domingo, 29 de junho de 2014

Opinião do dia: Roberto Freire

É um péssimo exemplo. São 39 ministérios se ajustando para tempo de televisão, não para construir um projeto para o Brasil. Isso evidentemente tem de ser por nós não apenas condenado, mas servir de alerta para tentarmos firmarmos algo distinto nesse processo,

Não é o discurso do que nós somos do velho Partido Comunista Brasileiro, hoje PPS, que vai significar a campanha de Eduardo Campos. O que queremos é contribuir para o que ele, ao juntar outros partidos, com histórias e posições distintas, para que [essa união] possa significar um projeto político para o país.

É um encontro histórico do velho PCB com o PSB, na Frente do Recife, barrada pelo golpe de 1964. Continuamos juntos em torno de um programa de mudanças que significa Eduardo Campos e Marina Silva.

Roberto Freire, deputado federal e presidente nacional do PPS, em discurso na Convenção Eleitoral PSB/PPS, Brasília, 28 de junho de 2014.

‘Vamos acabar com esses sanguessugas dos cofres brasileiros’, diz Campos

• Partido oficializou neste sábado a candidatura do socialista à Presidência

Catarina Alencastro, Júnia Gama e Maria Lima – O Globo

BRASÍLIA - O PSB oficializou neste sábado a candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos à Presidência com Marina Silva (Rede) como vice. Em seu discurso, Campos criticou o fisiologismo do PSDB e o uso de ameaças por parte do PT. Sem citar o tucano Aécio Neves, ele falou sobre os que se deixaram seduzir pelas velhas elites políticas. Sobre Dilma, diz que não vai se abater pelo discurso do medo. Campos ironizou ainda uma declaração de Aécio, que, essa semana, afirmou que “os partidos da base estão sugando o governo, mas depois irão para seu palanque”.

- Vamos acabar com esse suga suga! Sugam de um lado hoje, para depois sugar do outro lado. E tem gente que acha isso bem bonito! Isso é inaceitável. Vamos acabar com esses sanguessugas dos cofres brasileiros - discursou Eduardo Campos, criticando: - Há os que acham que usando os mesmos métodos, os mesmos caminhos, vão chegar a resultados diferentes. É um erro, um equívoco, o mesmo caminho vai levar ao mesmo lugar.

Sobre o discurso da campanha de Dilma, de “pregar o medo dizendo que os adversários vão acabar com programas sociais como Bolsa Família ou Prouni“, o presidenciável disse que vai melhorá-los.

- Nosso governo vai acabar é com a corrupção, com o patrimonialismo.

Eduardo Campos sublinhou que o projeto da chapa não é eliminar ninguém, mas construir uma governabilidade "ficha limpa" a partir do dia 1º de janeiro. Admitiu as dificuldades da coligação com Marina Silva (Rede), mas disse que não havia outro caminho “coerente”. Adiantou propostas de governo e prometeu, como Aécio, fazer a reforma tributária no primeiro ano de governo.

- Escolhemos o caminho mais desafiador, mas o único coerente - destacou o socialista.

Marina compara aliança com PSB a uma gestação
O discurso da ex-senadora Marina Silva foi anunciado especialmente pelo candidato a presidente, que assumiu o posto de mestre de cerimônias. Ela começou seu discurso agradecendo primeiramente a Deus e iniciou a defesa da nova política. Para Marina, a aliança com Eduardo Campos significa vida nova, a mudança com qualidade, capaz de preservar e ampliar as conquistas, além de aprofundar a democracia.

- Hoje completa nove meses do nosso encontro. É uma gestação. É como a beleza de colocar uma vida nova no mundo. E digo aqui: essa criança nasceu! - exaltou Marina, ao comemorar a oficialização da chapa Eduardo e Marina.

Ao falar das divergências da aliança da Rede com o PSB de Eduardo Campos, a ex-senadora Marina Silva recorreu a ensinamentos aprendidos com os povos da floresta . Ela disse que está enganado quem pensa que ela e Eduardo só conversam sobre "ingrisias", e que, ao contrário, conversam, trabalham, sonham e lutam para levar a frente o projeto de mudar a política brasileira. Citando sua avó, que a criou, disse que o povo da floresta "não foge com medo do balançar do rabo da serpente", pelo contrário, aí é que sabe que está no caminho certo.

- Quando a cobra balança o rabo é porque ela sabe que foi acertada, e foi acertada na cabeça - disse Marina, ao falar da solidez da aliança com Campos.

Dirigindo-se à militância e aos delegados presentes, a ex-ministra pediu que seja feita uma campanha "limpa" e sem agressões.

- Nós temos um pacto de não agressão, de fazer uma campanha limpa. Por favor vamos honrar. Nossa campanha, da nossa militância, tem que ser uma campanha limpa - lembrou.

Sem citá-lo, Marina criticou a declaração de Aécio de que um tsunami varreria o PT do poder, e o atual governo, que adota a estratégia do medo da volta a um passado pior do que o presente.

- Ninguém pode construir nada grandioso apelando para as forças mais furiosas da natureza como metáfora para a política. Também não se constrói nada com base no medo. O medo não é uma energia boa para acalentar sonhos - disse Marina, defendendo a "alternância de poder".

PSB em Minas
O ex-deputado Tarcísio Delgado, candidato do PSB que vai disputar com os tucanos e o PT o governo de Minas Gerais, foi saudado por ela como o novo governador. O presidente do PSB mineiro, Júlio Delgado, que cedeu a vaga ao pai, diz que o discurso já tem e será o mesmo que sustentou o rompimento do PSB com o governo federal: fadiga de material.

Delgado admitiu que a decisão de romper com os tucanos em Minas gerou conflitos internos, como com o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, e o dirigente do Atlético, Kalil, que seria candidato a deputado federal e um dos puxadores de votos para Eduardo no estado. Mas disse que dissidentes de outros partidos, como o PMDB, vão se juntar pela candidatura de Tarcísio.

- Márcio Lacerda está bravo, é dissidente. Disse que vai pedir licença do partido e vai sair da campanha. esperamos que ele possa digerir essa decisão e mudar de ideia - disse Júlio Delgado.

Os militantes socialistas, que lotaram o Centro de Convenções onde se realizou a convenção do PSB, receberam Campos e Marina com gritos de “Ei Dilma, sai pra entrar Dudu!!”. O grito de guerra é uma adaptação da vaia dada a presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa, no Itaquerão, em São Paulo. No palco, estão lideranças políticas de todos os matizes, do representante do Partido Comunista Chinês e Partido Socialista argentino ao ex-democrata e hoje socialista Heráclito Fortes, candidato a deputado federal pelo Piauí.

- Sou socialista desde criancinha, mas só agora tive oportunidade de exercer! Trouxe até o mais novo representante da família socialista para prestigiar a convenção - disse Heráclito Fortes, mostrando o netinho.

O pré-candidato do PSB ao governo do DF, senador Rodrigo Rollemberg, foi um dos primeiros a chegar. Repetindo o que vem sendo dito incansavelmente por Campos, Rollemberg afirmou que a presidente Dilma Rousseff entrega o Brasil pior do que recebeu e que Eduardo e Marina são os únicos que representam o desejo de mudança da população, identificado em pesquisas.

- Quem representa o desejo de mudança da população brasileira é Eduardo e Marina. A população brasileira não quer nem o que está aí, nem quer voltar ao passado, quer construir um novo momento da história sustentado em valores como ética, inovação, sustentabilidade, eficiência. A presidente Dilma teve todas as oportunidades e está entregando o Brasil pior do que recebeu. Ela não tem condições, não tem credibilidade, para se apresentar como instrumento de mudança nenhuma. Ela representa uma continuidade ruim para o Brasil - afirmou Rollemberg, que se aliou, no DF, ao puxador de votos José Antônio Reguffe, deputado mais votado nas últimas eleições e que em outubro tentará o Senado.

Rollemberg apontou que hoje o país está crescendo menos, enfrenta uma crise energética e retrocesso na área ambiental, esta última a principal bandeira de Marina, que já foi ministra do Meio Ambiente de Lula.

O senador socialista disse ainda que a candidatura do PSB também difere da do tucano Aécio Neves e que isso ficará claro para a população a partir do início da campanha, em 5 de julho. Rollemberg afirmou que o partido não está preocupado com o fato de a candidatura Eduardo-Marina ainda não ter decolado e que muito mais do que os 20 milhões de votos que Marina conseguiu nas últimas eleições aparecerão nas urnas.

- O voto só acontece no momento da eleição. Não serão 20 milhões de votos que Eduardo e Marina terão. Terão muito mais.

PPS confirma aliança com Eduardo e Marina para mudar o Brasil

Assessoria PPS - Portal

Numa grande festa que reuniu mais de duas mil pessoas em Brasília foi oficializada neste sábado, em convenção conjunta do PPS, PSB, Rede, PHS, PPL e PRP, as candidaturas de Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede) à Presidência da República. A chapa que vai mudar o Brasil mostrou sua força sendo saudada com gritos de guerra como “Brasil, pra frente, Eduardo presidente” e “Coragem para mudar o Brasil, eu vou com Eduardo e Marina”.

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), criticou o que chamou de “salada de partidos” que se juntou para garantir o tempo na propaganda eleitoral à candidata do governo, Dilma Rousseff (PT), numa “clara demonstração de fisiologismo e clientelismo” partidário.

