terça-feira, 14 de janeiro de 2014

OPINIÃO DO DIA – Roberto Freire

"A sociedade começa a ver o desequilíbrio e a incompetência na gestão da economia do País."

Roberto Freire, “Oposição vê inflação como ameaça à reeleição de Dilma”. O Estado de S. Paulo, 11 de janeiro de 2014.

Economistas preveem inflação de 6% este ano

Célia Froufe

BRASÍLIA - Depois do susto com a inflação de 2013 acima do previsto, economistas do mercado financeiro refizeram seus cálculos e contam com um índice de Preços ao Consumidor Amplo de 6% ao fim deste ano. O pior é que, pela perspectiva de alguns analistas, novas elevações devem ser vistas nos próximos relatórios de mercado Focus, que o Banco Central divulga às segundas-feiras pela manhã. Na sexta-feira, o IBGE informou que inflação bateu em 5,91% no ano passado, acelerando em relação aos 5,84% de 2012.

Na avaliação do economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal, as expectativas poderão subir para algo em torno de 6,1% nesta semana. A tese de Leal é de que, não fosse afalta de tempo, a Focus divulgada ontem pelo BC já teria incorporado a surpresa inflacionária. "Nem mesmo a inflação para j a-neiro, que todo mundo já está revisando, foi alterada." Pelo levantamento de ontem, o IPCA encerrará este mês com alta de 0,74% e, em fevereiro, de 0,64%.

Outro sinal de que a tendência é de quê o mercado elevará as projeções de inflação nos próximos dias foi dado ontem pelos profissionais que mais acertam essas previsões na Focus no médio prazo. O grupo, denominado pelo BC de Top 5, projeta 6,19% para o IPCA deste ano, devendo puxar as estimativas do mercado para cima nos próximos dias.

O economista sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Flávio Serrano, ressaltou que fica para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) - que começa hoje e termina amanhã - a condição de divisor de águas entre manutenção e alteração do cenário para inflação na próxima pesquisa Focus. "O cenário que a Focus trouxe foi formado antes da divulgação do IBGE."

Selic. Sobre os próximos movimentos da taxa básica de juros, a pesquisa do BC revelou que foi mantida a previsão de alta de 0,25 ponto porcentual amanhã e mais 0,25 ponto em fevereiro, levando a Selic a 10,5% ao ano ao fim do primeiro bimestre. A expectativa majoritária do mercado hoje é a de que a Selic encerre o ano nesse patamar.

Para 2015, a projeção para a inflação está em 5,5%. No caso da Selic, o mercado financeiro aumentou sua projeção para a taxa no fim do ano de 11,25% ao ano para 11,5%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão é de uma expansão de 2,48% no próximo ano ante uma expectativa de crescimento de i,99%pa-ra 2014. Para o dólar, o mercado aguarda uma cotação de R$ 2,45 em dezembro de 2014 e de R$ 2,47 um ano depois.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Apesar do desgaste, Dilma deve manter presidente da Caixa

Manobra com contas da poupança rendeu R$ 200 milhões ao Tesouro

Gabriela Valente, Martha Beck e Lucianne Carneiro

BRASÍLIA e RIO - A manobra contábil feita pela Caixa com recursos de cerca de 500 mil cadernetas de poupança para inflar seus resultados em 2012 desgastou a cúpula da instituição, mas não deve resultar na saída do presidente Jorge Hereda. Segundo interlocutores, a presidente Dilma Rousseff acredita que o assunto está superado porque no primeiro dia útil após a denúncia, apenas dez pessoas foram às agências bancárias e regularizam poupanças que equivalem a R$ 4.151. Durante o dia, técnicos repassaram informações ao Palácio do Planalto para sanar a maior preocupação da presidente: a de que poderia haver corrida bancária para saques.

- Não houve nenhum movimento extraordinário hoje na Caixa - garantiu o vice-presidente de Finanças, Márcio Percival, em entrevista ao GLOBO.

A operação feita pela Caixa teve impacto de cerca de R$ 500 milhões nas contas do governo no ano passado e ajudou a equipe econômica a cumprir a meta revisada de economia para pagar juros da dívida pública. O número considera o valor pago em impostos e cerca de R$ 200 milhões em dividendos ao Tesouro.

Aval do conselho
Neste ano, ela deve diminuir levemente o esforço fiscal deste ano já que o Tesouro teria que dar um crédito de R$ 299 milhões ao banco pelo imposto pago. O restante é relativo a dividendos que não serão devolvidos, mas como a Caixa terá de retirar R$ 420 milhões do lucro, terá menos recursos para repassar à União em 2014.

De acordo com Percival, o objetivo da medida não era aumentar as receitas do governo. Ele explicou que, no ano passado, a Caixa repassou R$ 7,7 bilhões em dividendos e lucrou apenas R$ 6,1 bilhões, ou seja, usou dinheiro de lucro de anos anteriores.

- A gente não precisaria desse dinheiro (da caderneta) para pagar o Tesouro, pois poderíamos usar saldos dessa conta de exercícios anteriores - garantiu.

Segundo o executivo, a decisão de colocar os recursos no lucro do banco foi tomada após análise jurídica. O argumento é que se mantivesse o dinheiro no passivo, poderia continuar a usar o valor para novas operações e não pagaria imposto sobre o montante. Segundo Percival, a ideia teve aprovação do conselho e da auditoria:

- Se deixasse na conta de passivo, poderia ser acusado de esconder pagamento de impostos.
O procedimento já estava na mira da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Banco Central (BC), que começaram a tocar investigações paralelas. Em dezembro, o BC informou à Caixa que a operação deveria ser desfeita e os registros deveriam ficar em nome de cada correntista.

A avaliação interna é que houve dano à imagem da instituição. No entanto, o estrago foi minimizado, porque a Caixa e o BC já se movimentaram para deixar claro para a população que a manobra não representou confisco e que os donos das cadernetas cujo dinheiro foi usado para compor o lucro do banco não perderam esses valores. O BC já ordenou que a Caixa desfaça a operação.

Técnicos do governo afirmam que, embora Hereda já tenha enfrentado turbulências, como a corrida às agências da Caixa em maio de 2013 por causa de rumores sobre o fim do Bolsa Família, ele ainda é o homem em quem Dilma confia para ajudar a tocar o Minha Casa Minha Vida, uma das principais vitrines na campanha presidencial de 2014.

Na agência da Caixa na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, a procura foi pequena, apesar de um gerente ter sido designado para tirar dúvidas sobre o assunto. Uma funcionária explicou que as contas encerradas estavam, em sua maioria, ligadas a fraudes, no CPF ou no endereço. Segundo o banco, apenas um cliente procurou informações na agência por ter tido a conta encerrada, mas não havia relação com o episódio.

O advogado Cesar Gerpi disse que pretende voltar para verificar se estão em ordem as três poupanças que tem na Caixa: duas no Rio e uma em Itaguaí.

- Acho estranho que uma instituição do porte da Caixa não consiga fazer contato com seus clientes numa época como a de hoje, em que temos acesso a tantas informações - disse Gerpi.

O motorista Paulo Roberto Augusto da Conceição foi conferir se o saldo estava certo:

- Fiquei mais tranquilo em saber que estava tudo bem.

O professor de Educação Física Sergio Bernardo, de 31 anos, disse que só não ficou preocupado porque o saldo de sua caderneta era de R$ 100.

- Mesmo sendo novo, todo mundo lembra do confisco das poupanças pelo Collor -afirmou.

Fonte: O Globo.

Oposição critica Casa Civil

Juliana Cipriani

Parlamentares que fazem oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff classificaram a gestão de omissa em relação à investigação interna produzida contra Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, indicada ao cargo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como o Correio mostrou ontem, o Ministério Público Federal (MPF) investiga a Casa Civil por suposta manipulação do processo que apurou o envolvimento da servidora em esquema de corrupção e tráfico de influência.

De maneira bastante contundente, o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), declarou que "os líderes do PT estão passando a mão na cabeça de criminosos". De acordo com o deputado, existe uma clara manipulação para que os fatos não venham à tona. "A investigação se faz necessária. Há uma manipulação em tudo que vem sendo denunciado. Inclusive, várias situações até hoje não foram esclarecidas. Lula não deu nenhuma palavra a respeito. É um caso gravíssimo. Quem não quer a investigação prefere continuar manipulando as informações", afirmou.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) ressaltou que o MPF reage "ao conjunto da obra". Para o tucano, há uma conivência do governo com os escândalos. "Houve aquela faxina que a Dilma fez, mas, quando chega perto de verdade do governo, as coisas não são investigadas", salientou. O senador Agripino Maia (RN), líder do DEM no Senado, declarou que o MPF está traduzindo a indignação do país. "Eles (o governo federal) instauraram um processo interno e ofereceram uma conclusão muito leve. Houve um entendimento entre a estrutura do atual governo e aqueles que faziam o gabinete civil de Lula", declarou.

