Lucas Vettorazzo / Folha de S. Paulo
RIO - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu na tarde desta terça-feira (31) a criação de uma frente ampla de partidos de centro para disputar as eleições presidenciais do ano que vem para derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), dois pré-candidatos que lideram pesquisas eleitorais até o momento.
Em viagem com clima de campanha ao Rio, Doria classificou Lula e Bolsonaro como opções extremistas e disse que a divisão poderia levar à vitória de um dos dois.
Doria evitou dar mais detalhes de quem poderia compor essa frente ampla de centro, mas afirmou que ela passa pela participação do PMDB, partido do presidente Michel Temer, no bloco.
O prefeito da capital paulista voltou a pregar a união no PSDB, mas evitou se posicionar enfaticamente sobre a possibilidade levantada por uma ala do partido de uma chapa puro sangue formada pelo governador paulista, Geraldo Alckmin, como cabeça, e Doria como vice.
"Se nós, que temos uma posição central para salvar o Brasil, não estivermos unidos, quem ganhará a eleição será um extremista, de esquerda ou de direita", disse o prefeito paulista em palestra na Firjan (Federação das Indústrias do Rio), no centro da capital fluminense.
Doria disse que é preciso "discernimento, concordância, liderança e humildade" para criar uma frente ampla de centro. A divisão, disse ele, resultaria na vitória de Lula ou Bolsonaro.
"Será que teremos um Lula aqui na frente? Será que é essa salvação do Brasil? Ou será o Bolsonaro? Eu digo que não. Precisamos nos apoiar em pilares que possam transformar o Brasil e, para isso, as forças democráticas e de centro precisam estar unidas. Nesse sentido, contem comigo", afirmou.
AGENDA
Doria teve um dia típico de campanha eleitoral. Pela manhã, anunciou parceria com o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, para licitações conjuntas na área da saúde.
À tarde, participou de almoço com empresários na Firjan (Federação das Indústrias do Rio), onde deu a declaração sobre a frente ampla e apresentou realizações de seus dez meses à frente da prefeitura paulista.
A sua agenda também previa uma visita à redação do jornal "O Globo", encontro com o ex-ministro Armínio Fraga e economistas da Casa das Garças, núcleo de pensamento econômico alinhado com os tucanos, e um jantar com o empresário Paulo Marinho.