“É um péssimo exemplo. São 39 ministérios se ajustando para tempo de televisão, não para construir um projeto para o Brasil. Isso evidentemente tem de ser por nós não apenas condenado, mas servir de alerta para tentarmos firmarmos algo distinto nesse processo”, conclamou.

Freire disse que a aliança tem partidos com “visão de mundo e concepções políticas diferentes” e o que a coligação precisa e “bem definir” o que une as legendas em torno de Campos. “Não é o discurso do que nós somos do velho Partido Comunista Brasileiro, hoje PPS, que vai significar a campanha de Eduardo Campos. O que queremos é contribuir para o que ele, ao juntar outros partidos, com histórias e posições distintas, para que [essa união] possa significar um projeto político para o país”, afirmou.

Para o presidente do PPS, a união em torno de Campos significa a “boa política” para a superação da “má política, da degradação, da desmoralização e do desmantelo que causa indignação da sociedade”, protagonizados pelo governo do PT.

“Eduardo Campos representa para o Brasil uma agenda de desenvolvimento, um projeto nacional, algo que tem relação com a superação do medíocre momento que vive a economia brasileira”, afirmou, ao criticar o que chamou de “populismo fácil” das escolhas feitas pelo governo nos últimos quatro anos.

Roberto Freire disse ainda que o programa comum da coligação é a mudança contra o risco da perda de uma das maiores conquistas da sociedade brasileira últimas décadas, a estabilidade econômica com o fim da inflação.

“É um encontro histórico do velho PCB com o PSB, na Frente do Recife, barrada pelo golpe de 1964. Continuamos juntos em torno de um programa de mudanças que significa Eduardo Campos e Marina Silva”, disse.

Eduardo Campos prega união do Brasil para vencer eleição e mudar o país
O candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB), disse hoje em Brasília que ele e Marina Silva escolheram o caminho do desafio para mudar as velhas práticas no poder central que vem ocorrendo nas últimas duas décadas. E que sua campanha difere da dos demais adversários porque ele não tem a intenção de dividir o país.

As declarações foram feitas no encerramento das convenções nacionais dos partidos que selaram a aliança com o PSB na corrida ao Palácio do Planalto.

"Os que se revezam no poder nos últimos 20 anos perderam a energia renovadora. Eles tentam convencer que vão fazer diferente, mas deixaram se dominar pelas velhas práticas mofadas, ultrapassadas sem se darem conta da agenda das ruas. Nós rejeitamos a trilha fácil", disse.

Campos também garantiu que vai manter os programas sociais criados ao longo dos últimos anos e que rechaça a campanha do medo que vem sendo praticada, principalmente, pelo PT.

"Não se pode ficar olhando para trás, não se pode achar que a disputa do passado será com a disputa do passado, é preciso acabar com esta política rasteira do medo. Ficam querendo dizer que no nosso governo vamos acabar com a bolsa família. Vamos acabar é com a corrupção, com o clientelismo, vamos manter o Prouni, o Minha Casa Minha Vida, a estabilidade da moeda, e manter a democracia", destacou.

O candidato do PSB disse que o Brasil quer um novo governo.

"O Brasil quer antes de tudo alguém que simplifique a vida do cidadão e não alguém que crie dificuldade para vender facilidades. O Brasil exige e vamos fazer um governo com o povo e com a sociedade. Não para os políticos e poderosos", acrescentou.

Economia
Eduardo Campos também prometeu romper com a fórmula que tomou conta do país no governo Dilma no campo econômico: juros altos e crescimento pífio.

"É preciso inverter a equação e retomar o crescimento sustentável, jogar a inflação para baixo e o crescimento para cima. Vamos fazer uma reforma tributária já no primeiro ano de governo. Nesta reforma vamos salvar os municípios da quebradeira que Dilma levou. Os prefeitos estão de joelhos, mendigando em Brasília. Queremos recuperar a indústria, pois não aceitamos a maldição colonial", afirmou o presidenciável.

Campos também disse que, se vencer a eleição, cuidará de salvar patrimônios dos brasileiros que estão sendo corroídos pelo atual governo como a Petrobras e o setor elétrico.

"O Brasil tem jeito e quem vai dar jeito ao país é povo brasileiro. Eu e marina estamos prontos para fazer a mudança no país para construir a vitória que o Brasil deseja", finalizou o candidato.

Marina defende modelo sustentável de desenvolvimento
A candidata vice-presidente, Marina Silva, afirmou que a aliança permitirá o aprofundamento da democracia em um período difícil enfrentado pela sociedade. Para ela, o momento pede mudanças com qualidade e ousadia enfrentando novos desafios, mantendo os acertos e corrigindo erros. Ela defendeu a implementação de um modelo sustentável no Brasil e o fim dos modelos predatórios que prejudicam toda a nação.

“Precisamos de modelos sustentáveis de desenvolvimento e parar com o desperdício dos nossos recursos naturais. Um país detentor de tantas riquezas tem que saber que precisa aumentar a sua produtividade de forma inteligente por meio da ciência e tecnologia. Não podemos prejudicar as futuras gerações”, disse.

Marina destacou que a aliança conseguiu manejar as dificuldades e avançou nos últimos nove meses. A candidata frisou que o seu compromisso e o de Eduardo é maior que o medo. “Não adianta as pessoas dizerem que tínhamos ingresias. A todo momento estivemos juntos, conversando. Acima de nós estará a responsabilidade de não nos perdermos no caminho. Trabalhamos, sonhamos e lutamos pelo país que queremos. Essa aliança é inédita no país”, afirmou.

A candidata a vice defendeu a alternância de poder e uma nova agenda para a nação. Ela adiantou que o país precisa de uma nova agenda, já que muitas coisas são impossíveis de serem realizadas em quatro ou oito anos. Ela adiantou que as mudanças serão feitas de fato pela sociedade brasileira. “Temos esperança de dialogar com as diferenças. Queremos uma campanha limpa”, defendeu.

Do PPS, participaram da mesa, além de Freire, os deputados federais Arnaldo Jardim (SP), Sandro Alex (PR), Carmen Zanotto (SC), o prefeito de Vitória, Luciano Rezende, o vice-prefeito de Manaus, Hissa Abrahão, o ex-ministro e vereador de Recife Raul Jungmann, a ex-vereadora Soninha Francine e o tesoureiro nacional do PPS, Regis Cavalcante.

PSB confirma candidatura de Eduardo Campos à presidência

• Convenção realizada em Brasília também lançou o nome de Marina Silva como vice da chapa

Amanda Almeida – Correio Braziliense

Em discurso com promessas e ataques ao PT e ao PSDB, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos foi lançado oficialmente, na manhã deste sábado (28/6), candidato do PSB à Presidência da República, em Brasília. Ao lado da ex-ministra Marina Silva, que será vice na chapa, Campos mostrou que adotará na campanha estratégia de se colocar como alternativa para o eleitor que não quer mais PT e PSDB à frente do Palácio do Planalto. “(É preciso) romper com a velha lógica dominante, que se revezam no poder do Brasil ao longo desses 20 anos e tentam convencer o povo de que agora vão fazer diferente”, atacou.

Na convenção, antes do jogo do Brasil, Marina teve papel de destaque. A foto da ex-ministra de mãos dadas com Campos, no mesmo plano e com o mesmo tamanho do ex-governador, ilustrava o palco. O jingle da campanha, uma mistura de samba e rap apresentada no evento também a coloca em pé de igualdade com Campos: "Coragem para mudar, eu vou de Eduardo e Marina".

A ex-ministra discursou praticamente o mesmo tempo que Campos. De acordo com pesquisas internas do partido, quando Marina é apresentada como vice na chapa, as intenções de voto em Campos crescem. Antes do discurso de Campos e Marina, foi apresentado um vídeo com a trajetória dos dois. Sobre o ex-governador de Pernambuco, o locutor lembrou que ele foi ministro de Ciência e Tecnologia no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista aparece rapidamente no vídeo empossando Campos.

Agora, em lados opostos, o ex-governador acusa Lula de fazer parte do que chama de "velha política". No vídeo, Campos é relacionado ainda ao avô Miguel Arraes, falecido em 2005 e governador de Pernambuco por três vezes. Já Marina é ligada a Chico Mendes, ativista ambiental, assassinado em 1988, em meio à luta pela preservação da Amazônia.

Além de críticas aos adversários, Campos fez várias promessas, como a apresentação de um projeto de reforma tributária no primeiro ano de governo e o ingresso de todas as crianças e adolescentes na escola integral em quatro anos. O ex-governador fez discurso rápido, com pressa para encerrar a convenção antes do início do jogo do Brasil. Segundo os organizadores, a data foi marcada antes de a seleção seguir para as oitavas de final.

Campos tentou, ainda, se desvincular do adversário tucano, senador Aécio Neves (MG), com quem mantinha boas relações. Ele ironizou uma declaração de Aécio de que “os partidos da base estão sugando o governo, mas depois irão para seu palanque”. “Vamos acabar com esse suga suga. Sugam de um lado hoje, para depois sugar do outro lado. E tem gente que acha isso bem bonito. Isso é inaceitável”, disse.

