Desmatamento em queda traduz rumo ambiental correto
O Globo
Ainda há muito a fazer para zerar o flagelo
na Amazônia e no Cerrado, mas governo está no caminho certo
É excelente notícia a queda
de 22,3% no desmatamento da Amazônia, divulgada na quinta-feira pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre agosto de 2022 e julho
de 2023, a área devastada foi de 9.001 km2, segundo o relatório anual do
Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal
por Satélite (Prodes). Foi a primeira vez, desde 2018, que a perda de vegetação
ficou abaixo dos 10.000 km2.
O recuo seria ainda mais significativo se
abarcasse apenas os dados de 2023, quando os números mostram inversão na
tendência de dilapidação do patrimônio natural da Amazônia. Entre agosto e
dezembro de 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro, quando as “boiadas”
passavam sem freio, houve aumento de 54% no desmatamento. De janeiro a julho de
2023, foi registrada queda de 42%.
Os resultados colhidos até agora traduzem o acerto das políticas de redução do desmatamento tocadas pela equipe da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Depois da gestão tóxica do governo Bolsonaro, que promoveu o desmonte dos órgãos ambientais, esvaziou a fiscalização, desdenhou dados científicos do Inpe sobre desmatamento e fez vista grossa para grileiros, garimpeiros e madeireiros ilegais, era esperada uma mudança de rumo. As multas aplicadas pelo Ibama aumentaram 104%. As do ICMBio, 320%. Sinal de que a fiscalização voltou.