitorado arisco às praticas políticas tradicionais e, ao mesmo tempo, acossados por grupos de interesses.
'Fator Lula' vai definir o 2º turno
Por Raymundo Costa | Valor Econômico
BRASÍLIA - Há uma vaga em disputa para o segundo turno da eleição de 2018. Os tambores das pesquisas anunciam que a outra praticamente já tem dono: Luiz Inácio Lula da Silva. Restaria, portanto, uma vaga, cenário ideal para que mais candidatos possam arriscar a sorte - cairia o percentual necessário para chegar à rodada final. Um quadro parecido com o de 1989, quando Lula passou com 16,6% dos votos válidos. O PT traçou um plano de protelações judiciais para levar Lula até o horário eleitoral (em 31 agosto) e, no limite, elegê-lo sub judice. Um Plano B - um candidato apoiado por Lula - será acionado se o ex-presidente for impugnado antes de 17 de setembro.
Eleição de 2018 poderá ser "com Lula e sem Lula"
Há uma vaga em disputa no segundo turno da eleição presidencial de 2018. Os tambores das pesquisas anunciam que uma delas praticamente já tem dono: Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente mais popular da história do Brasil, pelo menos desde a redemocratização. Restaria, portanto, uma vaga em jogo. Mas o vento que sopra a favor do PT pode mudar de direção, se a candidatura do ex-presidente for impugnada pela Justiça Eleitoral antes da eleição, o que não é improvável, uma vez que o Judiciário acelerou a tramitação dos processos a que Lula responde na primeira instância.
Lula é o divisor de águas da eleição de 2018. Se a candidatura do ex-presidente for efetivamente impugnada, as duas vagas no segundo turno estarão em disputa. A eleição ganha ainda mais em incerteza e imprevisibilidade, pois a ausência de Lula deixará uma legião de eleitores sem referência imediata. É que o PT pretende levar Lula ao menos até o horário eleitoral gratuito, em setembro. Está pronta a moldura de um terceiro cenário, a eleição "com e sem Lula", ou seja, uma campanha feita por Lula para um outro nome assumir às vésperas da eleição, mas com a benção do ex-presidente. O PT não vai abrir mão de ter candidato.
Segundo o Datafolha, Lula tem hoje algo em torno dos 35% das intenções de voto. Mas seus eleitores ainda não decidiram pra onde correr, caso ele seja tirado da disputa. Neste caso, o contingente de votos brancos, nulos e de quem não sabe em quem votar sobe de 16% para 31%. No espectro político mais à esquerda, a ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade) é quem mais ganha com a saída do ex-presidente - 6 pontos. Antítese de Lula da Silva, o ex-capitão e deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ganha quatro pontos, o que só ressalta o caráter populista das duas candidaturas.
BRASÍLIA - Há uma vaga em disputa para o segundo turno da eleição de 2018. Os tambores das pesquisas anunciam que a outra praticamente já tem dono: Luiz Inácio Lula da Silva. Restaria, portanto, uma vaga, cenário ideal para que mais candidatos possam arriscar a sorte - cairia o percentual necessário para chegar à rodada final. Um quadro parecido com o de 1989, quando Lula passou com 16,6% dos votos válidos. O PT traçou um plano de protelações judiciais para levar Lula até o horário eleitoral (em 31 agosto) e, no limite, elegê-lo sub judice. Um Plano B - um candidato apoiado por Lula - será acionado se o ex-presidente for impugnado antes de 17 de setembro.
Eleição de 2018 poderá ser "com Lula e sem Lula"
Há uma vaga em disputa no segundo turno da eleição presidencial de 2018. Os tambores das pesquisas anunciam que uma delas praticamente já tem dono: Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente mais popular da história do Brasil, pelo menos desde a redemocratização. Restaria, portanto, uma vaga em jogo. Mas o vento que sopra a favor do PT pode mudar de direção, se a candidatura do ex-presidente for impugnada pela Justiça Eleitoral antes da eleição, o que não é improvável, uma vez que o Judiciário acelerou a tramitação dos processos a que Lula responde na primeira instância.
Lula é o divisor de águas da eleição de 2018. Se a candidatura do ex-presidente for efetivamente impugnada, as duas vagas no segundo turno estarão em disputa. A eleição ganha ainda mais em incerteza e imprevisibilidade, pois a ausência de Lula deixará uma legião de eleitores sem referência imediata. É que o PT pretende levar Lula ao menos até o horário eleitoral gratuito, em setembro. Está pronta a moldura de um terceiro cenário, a eleição "com e sem Lula", ou seja, uma campanha feita por Lula para um outro nome assumir às vésperas da eleição, mas com a benção do ex-presidente. O PT não vai abrir mão de ter candidato.