A Secretaria-Geral da Presidência negou que tenha se omitido nas investigações sobre a conduta da ex-funcionária do gabinete do Planalto em São Paulo. A assessoria de comunicação da pasta, depois de a atribuição sobre apurações ter sido delegada à Casa Civil, comunicou que o órgão instaurou "procedimento de acompanhamento". "A sindicância (da Casa Civil) encontrou elementos fáticos que ensejaram a instalação de procedimento administrativo disciplinar (PAD), que foi realizado no âmbito da CGU e resultou na destituição da servidora Rosemary Noronha, pena máxima em processos dessa natureza", concluiu o órgão.

Braço direito de Lula durante os seus dois governos (2003-2010), Rose se complicou após a Polícia Federal apontar a participação dela em suposto esquema de venda de pareceres técnicos do governo a empresas privadas. O inquérito sobre as investigações do governo federal a respeito de Rose foi aberto em 18 de dezembro e tem prazo de um ano, prorrogável por mais outro, para ser concluído.

Aécio escolhe coordenador
O senador Aécio Neves (PSDB) escolheu o ex-deputado Xico Graziano para coordenar a campanha na internet pela Presidência da República nas eleições de outubro. O engenheiro agrônomo, que teve um dos papéis principais na candidatura do ex-governador José Serra (PSDB) ao Palácio do Planalto em 2010 e é diretor executivo do site Observador Político, no Instituto Fernando Henrique Cardoso, já aceitou o convite, mas a definição das tarefas só deve ser clareada em meados de abril. A internet é um dos focos prioritários da campanha. Tanto que o senador já conta com mais de uma equipe trabalhando no tema há alguns meses. Graziano não quis adiantar como será sua atuação, mas confirmou o peso dado à campanha virtual. "Tudo é prioridade hoje em dia. Mas por enquanto vou ficar quieto, falo na hora certa", afirmou.

Fonte: Correio Braziliense

Dilma avisa a Temer: PMDB não ganhará outros ministérios

Andrea Jubé e Guilherme Serodio

BRASÍLIA e RIO - A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer reuniram-se ontem por quase três horas, em uma conversa pautada pela reforma ministerial, conflitos regionais entre PT e PMDB e a crise no Maranhão. O encontro vai ter desdobramentos em uma reunião amanhã, quando Temer - que é presidente licenciado do PMDB - reúne a cúpula do partido no Palácio do Jaburu para discutir os rumos da aliança com o PT.

Um dos temas da reunião foi o almoço de Temer com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e as principais lideranças do partido no Estado, onde os dois aliados travam o maior embate no âmbito da aliança nacional. O PMDB cobra o apoio dos petistas à candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão à sucessão de Cabral, mas o PT vai lançar o senador Lindbergh Farias.

Além do Rio, PMDB e PT não vão marchar unidos na Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Ceará. O impasse nesses Estados também azedou a relação entre os dois aliados, com reflexos na aliança nacional. Os pemedebistas mais radicais cobram um espaço maior no primeiro escalão do governo. Do contrário, ameaçam votar contra a reedição da aliança na convenção nacional do partido, agendada para junho.

A crise nos presídios do Maranhão, onde os detentos de Pedrinhas mandaram incendiar ônibus e causaram a morte de inocentes, também impactou nas negociações. Dilma acenou com a possibilidade de decretar intervenção federal no Estado, governado por Roseana Sarney (PMDB). Mas Temer entrou em campo como bombeiro, pedindo cautela e lembrando o apoio da família Sarney nos dez anos de PT no Planalto.

Temer vai discutir os rumos da aliança com o PT amanhã com a cúpula partidária. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), antecipou o retorno de Paris para o almoço hoje com Cabral e a reunião no Jaburu. O líder no Senado, Eunício Oliveira (CE), retorna dos Estados Unidos para o compromisso. Também são aguardados os presidentes da Câmara, Henrique Alves (RN), do Senado, Renan Calheiros (AL), e o presidente interino do partido, Valdir Raupp (RO).

Raupp disse ontem que Dilma deve considerar o tamanho do PMDB e a capacidade administrativa do partido ao elaborar a reforma. Ele ressalvou que quem decide os nomes é a presidente, mas lembrou que o nome do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) já foi indicado pelo partido para ocupar a pasta da Integração Nacional.

Por sua vez, Cunha advertiu que a bancada federal não abre mão de comandar dois ministérios na Esplanada. Dos cinco ministérios ocupados pelo PMDB, dois têm deputados como titulares: Turismo e Agricultura. Ambos devem deixar os cargos na reforma ministerial, mas um indicado do PTB é cotado para assumir o Turismo.

Cunha apontou os nomes que têm o apoio da maioria dos deputados para assumir as pastas - ambas, ou uma delas: Sandro Mabel (GO), Eliseu Padilha (RS) e Leonardo Quintão (MG), relator do novo Código de Mineração.

Um dos esboços da reforma ministerial, que Dilma vai promover entre janeiro e fevereiro, prevê a saída dos ministros do Turismo, Gastão Vieira (MA) e da Agricultura, Antônio Andrade (MG). Vieira vai disputar novo mandato de deputado federal. Andrade pode ser o vice na chapa do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel (PT), ao governo de Minas Gerais. Mas se não se candidatar, segue na Agricultura.

Entregar a Integração ao PTB implicaria dois revezes a Dilma: perder o apoio da segunda maior bancada da Câmara. E perder os votos dos delegados do diretório do PMDB no Rio na convenção nacional do partido, onde os delegados precisam avalizar o apoio à reeleição de Dilma.

Raupp afirmou que a reunião não foi conclusiva e que mais duas rodadas de conversas já foram combinadas.

Fonte: Valor Econômico

Projeção nacional de Pimenta pesou na escolha de Aécio

Candidatura de ex-ministro agregaria mais a projeto presidencial

Tâmara Teixeira

Tucanos mais próximos ao presidente da sigla, o senador Aécio Neves, confirmaram ontem que, em reunião na última semana, o nome de Pimenta da Veiga foi definido para disputar o governo de Minas. Pesou em seu favor o fato de ser conhecido nacionalmente, o que agregaria à candidatura de Aécio à Presidência da República, além de ele ter mais experiência em cargos no Executivo. O deputado federal e presidente do partido em Minas, Marcus Pestana, também pleiteia a cabeça de chapa.

O anúncio oficial deve ser feito apenas no mês que vem. O senador coordena diretamente a definição dos arranjos regionais feitos pelo PSDB.

“Aécio já decidiu por Pimenta. Nacionalmente, ele tem mais peso e condição de debate com a experiência de ex-ministro do FHC e de ex-prefeito de Belo Horizonte. Além disso, tem uma história no partido desde a fundação. Nunca houve contestação”, garantiu um tucano.

Na última semana, Pestana, Pimenta e Aécio se reuniram. “O partido aguarda amadurecer as alianças para vice e também em respeito ao Pestana, que é muito querido pelos colegas, e mantém sua pré-candidatura”, afirmou outro tucano.

Segundo essa fonte, no mesmo dia, Aécio deu aval para Pestana manter suas viagens pelo Estado como pré-candidato. O deputado, porém, nega que a fatura esteja liquidada. “Não há ainda uma decisão, que será amadurecida nas duas primeiras semanas de fevereiro”, afirmou Pestana, por e-mail. Pelo terceiro dia, a reportagem não conseguiu falar por telefone com ele, que descansa no Nordeste.

Segundo um parlamentar que também pediu anonimato, as visitas de Pestana ao interior são uma forma de prestigiar as bases. “É interessante para o partido estimular essa disputa. Isso esquenta o clima entre os militantes”, disse.

Desafio. Para o deputado estadual Bonifácio Mourão (PSDB), Pimenta e Pestana têm condições de vencer o provável candidato petista ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel (PT). Mas ele reconhece que Pimenta, afastado há mais de uma década das urnas, pode enfrentar o desconhecimento do eleitor. “Não tem dúvida de que isso prejudica, mas ele tem condição de superar. A publicidade resolve isso. Em setembro, todos saberão quem ele é”, disse.

Já para o deputado federal Paulo Abi-Ackel, o fato pode ser positivo. “Na última década, os políticos estiveram muito desgastados.”

Vice depende ainda de acertos com os aliados
Se depender do primeiro escalão do PSDB, o presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro (PP), será o vice de Pimenta da Veiga. A palavra final do senador Aécio Neves, segundo os correligionários tucanos, depende de uma definição de aliança com o PP em nível estadual, já que, nacionalmente, a legenda apoia Dilma Rousseff.

Um líder próximo ao vice-governador, Alberto Pinto Coelho (PP), garante que ele superou o mal-estar inicial de ter sido preterido e sente que herdar nove meses como governador está de bom tamanho.

“Todos sabem que ele tinha aspirações, mas ele é leal e quer contribuir para o projeto de Aécio. Ainda vamos conversar com cerca de 15 partidos para ver qual a melhor formação, mas Dinis é um ótimo puxador de votos”, disse.

Fonte: O Tempo(MG)

Eduardo avisa que só tratará da chapa estadual em fevereiro

Governador diz que reunião da Executiva do PSB, prevista para sexta (17), não será decisiva. Ele também nega problemas com Marina

Beatriz Albuquerque

O governador Eduardo Campos (PSB) informou na manhã desta segunda-feira (13) que planeja iniciar a discussão sobre os nomes para a sucessão no Estado só a partir de fevereiro. Apesar do nome de Armando Monteiro (PTB) já estar posto, no campo das "oposições", a prioridade do PSB continua sendo o debate nacional. A definição dos candidatos do PSB que disputarão os governos estaduais depende do fechamento do documento de diretrizes, que está sendo elaborado com colaboração da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, segundo o governador. A previsão para apresentação do documento é o dia 30 deste mês.

