Sérgio da Costa Franco
Historiador
DEU NO ZERO HORA (RS)
Está em pauta o assunto das aulinhas itinerantes que o Estado custeia para os filhos dos combatentes do MST. E escrevemos “combatentes”, porque esse movimento nada tem a ver com a pacífica reivindicação de terras agricultáveis, pois se converteu em agressiva milícia, que interrompe estradas, ocupa repartições públicas, invade e depreda fazendas produtivas. Seus integrantes podem ter sido, nos primeiros tempos, lavradores sem terra, ansiosos por obter uma gleba própria, onde fixar-se e trabalhar na agricultura.
Hoje não passam, em sua maioria, de aventureiros recrutados na periferia das cidades, sob a liderança de revolucionários encapuzados, que lhes prometem benesses de terra doada e de vida fácil. A maior parte deles não têm a menor experiência de trabalho agrícola, de que são prova os numerosos assentamentos improdutivos, que apenas sobrevivem pelo auxílio governamental, pela distribuição de cestas básicas e dos benefícios sociais do bolsa-família e assemelhados.
Dias atrás, respondendo a uma crítica deste gênero, houve um funcionário do Incra que argumentasse com o suposto sucesso de colonização da Fazenda Annoni, após 40 anos de sua implantação. Quase nos sentimos inclinados a intervir no debate para comparar o caso da Annoni com episódios antigos da implantação de autênticas e vitoriosas colônias: Erechim, com assentamento iniciado em 1910, já se tornava município emancipado e próspero em 1918; Santa Rosa, iniciada em 1914, alcançava a emancipação em 1927. Para não lembrar os casos mais remotos de São Leopoldo, Santa Cruz, Caxias, Garibaldi e Bento Gonçalves. A diferença básica é que os “sem-terra” daqueles idos tempos trabalhavam no eito, lavravam o solo, erguiam suas próprias casas. Os de hoje, acampados em barracas de lona, próprias para os rápidos deslocamentos, ocupam-se de escutar sermões e discursos inflamados, em repetir refrões e palavras de ordem. Armados de foices e facões, que apenas servem para enfrentamentos com a polícia. Além de, obviamente, receberem os auxílios governamentais que a demagogia consolidou e perenizou.
Os colonos do passado não esperavam que governos lhes dessem aulas e professores. Eles mesmos, logo que puderam, contrataram seus mestres-escola. E não era muito difícil fazê-lo porque não eram itinerantes, nem viviam cuidando de invasões sucessivas, aqui e ali, em outro propósito se não as pressões políticas.
Em tese, proporcionar escola e ensino aos filhos desses aventureiros seria gesto de humanidade e dever da administração pública. Mas, obviamente, dentro dos esquemas de rede oficial, com professores selecionados em concurso, fiscalizados e supervisionados na forma do regulamento.
Entretanto, o MST conseguira o privilégio de selecionar os próprios professores e administrá-los, como se fosse uma autarquia estatal, e receber dos cofres do Estado, por uma interposta organização, o respectivo pagamento. O resultado é que o Estado estava subvencionando a difusão de doutrinas revolucionárias, um subproduto fossilizado do maoísmo e do stalinismo. Em providência oportuna e meritória, o Ministério Público Estadual interferiu no assunto, para que os alunos dessas fantásticas aulinhas itinerantes sejam absorvidos pela rede escolar oficial, como é direito elementar de todas as crianças. Mesmo os nômades, como os ciganos, cuidam de deixar nas cidades alguns habitantes fixos, que cuidem de matricular e manter seus filhos em aulas regulares.
Historiador
DEU NO ZERO HORA (RS)
Está em pauta o assunto das aulinhas itinerantes que o Estado custeia para os filhos dos combatentes do MST. E escrevemos “combatentes”, porque esse movimento nada tem a ver com a pacífica reivindicação de terras agricultáveis, pois se converteu em agressiva milícia, que interrompe estradas, ocupa repartições públicas, invade e depreda fazendas produtivas. Seus integrantes podem ter sido, nos primeiros tempos, lavradores sem terra, ansiosos por obter uma gleba própria, onde fixar-se e trabalhar na agricultura.
Hoje não passam, em sua maioria, de aventureiros recrutados na periferia das cidades, sob a liderança de revolucionários encapuzados, que lhes prometem benesses de terra doada e de vida fácil. A maior parte deles não têm a menor experiência de trabalho agrícola, de que são prova os numerosos assentamentos improdutivos, que apenas sobrevivem pelo auxílio governamental, pela distribuição de cestas básicas e dos benefícios sociais do bolsa-família e assemelhados.
Dias atrás, respondendo a uma crítica deste gênero, houve um funcionário do Incra que argumentasse com o suposto sucesso de colonização da Fazenda Annoni, após 40 anos de sua implantação. Quase nos sentimos inclinados a intervir no debate para comparar o caso da Annoni com episódios antigos da implantação de autênticas e vitoriosas colônias: Erechim, com assentamento iniciado em 1910, já se tornava município emancipado e próspero em 1918; Santa Rosa, iniciada em 1914, alcançava a emancipação em 1927. Para não lembrar os casos mais remotos de São Leopoldo, Santa Cruz, Caxias, Garibaldi e Bento Gonçalves. A diferença básica é que os “sem-terra” daqueles idos tempos trabalhavam no eito, lavravam o solo, erguiam suas próprias casas. Os de hoje, acampados em barracas de lona, próprias para os rápidos deslocamentos, ocupam-se de escutar sermões e discursos inflamados, em repetir refrões e palavras de ordem. Armados de foices e facões, que apenas servem para enfrentamentos com a polícia. Além de, obviamente, receberem os auxílios governamentais que a demagogia consolidou e perenizou.
Os colonos do passado não esperavam que governos lhes dessem aulas e professores. Eles mesmos, logo que puderam, contrataram seus mestres-escola. E não era muito difícil fazê-lo porque não eram itinerantes, nem viviam cuidando de invasões sucessivas, aqui e ali, em outro propósito se não as pressões políticas.
Em tese, proporcionar escola e ensino aos filhos desses aventureiros seria gesto de humanidade e dever da administração pública. Mas, obviamente, dentro dos esquemas de rede oficial, com professores selecionados em concurso, fiscalizados e supervisionados na forma do regulamento.
Entretanto, o MST conseguira o privilégio de selecionar os próprios professores e administrá-los, como se fosse uma autarquia estatal, e receber dos cofres do Estado, por uma interposta organização, o respectivo pagamento. O resultado é que o Estado estava subvencionando a difusão de doutrinas revolucionárias, um subproduto fossilizado do maoísmo e do stalinismo. Em providência oportuna e meritória, o Ministério Público Estadual interferiu no assunto, para que os alunos dessas fantásticas aulinhas itinerantes sejam absorvidos pela rede escolar oficial, como é direito elementar de todas as crianças. Mesmo os nômades, como os ciganos, cuidam de deixar nas cidades alguns habitantes fixos, que cuidem de matricular e manter seus filhos em aulas regulares.
Mas, ao que parece, o MST não está interessado em educar para a civilidade e a democracia.