O Globo
Bolsonaro é resiliente, mas não tem um
partido para chamar de "seu"
O presidente Bolsonaro demonstrou em diversas
oportunidades ser resiliente, recuperando-se de situações políticas
embaraçosas, como quando foi obrigado a entregar o Orçamento nas mãos do
presidente da Câmara, Arthur Lira, para sobreviver a um possível impeachment.
Parecia um “pato manco”, mas sua prioridade nunca foi gerir o país, e sim atuar
em setores ideológicos específicos, como costumes, religião, armamentos.
Dedicou-se a esses temas por meio das redes sociais e de suas lives e formou
uma base de apoio que se mostrou forte na eleição presidencial.
Quando todos achavam que o Centrão o abandonaria, conseguiu mantê-lo unido em torno de sua candidatura, que, devido também ao abuso do poder econômico, mostrou-se mais competitiva do que parecia. “Pato manco” (lame duck) é uma expressão usada principalmente na política norte-americana. Define o político que continua no cargo, mas perde a expectativa de poder.