sexta-feira, 23 de maio de 2014

Opinião do dia: Antonio Gramsci

Os erros de interpretação contidos nas pesquisas dos interesses “sordidamente judaicos” foram algumas vezes grosseiros e cômicos, terminando assim por reagir negativamente sobre o prestígio da doutrina original. Por isso, é necessário combater o economicismo não só na teoria da historiografia, mas também e sobretudo na teoria e na prática políticas. Nesse campo, a luta pode e deve ser conduzida desenvolvendo-se o conceito de hegemonia, da mesma forma como foi conduzida praticamente no desenvolvimento da teoria do partido político e no desenvolvimento prático na vida de determinados partidos políticos.

Antonio Gramsci. Cadernos do cárcere, v. 3 p.53. “Alguns aspectos teóricos e práticos do “economicismo”. Civilização Brasileira, 2007.

Ibope: Dilma cresce menos que opositores e chance de segundo turno aumenta

• Vantagem da presidente sobre a soma dos adversários caiu para quatro pontos

• Houve queda expressiva no índice de votos brancos e nulos, que passou de 24% para 14%

- O Globo

SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff (PT) subiu três pontos na pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira, mas os dois principais candidatos de oposição, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), cresceram 11 pontos juntos, fazendo aumentar a chance de segundo turno na disputa.

A presidente tem 40% das intenções de voto contra 37% da pesquisa anterior. Aécio passou de 14% para 20%. Campos foi de 6% para 11%. Pastor Everaldo (PSC) soma 3%. Eduardo Jorge (PV) e José Maria (PSTU) têm 1% cada.

O levantamento foi realizado entre os dias 15 e 19 de maio, depois da propaganda partidária do PT e do PSDB, e mostrou uma queda expressiva no índice de votos brancos e nulos, que passou de 24% para 14%. O percentual de eleitores que declaram não saber em quem votar também caiu: de 13% para 10%.

No último levantamento, realizado em abril, Dilma tinha 13 pontos de vantagem sobre a soma dos seus adversários. Agora, esse índice é de apenas quatro pontos. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Para ser eleita no primeiro turno, é preciso ter a metade mais um dos votos válidos (descontados brancos e nulos).

O Ibope mostra ainda uma estabilização da rejeição a Dilma em 33%. Já o total que declaram não votar de jeito nenhum em Aécio caiu de 25% para 20%. Campos teve a rejeição reduzida de 21% para 13% em relação à pesquisa de abril .

Dilma tem o seu melhor desempenho no Nordeste. Ela chega a 52% das intenções de voto na região.

Já Aécio vai melhor no Sudeste, com 24%. Mesmo assim, o tucano ainda perderia para a petista, que teria 33%, na região. Campos chega a 15% no Nordeste, onde Aécio teria apenas 11%.

Na divisão por faixa de renda, a presidente se sai melhor entre os mais pobres, os eleitores com renda mensal de até uma salário mínimo (R$ 724). Ela tem 56% das intenções de votos nesse grupo. Campos também se sai melhor entre os mais pobres, com 14% das intenções de voto. Aécio obtém o melhor desempenho entre os mais ricos, com renda superior a cinco salários mínimos, com 25%.

Na pesquisa espontânea, em que o eleitor não tem acesso à lista de candidatos, Dilma aparece na frente com 22%. Aécio soma 8%, Lula, 6%. Campos tem 4%. Marina é citada por 2% e José Serra, 1%.

O levantamento foi encomendado ao Ibope pelo G1, pela Globonews e pelo jornal “Estado de S.Paulo”. Foram ouvidos 2.002 eleitores em 140 municípios entre os últimos dias 15 e 19 de maio. O nível de confiança é de 95%. Isso quer dizer que o instituto tem 95% de certeza de que os resultados obtidos estão dentro da margem de erro. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00120/2014.

O Ibope avaliou ainda a possibilidade de segundo turno. Entre Dilma e Aécio, a presidente teria 43%, enquanto o tucano teria 24%. O número de votos brancos e nulos ficaria em 24%. Se Dilma disputasse hoje a eleição com Campos, a presidente ganharia com 42%. Campos teria 22%. Os brancos e nulos seriam 25%.

Foi testado também um cenário com apenas Lula, Aécio e Campos. Nesse caso, o ex-presidente teria 46%, o tucano, 16% e o pré-candidato do PSB, 9%. Em disputas de segundo turno, Lula bateria Aécio por 49% a 20% e Campos por 50% a 16%.

PT, PSB e PSDB comemoram resultados da pesquisa

• Rui Falcão ressalta que presidente, hoje, ainda ganharia no primeiro turno; oposição vê possibilidade de crescimento

Germano Oliveira, Sérgio Roxo - O Globo

SÃO PAULO - A possibilidade cada vez maior da realização de segundo turno animou a oposição à presidente Dilma Rousseff. Os resultados da pesquisa Ibope divulgados nesta quinta-feira, em que a diferença de Dilma para a soma dos candidatos da oposição (Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB), caiu de 13% para apenas 4%, foram comemorados tanto pelo PSB como pelo PSDB. Dilma está com 40%, Aécio com 20% e Campos com 11%. O PT também comemorou, pois Dilma ainda venceria no primeiro turno.

Os tucanos comemoraram o fato de Aécio Neves ter sido o pré-candidato que mais subiu na pesquisa Ibope, de 14% para 20%, e que obteve a maior queda na rejeição, de 25% para 20%. Segundo Aécio, os dados do Ibope confirmam os de outros institutos que já havia apontado sua subida.

— Os dados da última pesquisa Ibope confirmam, com algum atraso, o crescimento da nossa candidatura já apontado por todos os outros institutos. Confirma também o crescimento do conjunto das oposições, mesmo com o grau de conhecimento dos candidatos muito menor do que o da atual presidente. O que aponta, cada vez mais, para um cenário de segundo turno. Mas continuo entendendo que o dado mais relevante nesse instante é o alto percentual de brasileiros que clamam por mudanças profundas no país. Acredito que isso continuará a ser refletido nas próximas pesquisas — disse Aécio por meio de nota.

Segundo o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), presidente do Diretório Estadual do PSDB de São Paulo, a subida do tucano reflete uma somatória de fatores, que vão do programa de rádio e TV do partido que foi ao ar em abril, à seu discurso pela mudança, que está sendo bem compreendido pelos eleitores.

—A subida nas pesquisas de deve também à frenética caminhada de Aécio pelo Brasil e à estratégia de montagem de palanques estaduais. Já temos 11 candidatos a governador nos Estados e palanques fortes em São Paulo, com Geraldo Alckmin, e em Minas, com Pimenta da Veiga, além das candidaturas à reeleição no Paraná (Beto Richa) e em Goiás (Marconi Perillo). O eleitor está entendendo as mensagens do partido - disse Duarte Nogueira.

O tucano explicou que Aécio subiu mesmo competindo em desigualdade de condições com a presidente Dilma Rousseff que tem aparece diariamente na mídia.

— Quando começar a campanha no rádio e TV, em agosto, Aécio subirá ainda mais. O mais importante é que está cada vez mais viável a realização do segundo turno — disse o tucano.

Na campanha de Eduardo Campos, os números do Ibope também foram comemorados. O presidenciável disse em sua página no Facebook que o eleitor quer mudanças.

— No atual momento, nenhuma pesquisa reflete cenários eleitorais, mas, sim, o conhecimento de cada candidato e o sentimento da população. O desejo de mudança se apresenta mais forte que nunca no coração das pessoas de todos os recantos do Brasil. O povo já escolheu a mudança. Tenho a certeza de que, quanto mais brasileiros conhecerem as ideias e a nova forma de fazer política que eu e Marina estamos mostrando, mais pessoas irão se identificar com este projeto e converterão seu desejo de mudança em ação transformadora — disse Campos.

— Há uma avenida para o crescimento. Considerando que ele ainda é um candidato pouco conhecido, há uma ascendência — afirmou Carlos Siqueira, coordenador da pré-campanha presidencial do PSB.

Siqueira acredita ainda que o crescimento será gradativo até o começo do horário eleitoral, em agosto.

— Na medida que vai se tornando conhecido, tem uma empatia com eleitorado, vai melhorando o desempenho.

O coordenador da pré-campanha chamou a atenção ainda para o fato de que o Ibope registrou que Campos e Aécio possuem praticamente o mesmo desempenho nas simulações de segundo turno contra Dilma. A pesquisa apontou uma vantagem de 19 pontos da petista sobre o tucano e de 20 sobre o pré-candidato do PSB.

— Isso é importante se considerarmos que o Eduardo tem grau de conhecimento muito menor do que o Aécio.

PT também comemora
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse ao GLOBO que não costuma comemorar pesquisas, “mas, se eu o fizesse, teria motivos com esta do Ibope”.

— Os dados indicam a estruturação de um campo completamente favorável, em todas as classes e regiões. Além disso, se a eleição fosse hoje, Dilma venceria no primeiro turno — disse Rui Falcão por meio de sua assessoria. Dilma se recuperou, subindo de 37% para 40% muito em função do último programa de TV, na qual o partido diz que votar na oposição poderia representar uma volta ao passado.