A tática eleitoral do PSB será definida após a conclusão do documento de conteúdo programático. Segundo Eduardo Campos, o debate “deve ser (feito) ao longo de fevereiro. Para depois descermos para os Estados, munidos das diretrizes do programa e da tática eleitoral, para discutir Estado a Estado”.

Durante o anúncio da agenda anual de pagamento dos servidores estaduais, na manhã desta segunda-feira (13), Campos negou que o nome do candidato do PSB à sucessão em Pernambuco seja definido na reunião da Executiva do partido que estava prevista para a próxima sexta-feira (17).

"Essa reunião não tem decisões a tomar. Essa é uma reunião de cronograma de trabalho, que a gente faz todos os anos". O encontro ainda não está confirmado para esta semana devido ao choque de agendas de integrantes do partido.

O governador-presidenciável reafirmou que ainda não conversou com ninguém de outros partidos e do próprio PSB à respeito da escolha do candidato para à sucessão. Nos bastidores, circulam os nomes de Paulo Câmara, secretário da Fazenda, e de Tadeu Alencar, titular Casa Civil. “Na hora de começar a conversar tem que ser rápido, como eu fiz em todas as outras vezes”, garantiu Campos.

Questionado sobre a relação do PSB com a Rede, o governador afirmou que o diálogo ocorre o “mais fraterno possível e com muita tranquilidade”. Ele reconheceu que ainda há conflitos ideológicos em alguns Estados, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, que deverão ser solucionados em conjunto com a ex-senadora Marina Silva. Entretanto, afirmou que em mais de 20 Estados não há posições divergentes entre os aliados.

“Nas outras candidaturas ninguém tem essa situação. Quem está torcendo para dar errado tem que apostar barato, porque vai perder”, arrematou confiante.

Fonte: Jornal do Commercio

PSB-Rede apresentará plano de governo no próximo dia 30

Documento apresentará diretrizes gerais que deverão ser defendidas pela coligação e candidato à presidência da aliança

Fábio Guibu

RECIFE - A aliança PSB-Rede Sustentabilidade apresentará no próximo dia 30 as bases do programa de governo a ser defendido por seu candidato à Presidência, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 13, em Olinda(PE), pelo próprio governador, após solenidade de apresentação do calendário anual de pagamento dos servidores estaduais.

Segundo Campos, que também é presidente nacional do partido, o documento apontará uma direção e indicará as diretrizes gerais que deverão ser seguidas pela coligação. "Qual é a nossa análise do momento em que o mundo passa, que o Brasil passa? Qual é a nossa visão de futuro, qual é a estratégia de desenvolvimento que se faz mais adequada, qual a aliança política necessária para suportar um padrão como esse?", disse Campos, indicando os temas que estão sendo discutidos pela aliança.

"É um documento de caráter geral, que vai orientar os debates sobre pontos específicos", afirmou o governador. "Servirá para que a gente não faça os debates setoriais descolados de uma concepção de caráter geral", declarou. "Se você soltar para discutir o setorial sem uma visão de caráter geral, quando voltar, você não emenda, não consegue sistematizar", explicou.

Segundo Campos, após a apresentação, o documento será levado ao PPS e ao PPL para debate. As duas legendas não participam da formulação do programa base porque só anunciaram apoio ao PSB após o início dos trabalhos. "A partir daí, vamos para o programa (de governo) mesmo, para que a gente chegue ao final de junho com o programa, com as respostas objetivas que cabem a um programa", disse o governador.

A estratégia eleitoral e as candidaturas estaduais também serão definidas somente após a finalização do documento, no final do mês."Fechado esse documento de conteúdo, a gente acerta a tática eleitoral", afirmou Campos. "A tática eleitoral tem que responder ao conteúdo", disse ele.

"Tem tempo para fazer (a estratégia), deve ser ao longo de fevereiro, para depois descer para os Estados", afirmou. "Vamos munidos das diretrizes do programa e da tática eleitoral para discutir Estado a Estado", declarou o governador pernambucano.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Campos rebate rumores e diz que Marina não decidirá alianças sozinha

Governador de Pernambuco e possível candidato à Presidência respondeu a críticas sobre sua aliança com ex-senadora

Fabio Guibu

RECIFE- O governador de Pernambuco e possível candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB), disse nesta segunda-feira, 13, em Olinda (PE), que Marina Silva não decidirá sozinha os nomes dos candidatos da aliança a governador de São Paulo e do Rio de Janeiro e rebateu os rumores de crise entre seu partido e a Rede Sustentabilidade, por conta das divergências entre as legendas em alguns Estados.

"Marina vai decidir junto conosco todos os Estados que a gente vai discutir", disse Campos. "Em alguns, a gente vai conseguir aquilo que deseja, em outros lugares vamos ter um quadro que já está dado, que vem de uma dinâmica própria", declarou. "Ninguém aqui está para impor à Rede, e nem a Rede tem nenhum espírito de nos impor absolutamente nada", afirmou o governador.

Segundo ele, a prioridade no momento é o "debate nacional" - ou seja, a sua candidatura à Presidência. E para quem aposta em crise, Campos aconselhou: "Quem está torcendo para dar errado aposte barato, porque se apostar caro vai perder muito", disse.

Para o pré-candidato do PSB, não há "nenhum fato concreto" que confirme uma crise entre os partidos. "É só espuma, não tem objetividade (...), não há uma palavra de Marina que seja diferente da palavra que eu tenho colocado", afirmou. "Agora, há um desejo de que essas coisas não deem certo. E desejo é assim. Tem muita gente que deseja muita coisa e não consegue. Não vão conseguir esse, por exemplo", declarou.

Campos também atacou as críticas de aliados feitas nos bastidores e divulgadas em "off" (sem citar a fonte) pela imprensa. "Não posso considerar o que é 'off', só considero o 'on'", disse ele. "Cadê o 'off'?", questionou. "Todas essas teses vêm sendo derrubadas uma atrás da outra", declarou.

Sem citar nomes e em tom de ironia, o governador afirmou ainda considerar "natural" que "aqueles que ficaram surpresos, para usar uma palavra bem amena, com a aliança, começassem a desenvolver teses. Isso é da própria disputa", disse ele.

Nas contas de Campos, que também é presidente nacional do PSB, as duas legendas estão em sintonia sobre as candidaturas em cerca de 20 Estados. "Onde tem debate ainda, esse debate vai seguir até a gente conseguir consolidar as diretrizes do programa, consolidar o debate sobre as políticas de aliança para que isso se dê dentro de uma estratégia que coloque em primeiro lugar o projeto nacional", afirmou. "Nós não podemos colocar em primeiro lugar o Estado A, B ou C ", avisou.

Para o socialista, a aliança PSB-Rede "tem muito menos" dificuldades que as adversárias nos Estados. Segundo ele, os problemas da coligação governista "enchem uns dez cadernos de jornal, umas cinquenta telas (de projeção)", enquanto a sua tem, "sobretudo, a disposição de resolvê-los".

Fonte: O Estado de S. Paulo

João Bosco Rabello: Conflitos regionais testam aliança anti-PT de Aécio,Campos e Marina

As dificuldades previsíveis para os ajustes entre a Rede, de Marina Silva, e o PSB, do governador Eduardo Campos, têm duas vertentes com prazos de conciliação distintos, que além de testar a capacidade política de ambos, afetam a aliança informal com o PSDB para a eleição presidencial.

A primeira conciliação, em curso, segue o ritmo natural de sua extensão e complexidade e está definida na síntese da ex-senadora para a aliança com os socialistas: união programática. Trata-se da sistematização dos pontos programáticos das duas legendas para dar coerência à parceria, diante da perspectiva de poder que encerra.

A segunda, igualmente em curso, porém mais urgente, aborda as alianças regionais com efeitos colaterais na parceria maior com os tucanos, cujo desfecho pretende ser a formação de uma frente oposicionista no segundo turno, contra a candidata favorita nas pesquisas, Dilma Rousseff.

É nesse cenário que se baseia o compromisso de Aécio, Campos e Marina, ressaltados já pelos três, em momentos distintos. De maneira mais explícita e solene, no anúncio da aliança do PSB e da Rede, em que os dois protagonistas da cena afirmaram que retirariam do propósito comum de encerrar o ciclo do PT no Poder, a determinação para superar as diferenças internas.

O momento de definições no âmbito da aliança da ex-senadora e do governador testa essa fidelidade ao projeto maior de encerrar o ciclo petista, na medida em que Marina estabeleceu sua cota no mapa eleitoral de 2014, fixando como território da Rede/PSB os estados de Rio, Minas, São Paulo e Paraná, como aqueles em que devem ter candidatura própria.

Desses, somente Rio e Paraná não incomodam os interesses tucanos e do PSB. Atender Marina significa para Campos sacrificar a aliança com Aécio e com seus próprios correligionários em São Paulo, o que já é uma briga de bom tamanho. Candidatura própria em Minas pode ser o bode que Marina pôs na sala, para ceder na negociação final. Afinal, ali é o berço eleitoral de Aécio.