Segundo o Datafolha, Lula tem hoje algo em torno dos 35% das intenções de voto. Mas seus eleitores ainda não decidiram pra onde correr, caso ele seja tirado da disputa. Neste caso, o contingente de votos brancos, nulos e de quem não sabe em quem votar sobe de 16% para 31%. No espectro político mais à esquerda, a ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade) é quem mais ganha com a saída do ex-presidente - 6 pontos. Antítese de Lula da Silva, o ex-capitão e deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ganha quatro pontos, o que só ressalta o caráter populista das duas candidaturas.
Marina Silva: Brasil por se descobrir
- Valor Econômico
Prosperidade não pode ser sinônimo de corrupção, indiferença com o sofrimento das pessoas e destruição da natureza
O que significa falar sobre as perspectivas para o Brasil em um momento de tantas dores e dificuldades, como o que estamos vivendo hoje nesse mundo plasmado de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, resumido na sigla "vuca", em inglês, e que em português parece ter virado muvuca?
A chegada do fim do ano é um momento propício para pensarmos em novos começos. E por que não tentarmos unir as pessoas para encontrar uma aspiração de país, como parte significativa de nossa busca por um Brasil ideal? Qual será o sonho de Brasil com o qual precisamos passar a nos identificar depois dessa grave crise política, econômica, social e de valores?
Tenho insistido que o Brasil possui um enorme potencial para ter protagonismo e ser uma liderança global na agenda de desenvolvimento sustentável. Temos clima favorável, mão de obra abundante, diversidade sociocultural, disponibilidade de água doce, mega biodiversidade, economia diversificada, sistema financeiro moderno, pesquisa tecnológica, relativa capacidade inovadora, além de uma democracia estável, apesar da crise política.
Meirelles afirma que Temer seria um bom cabo eleitoral
Segundo o ministro da Fazenda, com a recuperação da economia, os índices de aprovação do governo vão mudar muito
Renan Truffi e Idiana Tomazelli / O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Mesmo com a elevada rejeição ao governo do presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje acreditar que Temer seria um bom cabo eleitoral em uma eventual campanha sua para concorrer ao Palácio do Planalto. Em coletiva na sede do PSD, partido ao qual ele é filiado, Meirelles afirmou que "está claro" que os índices de aprovação do governo começam a melhorar e que a recuperação da economia ajudará ainda mais nesse sentido.
"Acredito que sim (Temer é bom cabo eleitoral), talvez não hoje, mas certamente em 2018. Com a recuperação da economia, os índices de aprovação do governo vão mudar muito", afirmou Meirelles.
O governo revisou recentemente sua projeção para o crescimento em 2018, elevando de 2% para 3%. Ele admitiu que a votação da reforma da Previdência poderá ter efeito, mas essas estimativas são muito "imprecisas", segundo o ministro. "Se efeito (de uma não aprovação) for muito negativo, o PIB pode cair mais do que esperamos. Se for aprovada, dizer que vai crescer 3,25% em 2018 é muito impreciso. Por que não 4%?", disse, emendando um sorriso.
"Independentemente de 2018, o efeito positivo da aprovação da reforma da Previdência para os anos seguintes é muito forte", afirmou o ministro.
Para o ministro da Fazenda, o presidente Michel Temer está certo em não descartar uma candidatura à reeleição em 2018. Meirelles se esquivou, porém, de responder sobre como seria uma virtual disputa entre o presidente e seu ministro na campanha eleitoral do ano que vem.
Prévia da inflação oficial do governo fecha o ano abaixo de 3%
IPCA-15 terminou 2017 em 2,94%, reforçando as análises de que o IPCA ficará abaixo do piso da meta do Banco Central
Daniela Amorim / O Estado de S.Paulo
RIO - A prévia da inflação oficial no País encerrou 2017 em 2,94%, abaixo do piso de tolerância da meta estabelecida pelo governo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou pequena aceleração em relação a novembro, com taxa de 0,35% em dezembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou dentro das previsões dos analistas e corroborou a expectativa de que o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, tenha de se explicar em carta aberta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, por ter entregado uma inflação fora do intervalo de tolerância, de 3% a 6% no ano.