Dilma se recupera após propaganda, mas adversários sobem mais, mostra Ibope

• Presidente sobe de 37% para 40%, mas Aécio e Campos têm maior crescimento, e diferença da petista para rivais cai para 4 pontos

José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti e Lucas de Abreu Maia - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - A sequência de programas partidários na TV despertou mais eleitores para a eleição presidencial e derrubou a parcela de votos brancos e nulos, que estava no patamar mais alto da história recente. Última a aparecer na propaganda, Dilma Rousseff (PT) melhorou de 37% para 40% sua taxa de intenção de votos entre abril e maio, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira, 22. Seus adversários diretos, porém, cresceram mais, o que eleva as chances de segundo turno.

No cenário com a lista dos oito pré-candidatos que já manifestaram intenção de concorrer, Aécio Neves (PSDB) subiu de 14% para 20% e Eduardo Campos (PSB), de 6% para 11%. A vantagem que Dilma tinha sobre a soma dos adversários diminuiu de 13 pontos porcentuais para apenas 4. Para se reeleger já no primeiro turno, ela precisará da maioria absoluta dos votos válidos (metade mais um) em outubro.

A pesquisa mais recente do Ibope foi feita entre os dias 15 e 19 de maio. No dia 13, o PT começou a exibir na televisão uma polêmica peça de propaganda com o mote “O Brasil não quer voltar atrás”, na qual exaltou o risco da “volta dos fantasmas do passado”, entre eles o do desemprego. Na noite do dia 15, o partido teve 10 minutos em rede no horário nobre, no qual levou esse vídeo de novo ao ar, além de discursos de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A pesquisa atual do Ibope também capta os efeitos do programa de 10 minutos do PSDB, exibido no dia 17 de abril. O levantamento anterior do instituto havia sido encerrado no dia 14, três dias antes de os tucanos ocuparem o horário nobre para promover Aécio. Já o PSB de Campos foi à TV no fim de março.

Com essa invasão da propaganda partidária nos meios de comunicação, a soma de quem pretendia votar em branco, anular ou não sabia responder despencou entre as pesquisas Ibope de abril e maio. Foi de 37% para 24% e voltou ao patamar histórico esperado para esta época da campanha eleitoral.

Foi na faixa do eleitorado com renda superior a 5 salários mínimos que Dilma se recuperou mais. Nesse grupo, a presidente foi de 26% a 38% das intenções de voto, enquanto Aécio oscilou um ponto para baixo, de 26% para 25%. Nas demais faixas de renda, Dilma tem pior desempenho entre quem ganha de 2 a 5 salários mínimos. Apenas 35% desses eleitores pretendem votar na presidente. Seu melhor desempenho é entre os mais pobres: 56% dos eleitores que ganham até 1 salário mínimo por mês declaram voto na petista.

No corte por regiões, Dilma vai pior no Sudeste, seguindo a tradição dos candidatos petistas desde 2006. Ela tem hoje 33% das intenções de voto na região, contra 24% de Aécio e 8% de Campos. É no Nordeste que Dilma e Campos se saem melhor, com 51% e 15%, respectivamente. Aécio tem 11% entre os nordestinos.

Dilma ampliou sua taxa de intenção de votos no último mês, mas não conseguiu reduzir a parcela do eleitorado que não admite votar nela de jeito nenhum – o porcentual ficou estável, em 33%. Já a situação de seus adversários melhorou: a rejeição a Aécio caiu de 25% para 20%, e a Campos, de 21% para 13%.

Segundo turno. Nas simulações de segundo turno, o quadro manteve-se praticamente inalterado na comparação com a pesquisa de abril. Dilma tem hoje os mesmos 43% das intenções de votos que recebia no mês passado, já Aécio oscilou dois pontos para cima e foi de 22% para 24%.

Se o adversário da petista no segundo turno fosse Eduardo Campos, os índices são parecidos: Dilma receberia 42% dos votos, contra 22% do ex-governador de Pernambuco, que subiu cinco pontos em comparação à pesquisa de abril.

A pesquisa ouviu 2.002 eleitores em 140 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais, com nível de confiança de 95% – ou seja, há 95% de probabilidade de os números retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. O levantamento foi custeado pelo próprio Ibope e registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo BR-00120/2014. / Colaboraram Rodrigo Burgarelli e Diego Rabatone

Aumenta a desaprovação do governo Dilma, diz Ibope

• Índice sobe 4 pontos em relação a abril e pela primeira vez desde o início do mandato supera o grupo que avalia a gestão como regular; porcentual de ótimo e bom é de 35%

José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti e Lucas de Abreu Maia – O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Um em cada três eleitores considera o governo Dilma Rousseff ruim ou péssimo, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira, 22. É a primeira vez desde o início do mandato, em janeiro de 2011, que esse índice supera o total de entrevistados que avaliam a gestão como regular - 33% a 30%, conforme os dados do instituto. Os entrevistados que aprovam o governo (bom/ótimo) somam 35%.

O índice de ruim/péssimo foi o único a subir acima da margem de erro da pesquisa, que é de 2 pontos porcentuais. Esse grupo somava 30% em abril, dos quais 14% consideravam o governo Dilma ruim e 16%, péssimo. O grupo com maior crescimento é o mais crítico à gestão petista: 20% dos entrevistados classificam a administração como péssima e 13% como ruim.

Esse crescimento dos que desaprovam o governo veio justamente dos que, em abril, consideravam a gestão regular. Eram 34% em abril e agora são 30%. O índice de ótimo/bom da gestão Dilma estava em 34% em abril - 6% de ótimo e 28% de bom. Em maio, os números são praticamente os mesmos: 7% e 28%, respectivamente. Nos dois levantamentos, 2% dos entrevistados pelo Ibope não souberam ou não responderam à pergunta.

A pior avaliação do governo Dilma está entre os eleitores mais jovens (de 16 a 24 anos) e entre os que têm ensino superior e renda familiar acima de 5 salários mínimos. No recorte regional, a gestão petista é mais criticada no Sudeste, onde 1 em cada 4 eleitores consideram a administração péssima e 16% ruim. Apenas 5% desse contingente avaliam a gestão como ótima.

O governo Dilma vai melhor entre os eleitores acima de 55 anos e entre os que estudaram até a 4ª série do ensino fundamental. A maioria dos entrevistados que recebem até 1 salário mínimo (51%) consideram a administração boa ou ótima. A gestão petista é mais bem avaliada na região Nordeste, com 44% de ótimo/bom.

A avaliação pessoal da presidente manteve-se igual em maio, na comparação com abril. Há um empate técnico entre os que aprovam Dilma (47%) e os que desaprovam (48%). Mais da metade dos entrevistados (51%) disse não confiar na presidente, mesmo índice registrado em abril, enquanto 43% confiam em Dilma - eram 44% em abril.

O Ibope também fez o recorte de intenções de voto de acordo com a avaliação do entrevistado em relação ao governo. Entre os que consideram a gestão ruim/péssima, 59% declaram voto em Aécio Neves (PSDB) e 48% em Eduardo Campos (PSB). O ex-governador de Pernambuco lidera entre os que avaliam o governo como regular, com 39%, seguido pelo senador mineiro, que obteve 31%. Dilma fica com 24% desse grupo. A petista tem boa folga entre os consideram sua administração ótima/boa: 72%, contra 12% de Campos e 8% de Aécio.

A pesquisa ouviu 2.002 eleitores em 140 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais, com nível de confiança de 95% - ou seja, há 95% de probabilidade de os números retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. O levantamento foi custeado pelo próprio Ibope e registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo BR-00120/2014.

José Roberto de Toledo: Pesquisa parece melhor do que é para Dilma

- O Estado de S. Paulo

Após uma série de más notícias, a pesquisa Ibope é um alívio para Dilma Rousseff (PT). Mostra que a tática do medo ajudou a presidente a encontrar um piso eleitoral – patamar abaixo do qual é difícil cair – em torno de 40%. É o dobro da intenção de voto do adversário mais próximo. Parece confortável, mas não é.

O problema de Dilma é que seu teto eleitoral está baixo. Na simulação de segundo turno contra Aécio Neves (PSDB), a presidente aparece com 43%, apenas três pontos a mais do que sua intenção de voto no primeiro turno. Contra Eduardo Campos (PSB), a taxa de Dilma é ainda menor: 42%.

Se, por um lado, a presidente parou de cair, por outro, ela terá mais dificuldade para subir além do que já conseguiu recuperar desde abril. A raiz do problema é a avaliação do governo. A taxa de quem acha sua administração ruim ou péssima continuou crescendo em maio e chegou a inéditos 33%. Está cada vez mais perto dos 35% que acham seu governo ótimo ou bom.

Não por acaso, a taxa de rejeição de Dilma também está em um terço do eleitorado. É bem mais alta do que a de Aécio (20%) e a de Eduardo (13%). A de Dilma ficou estável, enquanto a dos rivais caiu – ao mesmo tempo que eles se tornaram mais conhecidos do eleitor por força de suas propagandas na TV.

Há uma polarização crescente do eleitorado, entre simpatizantes do governo e quem não o suporta. As opiniões estão se radicalizando – fazendo cair, por exemplo, a taxa de quem acha o governo regular. Aos poucos, o eleitor está descendo do muro.