Já a ex-ministra Marina Silva minimizou os desentendimentos entre seu grupo e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos por alianças locais. Ela negou que os dois tenham cogitado romper o acordo para chapa à Presidência da República.
Marina chamou a crise entre a Rede e o PSB como "aquele momento que vocês achavam que existia entre a gente". Ela brincou dizendo que o momento de quase rompimento foi quando um assessor colocou uma bandeja com a comida dela na frente de Eduardo.

"Então, ele disse: eu discuto tudo, coloco o que você quer no programa, mas comer a comida de a Marina nunca. A aliança acaba", brincou. Marina segue uma alimentação especial, muito restrita, por causa de doenças. Marina fez ainda vários elogios ao parceiro, numa tentativa de mostrar sintonia. A três semanas, ela criticou a decisão de Eduardo de apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo.

Aécio diz que indicação de vice pode ter 'surpresas'

• Candidato tucano à Presidência, senador vai anunciar nome da chapa na segunda: 'Temos nomes qualificados dentro e fora do PSDB'

Ângela Lacerda - O Estado de S. Paulo

CARUARU – Em uma passagem de 50 minutos em Caruaru, no agreste pernambucano, a 130 quilômetros do Recife, no final da noite desta sexta-feira, 27, o senador Aécio Neves (PSDB) disse que o anúncio do candidato a vice-presidente na sua chapa, na segunda, 30, poderá surpreender. Entre os nomes mais cotados estão o senador cearense Tasso Jereissati – que poderá agregar votos na região Nordeste – e a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie. Ambos tucanos.

“Podemos ter surpresas”, disse ele. “Temos nomes qualificados dentro e fora do PSDB”.

Indagado sobre a importância do vice, ele afirmou que “os vices devem, de alguma forma, complementar a ação do candidato”. “É muito difícil ter um vice que você diga ‘olha, esse vice decide a eleição’”, observou. “Não é da tradição brasileira, as pessoas votam no candidato”. Frisou estar tranquilo em relação ao assunto: “no nosso caso, o problema é a fartura de nomes qualificados”.

Aécio se derramou em elogios tanto em relação a Tasso como a Gracie. Sobre ela, disse que o seu nome agrada a setores importantes do seu partido. “Uma mulher com uma belíssima história de vida, um conhecimento grande das questões de segurança pública, primeira mulher presidente do STF”.

Em relação a Tasso, disse ser um nome sempre bem lembrado e com quem conversa quase todos os dias. “Conversei com ele hoje (27) mesmo”.

O senador chegou às 22h55 à festa junina de Caruaru, vindo de Campina Grande (PB). As duas cidades disputam quem faz o melhor São João do Nordeste. Recebido pelo prefeito da cidade, Zé Queiroz (PDT), Aécio caminhou pelo Pátio do Forró acompanhado do presidente estadual do partido, deputado federal Bruno Araújo e de lideranças tucanas no Estado.

Posou para fotos com populares, passeou pela cidade cenográfica – reprodução de uma pequena cidade interiorana e seus costumes – pelo polo das quadrilhas, por um teatro de mamulengos, reverenciou uma grande estátua do “rei do baião” Luiz Gonzaga e tomou água em um restaurante instalado em meio à festa.

Durante todo o percurso, deu entrevistas. À afirmação de um repórter de que Pernambuco está dividido entre os candidatos Eduardo Campos (PSB) e a presidente Dilma (PT), ele considerou natural que Campos tenha uma “belíssima votação” no Estado que governou, e brincou: “Será que não sobra nenhum (voto) para a gente?”

'Minha vice pode ser uma mulher', diz Aécio em Pernambuco

Daniel Carvalho – Folha de S. Paulo

CARUARU (PE) - Em sua segunda visita ao Estado do ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE) em duas semanas, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) indicou no fim da noite desta sexta (27) que manterá em segredo o nome do escolhido –ou escolhida– para ocupar sua vice até segunda-feira (30).

Em visita ao São João de Caruaru, no agreste de Pernambuco, Aécio disse que é possível haver "surpresas" no anúncio de quem ocupará a vice de sua chapa na disputa presidencial e afirmou que pode inclusive ser uma mulher.

"Na segunda-feira, vamos identificar e anunciar o nosso ou a nossa vice", afirmou. "Pode ser um homem ou pode ser uma mulher", completou.

Na liderança das bolsas de apostas estão os nomes do ex-governador do Ceará Tasso Jereissati, do senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) e da ex-ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Ellen Gracie, todos tucanos.

Segundo Aécio, a favor de Ellen Gracie pesa o fato de ela ser um nome que "agrada setores importantes do partido".

Já Jereissati tem a seu favor a origem nordestina, região que tem merecido atenção especial do candidato mineiro por ter eleitorado cativo de seus adversários Dilma Rousseff e Eduardo Campos.

Questionado sobre o perfil de vice que desejava, Aécio disse preferir uma composição com alguém "complementar".

"Acho que o vice é complementar. É muito difícil você ter um vice que você diga 'olha, esse vice decide a eleição'. Não é da tradição brasileira. As pessoas votam no candidato", afirmou.

'Gol de primeira'
A visita de Aécio à "capital do forró" durou menos de uma hora. O mineiro vinha de uma maratona que começou no Piauí, passou pela Paraíba, onde visitou o São João de Campina Grande, e terminou em Caruaru.

Se na Paraíba o senador posou de cangaceiro com direito inclusive a chapéu de couro, em Pernambuco ele foi recebido com fogos e quadrilha junina pelo prefeito José Queiroz (PDT), aliado de Campos.

O presidenciável circulou pela festa junina acompanhado de um grupo de tucanos.

Posou para fotos com frequentadores da festa de São João da cidade e até chutou uma bola. Ao fazer gol numa pequena barra logo na primeira tentativa, um correligionário comemorou: "Fez de primeira? Então é vitória no primeiro turno".

Desconhecido
Mas nem todos sabiam quem era aquele homem que chamava a atenção pelo tamanho da comitiva.

"Quem é que está aí?", perguntou à Folha a funcionária pública Ivete Silva, 72. "É Aécio Neves", respondeu a reportagem. "E ele está onde?", indagou Ivete. Ao ser informada de que o candidato era o homem bem atrás dela, ela o abraçou.

"Conheci ele agora. Achei muito simpático", disse à reportagem após o encontro. Questionada sobre em quem votaria, desconversou. "Pelo amor de Deus, cala a boca. Não posso dizer. Sou funcionária pública", afirmou.

Outro que tinha dúvidas sobre quem era o presidenciável foi o estudante Yago dos Santos, 18. "É candidato a senador, é?", perguntou à Folha.

"O nome eu já sabia, mas não conhecia esse homem não. Vou votar nele. Achei gostoso. Gostei do que vi. Achei gato", disse o estudante.

‘Somos irmãos, de sonhos e de convicções’, diz Aécio em Goiás

- Agência Estado

GOIÂNIA (GO) - O presidente nacional do PSDB e candidato do partido à Presidência da República, senador Aécio Neves, participou neste sábado (28) da convenção do PSDB-GO, que confirmou a candidatura à reeleição do governador goiano Marconi Perillo. A 12 mil pessoas que lotaram a Goiânia Arena, Aécio lembrou o governo JK e a construção de Brasília para destacar que é hora de resgatar a parceria destinada a desenvolver novamente o estado de Goiás.

“Somos parceiros e somos irmãos, de sonhos e de convicções. E quando venho a Goiás, vejo a sua força, Marconi, é o reconhecimento da sua gente. O que eu posso dizer é que dentro de apenas três meses, exatos três meses, Goiás e o Brasil vão comemorar juntos a vitória da ética, a vitória da eficiência, a vitória do trabalho”, disse Aécio.

O discurso do senador foi o ponto alto do lançamento da candidatura de Perillo, que terá com o apoio de uma coligação de 17 partidos.

“Somos hoje um só corpo, uma só alma, um só coração a pulsar. Vamos resgatar parcerias de Goiás com o governo federal”, disse Aécio.

Ainda em seu pronunciamento na convenção, que lançou ainda os nomes de José Vilton para vice-governador e de Vilmar Rocha ao Senado Federal, Aécio Neves elogiou a energia da convenção do PSDB-GO.

Mudança
Aécio defendeu que, na política, haja continuidade dos bons exemplos de administração pública – como a gestão de Marconi Perillo – e a modificação do que não vai bem, como o governo federal.

“O que vem dando certo tem que continuar. Marconi vai continuar a governar Goiás. E o que vem dando errado tem que mudar. Por isso, nós vamos restabelecer no Brasil a decência e a eficiência na vida pública”, afirmou o tucano.

Aécio diz que respeita decisão de Kassab

• Em convenção do PSDB de Goiás, presidenciável troca afagos com o governador Marconi Perillo

Cristiane Jungblut – O Globo

GOIÂNIA - Ao participar da convenção do PSDB de Goiás, o candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), disse que é preciso respeitar a decisão do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, em relação à aliança em torno do candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf. O governador de São Paulo e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), chegou a oferecer a Kassab a vaga da chapa ao Senado.

- Soube pelos jornais. É decisão dele, tem que ser respeitada. Sou amigo do Kassab - disse Aécio ao GLOBO.

Ele voltou a dizer que o problema de seu vice é o "excesso" e não a falta de nomes e informou que anunciará, na segunda-feira, o escolhido e que este “será alguém para complementar a chapa”.

Dentro do PSDB há uma preocupação em que o cargo de vice não seja ocupada pelo ex-senador José Serra. Os aliados de Aécio querem um nome que agregue mais ao partido e à campanha.

