Proliferam não só nomes, mas frentes para um projeto pela democracia, pela vida
O
principal recado do debate entre Ciro
Gomes, João Doria, Fernando Haddad, Eduardo Leite e Luciano Huck,
sábado à noite, foi a civilidade, até gentileza entre eles, ao longo de quase
três horas. Deixando as divergências de lado, eles focaram na convergência
contra os retrocessos do presidente Jair Bolsonaro, tratado por adjetivos
ácidos, puxados pelo já trivial “genocida”.
Há
inúmeras frentes para virar a página Bolsonaro e tocar a reconstrução do País,
uma espécie de transição à la Itamar Franco pós-Collor. Assim como naquela época,
o PT não
participa de um projeto de união nacional, mas Haddad compôs bem a mesa, com
conhecimento e sobriedade.
Ciro Gomes, ex-candidato três vezes à
Presidência, ex-ministro e ex-governador do Ceará, é o que mais impressiona,
com seu malabarismo verbal para juntar temas diferentes, amontoar números e
produzir uma imagem de experiência e competência. Foi, também, responsável pela
maior lista de “atributos” do presidente.
Doria foi Doria, a começar do vídeo e do áudio impecáveis, tudo milimetricamente programado. O governador de São Paulo explorou o fato de ter liderado a guerra pelas vacinas contra a covid no País e deixou o carimbo mais contundente contra Bolsonaro: “mito das mortes”.