O desafio à solidez da meta antipetista está posto para Aécio e Campos, cujo convívio parece, até aqui, orientado pela premissa mais importante que a vitória individual. Ambos precisarão estar empenhados em apaziguar as reações internas, convencendo seus pares da importância de um certo altruísmo político, sem o qual as chances reais de reverter o favoritismo do governo diminuem.

Fonte: O Estado de S. Paulo

PMDB confirma candidatura de Pezão ao governo, mas pode abrir mão de Cabral ao Senado

Cúpula do PMDB almoçou no Rio de Janeiro, onde tratou de eleições

Juliana Castro

RIO - A cúpula do PMDB, em reunião na tarde desta segunda-feira no Palácio Guanabara, confirmou a candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão à sucessão estadual, mas flexibilizou a candidatura do governador Sérgio Cabral ao Senado. O objetivo é manter a aliança com o PT. De acordo com o presidente estadual da legenda, Jorge Picciani, Cabral pode abrir mão da disputa pela vaga.

- A candidatura já definida é a do Pezão. O governador Sérgio Cabral, como líder do partido, colocou o nome à disposição para a disputa do Senado. Mas ele tem colocado internamente que a prioridade é a eleição para o governo e a manutenção da parceria nacional e estadual entre PT e PMDB. Portanto, ele abre a possibilidade (de não se candidatar ao Senado), por mais que tenha um esforço de seus companheiros - disse Picciani

Participaram da reunião o governador Sérgio Cabral e o vice-governador Luiz Fernando Pezão, o vice-presidente da República Michel Temer, o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp, o prefeito Eduardo Paes, o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani e o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha. O ministro Moreira Franco (Aviação Civil) foi convidado, mas não compareceu.

Participaram ainda do almoço o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Paulo Melo, o deputado federal Leonardo Picciani, o secretário municipal de Governo, Rodrigo Betlhem, e Marco Antonio Cabral, filho do governador.

O Rio tem sido o epicentro da tensão que ronda as articulações entre os aliados PT e PMDB nos estados.

Os peemedebistas insistem no nome do vice-governador Luiz Fernando Pezão para a sucessão ao Palácio Guanabara. Pezão deve assumir o governo a partir de abril, já que Cabral declarou que sai do cargo no dia 31 de março para concorrer ao Senado.

O PT, por sua vez, quer lançar o senador Lindbergh Farias ao governo, o que desde o início despertou a ira dos peemedebistas, que dizem ter prioridade na aliança no Rio por estarem no comando do estado há sete anos e ter ainda a prefeitura da capital. Os petistas já estiveram próximos de desembarcar do governo Cabral em diversas ocasiões. Na última vez, a saída seria definida em uma reunião do diretório, mas o assunto foi retirado de pauta depois que o ex-presidente Lula ligou para Lindbergh.

Fonte: O Globo

TSE limita realização de enquetes e sondagens sobre as eleições

Resolução da Justiça Eleitoral já vale para este ano

Flávia Pierry

BRASÍLIA – Os veículos de comunicação não podem mais fazer enquetes ou sondagens sobre as eleições durante o período de campanha. A determinação consta em resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que passou a valer no dia 1º de janeiro. Segundo o texto da resolução, que foi aprovada em 17 de dezembro e publicada no dia 27, são proibidas as pesquisas de opinião pública sem registro formal.(Leia aqui o documento do TSE)

O texto que inclui essa proibição trata de regras para as pesquisas eleitorais e traz atualizações nas regras de registro. A resolução foi aprovada junto com outras cinco, em sessão administrativa do plenário do TSE, que foram publicadas para entrar em vigor já neste ano. Segundo o TSE, esses textos ainda podem sofrer alterações, mas somente para adequar a redação.

Entre as mudanças previstas para as pesquisas eleitorais na resolução, está a que prevê que as empresas de pesquisa poderão usar equipamentos eletrônicos portáteis, como tablets, para fazer as pesquisas. Esses aparelhos poderão ser auditados “a qualquer tempo”, pela Justiça Eleitoral, segundo a resolução.

A resolução também determina o horário que os resultados das pesquisas poderão ser divulgados nos dias de eleição. Nas disputas para cargos de deputados estaduais e federais, senador e governador, o resultado poderá ser publicado a partir das 17h do horário local do dia da eleição. Já na eleição para a Presidência da República, os resultados só podem ser divulgados após as 19h do horário de Brasília, no primeiro turno, e após as 20h do horário de Brasília, no segundo turno.

A multa para quem divulgar pesquisas sem registro varia de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00. Já a publicação de pesquisas fraudulentas é crime passível de pena de detenção de 6 meses a 1 ano e multa no mesmo valor.

O tribunal tem até o dia 5 de março para expedir todas as resoluções que vão reger as eleições gerais de 2014. Ainda há outras resoluções formuladas pela Corte que dependem de análise pelo plenário. Elas tratam de arrecadação e gastos de campanha, propaganda eleitoral e condutas ilícitas, escolha e registro de candidatos e plano de mídia do horário eleitoral gratuito.

Segundo divulgou o TSE, a resolução sobre arrecadação de campanha teve a sua apreciação adiada na sessão do dia 17 de dezembro devido a pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. O assunto voltará a ser debatido pelos ministros a partir do dia 3 de fevereiro, informou o tribunal.

Fonte: O Globo.

MP quer reverter resolução que limita apuração de crime eleitoral

Entidades divulgarão nota de repúdio e devem ir ao STF contra a norma

Júnia Gama

BRASÍLIA — Integrantes de entidades representativas do Ministério Público se reunirão hoje em Brasília para anunciar uma reação contra a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aprovada em dezembro, que proíbe o órgão de requisitar à Polícia Federal instauração de inquérito policial contra crimes eleitorais. Representantes da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) e da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) farão uma declaração conjunta repudiando a resolução e anunciando as medidas que serão tomadas. O grupo deverá ingressar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de inconstitucionalidade da resolução aprovada pelo TSE no apagar das luzes de 2013.

Mais cauteloso, o vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, afirmou ontem ao GLOBO que vai, primeiro, entrar com um pedido de revisão no Tribunal Superior Eleitoral para tentar mudar a resolução. Se a tentativa não der certo, ele vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Aragão disse que ainda não decidiu que tipo de ação será usado:

— Quero iniciar o ano judiciário com isso resolvido. Teremos uma posição (sobre o tipo de ação) em, no máximo, duas semanas.

O argumento usado pelo grupo que se reunirá hoje é que a resolução é inconstitucional na medida em que omite o fato de que o Ministério Público, tanto quanto a Justiça Eleitoral, tem poder para acionar a Polícia Federal para a apuração e instauração de inquéritos de crimes eleitorais, como ocorreu até as últimas eleições, em 2012.

De acordo com a resolução do TSE, nas eleições deste ano, em que serão disputados cargos de presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais, caberia somente ao juiz eleitoral determinar a abertura de inquérito para investigar suspeita de crimes como compra de votos, caixa dois e abuso de poder econômico, entre outros que configuram crime eleitoral.

Parte do grupo que defende uma reação contra a resolução avalia ainda que sua aprovação foi pensada sob medida para “propiciar a balbúrdia nas eleições”, já que, de acordo com o texto aprovado, a instauração de inquérito policial contra crimes eleitorais só poderá ser feita mediante a requisição ao juiz eleitoral, com exceção dos casos de flagrante, quando a própria Polícia Federal poderá fazeê-lo. Segundo essa análise, ter de esperar pela autorização de um juiz poderá atrasar e tumultuar as investigações de crime eleitoral durante a campanha.

O MP alega que, no mínimo, a resolução omite uma prerrogativa do órgão, já que, segundo as normas vigentes até a última eleição, o MP também pode pedir abertura de inquérito por crime eleitoral. Na sessão que aprovou a resolução, o único voto contra foi o do presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello. Os demais ministros acompanharam o relator, que argumentou que o poder de polícia é do juiz eleitoral e que basta, portanto, ao MP pedir a autorização a esse juiz. A exceção fica para os casos de flagrante, quando a própria Polícia Federal poderá fazer a investigação.

Em avaliação interna, setores do Ministério Público viram a resolução como uma tentativa de retaliação do PT contra o órgão, que estaria sendo alvo de investidas devido à sua atuação no processo do mensalão, que terminou com a condenação de diversos réus petistas. Isso porque, afirmam reservadamente alguns integrantes do MP, foi o ministro do TSE José Antônio Dias Toffoli quem defendeu a aprovação da resolução em seu relatório.

Esses integrantes do MP lembram que Toffoli foi subsecretário de Assuntos Jurídicos da Casa Civil quando José Dirceu era o ministro da pasta, foi o advogado-geral da União no governo Lula e advogou para o PT durante anos, antes de ser indicado por Lula para o STF. Eles argumentam que, em 2012, houve tentativa de alguns petistas de indiciamento do então procurador-geral, Roberto Gurgel, na CPI do Cachoeira, apoio a um pedido de impeachment a ele feito pelo senador Fernando Collor, além da tentativa de aprovar a PEC 37, que limitava o poder de investigação do Ministério Público. (colaborou Carolina Brígido)

Fonte: O Globo

Dora Kramer: Valem quanto pesam

Alguém está ouvindo ou vendo algum partido brigar pelo Ministério da Cultura, pela pasta de Assuntos Estratégicos, por um lugar ao sol no Desenvolvimento Agrário ou na Previdência e seus inúmeros problemas?