O presidenciável ainda fez críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff, afirmando que é preciso haver uma "mudança segura e verdadeira no país".

- Estamos nos preparando para vencer as eleições e dar ao Brasil um governo que possa unir decência e eficiência, duas coisas em falta hoje no governo federal.

Com a voz rouca, Aécio fez um rápido discurso na convenção, em apoio à reeleição do governador Marconi Perillo (PSDB). O tucano lembrou que, há 60 anos, foi um mineiro a descobrir o Centro-Oeste, numa referência ao presidente Juscelino Kubitschek. Ele disse que agora chegou o momento de um mineiro fazer esta parceria entre Goiás e o governo central.

- Dentro de apenas três meses, Goiás e o Brasil vão comemorar juntos a vitória da ética, da eficiência e do trabalho. Na política, o que vem dando certo tem que continuar. Mas, na política, o que vem dando errado tem que mudar. Por isso, vamos restabelecer no Brasil a decência e a eficiência na vida pública - disse Aécio, com a voz sumindo em vários momentos.

Em seu discurso, Perillo apresentou Aécio como continuidade do espírito de JK e do avô do presidenciável, Tancredo Neves.

No telão, várias mensagens de tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de José Serra. Fernando Henrique lembrou sua ligação familiar com Goiás Velho e chegou a dizer que foi de um dos governos de Perillo que tirou a ideia dos programas sociais que deram origem ao Bolsa Família.

De camisa branca, que virou figurino de sua campanha, Aécio ainda ouviu a cantora Roberta Miranda cantar o Hino Nacional e a música "Vá com Deus". Depois dos discursos, o locutor encerrou assim: "vamos pôr fim em mais uma ditadura", referindo-se ao governo do PT.

Marconi Perillo tem uma aliança com 17 partidos, inclusive aliados de Dilma, como PP, PR e PROS. O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), discursou em favor do governador, ao lado de Aécio. No plano federal, o PTB está dividido.

O presidenciável tucano, que chegou à convenção às 9h30, em duas horas havia embarcado de volta para o Rio de Janeiro para assistir ao jogo da seleção.

Serra decide ser candidato a deputado federal

Daniela Lima – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - O ex-governador José Serra (PSDB) decidiu se candidatar a deputado federal por São Paulo. Segundo integrantes da Executiva do PSDB, aliados do tucano formalizaram sua inscrição na chapa neste sábado (28).

A decisão ocorre após um impasse interno. Em maio, Serra formalizou em seus canais de internet disposição em disputar o Senado ou uma cadeira na Câmara. Na última semana, no entanto, o governador Geraldo Alckmin ofereceu a vaga de senador ao PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab. Houve reação de líderes do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidenciável da sigla, senador Aécio Neves (MG), que defendiam Serra como o nome para o posto.

A desavença interna levou o ex-prefeito a abandonar as negociações com o PSDB e se aliar ao candidato do PMDB, o empresário Paulo Skaf, que hoje aparece como o principal adversário de Alckmin em sua campanha à reeleição. Em retribuição ao convite, Skaf ofereceu a vaga de senador em sua chapa ao ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Ele prometeu responder ao convite na segunda-feira (30), mas o PMDB está confiante de que aceitará a empreitada.

O impasse em torno da vaga também levou Serra a optar por disputar uma vaga na Câmara. Dirigentes do PSDB de São Paulo disseram ao ex-governador que não poderiam garantir que ele seria o único candidato a senador da chapa de Alckmin, que conta com o apoio de 14 partidos. Isso reduziria muito o tempo de propaganda na TV a que o tucano teria direito.

Os principais aliados de Serra esperam que sua candidatura à Câmara amplie a votação na legenda no Estado e garanta o aumento da bancada de deputados federais alinhados ao PSDB.

Serra participará amanhã da convenção que irá sacramentar a candidatura de Alckmin à reeleição. Está previsto um discurso do ex-governador. A decisão do PSDB sobre quem será seu candidato ao Senado deve ficar para a segunda-feira (30). Não está descartada que a chapa de Alckmin tenha mais de um candidato ao cargo. Só o PSDB tem dois nomes à disposição: o dos deputados José Aníbal e Mendes Thame. Há ainda interesse de dirigentes do PTB de emplacar uma candidatura ao posto.

Campos e Marina atacam PSDB e PT de olho no 2º turno

João Domingos, Isadora Peron e Daiene Cardoso - Agência Estado

Aclamado ontem pela convenção do PSB candidato a presidente da República, com a ex-ministra Marina Silva na vice, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos atacou os governos do PSDB e do PT "pelo que não fizeram nos últimos 20 anos". As mais duras críticas, porém, foram direcionadas ao também candidato à Presidência, o tucano Aécio Neves, de quem resolveu se distanciar nos últimos meses com a avaliação de que poderá disputar com ele uma vaga em eventual segundo turno da eleição.

"Conosco vai acabar essa história de suga-suga", disse Campos, numa referência à sugestão feita por Aécio aos partidos aliados à presidente Dilma Rousseff, na semana passada. O tucano disse que as legendas podiam sugar o quanto pudessem do governo nas negociações por mais ministérios em troca de tempo na TV para depois se aliarem a ele. "E tem gente que acha isso bonito, bem bonito", disse o candidato do PSB, numa crítica ao adversário. "O povo é cumpridor de seus deveres e exige respeito à sua luta", afirmou.

Campos, que se apresenta como uma terceira via que pretende vencer a polarização PT-PSDB ocorrida nas últimas campanhas, fez críticas ao governo Dilma. "Vamos salvar os municípios brasileiros da quebradeira que Dilma causou a eles. Os municípios estão de joelhos mendigando em Brasília favores e migalhas que não chegam."

O ex-governador prometeu ainda fazer uma reforma tributária no primeiro ano de mandato, recuperar a indústria brasileira e salvar a Petrobrás e o setor elétrico do País. "Vamos retomar o crescimento sustentável da economia brasileira, jogar a inflação para baixo e o crescimento para cima", afirmou.

Mesmo com alianças do PSB nos Estados firmadas com PSDB (São Paulo) e PT (Rio), Campos disse que os dois partidos - no poder no plano nacional desde 1995, primeiro com Fernando Henrique Cardoso, e depois com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma - não podem continuar a governar o País e têm de dar lugar às forças políticas renovadoras que, segundo ele, são representadas por sua chapa.

Renovação. "É preciso romper a velha lógica dominante dos que se revezam no poder no Brasil ao longo desses 20 anos. Tentam (PT e PSDB) convencer o povo de que agora vão fazer diferente. Mas já perderam a energia renovadora, porque se deixaram dominar pelo cerco das velhas elites, das práticas mofadas, que não servem para mudar o que as ruas pedem." Segundo Campos, tanto PT quanto PSDB passam o tempo todo olhando para trás, querendo provar que fez mais do que o outro. "Quem quer andar de um novo jeito, rumo a um Brasil mais justo, não pode ficar olhando para trás, não pode ser a eleição a disputa do passado com o passado."

O candidato voltou a dizer que não vai acabar com programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Afirmou que quem diz isso faz política "rasteira e do medo". "No nosso governo nós vamos é acabar com a corrupção. Nós vamos manter o ProUni, o Minha Casa Minha Vida, manter a estabilidade da moeda, a democracia, que é uma conquista do povo." Com o slogan "Eu já fiz e vou fazer", Campos ressaltou os resultados positivos dos 7 anos e três meses que foi governador de Pernambuco, especialmente no combate à criminalidade.

A coligação que dá apoio a Campos tem, além do PSB, PPS, PRP, PPL e PHS. Juntos, os partidos deverão garantir cerca de dois minutos para a propaganda política do pessebista na TV.

PSDB confirma Alckmin e tenta colar Skaf no PT

• Em meio à crise hídrica e diante de um adversário forte não petista, sigla prevê a mais difícil eleição desde que chegou ao poder em SP, há 20 anos

Pedro Venceslau, Ricardo Chapola - O Estado de S. Paulo

Vinte anos depois de chegar ao poder em São Paulo pela primeira vez com Mário Covas, em 1994, o PSDB formaliza hoje a candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin diante da expectativa de enfrentar a sua eleição mais difícil no Estado.

Apesar de o tucano ter aparecido na liderança da última pesquisa Datafolha com 44% das intenções de voto, o partido entra na campanha preocupado com a crise hídrica, desgastado com os desdobramentos da investigação sobre o cartel no Metrô e abalado pela decisão do ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente do PSD, de apoiar o candidato do PMDB, Paulo Skaf, na disputa em São Paulo. A avaliação interna é que o peemedebista será um adversário forte ao ter tempo de TV similar ao de Alckmin na propaganda eleitoral. 

Como o candidato petista, Alexandre Padilha, ainda não decolou nas pesquisas, o PSDB acredita que Skaf vai ser o herdeiro dos votos dos que querem mudanças, mas são antipetistas.

"O PT vai tentar fortalecer os adversários em outro campo e com outra roupagem", disse o deputado Duarte Nogueira, presidente do PSDB paulista. A meta do partido na primeira fase da campanha será tirar de Skaf o selo de terceira via e colar nele a pecha de aliado do petismo, já que seu partido é aliado nacional da presidente Dilma Rousseff. Com isso, o PSDB espera deslocar para o presidente licenciado da Fiesp a polarização entre azuis e vermelhos que marcou as disputas das últimas décadas.