Nos cálculos do economista Helcio Takeda, da consultoria Pezco, a inflação medida pelo IPCA deve fechar 2017 perto de 2,90%. Entretanto, esse descumprimento da meta não deve ser visto como algo desfavorável nem embasar críticas contra a autoridade monetária, defendeu. “Não vejo como um fato que mereça crítica. Boa parte desse alívio é explicado pela deflação de alimentos, que depende da dinâmica de safra, e não é o foco da política monetária.”
Claudia Safatle: "Cumprimos nosso trabalho", diz Ilan
- Valor Econômico
Sempre haverá quem ache que o Copom errou na calibragem
O Banco Central encerra 2017 com dois recordes: a menor taxa de juros Selic da série histórica, de 7% ao ano, e a menor inflação do período do regime de metas, com IPCA de 2,8%, segundo projeção do BC usando premissas do mercado, abaixo do piso da meta de 3%. A economia, em recuperação, cresce 1%, o dobro do 0,5% antes estimado para este ano.
Há, no mercado e no próprio governo, quem aponte que o início da gestão de Ilan Goldfajn à frente do BC foi titubeante e o primeiro movimento de corte dos juros - de 0,25 ponto percentual ocorrido em outubro do ano passado - foi tardio, tímido e atrasou a retomada da economia em um quadro de grave recessão. A expectativa de inflação, acima de 7%, estava desancorada da meta de 4,5% e pouco antes da posse da nova diretoria do BC, em junho de 2016, discutia-se no mercado a conveniência de se usar do expediente da meta ajustada. Houve, ainda, economistas de bancos que se assustaram com a posterior ousadia do BC, de cortar os juros em 100 pontos-base por quatro movimentos seguidos, entre as reuniões de abril e setembro. Uma sequência de reduções dessa magnitude só é recomendável em circunstâncias excepcionais, segundo os estudiosos do regime de metas para a inflação.
País perpetua exclusão, com 11,8 milhões de analfabetos
Metade da população acima de 25 anos só tem ensino fundamental
Analfabetismo entre pretos e pardos é o dobro da taxa dos cidadãos brancos
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016, do IBGE, mostram que o país ainda tem 11,8 milhões de analfabetos, 7,2% da população de 15 anos ou mais. Entre pretos e pardos, o índice chega a 9,9%, mais que o dobro dos 4,2% na população branca. Quase 25 milhões de jovens de 14 a 29 anos não estudam. E mais da metade da população a partir de 25 anos tem apenas o ensino fundamental. Os números indicam uma dívida histórica dos governos nas últimas décadas, para os quais Educação nunca foi prioridade, dizem especialistas. O analfabetismo, afirmam, impede a mobilidade social e perpetua a exclusão.
Dívida histórica
Brasil tem 11,8 milhões de analfabetos; taxas são maiores no Nordeste e entre negros
Ana Paula Blower, Paula Ferreira e Thays Lavor / O Globo
Caçula dos nove filhos de um agricultor e uma dona de casa, a cearense Irene Batista Maciel, de 72 anos, sabe escrever seu nome, e essa é toda a alfabetização que teve ao longo da vida. A costureira aposentada dá rosto a dados revelados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): o país tem 11,8 milhões de analfabetos de 15 anos ou mais, o que corresponde a 7,2% dessa população. No Nordeste, região em que vive Irene, a taxa sobe para 14,8%, índice quatro vezes superior ao que ocorre no Sul, que registrou 3,6% de analfabetos. A disparidade também se dá pela cor: entre pessoas pretas ou pardas, o índice ficou em 9,9%; duas vezes maior que entre brancas, que foi de 4,2%. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016 (Pnad Contínua) e, por diferença de metodologia, não podem ser comparados com os dos anos anteriores.
Graziela Melo: Palavras
Palavras
apenas
levemente
sussurradas,
em ouvidos
ávidos
de paixão!
Doce
melodia
desejada
por uma
alma triste
e um
enternecido
coração!!!
Suaves
carícias
proferidas
em sílabas,
verbos
e vogais!!!
Só hoje
é que
escuto
em tua
boca!
Depois...
adeus, e
não te vejo
nunca mais!!!
apenas
levemente
sussurradas,
em ouvidos
ávidos
de paixão!
Doce
melodia
desejada
por uma
alma triste
e um
enternecido
coração!!!
Suaves
carícias
proferidas
em sílabas,
verbos
e vogais!!!
Só hoje
é que
escuto
em tua
boca!
Depois...
adeus, e
não te vejo
nunca mais!!!
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