Não, os postos disputados nas negociações que a presidente Dilma Rousseff abre esta semana para formatar a dita reforma ministerial - que de reformuladora não tem nada - são os comandos da Integração Nacional, dos Transportes e do Ministério das Cidades. Já, já detalharemos os motivos.

Partindo da premissa de que estamos todos bem crescidos para saber que a discussão não envolve o aprimoramento das políticas públicas nem a melhoria do desempenho de cada um desses setores. O critério é só um: o que os partidos podem fazer pela reeleição da presidente e o que os ministérios podem dar em troca aos partidos.

Não está, contudo, muito clara para a maioria, e vale a pena esmiuçar, a motivação do toma lá dá cá. Quais as vantagens objetivas que rendem de parte a parte essas transações?

Por que para a presidente é tão importante acomodar partido x ou y na equipe? Para atraí-los a uma coalizão oficial e com isso assegurar maior tempo na propaganda de rádio e televisão; para impedir que esse tempo vá para a oposição; para com uma base ampla de apoio criar um clima político favorável.

Por que para os partidos é vantajoso ocupar um ministério mesmo durante poucos meses? Primeiro, depende do ministério. Os três citados acima como os mais disputados reúnem as condições ideais.

Eles têm dinheiro, instrumentos para liberação de recursos para prefeituras (excelentes cabos eleitorais para deputados que, por sua vez, se empenham para eleger governadores e presidente), obras a serem realizadas e contato com potenciais financiadores de campanha, principalmente empreiteiras.

Trata-se, em suma, de manuseio de interesses partidários com vista a incrementar as condições eleitorais de cada um, fundadas em dois pilares: dinheiro e visibilidade.

A presidente poderá optar por soluções "técnicas", nomeando os secretários executivos para o lugar dos ministros que serão candidatos? Em tese sim. O então presidente Lula fez isso em 2010.

Mas na época ele não era candidato, estava com a popularidade nas alturas e o PIB de quase 8% de crescimento ao ano. Dilma está em situação diferente, que a posiciona desfavoravelmente em relação aos partidos. Em português claro, terá de ceder. Ou se arriscar.

Andança. O novo líder do PSDB na Câmara Federal, Antonio Imbassahy, está se preparando para assumir o posto em fevereiro ciente de que os movimentos da bancada terão como referência a candidatura presidencial de Aécio Neves.

Imbassahy fez uma rodada pelo País a fim de conferir as possibilidades de aliança. A última semana passou no Rio de Janeiro para conversar com gente do grupo que sustenta o programa a ser apresentado pela área econômica.

Dos contatos políticos saiu com as seguintes impressões: a despeito da resistência do grupo de Marina Silva, haveria espaço em São Paulo para um acordo com PSB em torno da candidatura ao Senado; no Nordeste há jogo favorável na Bahia, no Ceará (ambos em parceria com o PMDB), no Piauí e no Maranhão em acerto com o candidato Flávio Dino, do PC do B.

No Estado dominado pelo clã Sarney os tucanos contam com a armadilha em que está preso o PT nacional. Diante do monumental desgaste da família, nem Lula nem Dilma poderão aparecer por lá sem risco de contágio. Como são cobrados por lealdade aos Sarney (em 2010 a candidata do PT teve 80% dos votos maranhenses), tampouco têm salvo-conduto para liberar o apoio dos petistas a Flávio Dino.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Rubens Barbosa: O Itamaraty e as eleições

Meta da chancelaria está acima de partidos

Um dos temas que mais suscitaram controvérsia dos últimos 12 anos foi o da formulação e execução da política externa e a condução do Itamaraty, que era considerado uma das instituições de excelência na vida pública brasileira. Aécio Neves, candidato provável da oposição em outubro, foi o primeiro a apresentar suas ideias sobre áreas que considera prioritárias para discussão durante a campanha. Como reintegrar o Brasil no mundo e aumentar sua projeção externa são os desafios.

Segundo Aécio, “o viés ideológico imposto à nossa política externa nos últimos anos está isolando o Brasil do mundo. É necessário abandonar a política externa de alinhamento ideológico adotada nos últimos anos e resgatar a tradição de competência e a atuação independente da diplomacia brasileira. O Itamaraty deve servir ao Brasil e defender o interesse nacional, acima de todo e qualquer interesse partidário.

A partidarização da política externa tem consequências severas na política de comércio exterior. Especificamente em relação ao Mercosul, o bloco precisa voltar a ser o que era quando da sua concepção: uma área voltada à liberalização do comércio e à abertura de mercados. A negociação de um acordo abrangente e equilibrado entre Mercosul e União Europeia deve ser concluída, mesmo que, para tanto, o Brasil avance mais rapidamente que outros membros do bloco, para deles não ficar refém”.

A cartilha, em três parágrafos, lança o debate envolvendo questões que interessam aos empresários, aos trabalhadores e à sociedade em geral. O principal objetivo é a recuperação do prestígio do Itamaraty e de sua centralidade no processo decisório interno. O trabalho da chancelaria deveria ter como meta apenas o interesse nacional, acima de plataformas de partidos políticos.

Entre outros temas, caberia discutir como aperfeiçoar sua gestão para evitar situações equívocas e para responder aos desafios atuais; como voltar a projetar o Brasil no mundo por meio de políticas sem preconceitos ideológicos; como ampliar o relacionamento com nossos vizinhos sul-americanos e a integração regional, hoje os maiores problemas da política externa; como voltar a dar prioridade às relações com os países desenvolvidos, de onde poderá vir a cooperação para a inovação e tecnologia; como reexaminar a estratégia de negociação comercial externa, paralisada pelo isolamento do Brasil, que em 12 anos negociou apenas três acordos de livre comércio; como aprofundar os acordos de comércio com Peru, Colômbia e México; como iniciar conversações tendentes a associar o Brasil aos acordos regionais e bilaterais com países desenvolvidos para integrar as empresas nacionais nas cadeias produtivas globais; como completar a negociação com a União Europeia, que se arrasta há mais de 12 anos; como aperfeiçoar o processo decisório interno para fortalecer a Camex e dar mais relevância e apoio ao setor externo, que só conseguiu apresentar superávit em 2013 em virtude de manobras petroleiras contábeis.

Esses são alguns dos temas que o futuro governo deverá enfrentar e que em boa hora começamos a debater.

Rubens Barbosa é presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp

Fonte: O Globo

Raymundo Costa: Ameaça endógena

Ataque a Campos partiu de grupo próximo a Lula

O PT é um partido em dúvida sobre a melhor estratégia eleitoral a ser adotada em relação ao PSB, parceiro de outras tantas disputas presidenciais. De um lado estão aqueles focados no projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff; de outro, os que preferem matar no nascedouro qualquer ameaça à hegemonia conquistada pelo Partido dos Trabalhadores, nos últimos 20 anos, no campo da esquerda.

Aqueles focados na reeleição da presidente Dilma avaliam que a disputa de 2014 será tão ou mais difícil que as últimas eleições vencidas pelo PT. À exceção de 2002, em todas o Partido dos Trabalhadores esteve prestes a vencer no primeiro turno, mas por um motivo ou outro, como os aloprados em 2006, teve que se submeter ao segundo escrutínio, do qual saiu vitorioso até com folga.

Depois do tombo de junho de 2013, Dilma e seu governo recuperaram popularidade e aprovação, mas os índices continuaram distantes daqueles aferidos no primeiro semestre do ano passado. Em março, a aprovação da governante acumulou 65%, segundo pesquisa de opinião Datafolha. No momento, a presidente da República namora com a reeleição no primeiro, mas as análises do PT não descartam a hipótese da segunda rodada.

Isso tudo na atual configuração da disputa, que tem Aécio Neves e a dupla Eduardo Campos e Marina Silva como eventuais candidatos do PSDB e do PSB-Rede, respectivamente. Nada sugere que esse quadro permanecerá estável. Além de um candidato do PSOL, provavelmente o senador Randolfe Rodrigues (AP), há a incógnita chamada Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que diz não ser candidato mas fala e age como se fosse. O pastor Everaldo Pereira ameaça sair pelo PSC.

PSOL e outros nanicos podem levar pontos que seriam bem-vindos a um candidato atrás da vitória no primeiro turno. Joaquim Barbosa seria uma mudança com força gravitacional suficiente para alterar o equilíbrio da eleição (as especulações mais recentes sobre o presidente do Supremo dizem que ele pode sim ser candidato, mas para disputar uma cadeira ao Senado pelo Rio de Janeiro).

Nesse contexto, uma ala do PT acha prudente preservar as relações com PSB de Eduardo Campos, um aliado histórico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o PT pode precisar dele, se a eleição de outubro for para o segundo turno com Dilma e o candidato da oposição - o nome esperado é Aécio - na cédula eletrônica. Nessa turma estão ministros da presidente Dilma e integrantes da DS, uma tendência do PT hoje abrigada no grupo denominado "Mensagem".