Segundo um interlocutor de Alckmin, a estratégia de forçar uma polarização continua valendo se Padilha "sair da lona". O importante, segundo o PSDB, é evitar que Skaf se consagre como o "novo" e conquiste eleitores antipetistas.

Antídotos. Os tucanos preparam antídotos para combater o que especialistas chamam de "fadiga de material" - o cansaço do eleitorado após muito tempo com o mesmo grupo no poder. Um deles será exibir à exaustão na propaganda partidária as realizações do governo. "Não há fadiga de material. Estar há tanto tempo no governo é nossa maior virtude", disse Nogueira.

Para enfrentar os prováveis ataques sobre o risco de falta d'água, problema que vem sendo atribuído pela oposição à ausência de investimentos do governo, a estratégia tucana é "culpar São Pedro" pelo período sem chuvas. O objetivo do PSDB é transformar o engajamento dos eleitores contra o desperdício de água num trunfo eleitoral. "Não há crise hídrica. O que temos é um problema de estiagem", disse Nogueira.

Em público, o tema foi tratado por Alckmin estritamente como assunto de Estado. Em reservado, porém, a preocupação é com os efeitos eleitorais que o risco de falta d'água pode causar até o início da campanha.

Picciani:‘Não vai ter negócio de três palanques, não’

• Peemedebista calculou cada passo até levar o PMDB estadual a se rebelar contra Dilma

Juliana Castro e Maiá Menezes – O Globo

RIO — “Eduardo, tá tranquilo. Diz que a unidade é aqui pelo Rio e pronto. Vamos dobrar a campanha do (Luiz Fernando) Pezão para ganhar", assim o presidente regional do PMDB, Jorge Picciani, recebeu a ligação do prefeito Eduardo Paes (PMDB), na última quarta-feira, durante o café da manhã em um hotel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Uma deferência do prefeito, que ajustava com Picciani o tom da entrevista que daria à rádio CBN, em seguida, para justificar a informação publicada pelo GLOBO de que organizaria a base eleitoral da presidente Dilma Rousseff no Rio.

Em troca de mensagens com o ex-governador Sérgio Cabral e com Paes, o peemedebista monitorava passo a passo os desdobramentos da aliança que engendrou com o DEM do ex-prefeito Cesar Maia. E que sacramentou a adesão ao movimento que surgiu como uma dissidência no PMDB, o “Aezão”, de apoio ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. Paes não engoliu o nome de Cesar, seu desafeto e ex-padrinho.

Incluir Cesar Maia na aliança demandou uma longa negociação, que começou com um encontro na casa de Aécio Neves, no Rio, há oito meses. A última resistência a cair foi a de Pezão, que tem relação pessoal com a presidente Dilma. Incumbência dada a Picciani por Cabral.

— Espero que a relação do Pezão com a Dilma não estremeça. É difícil não estremecer. Vai ser natural. Daqui a pouco o jogo vai ser duro. Não vai ter negócio de três palanques, não. Vai ser um único — prevê Picciani.

Pezão já disse que seu palanque vai contar com três candidatos à Presidência: Dilma, Aécio e o Pastor Everaldo (PSC).

Sempre de braços dados com o poder, lançando mão de uma forte — e controvertida — atuação nos bastidores, Picciani começou há um ano e três meses sua engenharia pró-Aécio. Uma operação deflagrada, segundo ele, depois de programa eleitoral do PT que batia severamente no governo Cabral. O presidente do PMDB e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) diz que sua decisão se alimentava a cada movimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para garantir a reeleição da presidente Dilma, entre eles a aproximação com o ex-governador Anthony Garotinho, candidato ao governo do Rio pelo PR, e a articulação em prol do nome Lindbergh Farias (PT) ao governo. A visão que Picciani tem de Lula, ex-aliado, é de um adversário ferrenho:

— Quem comanda esse movimento é o Lula e os que estão presos. Dentro de um jogo político que ele passou a compreender muito bem, até se transformar talvez no político mais pragmático de todos os tempos. Havia um projeto nacional do PT, que foi se desenvolvendo para perpetuar o partido no poder, tornando o PT quase que um partido totalitário. Isso é perigoso para a democracia — diz Picciani.

Ele afirma que o placar de 41% dos convencionais a favor do rompimento com o PT, na convenção nacional do PMDB, no último dia 10, é sinal de derrota para os petistas. Diz que divergir faz parte do jogo. E conta uma passagem da convenção para ilustrar. Deu um abraço no vice-presidente Michel Temer e disse: “estou aqui para te derrotar".

Pesquisas, uma obsessão
O presidente regional do PT, Washington Quaquá, desqualifica os métodos de Picciani para atrair aliados. Ele sustenta que o presidente do PMDB cresceu em um espaço criado por Cabral:

— O Picciani não tinha poder nenhum. Se o governador (Cabral) não tivesse dado a ele as condições políticas para fazer as operações, ele não tinha feito nada. Ele não tem força nenhuma, não fosse o Cabral dar força para ele. Além disso, eles têm a máquina administrativa, têm dinheiro — acusa.

Formado em contabilidade e estatística, Picciani é obcecado por pesquisas. O sobe e desce eleitoral dos presidenciáveis no estado é acompanhado de forma sistemática por ele, que mostra um e-mail que trocara com Cabral na semana passada. O assunto: “Queda de Dilma”. O comentário do ex-governador:

“Impressionante!”. Outra obsessão do peemedebista, que se tornou um jargão de campanha é a expressão “Homem de palavra”.

— Eu não minto. Eu até omito, se não puder falar — diz.

Acordo feito com ele, afirma, é acordo cumprido. Tinha, em 2010, uma certeza matemática de que venceria as eleições ao Senado. Amargou uma derrota (teve 20,73%) contra Lindbergh e Marcelo Crivella (PRB). E se sentiu traído por aliados que lhe afiançaram apoio. Garante que a mágoa não o move. Mas é lacônico ao falar de Lindbergh Farias, eleito com 66,08% dos votos. Perguntado se tem alguma relação com o ex-aliado responde: “Zero”.

A lealdade que ele alega levar para o dia a dia de suas articulações é a que ele cobra dos aliados:

— Aquela nota do Paes (chamando de bacanal a aliança com o DEM) foi com o intestino. Não dá para fazer política com o intestino — disse Picciani, para em seguida dar o recado:

— O Paes não precisa fazer a campanha do Cesar. O que ele precisa é respeitar a aliança. Da mesma forma que a gente respeita ele estar ao lado da Dilma.

No raciocínio de Picciani, o tucano, Pezão e Cesar se alinham no campo que ele qualifica de “formadores de opinião”, com escolaridade alta e bom nível salarial.

— Eu precisava de um movimento oficial, não oficioso. O Aezão era muito legal, muito bacana, reuniu muita gente, mas era oficioso — capitaliza o ex-deputado, afirmando não ter agido “por orientação nem por incentivo” de Cabral, que também se irritou com as críticas do PT:

— Ele tinha ciclos de irritação e voltava ao chão. Ele me pedia para ter calma.

Enquanto tocava as articulações, ele organizava uma festa de casamento para 700 pessoas com Hortencia Oliveira, de 26 anos. Casado por 30 anos, Picciani se separou logo depois da derrota de 2010. Aécio Neves foi o convidado mais assediado do evento, ocorrido no dia 10 de maio.

Na política há 23 dos seus 59 anos, Picciani já teve aliados de variados matizes políticos, mas diz ser até hoje “um brizolista”. Foi um dos fiadores da candidatura de Garotinho ao governo do Rio em 1998.

Com a caneta, alianças
Há trinta anos, é pecuarista. Em 2010, recebeu multa de R$ 1,5 milhão da Receita Federal por sonegação, referentes aos exercícios fiscais de 2000 a 2003. A série “Homens de Bens da Alerj”, publicada em 2004, indicava o crescimento patrimonial de 1.065% dos bens do deputado, que também é ex-fiscal de rendas, em dez anos. Quando os adversários querem atingi-lo, lembram denúncias, já arquivadas, de que havia trabalho escravo em suas fazendas.

“Firme” para uns, “rude”, para outros, Picciani admite que é “duro”, em “alguns momentos”.

— O argumento dele é a expectativa de poder. Ele apresenta o espaço que os partidos podem ocupar — analisa um aliado do peemedebista.

— Ele já tem o xadrez dessa eleição na cabeça. Já está pensando na outra. Ele está sempre na frente, onde a cabeça das pessoas ainda não chegou — diz uma ex-funcionária dele.

É um olho no futuro, e outro cobrando a fatura do passado. Picciani garante que, ao unificar o PMDB, “fez uma diferença na campanha de Eduardo Paes para o segundo turno (em 2012)”.

— Ele (Paes) estava muito assustado quando ganhou a primeira vez, porque fez uma aliança ampla no primeiro turno. Eu disse a ele: eu sou é brizolista. E o Brizola dizia o seguinte: “está com a caneta na mão, faça aliança”. Mas não me venha fazer uma coisa que não queira.

Para o futuro, afirma que “o Eduardo vai compreender que não vai caber um setor só do partido ter 2016 e 2018”. No tabuleiro do futuro, Picciani defenderá o nome do filho, o deputado federal Leonardo Picciani, para a prefeitura. E Paes o de Pedro Paulo, ex-chefe da Casa Civil de seu governo.