Faz parte da estratégia petista provocar essa divisão do eleitorado. A propaganda do PT no rádio e na TV procurou enfatizar quem é governo e quem é oposição, quem quer continuidade e quem quer mudança. Deu certo, ao menos em parte.

O Ibope mostra que aumentou marginalmente a taxa de pessoas que desejam a continuidade dos programas governamentais e daqueles que aprovam o governo e declaram voto em Dilma. De quebra, a presidente mostrou aos aliados reticentes, principalmente do PMDB, que ela continua com chances no jogo eleitoral. Abandonar sua canoa agora é mais difícil o que era antes da pesquisa.

A contraparte da tática petista é que ela deixa mais claro para o eleitor de oposição quem são os adversários da presidente. Dobrou a taxa de intenção de voto de Eduardo Campos entre os eleitores que querem mudar tudo ou quase tudo (de 7% para 14%). Aécio também cresceu no eleitorado mudancista: de 18% para 25%, e empatou tecnicamente com Dilma (ela tem 27%) nesse segmento.

Por ter sido feita após a série de propagandas partidárias dos três principais candidatos, a pesquisa Ibope mostrou, mais do que as anteriores, como a propaganda de TV é importante para a definição dos rumos da campanha. Foi uma prévia do que deve acontecer a partir de agosto, quando o eleitor não terá mais como escapar do debate eleitoral.

Eduardo Campos, Aécio e depois Dilma, todos se beneficiaram das propagandas de seus partidos na TV. É um sinal de como o palanque eletrônico é cada vez mais decisivo na eleição.

Aécio foi o que mais cresceu, diz o Ibope

Mais uma vez, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, foi o que mais cresceu. Pesquisa do Ibope divulgada nesta quinta-feira (21) indica que Aécio subiu seis pontos percentuais e chegou a 20% das intenções de votos.

O terrorismo eleitoral promovido pelo último programa partidário do PT, exibido na semana passada em cadeia obrigatória de rádio e TV, não foi suficiente impedir que a vantagem da petista Dilma Rousseff em relação ao tucano, no segundo turno, continuasse caindo.

O avanço de Aécio no Sudeste reduziu a nove pontos a vantagem de Dilma na região, onde o tucano aparece com 24% das intenções de votos.

O pré-candidato do PSDB também viu sua rejeição cair cinco pontos percentuais, enquanto a de Dilma permaneceu em 33%.

O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 140 municípios entre os últimos dias 15 e 19. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O nível de confiança é de 95%. Isso quer dizer que o instituto tem 95% de certeza de que os resultados obtidos estão dentro da margem de erro.

O desejo de mudanças é o dado mais importante da pesquisa, diz Aécio

BRASÍLIA (DF) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, analisou a pesquisa Ibope, divulgada nesta quinta-feira (22/05), que aponta crescimento de 14% para 20% das intenções de voto para a Presidência da República em seu nome. As últimas pesquisas Datafolha e Sensus divulgadas este mês também indicam crescimento nas intenções de voto do senador Aécio Neves.

“Os dados da última pesquisa Ibope confirmam, com algum atraso, o crescimento da nossa candidatura já apontado por todos os outros institutos. Confirma também o crescimento do conjunto das oposições, mesmo com o grau de conhecimento dos candidatos muito menor do que o da atual presidente. O que aponta, cada vez mais, para um cenário de segundo turno. Mas continuo entendendo que o dado mais relevante nesse instante é o alto percentual de brasileiros que clamam por mudanças profundas no país. Acredito que isso continuará a ser refletido nas próximas pesquisas”.

O terrorismo eleitoral promovido pelo último programa partidário do PT, exibido na semana passada em cadeia obrigatória de rádio e TV, não foi suficiente para impedir que a vantagem da petista Dilma Rousseff em relação ao tucano, no segundo turno, continuasse caindo.

O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 140 municípios entre os últimos dias 15 e 19. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso quer dizer que o instituto tem 95% de certeza de que os resultados obtidos estão dentro da margem de erro.

Para Campos, pesquisa reflete nível de conhecimento dos candidatos e sentimento ‘de mudança’ da população

- O Estado de S. Paulo

O pré-candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos, usou as redes sociais para repercutir a pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira, 22, que aponta crescimento de todos os concorrentes, com avanço maior entre os oposicionistas. Em seus perfis oficiais no Twitter e Facebook, Campos afirmou que qualquer aferição, neste momento, reflete o “nível de conhecimento do candidato” e o “sentimento da população”.

De acordo com a pesquisa realizada entre 15 e 19 deste mês, as intenções de votos da presidente Dilma Rousseff (PT), do senador Aécio Neves e do ex-governador Eduardo Campos cresceram na comparação entre abril e maio. Dilma subiu de 37% para 40%, Aécio de 14% para 20% e Campos de 6% para 11%.

A vantagem que Dilma tinha sobre a soma dos adversários diminuiu de 13 pontos porcentuais para apenas 4. Para se reeleger já no primeiro turno, ela precisará da maioria absoluta dos votos válidos (metade mais um) em outubro.

“No atual momento, nenhuma pesquisa reflete cenários eleitorais, mas, sim, o conhecimento de cada candidato e o sentimento da população”, escreveu Campos.

Segundo ele, o desejo de mudança se apresenta “mais forte que nunca no coração das pessoas de todos os recantos do Brasil”. “O povo já escolheu a mudança. Tenho a certeza de que, quanto mais brasileiros conhecerem as ideias e a nova forma de fazer política que eu e Marina estamos mostrando, mais pessoas irão se identificar com este projeto e converterão seu desejo de mudança em ação transformadora”, disse o pré-candidato do PSB.

Cenário aponta para segundo turno, diz Aécio

- O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, afirmou quea mais recente pesquisa Ibope, divulgada nesta quinta-feira, 22, aponta, “cada vez mais”, para um cenário de segundo turno e para o crescimento da oposição ao governo Dilma Rousseff (PT). ”Confirma o crescimento do conjunto das oposições, mesmo com o grau de conhecimento dos candidatos muito menor do que o da atual presidente. O que aponta, cada vez mais, para um cenário de segundo turno”, afirmou, em nota.

Segundo o pré-candidato, mais do que a intenção de voto, o desejo de mudança da população brasileira deve ser destacado. “Mas continuo entendendo que o dado mais relevante neste instante é o alto porcentual de brasileiros que clamam por mudanças profundas no País. Acredito que isso continuará a ser refletido nas próximas pesquisas”, disse o tucano. Nessa mostra, Aécio registrou crescimento de 14% para 20%, enquanto Dilma Rousseff (PT) cresceu de 37% para 40% e o ex-governador Eduardo Campos (PSB), de 6% para 11%.

Aécio Neves e Eduardo Campos se manifestam pelas redes sociais sobre pesquisa Ibope

• Pré-candidatos à presidência da República escrevem no Facebook sobre pesquisa eleitoral divulgada hoje

Mônica garcia – O Globo

RIO - Os pré-candidatos à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), se manifestaram através das redes sociais sobre a pesquisa Ibope, divulgada nesta quinta-feira, sobre a corrida eleitoral.

Enquanto a presidente Dilma Rousseff (PT) subiu três pontos na pesquisa, de 37% para 40%, os dois principais opositores, Aécio Neves e Eduardo Campos, cresceram 11 pontos juntos, aumentando a chance de segundo turno na disputa. O tucano passou de 14% para 20% e o ex-governador do PSB de 6% para 11%.

De acordo com o Ibope, a rejeição a presidente Dilma se estabilizou em 33%. Já o total que declaram não votar de jeito nenhum em Aécio caiu de 25% para 20%. Campos teve a rejeição reduzida de 21% para 13% em relação à pesquisa de abril .

Aécio foi mais enfático em sua publicação, ao afirmar que o atual cenário aponta para um pleito em dois turnos. “Os dados da última pesquisa Ibope confirmam, com algum atraso, o crescimento da nossa candidatura já apontado por todos os outros institutos. Confirma também o crescimento do conjunto das oposições, mesmo com o grau de conhecimento dos candidatos muito menor do que o da atual presidente. 

O que aponta, cada vez mais, para um cenário de segundo turno. Mas continuo entendendo que o dado mais relevante nesse instante é o alto percentual de brasileiros que clamam por mudanças profundas no país. Acredito que isso continuará a ser refletido nas próximas pesquisas” disse o mineiro em seu Facebook.

Já Campos preferiu um discurso mais romântico e voltado para o clamor da população por mudanças. O pré-candidato ainda citou sua vice, Marina Silva. “No atual momento, nenhuma pesquisa reflete cenários eleitorais, mas, sim, o conhecimento de cada candidato e o sentimento da população. O desejo de mudança se apresenta mais forte que nunca no coração das pessoas de todos os recantos do Brasil. O povo já escolheu a mudança. Tenho a certeza de que, quanto mais brasileiros conhecerem as ideias e a nova forma de fazer política que eu e Marina estamos mostrando, mais pessoas irão se identificar com este projeto e converterão seu desejo de mudança em ação transformadora” escreveu.