O principal ataque do PT a Eduardo Campos foi desferido pela tendência hoje denominada "Construindo um Novo Brasil", na qual se abriga a antiga "Articulação", o chamado campo majoritário, grupo que sempre deu as cartas no partido. É da CNB a impressão digital do artigo publicado no perfil do PT em uma rede social que ameaça uma eventual reconciliação entre as siglas desavindas.

"Ao descartar a aliança com o PT e vender a alma à oposição em troca de uma probabilidade distante - a de ser presidente da República -, Campos rifou não apenas sua credibilidade política, mas se mostrou, antes de tudo, um tolo".

A decisão sobre a publicação do artigo teve origem na coordenação da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), entre pessoas próximas do ex-presidente Lula desde os tempos de sindicalismo. A gota d'água foi paroquial: a decisão de Campos de chamar o PSDB de Pernambuco para o governo estadual, ocupando espaços que antes eram do PT.

O artigo pegou a direção nacional do PT em férias. Realmente não era autorizado e foi considerado um "tiro no pé". Mas ninguém na cúpula tomou a iniciativa de retirá-lo do ar ou pensou em pedir desculpas a Eduardo Campos, como praticamente exigiu o PSB, em nota oficial.

O problema dessa ala do PT com o governador nem é sua associação com a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, ambos dissidentes dos rumos que o governo tomou com a presidente Dilma. A questão é a associação do governador de Pernambuco com a oposição, ou seja o senador Aécio Neves, provável candidato do PSDB, o partido mais bem estruturado para enfrentar o PT nas eleições de outubro.

As expectativas em relação às candidaturas de Aécio e Campos eram de "canibalização". Isso pode ocorrer mais adiante, parece até mesmo inevitável. Mas pelo menos por enquanto, o que os dois têm demonstrado é uma surpreendente capacidade de se entender contra um adversário comum: o governo da presidente Dilma. A sinalização de Campos é na direção da oposição. Essa proximidade inibe quem aposta na manutenção de pontes entre o PT e o PSB.

A preocupação do PT e de seu núcleo mais duro com o avanço do PSB tem sua lógica, trata-se de uma ameaça endógena: no campo da "esquerda", os pessebistas foram os únicos a demonstrar força para avançar eleitoralmente e estabelecer concorrência direta com o PT. Em 2010 foi quem mais elegeu governadores, entre os partidos da coalizão governista. E Campos mantém o discurso social de quem foi governo com Lula e a maleabilidade de quem é capaz de conversar e se entender com a oposição.

O ex-governador José Serra foi enxotado da disputa interna pela indicação do PSDB à Presidência sob o pretexto de que o nome de Aécio Neves precisava ser lançado em janeiro, época em que PSB e Rede também confirmariam Eduardo Campos e Marina Silva. O argumento esgrimido até por aliados de Serra no PSDB era o de que Aécio não poderia perder tempo em relação a Campos e à presidente Dilma Roussef, em campanha há quase um ano. Até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso engrossou o coro de que acusavam de atrapalhar a evolução de Aécio Neves na avenida. Serra resolveu sair do caminho e postar, em seu perfil no Facebook, uma mensagem dizendo que o PSDB deveria lançar o nome de Aécio Neves imediatamente. Pois bem, agora a direção tucana (Aécio é o presidente do partido) fala em fazer o lançamento em março. Como Serra dizia que estava combinado entre os dois. Por essas e outras é que há quem ainda duvide da candidatura Aécio.

Fonte: Valor Econômico

Arnaldo Jabor: Ano novo, vida nova?

Vivemos um momento histórico em que tudo parece desabar, o que pode nos levar ao chamado "delírio de ruína", como chamam os psiquiatras. No entanto, 2013 foi um ano didático e creio que as deficiências seculares de nossa formação estão vindo à tona. Assim, estamos evoluindo de costas, aprendendo com os horrores. Dos porões do atraso já surgem luzes, em nossa 'jornada de imbecis até o entendimento'. Isso. O título de uma peça de Plínio Marcos serve bem para descrever o caminho que trilhamos em 2013. Temos razões até para um desconfiado otimismo. Qual será a lista de nossas esperanças?

Por exemplo, finalmente a família Sarney está servindo para alguma coisa: o horror do Estado (que possuem há 50 anos) está vindo a furo, como um tumor. O povo do Maranhão está menos iludido em sua desgraça. A prisão dos mensaleiros já tinha alertado sobre o estado de nossas penitenciárias. O medo máximo dos 'dirceus' era cair perto da 'boca do boi', nas celas que matam milhares de desespero e de faca, estilete, decapitação.

Em seguida, estourou Pedrinhas, abrindo finalmente as cortinas de gente intocável, aliada com sua 'cordialidade' criminosa. Sarney sumiu e Dilma também, pois não pode perder o aliado para a reeleição. Mas, já sabemos mais sobre isso. Didático: Sarney pauta a Dilma. Será que ela vai ficar ofendida?

Aprendemos que detalhes explicam muito. Já sabemos que os cardápios de Roseana e Cid Gomes são parecidos. Cid gosta de escargot, caviar, salmão e outras iguarias, custando 3 milhões para o Ceará; Roseana já prefere grandes quantidades: 850 quilos de filé 'mignon', duas toneladas e meia de camarão, 200 quilos de salmão e 80 de lagostas. Dois menus que são uma aula de ciência política brasileira.

Já aprendemos que, além de 'esquerda' e 'direita', temos de pensar na qualidade da vida e do interesse público. Como dizia Marco Aurélio (não o Garcia nem o de Mello, claro, mas o imperador): "O que é bom para a abelha tem de ser bom para a colmeia".

Muitos já entendem que o Estado não é a 'solução', mas é o 'problema'. Já sabem que um Estado gigante suga como um vampiro a sociedade e não devolve em serviços e reformas o que nós emprestamos a ele. Já sabemos que a sociedade acordou, apesar de amedrontada pelos fascistas dos black blocs, como vimos em junho de 2013.

Entrou em nosso entendimento (ao menos para os que sabem ler e não são o 'estrume' das oligarquias) que a corrupção não é um pecado moral, mas uma forma de governo. Já aprendemos que não há um contrato sem aditamento superfaturado, já sabemos que ladrões e bolcheviques se unem por um mesmo fim: pilhar o Estado, em nome de uma ideologia oportunista.

Alguns (ou muitos?) intelectuais com má consciência já devem ter entendido que substituir o possível pelo imaginário, o presente por um 'futuro', o singular pelo geral destroem a administração da vida real. Somos um país sob anestesia, mas sem cirurgia, como dizia Simonsen.

Hoje, temos de aceitar a impossibilidade de uma harmonia final. Não há solução -, mas, 'processo'. Nunca teremos um país perfeito, resolvido, nunca chegaremos "lá". Devemos abandonar uma política "central, geral, total", como nos planos quinquenais da URSS ou nos "saltos para a frente" da China de Mao. Somente uma política econômica indutiva, imaginosa, descentrada e pragmática pode ir formando um tecido de parcialidades que acabem por mudar o conjunto.

Ao menos estamos mais no presente. A importância da internet, dos celulares, a interdependência com o vasto planeta nos livrou um pouco da alma de tupiniquim, de vira-latas paranoicos.

Já começamos também a entender a diferença entre causas e consequências. Miséria é consequência. A injustiça é endêmica e de tal modo paralisante que inviabilizou até agora uma real 'luta de classes'. Os excluídos já nasceram derrotados "desde Cabral".

Como dizem as avós: "Há males que vêm para o bem" - a ditadura nos trouxe a "fome de democracia"; a piração oligárquica e corrupta de Collor nos trouxe uma "fome de República", de modernização do País. O julgamento do STF e a dificuldade de sua realização durante oito anos nos mostrou a evidência de que o Judiciário tem de ser reformado urgentemente.

A falência fiscal do Estado nos deu uma espécie de "orfandade" diante do gigante quebrado, mas criou mais autonomia nos empreendedores.

Deixou claro que o Estado tem de existir para a sociedade e não o contrário, como ainda é hoje.

Aprendemos que a tal "mão invisível do mercado" pode nos dar bananas, claro. No entanto, o conceito de "mercado" dinamiza a autorregulação da vida social e econômica do País, sim. Mercado é um termômetro, um sensor dos desejos sociais, mercado relativiza certezas burras e poderes autoritários. Talvez já tenhamos aprendido que a culpa de nosso atraso não é de imperialistas e canalhas de fora. Mudar o País tem de ser uma luta contra os canalhas de dentro. Não precisamos de invasores e inimigos, com esta multidão de saúvas que nos corroem.

Infelizmente, muita gente hoje ainda acredita que um governo de estatizações e tardio desenvolvimentismo, governo que ainda trabalha em cima de categorias velhas como 'democracia burguesa', 'moralidade pequeno-burguesa', 'patrimônio nacional' e o novo sujo "bolivarianismo" esteja no caminho certo. Não conseguem aceitar o óbvio: o Brasil estava preparado pelo Plano Real e o governo de FHC para decolar. Veio o Lula e jogou tudo para trás, aliado principal de Sarney e até do Severino, lembram? Ele levava macarrão como propina no restaurante do Congresso. A continuar assim (se a Dilma vencer), teremos uma brutal recessão em 2014/15, e o aparelhamento descarado do Estado talvez impeça um retorno à racionalidade perdida. Aí, 2014 será um "ano interessante", como dizem os chineses: um ano de desgraças, erros crassos e teimosia burra.