O prefeito seria o nome para concorrer ao governo em 2018.

Para si mesmo, os cenários também estão traçados.

Ainda influente na Alerj, é para a Casa que pretende voltar em 2015. Para o caso de vitória de Pezão, planeja assumir posto-chave no governo. Caso o governador perca, o presidente do PMDB já trabalha com a possibilidade de retornar à Presidência. Desta vez, como oposição.

Lula e FH cooperaram para mudar visão americana sobre PT

• Sigla, junto com PSDB, dialogou com EUA antes da posse, aponta livro

Alexandre Rodrigues – O Globo

RIO — Quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu a primeira eleição para a Presidência da República, em 2002, deputados americanos do Partido Republicano alertaram o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Temiam a formação de um "eixo do mal" na América Latina, com a combinação de Lula com o venezuelano Hugo Chávez e o cubano Fidel Castro. Os argumentos alimentavam especulações de calote no mercado financeiro. Assim que as urnas foram apuradas no Brasil, a futura relação de Lula e Bush foi desenganada por políticos, analistas e a imprensa internacional diante de perfis políticos tão distintos: um ex-sindicalista e um conservador. Os anos seguintes mostraram o contrário: os dois conduziram o melhor momento das relações entre os dois países. Os Estados Unidos mudaram o status da sua relação com o Brasil, passando a reconhecê-lo como uma potência emergente.

Essa inversão de expectativas só foi possível por causa de 18 dias intensos de uma ofensiva diplomática comandada, sem alarde, por Lula e pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) nos bastidores da transição entre os dois governos. A inusitada cooperação entre tucanos e petistas, sob a liderança de dois presidentes, é contada no livro "18 Dias", de Matias Spektor, que será lançado nos próximos dias pela Objetiva.

Doutor em Relações Internacionais por Oxford (Inglaterra) e professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas, Spektor pesquisou arquivos como os do Itamaraty e do Departamento de Estado americano por quatro anos para reconstituir os passos da força-tarefa entre o telefonema que Lula recebeu de Bush no dia seguinte à sua eleição e o convite oficial para uma visita à Casa Branca, que aconteceu em 10 de dezembro de 2012.

Spektor também entrevistou diplomatas e altos funcionários dos dois países, além de Lula e FH. Ele ouviu ainda a ex-secretária de Estado americana Condoleezza Rice, que na época era assessora de segurança nacional de Bush.

Brasil passou a ser aliado preferencial
Faltavam na Casa Branca especialistas sobre o Brasil para preparar Bush para lidar com Lula. A equipe de Condoleezza então aplicou para o país o mesmo modelo que havia acabado de montar para uma nova relação com a Índia, cujo diálogo com os Estados Unidos também era considerado problemático. A partir dessa analogia, conta Spektor, o Brasil passou a ser visto pelos americanos como um aliado preferencial, um país-chave do mundo emergente, ainda antes da institucionalização dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Lula foi considerado ousado pelos diplomatas dos dois países ao pedir diretamente a Bush, ao telefone, um encontro ainda antes da posse. Ele tinha pressa em convencer que não era o bicho-papão pintado pelos republicanos. O desafio era atrair a atenção de Bush, mais envolvido com o terrorismo e as ações militares no Oriente Médio, para reduzir as desconfianças do mercado, que apostava forte contra a moeda brasileira. A desvalorização do real ameaçava o legado que Fernando Henrique tinha a deixar para Lula e sua biografia. O tucano colocou seus ministros e embaixadores para abrir caminho para os petistas no governo americano. Foi o medo de uma crise econômica mais grave que uniu os dois rivais em torno de um objetivo comum: mudar radicalmente a visão dos Estados Unidos sobre Lula. Deu certo.

A terceira via de Campos

• Campos contra a polarização PT-PSDB

- Correio Braziliense

O presidenciável Eduardo Campos aproveitou a convenção conjunta de PSB, PPS, PPL, PHS e PRP, que oficializou sua candidatura na manhã de ontem em Brasília, para se distanciar do tucano Aécio Neves e se apresentar ao eleitorado como uma alternativa à polarização entre o PSDB e o PT. "O que o Brasil quer é um novo governo, que, em vez de ficar discutindo quem fez mais no passado, diga com clareza como vai fazer para resolver o muito que não foi feito nos últimos 20 anos", disse ele, classificando a luta entre tucanos e petistas como "disputa do passado com o passado".

Para tentar mostrar que a novidade não é uma aventura e tem experiência administrativa e capacidade de gestão, repisou o que considera os melhores feitos de seus oito anos como governador. No discurso, repetiu pelo menos três vezes o mantra "Fiz em Pernambuco e vou fazer no Brasil", ao apresentar propostas como a garantia de ensino em tempo integral para todos os alunos e a realização de um "pacto pela vida" — programa semelhante ao feito no estado, para reduzir a cada ano o número de mortes violentas.

A convenção também mostrou que a campanha de Eduardo reforçará a presença de Marina Silva. No banner atrás do palco, os nomes e as fotos dos dois candidatos apareciam lado a lado, e com o mesmo tamanho. Para chamar Marina ao púlpito, o mestre de cerimônias foi dispensado pelo candidato, que pegou Marina pela mão e a levou ao centro do palco. A vice discursou por cerca de 30 minutos, 10 a mais que o pernambucano. No jingle apresentado ontem, em ritmo de samba-rap, o refrão diz "coragem pra mudar o Brasil, eu vou com Eduardo e Marina", colocando os dois em pé de igualdade. Pesquisas internas elaboradas pela coordenação de campanha indicam que as intenções de voto crescem quando Marina é apresentada como vice na chapa.

Para reforçar o distanciamento da rixa PT-PSDB, Eduardo também fez questão de repetir o lema "nós vamos unir o Brasil". "Só o Brasil unido vai conseguir enfrentar os grandes desafios que permanecem", disse, repetindo a frase como uma oração a cada uma das várias promessas elencadas.

Ao mesmo tempo em que criticaram a gestão Dilma, tanto Campos quanto Marina evitaram confrontar diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ex-ministra do Meio Ambiente chegou a citar acordo firmado entre ela e Campos, quando ele também era ministro, para enfrentar o desmatamento. Marina encerrou a fala com um poema, de própria autoria, que versava sobre coragem. Em quase meia hora de discurso, Marina elogiou o companheiro de chapa e negou qualquer "ingrisia" entre ela e Campos. "Eu amei essa palavra que ele tanto fala, agora uso o tempo todo", disse. Marina também gracejou dizendo que a "maior crise" da aliança ocorreu quando um assessor serviu a Eduardo Campos, por engano, o prato com a refeição dela. "Aí ele disse: eu discuto tudo, coloco o que você quiser no programa, mas comer a comida de Marina nunca. A aliança acaba". Marina segue uma dieta especial, muito restrita.

Aos desavisados, pareceu que as referências à crise se deram porque, no começo do mês, Marina criticou a decisão do PSB de apoiar a campanha de Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo. Correligionários de Campos demonstraram tranquilidade com o fato de que a transferência de votos ainda não ter se concretizado. "Não se consolidou porque a eleição ainda não começou. O voto se dá no momento da eleição. Não serão 20 milhões de votos que Eduardo e Marina terão, serão muito mais", disse o candidato socialista ao governo do Distrito Federal, senador Rodrigo Rollemberg.

Ocorrida no mesmo dia em que a Seleção Brasileira se classificou para as quartas de final da Copa, a festa de Marina e Eduardo primou pelo verde e amarelo, espalhado pelo cenário e pelas bandeiras dos militantes. O jogo também fez com que Eduardo encurtasse o discurso. "Da parte da Rede houve protesto (contra a data escolhida). Mas o PSB já tinha o congresso deles marcado aqui em Brasília amanhã (hoje)", disse um integrante da Rede no DF. Em dia de jogo, até o bordão com o xingamento a Dilma ganhou nova versão: "Ei, Dilma! Sai pra entrar Dudu". A convenção terminou meia hora antes do pontapé inicial entre Brasil e Chile.

As opções de Aécio para vice

- Correio Braziliense

O senador Aécio Neves (PSDB) anuncia amanhã quem o acompanhará, como vice, na disputa pela Presidência da República. Durante passagem por Pernambuco, o tucano disse que a escolha poderá trazer surpresa e que pode até mesmo optar por uma mulher, mas não quis antecipar o nome. Ontem, Aécio participou da convenção do PSDB de Goiás que oficializou a candidatura à reeleição do governador Marconi Perillo e afirmou estar confiante no desejo de mudança dos brasileiros.

Segundo Aécio, as alternativas para vice estão dentro e fora do partido. Entre os nomes cotados, estão os tucanos Tasso Jereissati, ex-governador do Ceará; a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie; e o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Em Caruaru (PE), onde Aécio participou até a madrugada de ontem da festa de são-joão, Aécio disse que é difícil ter um vice que decida a eleição. Afirmou ainda que o problema do PSDB é ter muitas opções.

De acordo com o senador mineiro, a jurista Ellen Gracie agrega vários setores do partido e tem grande conhecimento nas questões de segurança. Tasso Jereissati, por sua vez, tem origem nordestina, onde o partido apresenta a pior votação. Já Aloysio Nunes representa a ala paulista do PSDB. "Na segunda-feira vamos identificar e anunciar nosso ou nossa vice. Pode ser um homem ou uma mulher", afirmou.