PT emite nota em seu site oficial sobre pesquisa
O PT apenas citou a pesquisa em seu site oficial e destacou o aumento das intenções de voto na presidente Dilma Roussef. “Pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (22) mostra que a presidente Dilma Rousseff registrou 40% das intenções de voto, o que a mantém com folga no primeiro lugar se as eleições fossem hoje. O candidato do PSDB, Aécio Neves, ficou com 20% e o ex-governador Eduardo Campos (PSB), 11%. O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 140 municípios entre os dias 15 e 19 deste mês. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos” diz a nota.

Dilma sobe entre os mais ricos, e Aécio melhora junto aos pobres

• Para especialistas, nova classe média teme riscos; tucano atrai desiludidos

Silvia Amorim e Germano Oliveira – O Globo

SÃO PAULO - A reação da presidente Dilma Rousseff registrada pela pesquisa Ibope foi alavancada principalmente pelas intenções de voto de um eleitorado que está longe de ser o tradicional do PT. Foi no grupo dos eleitores mais ricos — o que na metologia usada pelo Ibope inclui majoritariamente a classe média brasileira — que Dilma teve seu maior crescimento no último mês.

Em sentido oposto seguiu o pré-candidato do PSDB, Aécio Neves. A melhor performance dele, em comparação ao levantamento de abril, deu-se junto aos eleitores que estão entre os mais pobres — aqueles com renda entre um e dois salários mínimos. Eduardo Campos (PSB) registrou o mesmo ritmo de crescimento nos dois grupos.

O aumento de intenções de voto de Dilma entre os mais ricos e de Aécio entre os mais pobres já havia aparecido na sondagem do Datafolha no início do mês. A pesquisa Ibope vem confirmar essa tendência que, para especialistas ouvidos pelo GLOBO, é curiosa e precisa ser acompanhada de perto nos próximos levantamentos para ter suas causas entendidas.

Segundo o Ibope, Dilma cresceu 12 pontos percentuais entre os eleitores com renda acima de cinco salários mínimos, passando de 26% em abril para 38% em maio. Com a escalada, ela superou Aécio. No mês passado, os dois estavam empatados nesse segmento. O tucano oscilou um ponto para baixo e tem hoje a simpatia de 25% dos eleitores.

O maior crescimento de Aécio, de sete pontos, aconteceu entre os entrevistados mais pobres, historicamente ligados ao PT. Ele saltou de 10% das intenções de voto para 17%.

Algumas hipóteses foram levantadas para o fenômeno. Para a professora de Ciência Política da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) Maria do Socorro Sousa Braga, a melhora de Dilma entre os que ganham mais pode ter relação com a nova classe média.

— Esse é o conjunto do eleitorado mais preocupado com a ameaça de retrocesso. Esse é o eleitor mais suscetível ao discurso do medo que o PT levou a TV nos últimos dias — afirmou.

Programa de TV funcionou
Para o professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em marketing político Paulo José Cunha, o avanço de Dilma pode ser explicado também pelo perfil conservador desse eleitorado.

— É um eleitor que até quer mudanças, mas não quer correr riscos.

Já o crescimento de Aécio entre os mais pobres, para Cunha, indica que o tucano “estaria conseguindo conquistar, com o discurso sobre corrupção, os decepcionados com o governo, embora beneficiários de programas sociais”.

Apesar dessas movimentações, Dilma continua tendo no eleitorado mais pobre seu maior capital eleitoral, com apoio de mais de 40% dos entrevistados, enquanto Aécio tem maior adesão entre os mais ricos.

Cientista Político, Rubens Figueiredo atribuiu o crescimento geral de Dilma na pesquisa ao programa exibido pelo PT na semana passada.

— Não fosse a propaganda do PT, que foi impactante, Dilma teria dificuldades para se recuperar.

Eliane Cantanhêde: Dilma e "o resto"

- Folha de S. Paulo

Como previsto aqui, mais de uma vez, Dilma não só estancou a queda nas intenções de voto como começou a recuperar parte do capital perdido. A recuperação, porém, é lenta, insuficiente para acalmar os ânimos de Lula, do Planalto e da campanha petista.

O Ibope desta quinta (22/5) apontou Dilma com 40% (três pontos a mais do que na última rodada), Aécio com 20% (seis a mais) e Eduardo Campos com 11% (cinco a mais).

A boa notícia para a candidata à reeleição, eixo sobre o qual gira todo o processo, é que reconquistou uns pontinhos e manteve de pé a hipótese de vitória no primeiro turno. A má é que foi pouco para tamanho esforço da presidente candidata, que teve superexposição, pré-lançamento e anúncio de verbas para a safra e para saneamento básico, além do programa de medos e fantasmas na TV.

Para a oposição, a boa notícia é a confirmação de que, quanto mais conhecido, mais Aécio sobe. E de que Eduardo Campos, que tem partido menos lustroso e menos exibição, está no páreo, devagar e sempre. A má notícia é que a Copa e o recesso parlamentar vêm aí, com a perspectiva de congelamento das intenções de voto num patamar favorável a Dilma. Ninguém deve disparar nem despencar, o que, claro, convém a quem lidera as pesquisas.

Enquanto rolam greves variadas, manifestações difusas e o clima de insatisfação --nada animadoras para os projetos de reeleição de presidentes e governadores--, Dilma tem à mão instrumentos de poder.

Vai continuar brilhando em eventos no Planalto, colhendo apoios formais de partidos já aliados, dando notícias de caráter popular e ganhando espaço com jantares para jornalistas. Aécio nem mais a CPI tem para surfar, e Campos nem mesmo com isso contava muito.

A questão central, portanto, continua sendo a mesma. Dilma se recupera, mas o quanto? Bateu no teto aos 40%? À oposição cabe sempre trabalhar com "o resto".

Dora Kramer: Ele tem a força

- O Estado de S. Paulo

É próximo de 100% o porcentual de políticos, petistas ou não, que apostam na impossibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio da Silva vir a ser candidato a presidente no lugar de Dilma Rousseff.

Contudo, se fosse numericamente possível, ultrapassaria esse índice os que consideram fora de cogitação a hipótese de a presidente vir a obter êxito na reeleição sem a ajuda do antecessor.

Na visão desse pessoal, sozinha ela não se elege. Embora seus interlocutores de partidos aliados percebam a importância da posse da "caneta" com linha direta ao Diário Oficial, consideram tal certeza equivocada.

Portanto, não obstante ela disponha do poder formal, quem tem a força política é ele. Até mesmo para contrariar interesses imediatos do PT em nome do projeto maior representado pela reeleição de Dilma.

Em nome desse plano, recentemente Lula desembarcou no PMDB para uma ofensiva de última hora para tentar mudar a tendência crescente no partido de renunciar à aliança formal em prol da liberdade de apoios das candidaturas de oposição onde lhe convier nos Estados.

A autonomia de cada um nessa altura parece impossível de ser mudada. Mas, nem é isso o mais importante para o governo, que quer mesmo é garantir votos na convenção de 10 de junho por causa do tempo no horário eleitoral, independentemente de como cada seção regional vá atuar.

Lula começou a entrar no jogo na tentativa de inverter a tendência hoje majoritária pelo fim da parceria. A questão é: Lula tem toda essa força e capital de influência para apaziguar as insatisfações e mudar o resultado desse jogo?

Quem conhece muito bem as regras diz que há uma combinação de fatores: a influência de Lula e os números das pesquisas. O primeiro é forte, mas o segundo é determinante.

O ex-presidente decidiu investir pesado nas seções regionais do Rio e Ceará. Na primeira, sem chance de sucesso, dado que o PMDB pede o impossível: a retirada da já consolidada candidatura do senador Lindbergh Farias.

Mas, no Ceará, não é visto como impossível Lula rifar os irmãos Ciro e Cid Gomes para ficar com Eunício Oliveira do PMDB. Seriam 60 preciosos votos na convenção de 10 de junho.

Isso pode mudar o resultado da convenção, cujas contas hoje indicam derrota para o governo. A serventia dos Gomes para o Planalto é bem menor que a prestação de serviços decorrente de aliança com o PMDB.

A paga da paga. A presidente Dilma recebeu anteontem a confirmação do apoio formal do PTB à reeleição. Não pelos seus belos olhos nem pelos ainda mais belos dotes políticos. Em troca da nomeação de um indicado pelo partido na semana passada para uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal.

Torcida organizada. A manifestação de José Serra em página de rede social dizendo que será candidato a um cargo no Poder Legislativo não foi suficiente para enterrar as especulações de que possa vir a ser vice na chapa de Aécio Neves.

No mundo político viceja a seguinte leitura: Serra afirmou que nunca pleiteou ser candidato a vice, mas não disse que recusaria se fosse convidado pelo titular da chapa.

Os defensores da união acham que, se Aécio Neves pedir com jeito, vai.

No PMDB a avaliação é a de que, se for, a casa do PT cai. O PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab compartilha da opinião.

A pergunta que se faz é: para Serra, que sempre quis ser presidente, tem inequívoca vocação para o Executivo, já passou diversas vezes pelo Legislativo, é melhor ser vice-presidente ou mais um em meio a tantos integrantes de um Poder desprestigiado?