E estará provada a maldição, a famosa praga chinesa: "Tomara que você viva em tempos interessantes". Só nos resta desejar ano novo, vida nova.

Mas, que vida?

Fonte: O Estado de S. Paulo / O Globo

Yoshiaki Nakano: Inflação

Além da taxa de câmbio, as oscilações do custo de trabalho tornam o comportamento da inflação mais complexo

Apesar de praticarmos uma das taxas de juros das mais altas do mundo, a taxa de inflação no Brasil alcançou 5,91%, em 2013, muito acima da meta oficial de 4,5%. Isto não é aceitável para um país cujo PIB vem crescendo, desde 2011, em média, apenas 2,0%. Taxa de juros elevada com baixo crescimento deveria resultar em baixa inflação. Entretanto, as expectativas são de que esta situação deverá persistir neste ano. O que o Brasil tem de diferente do resto do mundo? Será que uma nova rodada de elevação de taxa de juros vai controlar a inflação?

O fator que salta aos olhos é que a política monetária é pouco eficiente no Brasil. A aparente eficácia da elevação da taxa de juros para reduzir a taxa de inflação desaparece logo, quando verificamos que ela foi acompanhada da apreciação na taxa de câmbio. Como a taxa de câmbio, no curto prazo, se comporta como um ativo financeiro, ela é determinada pela movimentação da conta de capitais. A elevação da taxa de juros tendeu a apreciar a taxa de câmbio. Neste caso, a inflação cede. Em outras circunstâncias, a taxa de inflação declinou porque a sua aceleração tinha sido resultado de choque de oferta ou de preços transitórios. Quando o efeito do choque termina, a inflação também cede. Tudo indica que este mecanismo de queda na taxa de inflação, associada a apreciação da taxa de câmbio prevaleceu por longo período até 2010.

A partir de 2011, particularmente em 2012 e 2013, a tendência da taxa de câmbio se inverte e passamos a ter depreciação com evidentes impactos na taxa de inflação. Mas o fenômeno que cabe ainda esclarecer é que o longo período de apreciação da taxa de câmbio produziu efeitos estruturais - não só a desindustrialização da economia brasileira, com forte redução na participação da indústria de transformação no PIB de 18%, em 2004, para apenas 13,3%, em 2012, mas na própria dinâmica da inflação. A inflação no período recente não pode ser entendida sem levarmos em conta também os preços relativos, isto é, a interação entre a inflação de dois setores: não-tradables (serviços) e tradables (indústria transformação), mediado pelo comportamento dos salários e produtividade.

A tendência central é que a taxa de inflação elevada, desde 2004, no seu componente mais persistente, tem sido resultado da pressão dos setores não tradables. Já apontamos diversas vezes nesta coluna que os preços dos setores de não-tradables (serviços) crescem mais rapidamente que tradables (indústria transformação), num contexto de excesso de demanda agregada e quase pleno emprego desde 2004, por causa da apreciação da taxa de câmbio que eleva os preços relativos favoravelmente aos primeiros setores. Estes não sofrem concorrência dos importados e tendem a responder não só à pressão de demanda, mas podem facilmente repassar os aumentos de custos aos preços como o do salário mínimo. Enquanto isto, os preços dos setores tradables tendem a ser fixados a partir dos custos mais uma margem de lucro, mas podem ficar reprimidos com a apreciação da taxa de câmbio, pois esta reduz os preços dos importados.

Neste período, a taxa de inflação dos tradables sofre oscilações, mas ficando sempre abaixo dos não-tradables. Ela desacelera fortemente com a apreciação da taxa de câmbio, particularmente a partir de 2004. Mas evidentemente, esta repressão dos preços dos tradables tem limites, se a margem de lucro se torna persistentemente negativa. Fecha-se a empresa ou, no nosso caso, o industrial se transforma em importador, daí a tendência de desindustrialização. Com os custos de trabalho aumentando fortemente, viabilizados pelos aumentos de preços do setor de não-tradables, a partir de 2007, os preços industriais sofrem uma recomposição até 2009.

Com a crise financeira de 2008 e aumento do desemprego, os salários sofrem forte desaceleração, recuperam-se a partir de 2010, quando a taxa de inflação dos tradables sofre novos ciclos de aceleração/desaceleração. Em 2013 sofrem uma nova desaceleração, agora em função da depreciação da taxa de câmbio.

Além da taxa de câmbio, existe um segundo elemento fundamental que explica a relação entre a taxa de inflação dos dois setores. Na verdade, existe um veículo de difusão da inflação de não-tradables para os demais setores que é a elevação dos salários muito acima da produtividade. Desta forma, eleva-se fortemente o custo unitário de trabalho, sobretudo na indústria. Portanto, além das fortes oscilações da taxa de câmbio, as oscilações do custo unitário de trabalho tornam o comportamento da inflação um fenômeno mais complexo.

Yoshiaki Nakano, com mestrado e doutorado na Cornell University, é professor e diretor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP).

Fonte: Valor Econômico

Marco Antonio Villa: Jango e o realismo fantástico

Era um cardiopata. E de longa data. No México, em 1962, assistindo a uma exibição do balé folclórico, teve um ataque cardíaco

O Brasil é um país fantástico. Mais ainda, é um país do realismo fantástico, onde ficção se mistura com história e produz releituras ao sabor dos acontecimentos. A última tem como tema a morte do ex-presidente João Goulart, o Jango, na Argentina.

A Câmara dos Deputados fez uma investigação, ouviu dezenas de testemunhas e elaborou um longo relatório. Concluiu que não havia indícios de assassinato. Em entrevista a Geneton Moraes Neto, publicada no livro “Dossiê Brasil: as histórias por trás da História recente do país”, a senhora Maria Tereza Goulart descartou qualquer suspeita de assassinato do seu marido: “Eu estava ao lado de Jango o tempo todo, nos últimos dias. Jango morreu do coração. Tinha feito um regime violento e mal controlado. Chegou a perder 17 quilos em dois meses. E estava fumando muito. O médico já tinha dito que ele não poderia fumar.”

Jango era um cardiopata. E de longa data. No México, a 10 de abril de 1962, em visita oficial, assistindo a uma exibição do balé folclórico mexicano, no Teatro Belas Artes, o presidente teve um ataque cardíaco.

Ficou desfalecido por um minuto. Atendido por médicos mexicanos, ficou impossibilitado de continuar a cumprir a agenda presidencial, sendo substituído por San Tiago Dantas. No retorno ao Brasil, o grande assunto era o estado de saúde de Jango e a possibilidade de que renunciasse à Presidência. Afinal, era o segundo ataque cardíaco em apenas oito meses. Dois meses depois, quando da recepção em palácio da seleção brasileira que partiria para a Copa do Mundo no Chile, Pelé manifestou preocupação com a saúde do presidente: “Presidente, como vão estas coronárias?” E Jango respondeu: “Estão boas, mas não tanto quanto as suas.”

Às vésperas do célebre comício da Central (13 de março de 1964), seu estado de saúde inspirava cuidados. Foi advertido que poderia ter sérias complicações com o coração. Jango desdenhou e manteve seu ritmo costumeiro de vida sedentária, alimentação inadequada, excesso no consumo de bebidas e vivendo em permanente estresse. No exílio uruguaio, também devido aos problemas com o coração, foi atendido pelo dr. Zerbini. Na França, onde esteve várias vezes, foi cuidar do coração e chegou a tentar uma consulta com o dr. Christian Barnard, na África do Sul, médico que dirigiu a equipe que fez o primeiro transplante de coração.

A transformação de Jango em um perigoso adversário do regime militar — tanto que o seu assassinato teria sido planejado pela Operação Condor — não passa de uma farsa. No exílio uruguaio, especialmente nos anos 1970, não tinha qualquer atuação política.

Tudo não passa de mais uma tentativa de mitificação, da hagiografia política sempre tão presente no Brasil. O figurino de democrata, reformista e comprometido com os deserdados foi novamente retirado do empoeirado armário. Agora pelos seus antigos adversários, os petistas. Mero oportunismo. É que a secretária dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, pretende ser candidata ao Senado pelo Rio Grande do Sul. E, como boa petista, não se importa de reescrever a história ao seu bel-prazer.

O cinquentenário dos acontecimentos de março/abril de 1964 é uma boa oportunidade para rever o governo Jango. O início dos anos 1960 esteve marcado pela agudização das mais variadas contradições. O esgotamento do ciclo econômico que alcançou seu auge na presidência JK era evidente. A grande migração tinha criado uma sociedade urbana e novas demandas que os governos não sabiam como atender. A tensão gerada pela Guerra Fria azedava qualquer conflito, por mais comezinho que fosse.

É nesta conjuntura que Jango tentou governar. E foi um desastre. Raciocinava sempre imaginando algum tipo de ação que significasse o abandono da política, do convencimento do adversário. Era tributário de uma tradição golpista, típica da política brasileira da época.