Goiás
Quase sem voz, Aécio fez um discurso breve ontem na convenção em Goiás que homologou a candidatura de Perillo. O tucano garantiu que, se há 60 anos coube ao mineiro Juscelino Kubitschek desenvolver as potencialidades da região de Goiás, agora caberá a ele ajudar o colega de partido a fazer o maior governo da história daquele estado. "Agora, com o apoio do governo federal que vem faltando a Goiás em todos esses últimos anos, tenho certeza de que Marconi vai fazer o estado avançar ainda mais", afirmou.
Segurança

Aécio disse que os goianos querem o mesmo que todos os brasileiros, uma administração que apresente resultados, que enfrente os problemas da saúde, mobilidade, segurança e educação. "É tudo o que o governo federal não vem fazendo. Tenho absoluta confiança de que esse sentimento crescente de mudança que nós percebemos por todo o país vai convergir também para a nossa candidatura, que é a mudança segura, a mudança verdadeira que o Brasil precisa", disse.

O senador defendeu a continuidade de administrações que dão certo, como, segundo ele, é o caso do correligionário Marconi Perillo. "O que vem dando certo tem que continuar, Marconi vai continuar a governar Goiás. E o que vem dando errado tem que mudar. Por isso vamos restabelecer no Brasil a decência e a eficiência na vida pública", disse.

"Tenho absoluta confiança de que esse sentimento crescente de mudança que nós percebemos por todo o país vai convergir também para a nossa candidatura"
Aécio Neves (PSDB), senador e candidato à Presidência

*Luiz Sérgio Henriques: A âncora constitucional

- O Estado de S. Paulo

Difícil subestimar o alcance das transformações em nossa vida institucional a partir da vigência da Constituição de 1988, sob cuja égide se anuncia com invejável regularidade, depois das já distantes turbulências do impeachment do primeiro presidente escolhido por via direta, a sétima eleição política geral, com a livre participação de todas as forças partidárias. Tal sequência não é fato de menor importância, considerando a frequência com que antes se interrompiam as experiências democráticas, ainda mais se acrescentarmos que a perspectiva de efetiva competição, sem anular o favoritismo da presidente Dilma Rousseff, também estimula a construção de cenários de alternância.

Esta última, longe de significar aterrorizadora volta ao passado, constitui requisito mínimo de funcionamento dos regimes democráticos, que supõem a existência de oposições organizadas e capazes de chegar legitimamente ao poder.

Reafirmar esses princípios genéricos, a partir dos quais se pode reunir amplo consenso em torno de um "projeto de Estado" acima de partes e facções, delineia um roteiro modesto, mas seguro, para enfrentar situações que de outro modo seriam motivo de alarme sobre a saúde institucional do País.

É certo que há, nas publicações, nas redes e nas ruas, um sistema de "ódios organizados" e polarização exasperada, que a rigor não corresponde aos movimentos profundos da sociedade, os quais, especialmente depois de junho de 2013, deveriam ser canalizados para a consolidação e o aprofundamento da democracia. Ou, como se tem dito à exaustão, postos a serviço da aproximação entre ruas e palácios, participação e representação, demandas sociais e instituições políticas.

O fim da contraposição simples entre tucanos e petistas, representado pela aliança entre o PSB, sigla de nobres antecedentes históricos, e a Rede, sigla portadora de novidades que vieram para ficar, é algo a ser visto com otimismo, independentemente de dificuldades objetivas decorrentes do maior poder de fogo eleitoral de candidaturas mais competitivas. Como de antemão se sabia, não seria fácil combinar a política mais tradicional dos socialistas e a nova política proclamada pela Rede, mas o fato de se tratar de forças minimamente dotadas de conteúdo valoriza sua desassociação do bloco no poder, cujo pragmatismo - simbolizado por aliados como Maluf, Collor ou Newton Cardoso - põe à prova o poder de explicação de quem acompanhou a trajetória pretérita do petismo.

O principal desafiador do bloco governamental surge com um discurso econômico afiado, concorde-se ou não com ele. Em boa parte, o núcleo de economistas que gestou o Plano Real e, posteriormente, as metas de inflação foi quem nos acostumou a expressões como "âncora cambial" ou "âncora fiscal", lastros no combate ao descontrole de preços e à perda de valor da moeda. O ponto forte da postulação oposicionista atual deriva dos índices cronicamente baixos de crescimento, o que mais cedo ou mais tarde terá implicações sociais negativas.

Na política, embora inimaginável a hipótese de se contraporem à alternância - haja vista a transição exemplar entre Fernando Henrique Cardoso e seu sucessor -, há entre os tucanos formulações aventurosas, demonstrando uma menor preocupação com o que, por analogia, chamaríamos de "âncora constitucional". É o caso da proposição de coincidência geral de mandatos estabelecidos em cinco anos: tempo demais para manter afastados das urnas os eleitores, a requerer, ainda por cima, emenda constitucional para a implementação. Objetivos razoáveis de reforma podem perfeitamente ser alcançados por medidas infraconstitucionais, menos traumáticas por definição. Por que não testar esse caminho, afastando-nos da tentação da grande reforma salvadora?

O petismo - produto de variadas tradições da esquerda (inclusive autoritárias) e protagonista de curiosa "dualidade de poderes" entre dois presidentes, o criador e a criatura - tem dado curso a uma pré-campanha com traços de enigma, como quando, ao contrário do lance ensaiado pela Carta aos Brasileiros de 2002, radicaliza o discurso e sugere iniciativas - a tal Constituinte exclusiva para a reforma política é uma delas - que supõem perigoso salto no escuro, além da letra e do espírito da Carta de 1988.

De novo aqui, e ainda mais confusa, a ideia de reforma redentora dos costumes políticos, com seu cortejo de listas fechadas e aumento do poder das burocracias partidárias, como consta do repertório petista. Repertórios análogos, em diferentes latitudes, têm afastado representantes e representados, gerando ondas recorrentes de "indignação" e estranhamento da política. Forneceriam, entre nós, resposta crível ao mal-estar que explodiu em junho de 2013?

Na mesma ordem de ideias, o recente regulamento que amplia a participação da "sociedade civil" nas instâncias do Executivo, a despeito do saudável histórico de conselhos e comissões reforçado a partir de 1988, parece flertar com a "democracia direta", especialmente pelo fato de que, passando ao largo do Congresso, surge como "produto de decisões unilaterais do governo", além de ter sido implementado "por decreto, de modo voluntarista" - termos retirados da Carta aos Brasileiros de 2002 e que, naquela altura, se referiam a procedimentos, reais ou supostos, dos mandatos de FHC.

Inútil esperar que a luta se trave com invariável elegância, excluindo-se golpes sob a linha da cintura. Ao contrário, costuma-se fazer o diabo para ganhar e manter o poder. Isso, com certeza, só aumenta a responsabilidade dos democratas: seja em que partido estiverem, em qualquer circunstância eles são chamados a defender e a difundir o "patriotismo constitucional" como a única âncora possível da convivência cívica.

*Tradutor e ensaísta, é um dos organizadores das 'Obras' de Gramsci no Brasil.

Merval Pereira: O fator Paulo Skaf

- O Globo

Falo da ajuda que sua coligação partidária, fortalecida na última hora pela adesão do PSD de Gilberto Kassab, pode dar à candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição. Quem conversou com o ex-presidente da Fiesp meses atrás ouviu dele invariavelmente que não queria aproximações com o PT e muito menos com Dilma.

Não faria a traição de apoiar outro candidato à Presidência devido à amizade com o vice-presidente da chapa oficial e líder maior do PMDB, Michel Temer. Mas temia que o PT, diante do fracasso da candidatura do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, quisesse apoiá-lo formalmente.

Não foi uma vez apenas que Skaf afastou essa possibilidade declarando-se oposição tanto ao PT quanto ao PSDB no estado. Sua candidatura, no entanto, acabou sendo abraçada mesmo à sua revelia pela cúpula do PT, que vê nela a possibilidade de vencer o governador Geraldo Alckmin, perspectiva que havia sido perdida com a fraca performance de Padilha.

A adesão de Gilberto Kassab ao projeto do PMDB em São Paulo teve a mão do ex-presidente Lula, que sempre considerou o PSD como peça importante para derrotar os tucanos em São Paulo. Uma vitória com o PMDB seria do PT, na visão dos petistas, caso Dilma se reeleja à presidência, mas, na verdade, a vitória de Skaf será a chegada ao poder do maior estado do país de um empresário com ideias próprias, e não será a máquina petista que dará as cartas.

Nem mesmo se o PT mantiver o governo central será possível classificar uma eventual vitória de Skaf como o início de uma hegemonia petista em São Paulo — o partido já tem o prefeito da capital, Fernando Haddad —, pois é praticamente certo que um governador Paulo Skaf será um aliado eventual do governo central, mas com poder político real para se colocar como uma força alternativa para 2018, ganhando traços de um candidato do PMDB competitivo à presidência da República.

Da mesma forma, um governo de Skaf com um tucano na presidência da República colocará o PMDB no papel dúbio de bloco político mais fundamental do que nunca para a governabilidade, com força de vir a ter um candidato importante à sucessão presidencial.