Merval Pereira: Nem frio nem quente

- O Globo

A cada pesquisa eleitoral, a presidente Dilma consolida sua posição de candidata natural à reeleição, afastando pretextos para a atuação da turma do “Volta, Lula”. Ao mesmo tempo, porém, certos números da mais recente pesquisa do Ibope divulgada ontem indicam dificuldades para sua candidatura.

Enquanto Dilma voltou ao patamar de 40% de preferência do eleitorado, estancando a tendência de queda, o ex-presidente Lula aparece em alguns cenários com um índice de 46%, maior que a de sua sucessora, mas insuficiente para insuflar uma operação tão difícil quanto a substituição de uma presidente da República.

Se levarmos em conta que a margem de erro da pesquisa do Ibope é de 2% para mais ou para menos, temos um cenário de empate técnico entre os dois. É um cenário improvável, mas o fato é que, a cada pesquisa, o índice de Lula aproxima-se do de Dilma, mostrando que a dificuldade de garantir a vitória no primeiro turno é do projeto político, não de uma pessoa.

Claro que as dificuldades só aumentam quando a protagonista é uma presidente que não tem gosto pela política e só negocia com os partidos em situações como as que se apresentam agora, em que precisa desesperadamente de tempo de TV na campanha.

Falando na tal falta de gosto pela política revelada por Dilma, um interlocutor recente de Lula, ao fazer esse comentário, recebeu dele uma resposta interessante: “Não gosta, é?”, dando a impressão de que, para seu gosto, a presidente Dilma tem demonstrado apego excessivo ao cargo.

Voltando à pesquisa do Ibope, embora se mantenha até o momento no patamar de 40%, o percentual dos que afirmam não votar nela de jeito nenhum está em 33%, enquanto o dos candidatos oposicionistas diminuiu: o do tucano Aécio Neves diminuiu de 25% para 20%, e o do ex-governador Eduardo Campos, do PSB, caiu de 21% para 20%.

Além da rejeição pessoal, Dilma sofre também com a avaliação do governo: o índice dos que o consideram ruim ou péssimo aumentou nessa última pesquisa para 33%, próximo, portanto, dos 35% que acham o governo ótimo ou bom — e também da medida a partir da qual um candidato não se reelege, segundo estudos do cientista político Alberto Carlos Almeida, que é a de 34% ou menos.

Outro empate amargo para a presidente Dilma: 47% dos pesquisados aprovam a maneira como ela vem administrando o país, contra 48% que desaprovam.

Talvez o mais importante ponto desta mais recente pesquisa do Ibope — que, no geral, repete os números das pesquisas anteriores do Datafolha e do Sensus — seja a demonstração de como os programas partidários foram importantes para a redução dos nulos e dos indecisos.

Uma crítica que se fez ao Ibope é que a pesquisa foi realizada no período de campanha petista, inclusive da exibição do já famoso comercial sobre os fantasmas do passado, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tirou do ar.

Mas o resultado, no final das contas, mostrou mesmo foi a dificuldade que Dilma está encontrando para subir nas pesquisas, ao mesmo tempo em que os dois outros candidatos mais competitivos, Aécio Neves e Eduardo Campos, subiram bem mais que ela pelos critérios do Ibope. O que significaria que os comerciais do PSB e do PSDB exibidos semanas antes da pesquisa ainda sustentaram o crescimento oposicionista.

Dilma, inclusive, cresce apenas marginalmente nas pesquisas de um eventual segundo turno, enquanto seus adversários chegam a dobrar seu índice de apoio, como é o caso de Eduardo Campos. Nesses cenários, cresce o número de indecisos e nulos.

Seria a prova de que, à medida que Aécio e Campos se tornarem mais conhecidos do eleitorado, a taxa de rejeição deles vai se reduzir, e os que hoje rejeitam Dilma se decidirão por um deles.

A força da propaganda na televisão, porém, é mais um ponto a favor da presidente Dilma, que deve ter o triplo de tempo de propaganda do segundo colocado nas pesquisas, o senador Aécio Neves. Mas é também um problema, pois os partidos que fazem parte da base aliada tenderão a vender mais caro ainda cada minuto de televisão.

Cláudio Gonçalves Couto: Ainda sobre esquerda e direita

• Desigualdades não são só econômicas, mas também sociais

- Valor Econômico

Retomo a discussão sobre a dicotomia entre esquerda e direita iniciada em minha coluna de duas semanas atrás, tema abordado também por Pedro Floriano Ribeiro, sexta-feira da semana passada. Em minha coluna apontei que a polarização se estrutura com relação à questão da igualdade, pois enquanto a esquerda propugna pela igualdade, a direita faz o oposto.

Essa categorização pode causar algum estranhamento, primeiramente aos que compreendem que a distinção crucial entre ambas se refere, na realidade, à maior ou menor intervenção estatal na economia; em segundo lugar, àqueles que supõem a igualdade como um princípio fundamental, não havendo quem a ela se oponha. Na verdade, as coisas são um pouco mais complicadas do que presume esse senso comum.

A associação automática entre a esquerda e o intervencionismo econômico decorre de um posicionamento muito específico com relação ao assunto, que tem como referência a perspectiva econômica liberal. Para esta, com efeito, tal intervenção deve se ater ao mínimo indispensável à proteção dos contratos e da propriedade, bem como à solução de certos problemas de ação coletiva necessários à produção de bens públicos, permitindo que o mercado se ocupe sozinho da alocação ótima dos recursos. Na medida em que tal posição se assume como de direita, compreender-se-ia que a intervenção nos mercados seria coisa da esquerda. Mas nem sempre é assim.

Primeiramente, porque alguns intervencionismos são de direita. Para ficarmos no caso brasileiro, não seria possível dizer que não tivesse uma orientação de direita a forte intervenção estatal que caracterizou o desenvolvimentismo do regime militar. E por que era de direita tal intervencionismo? Porque seu condão não era igualitário, mas ao contrário, promovia o aumento das desigualdades. Vivia-se um tempo cuja orientação era, declaradamente, a de primeiro fazer o bolo crescer para depois distribuí-lo. Assim, o aumento da desigualdade era notado como necessário à promoção do crescimento, mediante o acúmulo de capital e seu consequente investimento.

Mas o entendimento de que a desigualdade fomenta o crescimento não é peculiar à direita intervencionista. Ele é explícito também em correntes importantes do liberalismo econômico. Um prócer do pensamento econômico liberal, Ludwig von Mises, dizia categoricamente que "a desigualdade de renda e de riqueza é uma característica inerente a uma economia de mercado. A eliminação desta desigualdade destruiria completamente qualquer economia de mercado", afinal, "em um sistema em que haja desigualdade, o egoísmo impele o homem a poupar e a procurar investir sua poupança de maneira a melhor atender às necessidades mais urgentes dos consumidores. Em um sistema igualitário, essa motivação desaparece". Ou seja, a desigualdade é necessária para que o mercado funcione, sendo, portanto, desejável.

Por isso, o intervencionismo apenas pode ser associado à esquerda se seu condão for igualitário. São condizentes com um intervencionismo de esquerda políticas de redistribuição de renda, que oneram os mais ricos e transferem recursos para os mais pobres mediante diferentes tipos de política social. O mesmo vale para políticas regulatórias que obrigam os próprios agentes privados a promover algum tipo de redistribuição, como é o caso do salário mínimo. O mero desenvolvimentismo não pode ser entendido da mesma forma, pelas razões já indicadas.

Aliás, decorre da diferença nas políticas públicas - mais do que nos valores professados - a oposição crucial entre esquerda e direita. Afinal, existe uma tendência secular à difusão da igualdade como um princípio moral, reforçando o entendimento generalizado de que ninguém deveria se opor a ela. Por essa razão, o que se torna efetivamente um problema político é como passar da vaga profissão de fé à prática, implementando políticas que de fato produzam equalização. Ocorre, porém, que são justamente as políticas públicas que suscitam os maiores conflitos.

Impostos mais altos e progressivos sobre a renda e a propriedade geram reação dos que são onerados pela busca da equalização. Por questionarem o mérito profissional e a herança familiar como únicas formas aceitáveis de acesso à riqueza, políticas de transferência de renda para os mais pobres ofendem convicções arraigadas e sofrem rejeição de parte daqueles melhor posicionados. O mesmo se dá com políticas que têm o condão de reduzir não só as diferenças de renda, mas também o acesso a lugares e símbolos de distinção social baseados na capacidade de consumo: a perda da exclusividade, quando concretizada, torna-se dolorosa para muitos que antes se viam como detentores de privilégios inacessíveis à maioria. Nessas horas, a dicotomia direita-esquerda se explicita novamente, no discurso e nas atitudes.

A conflito acerca da igualdade também ocorre em dimensões não diretamente econômicas, como orientação sexual, gênero e etnia. Uma política como a do direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo é igualitária e, portanto, de esquerda, porque busca tratamento igual a cidadãos que, devido à sua diversidade com relação ao padrão predominante, se viam relegados a uma condição inferiorizada ou clandestina. O mesmo vale para políticas que assegurem a mulheres e negros tratamento e oportunidades iguais àqueles conferido a homens e brancos, respectivamente. É isto que faz com que a reação a tais políticas possa ser classificada como uma posição de direita, mesmo que não se trate de questões especificamente econômicas.