Nunca fez questão de esconder seu absoluto desinteresse pelas questões mais complexas da administração pública, distantes da politicagem do dia a dia. Celso Furtado, nas suas memórias (“A fantasia desorganizada”), relatou que entregou o Plano Trienal — que buscava planejar a economia nos anos 1963-1965 — ao presidente depois de exaustivas semanas de trabalho. Jango mal passou os olhos pela primeira página. Em entrevista à revista “Playboy”, em abril de 1999, Furtado foi direto: Jango “era um primitivo, um pobre de caráter”.

No polo ideológico oposto, o embaixador Roberto Campos, também nas suas memórias (“A lanterna na popa”), contou que escreveu um documento de 30 páginas relatando os contenciosos do Brasil com os Estados Unidos, em 1962, quando da visita do presidente a Washington. San Tiago Dantas, ministro das Relações Exteriores, pediu ao embaixador que reduzisse ao máximo a extensão do texto, pois com aquele volume de páginas o presidente não leria. Obediente, o embaixador sintetizou os problemas em cinco páginas, que foram consideradas excessivas. Diminuiu para três páginas. Mesmo assim, segundo Campos, Jango não leu o documento.

As reformas de base, palavra de ordem repetida à exaustão naqueles tempos, nunca foram apresentadas no seu conjunto. A definição — ainda que vaga — apareceu somente na mensagem presidencial encaminhada ao Congresso Nacional quando do início do ano legislativo, a 15 de março de 1964. E lembrar que foram apresentadas como soluções de curto prazo — mesmo sendo mudanças estruturais — durante três anos...

Deixou um país dividido, uma economia em estado caótico e com as instituições desmoralizadas. E abriu caminho para duas décadas de arbítrio.

Marco Antonio Villa é historiador

Fonte: O Globo

Política - Claudio Humberto

Briga por ministério
Candidato do PT ao governo de São Paulo, o ministro da Alexandre Padilha (Saúde) disputa poder com o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), postulante petista ao governo de Minas Gerais, a quem são atribuídas articulações para fazer do mineiro Helvécio Magalhães o futuro ministro da Saúde. Padilha quer no cargo seu auxiliar Mozart Sales, responsável pelo Programa Mais Médicos. A força de Padilha está na sua ligação a Lula, que inventou sua candidatura. A força de Pimentel vem da presidente Dilma, sua amiga. Além de ter um dos maiores Orçamentos do governo, o Ministério da Saúde ganhou força após a criação do Programa Mais Médicos. Dilma apressou-se em definir a reforma ministerial com o vice Michel Temer, para ajudar a ofuscar o escândalo do "lucro" maroto da Caixa.

Oportunismo
José Genoino (PT - foto) ganhou entre salários (R$ 27.600) e outros ganhos um total médio de R$ 52 mil mensais, em valores atuais, enquanto foi deputado federal por 25 anos. Mas ainda conta a lorota de ser "pobre" e não poder pagar a multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal.

Crime financeiro
O Ministério Público Federal decidiu apurar a apropriação indébita de R$ 719 milhões de pequenos poupadores pela Caixa Econômica Federal, para engordar artificialmente seu lucro. A instituição admite que "errou" ao aceitar 527 mil correntistas com dados supostamente "irregulares", como se fosse possível no Brasil abrir conta em banco com documentos falsos. A Caixa prejudicou aqueles que "esquecem" suas economias depositadas na poupança, esperando vê-las crescer.

Ação criminosa
"É um clássico exemplo de apropriação indébita. Não existe usucapião de dinheiro", explicou o advogado Luiz Fernando Pereira.

Sem entender
A Caixa não consegue explicar como abriu 800 mil contas sem CPF existente, como agora alega para justificar a apropriação do dinheiro.

Diz que morri
Suspeito de aprovar as manobras para fabricar um lucro para a Caixa maior que o real, o falante Guido Mantega (Fazenda) se finge de morto.

Rota de colisão
Apesar de participar do governo Dilma, o PP terá dificuldades para apoiar a sua reeleição. Os principais diretórios do partido estão fechados com Aécio Neves (PSDB): Minas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Chata de galocha
Diplomatas franceses em Brasília entenderam a traição do presidente François Hollande, apaixonado pela doce atriz Julie Gayet. Sua mulher, jornalista Valerie Trierweiler, faz questão de ser ríspida e desagradável 24h por dia, como demonstrou durante a visita a Brasília, há um mês.

Preocupação
Admiradores do FHC ficaram preocupados com sua saúde, ao vê-lo subindo com enorme dificuldade a escada de acesso ao restaurante do hotel Knoa, na praia da Barra de São Miguel, a 20 quilômetros de Maceió.

O nome do jogo
Tem nome e sobrenome a crise de abastecimento no Rio, em plena canícula: a estatal Cedae recuou com o vazamento do plano, mas a diretoria responsável pela água está com a privatização pronta.

Frase
"Foi uma manobra irresponsável e abominável" –
Deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS, sobre a tunga em poupadores da Caixa

Duas medidas
No Maranhão, cresce revolta com o secretário Ricardo Murad (Saúde), que contratou UTI aérea por R$ 83,7 mil para levar um cunhado a São Paulo. Já Ana Clara, de 6 anos, queimada viva em um ônibus...

País rico
O Brasil terá que pagar bem mais que ? 25 milhões até 2019 para permanecer na embaixada em Berlim: o dono não aceitou a proposta e abriu o prédio à visitação de hoteleiros. O aluguel é ? 180 mil mensais.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Brasília-DF – Denise Rothenburg

War
No jogo de conquista de territórios, cada um tem um objetivo secreto a ser cumprido. O do PT, nessa fase, é "destruir Eduardo Campos" e os exércitos dele. Para isso, o editorial petista chamando o governador de Pernambuco de "tolo" extrapolou o mundo virtual e começa a tomar conta dos estados.
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"Há um movimento claro do PT no sentido de tentar empurrar a candidatura de Eduardo Campos para a direita. E isso evidencia o temor deles (dos petistas) de que Eduardo avance sobre um eleitorado do qual eles se julgam proprietários, o eleitorado de esquerda", diz o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral. Antes, era apenas Pernambuco, mas, agora, Sergipe, Bahia e Rio Grande do Sul já registraram mal-estar entre os dois partidos. Ou seja, não tem mais volta.

"Irremovível"
Assim, os peemedebistas definiram a candidatura de Luiz Fernando Pezão ao governo do Rio de Janeiro. E não aceitam palanque duplo. Isso significa que não dão opção ao PT que não seja retirar a candidatura de Lindbergh Farias. Eles não se importam com Anthony Garotinho (PR) ou Marcelo Crivella (PRB). Mas é simbólico que o PT permaneça aliado do PMDB no Rio.

Cacife
As exigências dos peemedebistas têm uma razão básica: os dados da economia, até aqui, não permitem ao PT o luxo de dispensar aliados ou fazer muitas exigências em termos eleitorais. Para completar, esta semana ainda tem reunião do Copom, com perspectiva de alta de juros e, em Brasília, muitos postos subiram um pouquinho mais o preço da gasolina. Se continuar nesse ritmo, outros "irremovíveis" aparecerão.

Faroeste nacional
Os senadores que visitaram o presídio de Pedrinhas, no Maranhão, descobriram até mesmo presos que já terminaram de cumprir a pena e continuam por lá, porque a decisão de soltura ainda não foi expedida. Enquanto isso, policiais eram feitos reféns em Rondônia. É a panela de pressão do sistema prisional brasileiro explodindo.

O nome de Roseana
Se a governadora Roseana Sarney (PMDB-MA) decidir ficar no cargo até o fim do ano, ela dará preferência ao ministro do Turismo, Gastão Vieira, para concorrer ao Senado. Falta combinar com ele, que tem a reeleição certa para deputado federal.

Aécio e a CEF
O presidente do PSDB, Aécio Neves, pré-candidato a presidente da República, passou parte do dia ontem estudando a possibilidade de acionar o governo na Justiça devido à manobra da Caixa Econômica Federal de contabilizar como lucro o salto de contas inativas da poupança.

CURTIDAS
Tá na chuva.../ ...É para se molhar. É assim que o vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (foto), do PT do Paraná, se refere à bronca de Eduardo Campos com o texto publicado em uma rede social criticando o governador de Pernambuco. "A política é polêmica. Todos os dias, Eduardo Campos bate na Dilma descaradamente. Ele bateu, bateu e, de repente, caiu no salão e agora fica reclamando."

Tá ligado/ O presidente do PT, Rui Falcão, tem dedicado esses dias a reuniões internas para avaliar a situação nos estados. Ontem, conversou com o deputado João Paulo Lima, de Pernambuco.

O chamado/ O vice-presidente Michel Temer saiu de almoço no Rio ontem direto para o gabinete da presidente em Brasília. Não teve tempo nem sequer de passar na própria sala.
Viva dom Orani!/ A presidente Dilma Rousseff e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, gravaram uma saudação especial pela indicação de dom Orani Tempesta para integrar o cardinalato da Igreja Católica. A mensagem foi exibida ontem na Rede Vida, uma das emissoras ligadas à Igreja.

Fonte: Correio Braziliense