Assim como Skaf na prática está se transformando em uma terceira via bem sucedida em São Paulo, com potencial para vencer a eleição no Estado, e, em caso de vitória, se transformar no que Eduardo Campos gostaria de ser, o instrumento para quebrar a polarização entre PT e PSDB em São Paulo e no país.

Como efeito colateral desse que pode ser considerado já um fenômeno eleitoral, a presidente Dilma ganha novo fôlego na disputa presidencial vendo a possibilidade de um “aliado” vencer o governo de São Paulo, barrando o caminho do tucano Aécio Neves.

Não é certo, no entanto, que essa novidade traga votos para Dilma, já que Skaf continua refletindo o comportamento de seus eleitores e se recusa a apoiar formalmente a reeleição. Mesmo assim, com os apoios partidários que conseguiu, Dilma termina a primeira etapa da campanha eleitoral com uma posição de liderança consolidada pelo tempo de televisão que terá para a propaganda eleitoral e pelas pesquisas de opinião, embora em declínio.

Tem todas as condições de reverter essa situação de decadência que tem marcado as últimas pesquisas, embora a situação real da economia não tenha sofrido alterações, ao contrário da Copa do Mundo de futebol, cujo sucesso dentro do campo está se refletindo para fora dele.

Dora Kramer: Salvos pelo gongo

- O Estado de S. Paulo

Da campanha eleitoral do PSDB deste ano o que mais se ressaltou como grande trunfo do partido foi a unidade construída pelo candidato Aécio Neves.

Pacificadas as querelas internas, os tucanos estariam livres para empregar seu tempo e energia com os adversários externos. Pois na tarde de sexta-feira foram salvos pelo gongo de desmentir esta escrita que os faria voltar à velha guerra do "nós contra nós".

Isso graças à adesão do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab ao candidato do PMDB, Paulo Skaf, de quem deve ser vice. Não que os tucanos estejam se engalfinhando como em eleições anteriores.

Continuam unidos no pensamento de que a reconquista do poder é fundamental para evitar o ostracismo, para não se falar no enfraquecimento na hipótese da dispersão fatal.

Mas, justamente em São Paulo, o maior e por isso mesmo mais delicado colégio eleitoral, são preocupantes as divergências que começam a aparecer em termos de ação.

Não foi bem visto (para dizer o menos) pelo resto do partido o movimento _ chamado de "golpe" _ do governador Geraldo Alckmin na composição de sua chapa para concorrer à reeleição no Estado.

Caso viesse a se concretizar a manobra, nela não sobraria espaço para o candidato do partido do governador à Presidência. A vice já está com o PSB de Eduardo Campos e Marina Silva e o Senado estaria com Kassab, cujo apoio no plano nacional é ao PT.

Tudo bem que o ex-prefeito de São Paulo, se concretizada a oferta, não pedisse votos em seu horário para a presidente. Mas tampouco o faria para o candidato do governador.

Seria um palanque eletrônico em tese bloqueado para Aécio. Isso a coordenação nacional da campanha considera inadmissível.

A decisão de Kassab preserva as aparências de unidade do PSDB e também as reais relações de lealdade entre o ex-prefeito e José Serra.

De imediato não há consequência do gesto de Alckmin. Mas o fato de ter agido sem consulta às instâncias cerimoniosas do partido deixa sequelas no quesito quebra de confiança.

Passo em falso. Cobra-se da oposição uma posição mais ofensiva. O senador e candidato do PSDB, Aécio Neves, sempre moderado e criticado por isso, assume agora tom bem mais agressivo.

Tem sido por isso, elogiado. Mas, francamente, errou na mão quando convidou os aliados da presidente Dilma a virarem a casaca depois de "sugarem mais um pouco" do governo.

No conteúdo, a ofensiva não faz bonito. A entonação do recado do tucano celebra o fisiologismo e não faz jus à herança do avô, cujo aprendizado aconselha a delicadeza do manejo da esgrima em detrimento da brutalidade do vale-tudo.

Falta combinar. Está evidente a intenção do governo de tentar capitalizar o sucesso da Copa depois de tantos prognósticos negativos. Perfeito. Depende, porém, de o distinto público aceitar como possível a condição de dublê de torcedor e eleitor. O governo por enquanto não se arriscou a fazer o teste da presença nos estádios.

Suado. Os partidos aliados ao governo não conseguiram aprovar alianças unânimes e os adesistas à oposição tampouco puderam evitar divisões em suas tropas.

Todos os partidos entram rachados na campanha. Com pés e mãos em variadas canoas. As convenções partidárias mostraram que não está fácil para ninguém.

Nossos comerciais. O tempo passa, o tempo voa e André Vargas, com o doleiro Alberto Youssef, continua deputado. Numa boa.

Eliane Cantanhêde: Direto das Papudas

- Folha de S. Paulo

Diante da "suruba", como diz o deputado Alfredo Sirkis, ou da "bacanal", como prefere o prefeito Eduardo Paes, tratou-se com estranha naturalidade o fato de alianças partidárias serem comandadas ou avalizadas por condenados, diretamente das prisões.

Da Papuda, o ex-deputado Valdemar Costa Neto mandou o PR botar a faca no pescoço da presidente da República: se ela não trocasse o ministro dos Transportes, o partido é que trocaria... de candidato.

Na convenção do PT, Dilma foi muito aplaudida ao dizer que "não fica de joelhos para ninguém". Bastaram quatro dias e lá estava ela de joelhos para o PR de Costa Neto.

Depois de ter batido várias vezes a mão na mesa, jurando que não trocaria de ministro, Dilma acabou se rendendo à pressão não apenas do PR, mas principalmente de Lula e do PT. Tudo por causa de um minuto e uns segundinhos de TV a mais na campanha eleitoral.

Foi assim que César Borges caiu dos Transportes pelas suas virtudes, não pelos seus defeitos. Técnico sério, Borges tinha a aprovação da presidente e muito respeito no setor. Seu problema é que não era chegado às "surubas" do partido.

Do outro lado, foi do Presídio Ary Franco, no Rio, que o ex-deputado Roberto Jefferson avalizou que o PTB saísse da base aliada de Dilma e fosse para a campanha de Aécio.

Um reluzente pôster de Jefferson ilustrou a convenção que formalizou o apoio ao tucano, e partidários sorridentes puderam fazer "selfies" junto à foto do condenado famoso.

Enquanto Dilma ganha disparado a corrida pelo tempo de TV, Aécio e Eduardo Campos colhem as dissidências, principalmente do PMDB, para chapas e palanques estaduais.

Ao largo da "suruba" e da "bacanal", a economia continua produzindo farto material para a oposição. Em maio, o deficit do governo bateu recorde e o aumento do emprego formal foi o pior para o mês em 22 anos. Mas quem se interessa por isso?

João Bosco Rabello: Skaf é alternativa do PT

- O Estado de S. Paulo

Embora com reflexo na eleição presidencial, é no plano estadual que a adesão do ex-prefeito Gilberto Kassab à candidatura do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, produz resultados mais importantes.

A decisão do PSD reforça a candidatura do PMDB na mesma faixa do eleitorado de Geraldo Alckmin, do PSDB, e aumenta a perspectiva de segundo turno que o governador pretendia evitar ao oferecer a vaga ao Senado na chapa ao ex-prefeito, rifando o ex-governador José Serra.

O movimento de Kassab é ruim para Alckmin, excepcional para Skaf e, em menor grau, favorece também o PT, cujo candidato, Alexandre Padilha, não decolou ainda nas pesquisas, embora não seja crível sua permanência no patamar de um dígito (4%) que registra agora.

Caso vá ao segundo turno contra Geraldo Alckmin, cenário mais provável hoje, Skaf será depositário natural dos votos petistas, como alternativa para quebrar a hegemonia tucana no Estado, meta prioritária de Lula.

Se for ao segundo turno contra o PT, cenário mais improvável hoje, o presidente da Fiesp somará aos 22% atuais a herança de votos de Geraldo Alckmin, o que lhe coloca na única posição de algum conforto na disputa estadual.

Na primeira hipótese, o PT terá no presidente da Fiesp, símbolo maior da "elite branca", sua ponte de salvação eleitoral, contradição que deixa de ter qualquer importância na geleia geral partidária no Brasil. Fica apenas como um registro caprichoso da ironia política.

Para o senador Aécio Neves, há mais ganho que perda. O movimento do PSD evitou um veto direto a Serra para seu vice, alternativa que restaria se a vaga ao Senado pelo PSDB ficasse com Kassab, como queria Alckmin, com efeito na unidade do PSDB reconquistada pelo senador mineiro.

O problema da chapa Aécio/Serra não está no presente, mas no futuro. Caso eleito, Aécio teria de conviver com um vice de expressão política consolidada, com voo próprio, convicções já afirmadas, características e virtudes que o fizeram candidato ao mesmo cargo que o senador mineiro duas vezes.

Um perfil como o de Serra não autoriza a ideia de um vice passivo, com função burocrática, mas ativo, com potencial efetivo de conflito com a equipe econômica já escolhida por Aécio.
O movimento de Kassab ainda não se completou: resta a decisão do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, convidado para concorrer ao Senado na chapa de Paulo Skaf.

Se aceitar, Meirelles é forte concorrente de Eduardo Suplicy dentro do próprio PT, caso se consolide a inviabilidade de Padilha e o partido se veja dependente de Skaf contra a continuidade tucana.