Nestes casos, assim como na distribuição da riqueza, a intervenção estatal tem caráter esquerdista quando seu propósito é igualitário, buscando alterar o que é espontaneamente produzido pela sociedade ou pelo mercado. Por outro lado, políticas de negação ou estigmatização das diferenças, que reforçam a condição social desigual de indivíduos e grupos sociais diversos - como, por exemplo, a proposta de "cura gay" ou a segregação racial - são claramente intervenções estatais de direita.

Cláudio Gonçalves Couto é cientista político, professor da FGV-SP

*Fernando Gabeira: Esses babacas do metrô

- O Estado de S. Paulo

Houve um tempo em que esperávamos a Lua entrar na sétima casa, Júpiter se alinhar com Marte e a paz reinar no planeta. Era a aurora da era de Aquarius. Aquarius, Aquarius. As mulheres arrancando os sutiãs, os homens com calça boca de sino, cavalos da polícia dançando, tudo porque a Lua tinha, finalmente, entrado na sétima casa.

Nossas esperanças hoje são mais prosaicas. Em vez de Júpiter se alinhar com Marte, contemplamos o alinhamento da Copa do Mundo com as eleições no Brasil. E os nervos estão mais sensíveis. Na cúpula, governo e Fifa se estranham. Para Jérôme Valcke, o contato com as autoridades brasileiras foi um inferno. Para Dilma Rousseff, Valcke e Joseph Blatter são um peso.

É o tipo de divórcio que não se resolve com as cartomantes que trazem de volta a pessoa amada em três dias. Eles se distanciam num mero movimento defensivo. Quem será o culpado se as coisas não derem certo?

Dilma, com a Copa das Copas, quer enfrentar a eleição das eleições e põe toda a sua esperança nos pés dos atletas. A Fifa não gostaria de entrar numa gelada no Brasil, mesmo porque o Qatar a espera com calor de 52 graus. Seriam dois fracassos seguidos, pois Blatter já admitiu que o Qatar foi um erro.

Essa conjunção histórica está levando a uma certa irritação da cúpula conosco, que não inventamos essa história. Blatter declarou que os brasileiros precisavam trabalhar mais porque as promessas de Lula não foram cumpridas. Nada mais equivocado do que essa visão colonial. Se Blatter caísse no Brasil e vivesse nossa vida cotidiana, constataria que trabalhamos muito mais que ele mesmo, um cartola internacional. Desde quando o objetivo do nosso trabalho é cumprir as promessas de Lula?

A tática de Lula é diferente da de Blatter. Lula não critica nossa insuficiência no trabalho, mas nossas aspirações de Primeiro Mundo. Ele, que vive espantando o complexo de vira-latas, apossando-se politicamente de uma frase de Nelson Rodrigues, nos convida agora a reviver o espírito que tanto condena: "Querer vir de metrô ao estádio é uma babaquice. Viremos a pé, de jumento...". Para Blatter, precisamos trabalhar mais; para Lula, desejar menos. Só assim nos transfiguramos na plateia perfeita para o espetáculo milionário.

Lula começou sua carreira falando em aspirações dos mais pobres, hoje prega o conformismo. Não é por acaso que o PT faz anúncios inspirados no medo de o adversário vencer as eleições. Não há mais esperança, apenas um apego desesperado aos carguinhos, à estrutura do Estado, aos grandes negócios.

No passado exibi um filme em que Lula e Sérgio Cabral dialogam com um garoto do Complexo da Maré. Eles entram em discussão, Cabral ofende o jovem e Lula diz ao garoto que gostava de jogar tênis: "Tênis é um esporte de burguês". Na cabeça de Lula, o menino tinha de se dedicar ao futebol. Outras modalidades seriam reservadas aos ricos. Se pudesse livrar-se de seus aspones e andar um pouco até a Baixada Fluminense, veria um campo de golfe em Japeri onde atuam dezenas de garotos pobres da região. Dali saem alguns dos melhores jogadores de golfe do Brasil.

Lá por cima, pela cúpula, muito nervosismo, uma certa impaciência com um povo que não se ajusta ao espetáculo. Estão mais ansiosos que os próprios jogadores para que o juiz dê o apito inicial. Nesse momento, acreditam, o Brasil cai num clima de festa. Com a vitória da seleção o Brasil entraria num alto-astral e os carguinhos, os grandes negócios, tudo ficaria como antes.

Li nos jornais algumas alusões à Copa de 70, a que assisti na Argélia. De fato, o PT vai se agarrar à seleção como o governo Médici o fez naquela época.

Mas já se passaram tantos anos, o Brasil mudou tanto, e o alinhamento das eleições com a Copa, organizada pelo País, tudo isso traz novidades que a experiência de 1970 não abarca.

Estamos entrando num momento inédito. Dilma é vaiada em quase todo lugar por onde passa. Lula está visivelmente ressentido com o povo, que não o celebra pela realização da Copa; que é babaca a ponto de desejar ir de metrô ao estádio.

Não importa qual deles venha. "Que vengan los toros", como dizem os espanhóis. Não importa quantos gols nosso ataque faça - e espero que sejam muitos -, a glória do futebol não obscurece mais nossas misérias políticas e sociais. Se os idealizadores da Copa no Brasil fizessem uma rápida pesquisa, veriam que o sonho de projetar a imagem de um país pujante e pacífico está ardendo nas fogueiras das ruas, na violência das torcidas, no caos cotidiano nas metrópoles, nos relatos sobre a sujeira da Baía de Guanabara.

O governo do PT e aliados não poderá esconder-se atrás do futebol, porque eles já foram descobertos antes de a Copa começar. A Copa do Mundo não sufoca as denúncias de corrupção porque a própria Copa está imersa nela. A Fifa, com Jérôme Valcke sendo acusado de venda irregular de jogadores, não ajuda. Até o técnico Felipão caiu nas redes do fisco português.

O sonho de uma plateia ideal para a Copa, milhares de pessoas com bandeirinhas, de um eleitorado ideal que vota sempre nos mesmos picaretas, de torcedores ideais que vão a pé ou de jumento para estádios bilionários, esse sonho entra em jogo também. Assim como aquele de projetar a imagem positiva do Brasil, o sonho de uma plateia ideal para a Copa foi por terra. Nem todos cantam abraçados diante das câmeras.

Começou um jogo delicado em que a Copa do Mundo é apenas uma etapa. Valcke vai viver o inferno nos 52 graus do Qatar e Dilma enfrentará a eleição das eleições, a qual precisa vencer, mas não para de cair.

A Lua entrou na sétima casa e não veio o paraíso. As eleições se alinham com a Copa, como Júpiter e Marte, e o Brasil, num desses momentos de verdade decisivos para sair dessa maré. Se estão nervosos agora, imagino quando as coisas esquentarem.

Os babacas que querem ir ao estádio do metrô podem querer também um governo limpo, um combate real à corrupção, serviços públicos que funcionem.

Babacas, felizmente, são imprevisíveis.

•Jornalista

Roberto Freire: Controle de preços, a artimanha fajuta do PT

- Brasil Econômico

O governo da presidente Dilma Rousseff vem segurando preços de combustíveis e energia para evitar impacto nos índices de inflação em ano eleitoral. Não se trata de uma acusação feita por um oposicionista, mas da confissão pública de ninguém menos que o chefe da Casa Civil, Aloísio Mercadante, em entrevista à " Folha de S. Paulo". Um dia depois do ataque de sinceridade do petista, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, desautorizou as declarações do colega de Esplanada e negou que a atual gestão esteja represando tarifas. Mas o estrago já estava feito.

Diante do descalabro da política econômica de um governo sem rumo, não surpreende que dois de seus principais ministros protagonizem um bate-boca sobre a contenção de preços. A desastrosa condução da economia pelo PT levou a reputação do Brasil ao chão, com uma série de previsões furadas do próprio Mantega sobre o crescimento do PIB, além da "contabilidade criativa" que mascara a expansão da despesa pública e da dívida governamental, gerando um ambiente de absoluta incerteza em relação à saúde financeira nacional. Enquanto Mantega e Mercadante não falam a mesma língua e a presidente afirma que "a inflação está sob controle", o trabalhador sente no bolso que não vivemos às mil maravilhas.

De acordo com o IPCA de abril, a inflação acumulada no ano chega a 6,28%, índice que continua muito acima do centro da meta estipulada pelo governo (4,5%) e bem próximo do teto de 6,5%. A manipulação de dados gera uma onda de desconfiança que fere de morte a economia brasileira. Recentemente, nem mesmo o IBGE escapou da tal investida, que culminou na suspensão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que divulgaria números relativos ao emprego. Diante da péssima repercussão na opinião pública, a divulgação da pesquisa foi mantida para o início de junho.

Sem credibilidade junto ao mercado e à sociedade, o país fica condenado a um círculo vicioso em que investidores deixam de investir e consumidores deixam de consumir, aumentando a sensação de que andamos de lado. Mais do que uma mera impressão, trata-se de constatação da realidade: segundo o IBGE, o crescimento médio do PIB nos três primeiros anos do governo Dilma foi de apenas 2%, o que significa que a economia brasileira cresce no menor ritmo desde Collor. Com a perigosa combinação de baixo crescimento com inflação e juros em alta, o governo petista se move por preocupações eleitorais quando decide represar as tarifas de gasolina, energia e outros preços administrados.

