Para Alcolumbre, fala é ‘grave’. Presidente segue Trump, que propõe reabrir EUA
Daniel Gullino, Naira Trindade e Thais Arbex | O Globo
Em pronunciamento na TV, o presidente Bolsonaro questionou medidas adotadas em todo o mundo contra a pandemia do coronavírus. Propôs reabrir comércio, criticou o fechamento de escolas e o “confinamento
em massa”, condenou ações de governadores para esvaziar as ruas e atacou a imprensa. Para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, a fala de Bolsonaro é “grave”: “O Brasil precisa de liderança responsável”.
Houve panelaço, o oitavo, em várias cidades. Bolsonaro segue a posição de Donald Trump, que quer ver os EUA abertos após a Páscoa, apesar do alerta da OMS de que o país será o novo epicentro da doença.
Na contramão do mundo Bolsonaro quer fim de confinamento
Na contramão de medidas adotadas globalmente por países e de recomendações de autoridades da área da saúde para combater o novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento ontem à noite em rede nacional de rádio e TV defendendo a reabertura do comércio e das escolas e o fim do “confinamento em massa ”. Retomando o discurso de minimizara pandemia, mesmo diante da expansão dos números de contaminação, ele culpou os meios de comunicação por espalhar “pânico” e criticou autoridades estaduais que adotaram, na sua visão, “o conceito de terra arrasada”.
O pronunciamento provocou repercussão ainda ontem na sociedade e no meio político. Em várias capitais, houve pane laços. Em Brasília, areação começou pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que classificou a fala como “grave” e disse que “a nação espera do líder do Executivo seriedade e responsabilidade ”. Acrítica deBol sonar o às ações dos governadores ocorre emmeio a uma rodada de reuniões virtuais entre ele e os chefes de Executivos estaduais. N amanhã de hoje, ele terá videoconferência com os governadores do Rio, Wilson Witzel, e de São Paulo, João Doria.
— Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que ogru poder iscoéo das pessoas aci made 60 anos. Então, por que fechar escolas? — questionou Bolsonaro.
No mundo, a pandemia já ultrapassou a marca de 420 mil contaminados, com mais de 18 mil mortes.
Bolsonaro voltou a minimizara doença, chamando novamente de “gripezinha”. Citou que ele próprio, que foi atleta, não deveria ter problema para enfrentar uma eventual contaminação.
—Raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos deidade. Devemos sim éter extremap reocupação em não transmitir o vírus para os outros, em especial aos nossos queridos pais e avós.
Bolsonaro criticou ainda a cobertura da imprensa, afirmando que veículos de comunicação espalharam “a sensação de pavor” e potencializaram um cenário de “histeria”. Bolsonaro alegou que a imprensa baseou-se no alto número de mortos na Itália para projetar uma situação semelhante no Brasil, mas disse que a comparação não faz sentido porque o país tem mais idosos e um clima diferente.