Tudo em nome de uma reeleição que hoje, dado o percentual de brasileiros que desejam mudança (74%, diz o Datafolha), não parece muito provável. Com a ameaça cada vez maior de volta da inflação, tudo o que o Brasil não precisa neste momento é de um governo que não preza pela transparência. Segurar preços artificialmente para ludibriar os agentes econômicos e a população, em uma clara tentativa de salvar a presidente-candidata nas eleições, não passa de artimanha desonesta que só arranha ainda mais a reputação do país.

Precisamos de menos Mercadantes, Mantegas e Dilmas, e de mais gente séria na condução da economia. De menos contabilidade criativa e mais credibilidade. Precisamos da decência, da competência e da honestidade que tanto têm faltado ao país nos últimos 12 anos.

Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS

Rogério Furquim Werneck:Aos trancos e barrancos

• Deficiências indisfarçáveis levam governo a passar da negação à racionalização

- O Globo

Dentro de duas semanas, o país estará a exatos quatro meses das eleições. No Planalto, a fantasia de que o término do mandato seria marcado por um grand finale foi abandonada há muito tempo. O governo já não alimenta ilusões. Está perfeitamente consciente de que tem uma travessia muito difícil pela frente. Dar-se-á por satisfeito se, nessa reta final, puder continuar avançando aos trancos e barrancos até a linha de chegada, sem que as coisas fujam ao controle em áreas mais problemáticas. Além de torcer para que a Copa não enseje um turbilhão de inquietação social, a presidente reza a cada dia para que os céus não a obriguem a impor um racionamento de energia elétrica em meio à campanha eleitoral.

Tendo em vista as evidências cada vez mais contundentes de deficiência na atuação do governo em várias áreas, o Planalto parece ter dado sinal verde para que seus porta-vozes passem da fase de negação à de racionalização. Mas explicar o inexplicável não tem sido fácil, como bem ilustram esforços recentes de dois porta-vozes de alto coturno.

Em longa e belicosa entrevista concedida à “Folha de S. Paulo’’ em 14 de maio (disponível, na íntegra, em folha.com/no1453855), o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, fez o que pôde para racionalizar aspectos especialmente indefensáveis da política econômica do governo. Sem sucesso. Os pontos altos foram a denúncia da existência no país de uma “campanha pró-inflação’’, promovida por “quem tem interesse em aumentar a taxa de juros’’, e a racionalização do represamento de preços e tarifas controlados pelo governo. Uma pérola. “Deixa eu dizer uma coisa, preços administrados são preços administrados. Porque o conceito é este, você administra em função do interesse estratégico da economia, dos consumidores...” E, mais adiante: “preços administrados são administrados em função do esforço de fazer uma política anticíclica’’. Afirmação que só faria algum sentido se fosse alusão, em ato falho, ao ciclo eleitoral, que é o que, de fato, explica o represamento.

Entendidas como reconhecimento inequívoco de que o governo está represando preços e tarifas, as ineptas explicações do ministro-chefe da Casa Civil foram prontamente repelidas pelo ministro da Fazenda. Guido Mantega continua acreditando que, nessa questão, ainda há muito espaço para insistir na negação. Não vê razão para já passar à fase de racionalização.

O que, sim, já não pode ser negado é o gritante despreparo com o que o país terá de enfrentar o desafio de sediar a Copa do Mundo dentro de três semanas. Alarmado com a precariedade da infraestrutura, o secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke, achou prudente alertar torcedores estrangeiros que pretendem vir ao Brasil. “Não apareça pensando que é fácil se locomover.’’ Foi o que bastou para que o ex-presidente Lula se mobilizasse. E oferecesse uma racionalização completamente estapafúrdia para o fato de que a tão prometida infraestrutura de transporte de massa que estaria acoplada aos estádios não será entregue. “Brasileiro nunca teve problema’’ para chegar aos estádios, arguiu Lula. “Vai a pé, descalço, de bicicleta, de jumento, de qualquer coisa. Mas o que a gente está preocupado é que tem que ter metrô, tem que ir até dentro do estádio? Que babaquice é essa?” (“Folha de S.Paulo’’, 17 de maio).

É bem provável que Lula considere tal “argumento” um achado. Afinal, pode ser reaplicado a toda e qualquer deficiência que venha a ser cobrada do governo. No âmbito da Copa, serviria também para justificar por que os aeroportos não estarão prontos, os estádios não terão rede adequada de internet móvel e os jornalistas estrangeiros não contarão com condições apropriadas de trabalho.

Muito pior ainda será se o mesmo “argumento” vier a ser aplicado a outras mazelas bem mais sérias que as da Copa. Querer inflação na meta, realismo na gestão dos preços administrados, credibilidade nas contas públicas, oferta confiável de energia elétrica e uma economia que cresça a taxas menos pífias? “Que babaquice é essa?”

Rogério Furquim Werneck é economista e professor da PUC-Rio

Campos anuncia fim de acordo com Aécio em Minas e Pernambuco

• Pré-candidato do PSB confirma que partido terá nome próprio no estado do tucano

Maria Lima e Júnia Gama – O Globo

NATAL E BRASÍLIA - O pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, anunciou nesta quinta-feira que o partido lançará candidato próprio ao governo de Minas Gerais, e que o acordo com Aécio Neves, pré-candidato do PSDB, que previa apoio mútuo em Minas e Pernambuco, é apenas um pacto de não agressão que o PSB faz com todos os partidos.

— O pacto de não agressão é com todos os partidos. Sempre fiz política assim. Temos aliança com o PSDB em vários locais, mas não há pacto (de acordo mútuo) — afirmou Campos.

Com o fim do acordo, o nome mais cotado para ser o candidato do PSB ao governo de Minas é o do deputado federal Júlio Delgado, embora Marina Silva, que será vice de Campos, prefira o ambientalista Apolo Heringer.

— Há uma divisão no PSB de Minas. Mas a tendência mais forte, e que está crescendo, é a de lançar a candidatura do deputado Júlio Delgado. Como direção nacional, nós vamos acompanhar a decisão do partido no estado — disse Campos.

A argumentação do ex-governador pernambucano confirma a tendência do PSB de lançar candidatos próprios nos estados de maior representatividade. Já no Rio Grande do Norte, o partido optou por lançar a ex-governadora Vilma de Faria como pré-candidata ao Senado, apoiando a chapa formada por Henrique Eduardo Alves (PMDB) e João Maia (PR) ao governo.

O motivo do rompimento do acordo com Aécio é uma tentativa de atrair o voto da esquerda lulista que não vai para Dilma Rousseff e fidelizar o voto do eleitorado de Marina nos grandes centros urbanos. A explicação vem de alguns dos principais articuladores políticos de Campos. Desde que decidiu marcar as diferenças do seu projeto para o de Aécio, Campos busca se tornar a melhor opção para petistas descontentes, mirando suas críticas em Dilma.

— Se o Eduardo marca suas diferenças com Aécio e o PSDB, ele atrai não só os votos da esquerda, mas também os votos de Marina. No segundo turno é outra história, mesmo porque estaremos lá — diz um interlocutor de Campos.

Um dos coordenadores da campanha de Eduardo Campos afirma que o ex-governador decidiu pela ruptura com o PSDB em Minas Gerais a partir de um cálculo segundo qual o PSB terá mais votação no estado se apostar no voto da esquerda e no recall de Marina Silva do que se mantiver uma aliança com o tucano. Interlocutores do pernambucano lembram que Marina ficou em primeiro lugar em Belo Horizonte na disputa presidencial de 2010 e que apoiar um candidato do PSDB no estado não traria benefício eleitoral ao PSB, mas somente a Aécio Neves. Em contrapartida, avaliam, Eduardo Campos não perderá votos em Pernambuco se o PSDB decidir lançar Daniel Coelho (PSDB) ao governo, um nome que, acreditam, embora possa ter uma boa votação, não teria muita capacidade de transferir votos a Aécio.

– Se Eduardo ficasse com Aécio em Minas, sumiria. A Marina ganhou em Belo Horizonte e tem muito recall nos grandes centros. Havia um acordo tácito, mas temos a percepção de que temos que nos diferenciar efetivamente, marcar diferenças com uma nova política e pegar um voto mais ideológico – avalia o pessebista.

A estratégia em relação ao pacto de não-agressão em Minas e Pernambuco vinha sendo traçada desde que Aécio e Campos lançaram suas pré-candidaturas, há cerca de um mês. O acordo havia sido firmado informalmente com o presidenciável em um encontro na casa de Campos, em Recife, mas vinha sendo negociado há meses.

O comando da campanha do pernambucano, pressionado por Marina, decidiu no entanto botar um fim à lua-de-mel entre os dois presidenciáveis e iniciar um trabalho de demarcação de território do PSB, a partir da conclusão de que Campos perderia o discurso de renovação caso ficasse muito alinhado ao PSDB de Aécio.

Os tucanos devem lançar o deputado estadual Daniel Coelho ao governo de Pernambuco para disputar com Paulo Câmara, do PSB. Coelho ficou em segundo lugar na disputa pela prefeitura de Recife, em 2012, com 27,7% dos votos.

- O acordo foi fechado na casa dele, com aperto de mão. Para os mineiros, isso vale mais que um contrato formal. Se houver mesmo o rompimento, vai ser gravíssimo. Quem vai acreditar em um outro acordo para o futuro? Se acontecer isso, o PSB se isola completamente aqui e dificilmente fará deputados estaduais e federais - disse o presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado Marcus Pestana, um dos mais próximos interlocutores de Aécio, antes de Campos confirmar a ruptura do pacto.

Além da irritação no PSDB, Eduardo Campos pode ter problemas para acomodar o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), que se reelegeu com forte empenho de Aécio e do ex-governador Antônio Anastasia, candidato ao Senado na chapa com Pimenta da Veiga. Um dos motivos que levou Lacerda a rejeitar a candidatura ao governo, foi justamente não criar um palanque anti-Aécio em Minas.

Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

O que se move por pesquisa
Todos os pré-candidatos a presidente saíram felizes com a nova pesquisa do Ibope. Isso porque todos subiram. E para os partidos médios que não terão candidatos ao Planalto e que, invariavelmente, se pautam por essas consultas, começa a pintar que a maioria deixará seus minutos de tevê para Dilma porque seguro morreu de velho. O PTB fechou oficialmente o apoio à reeleição. O PP e o PSD seguirão o mesmo caminho, uma vez que Gilberto Kassab já declarou com todas as letras que assumiu "um compromisso com a presidente Dilma". O jogo, entretanto, não é tão fechado assim. Como a oposição também está em viés de alta, a divisão permanece consolidada. Dentro do PSD e do PP todos estão liberados nos estados para tomar o caminho que desejarem, conforme já foi dito nesta coluna há cerca de um mês.
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Como os adversários de Dilma também cresceram, com destaque para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que alcançou a casa dos 20%, ninguém vai apostar todas as fichas na presidente. No Rio Grande do Sul, por exemplo, onde o PP da senadora Ana Amélia Lemos já fechou com Aécio, ela pretende colocar o tucano no programa de tevê em que se apresentará como candidata ao governo estadual. "Se não puder fazer isso, que liberdade é essa? É para inglês ver", diz ela, interessadíssima em já começar a gravar algumas imagens com o senador. Se nos demais estados onde Aécio e Eduardo conquistaram palanques de aliados de Dilma essa decisão de Ana Amélia se repetir, é bem capaz que eles apareçam bem mais que a petista. É aí que o estica-e-puxa nesses partidos vai aumentar.

O pêndulo I
Ao dar a relatoria da CPMI da Petrobras para o PT na Câmara e a presidência para o PMDB do Senado, o governo acredita que terá controle total sobre os trabalhos de investigação do colegiado e que poderá isolar o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Ocorre que não será bem assim. Eduardo indicou ele mesmo para a CPI e, ainda, os deputados Lúcio Vieira Lima (BA), Sandro Mabel (GO) e João Magalhães (MG), todos hoje rezam o mesmo terço do líder.

O pêndulo II
Em reunião, os quatro deputados do PMDB que integrarão a CPMI decidiram votar sempre unidos e, na dúvida, consultarão a bancada para que a deliberação seja conjunta. Isso dá ao grupo forçar para proteger ou atacar o governo, dependendo da ocasião. Afinal, na hora em que os relatórios da Lava Jato começarem a despencar por ali, vai ter muita gente querendo proteção.

Apreensão geral
Depois de o site Uol divulgar que o juiz teria informado ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a respeito de recibos de depósitos em favor do senador Fernando Collor (PTB-AL), baixou no meio político o receio de que alguém na Justiça ou na Polícia Federal queira se vingar vazando partes do inquérito que ainda não foram totalmente apuradas.

Cada um com seu cada qual
Pré-candidato a presidente, Eduardo Campos jogará nas costas do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) o rompimento da aliança com o PSDB em Minas Gerais e nas costas do deputado Márcio França (PSB-SP) a aliança com o tucano Geraldo Alckmin em São Paulo.

CURTIDAS
Plateia exclusiva/ Apenas a senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) acompanhou todo o depoimento de Nestor Cerveró na CPI da Petrobras do Senado. A maioria das cadeiras que os telespectadores viram ocupadas era de jornalistas e funcionários da empresa.

Farinha pouca, meu pirão primeiro/ Candidato a deputado federal, Rogério Rosso, do PSD, continua suas conversas com todos os partidos, sem fechar com este ou aquele candidato a governador. Uma decisão ele já tomou: irá fechar com quem lhe der as melhores chances de obter uma vaga na Câmara dos Deputados.

Imagina na eleição.../ Dia desses, o ex-deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) participava de uma feira no interior da Bahia, quando o locutor o chamou para subir numa mula. Geddel montou sem precisar de ajuda. O locutor, surpreso, anunciou o fato, "olha só, nosso senador!!!!".

Painel - Vera Magalhães

- Folha de S. Paulo

Diplomacia da bola
O Planalto já agendou encontros reservados entre Dilma Rousseff e dez chefes de Estado ou de governo durante a Copa. Entre os confirmados está o presidente do Irã, Hassan Rouhani. Será o primeiro gesto concreto de reaproximação entre o governo brasileiro e o país desde que Dilma assumiu a Presidência. Na campanha de 2010, ela criticou publicamente a condenação da iraniana Sakineh Ashtiani à morte por apedrejamento por manter "relacionamento ilícito" com um homem.

Seletivo O presidente francês, François Hollande, avisou ao Itamaraty que só deve vir ao Brasil caso a França se classifique para jogar as quartas-de-final ou semifinais da competição.

Terminal As seleções e autoridades chegarão no Brasil pelas bases militares dos Estados e serão escoltadas até seus hotéis pelas Forças Armadas, que também farão a segurança desses locais.

Ondas 1 Integrantes do Planalto atribuem a alta de Dilma na pesquisa Ibope ao aumento das campanhas publicitárias na TV dos programas do governo e ao enterro do "volta, Lula".

Ondas 2 Também apontam que as últimas propagandas do PT conseguiram levar o debate eleitoral para o campo das políticas sociais, favorável a Dilma, e tirar o foco dos dados da economia.

Planilha O governo reagiu aos ataques de Aécio Neves (PSDB) à política nacional de segurança pública. Ministério da Justiça levantou dados para mostrar que Dilma investiu R$ 3,6 bilhões por ano na área, ante R$ 1,2 bilhão por ano de FHC.

Aos 45 Cid Gomes avisou a auxiliares de Dilma que vai esticar até o último momento a definição do candidato do Pros ao governo do Ceará. Insatisfeito com a dificuldade na definição de alianças, o governador quer forçar PMDB e PT a negociarem.

Plantão médico Advogados de José Genoino relatam que a pressão arterial do ex-presidente do PT caiu drasticamente nos últimos dias e alertam para o risco de um AVC. Segundo eles, as condições de alimentação e o acompanhamento médico no presídio da Papuda podem agravar seu quadro de saúde.

#ficaadica Em evento com mais de 500 prefeitos e cerca de 70 parlamentares, Geraldo Alckmin (PSDB) escolheu como companhia no palco o deputado Marcio França (PSB) e o prefeito Marco Bertaiolli (PSD), de Mogi das Cruzes, em um aceno às duas siglas que ele corteja para sua reeleição.

No ponto Entre os deputados presentes no evento para a liberação de emendas, 51 eram estaduais. Um interlocutor lembrou que desde o início da semana a base de Alckmin não consegue quorum suficiente, de 48 deputados, para aprovar um projeto do Executivo na Assembleia.

Vida real Em meio à crise de abastecimento de água no Estado, um dos banheiros do Palácio dos Bandeirantes ficou com as torneiras secas durante o evento de ontem.

Fonte O governo diz que não houve desabastecimento no prédio, e que foi curto o período sem água nesse banheiro específico. Afirma que os reservatórios são independentes e que houve sobrecarga em função da cerimônia, que encheu o auditório em que cabem 1.300 pessoas.

Linha direta Ontem foi a vez de Alckmin telefonar para Fernando Haddad (PT) para tratar da greve de motoristas de ônibus. Apesar de não ter abordado diretamente a troca de acusações entre os secretários de ambos, sinalizou que estava mantida a relação de cooperação entre prefeitura e governo.

TIroteio
"Aécio poderia sugerir a Alckmin solução para enfrentar roubos, arrastões e linchamentos, que só fazem crescer a insegurança no Estado."
DO DEPUTADO ESTADUAL LUIZ CLAUDIO MARCOLINO (PT-SP), sobre críticas feitas pelo presidenciável tucano à política de segurança do governo federal.

Contraponto
Se a carapuça servir

No início da semana, Marcos Montes (PSD-MG) flagrou o também mineiro Julio Delgado (PSB) descendo as escadas da chapelaria do Congresso.

De longe, gritou:

--Governador! Governador!

O PSB ainda não decidiu se apoia Pimenta da Veiga (PSDB) ou se lança Delgado ao governo de Minas Gerais, mas o deputado acabou se virando para trás ao ouvir os berros. Montes, cujo PSD apoia o candidato tucano, se espantou:

--Tá doido, sô?!