sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

O que a mídia pensa: Editoriais / Opiniões

Acusação de golpe é a mais grave numa democracia

O Globo

Investigação da conspiração para manter Bolsonaro no poder deve prosseguir com o máximo rigor — e com serenidade

Uma investigação da Polícia Federal (PF), conduzida com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou evidências convincentes de que Jair Bolsonaro, quando presidente, alguns de seus ministros, assessores próximos, funcionários do governo e militares tramaram contra a soberania do voto popular, preparando um golpe de Estado. São áudios, vídeos, mensagens de texto e documentos que dão muita consistência às acusações. Não existe acusação mais grave numa democracia. Por isso a investigação deve prosseguir com o maior rigor — mas também com a máxima serenidade.

A Operação Tempus Veritatis, deflagrada ontem pela PF com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF, investiga um grupo acusado de tramar um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder desde quando era antevista a possível derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. Segundo a PF, caso a derrota se concretizasse, um plano previa a prisão de Moraes, do decano do STF, Gilmar Mendes, e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.

A PF diz que mensagens apreendidas na investigação mostram que Bolsonaro recebeu a minuta do decreto da prisão e a editou para retirar da lista de presos Gilmar e Pacheco — é a primeira vez que se menciona uma ação direta do então presidente nas tramas golpistas. Também sustenta que Bolsonaro convocou os comandantes das Forças Armadas ao Palácio da Alvorada para “pressioná-los a aderir ao golpe de Estado”. Suspeito de ter desempenhado papel central na trama em novembro de 2022, Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, foi um dos alvos da operação, e sua prisão preventiva foi decretada.

Fernando Abrucio* - O dilema eleitoral de Bolsonaro

Valor Econômico

Sempre haverá um eleitorado fiel que não acreditará nas investigações e acusações, contudo, a hegemonia política exige apoio para além dos devotos de um grupo

O ano de 2024 será decisivo para definir o lugar e a importância futura da liderança pessoal de Bolsonaro. É claro que o conservadorismo tem um grande número de adeptos no Brasil atual. Também é evidente que o bolsonarismo é um movimento político-social que domina parte relevante do eleitorado. Mas o ex-presidente, sua família e os líderes mais próximos dele vão ser muito expostos negativamente ao longo dos próximos meses, com investigações, indiciamentos e até possivelmente prisões. Daí nascerá um dilema em meio às eleições municipais: priorizar a defesa da principal liderança bolsonarista ou tentar ser competitivo, com candidaturas mais moderadas, para enfraquecer o lulismo?

Em contextos democráticos, a combinação de eleições com processos judiciais sempre é problemática para partidos e lideranças políticas. No passado, o malufismo e o petismo passaram por maus bocados quando tal conjunção astral ocorreu. Sempre haverá um eleitorado fiel que não acreditará nas investigações e acusações, contudo, a hegemonia política exige apoio para além dos devotos de um grupo. O lulismo é maior do que o PT porque foi além de seu público cativo; Bolsonaro ganhou a eleição de 2018 pois teve votos além dos radicais de extrema direita.

Vera Magalhães - A hora da verdade dos militares

O Globo

60 anos depois do golpe que suprimiu a democracia, integrantes das Forças Armadas devem virar réus por tentativa frustrada arquitetada por Bolsonaro

A Operação Tempus Veritatis mostra já a partir do nome que a hora da verdade pode tardar, mas chega. Às vésperas dos 60 anos do golpe de 1964, os militares brasileiros estão prestes a encarar o maior julgamento de integrantes das Forças Armadas pela Justiça comum por crimes contra o Estado Democrático de Direito.

A condução de como se construirá o caminho de quantos e quais oficiais, da reserva e da ativa, ao banco dos réus é a parte mais delicada e uma das mais cruciais da apuração dos atos igualmente criminosos que culminaram na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.

A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o ministro Alexandre de Moraes tratam com extrema cautela esse capítulo central da apuração, que se desdobra em múltiplas frentes. Tanto é que, mesmo diante de robustas e variadas provas incluídas na decisão de 135 páginas do relator, não se avançou em pedidos como a prisão preventiva de generais flagrados em conspiração contra a democracia, como Braga Netto e Augusto Heleno.

Bernardo Mello Franco – Os generais da banda

O Globo

Ao apreender passaportes de militares que marcharam com Bolsonaro, STF abre caminho para romper tradição de impunidade

Demorou, mas enfim chegou a vez dos generais. A Polícia Federal fez ontem a primeira operação contra militares de alta patente envolvidos na tentativa de golpe. De acordo com as investigações, eles estavam no topo da conspiração de Jair Bolsonaro contra a democracia.

A PF fez buscas nas casas de cinco generais e um almirante que serviram ao projeto do capitão. Três chefiaram ministérios, três comandaram tropas. Todos participaram do plano para rasgar a Constituição e subverter o resultado das urnas.

O mais influente do grupo era o general Walter Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa derrotada de Bolsonaro. Descrito como um estadista durante a intervenção na segurança no Rio, ele emerge do inquérito como um radical de estilo miliciano.

Flávia Oliveira - Militares no alvo

O Globo

Nada chamou mais a atenção que o envolvimento da alta cúpula militar do governo

Nada na operação da Polícia Federal ontem chamou mais a atenção que o envolvimento da alta cúpula militar do governo Jair Bolsonaro na trama golpista. As evidências da participação, sobretudo, dos generais Braga Netto e Augusto Heleno, ministros de Estado, e do almirante Almir Garnier Santos, comandante da Marinha, põem fim a décadas de passividade e subordinação de instituições civis às Forças Armadas. Nenhum deles foi indiciado, denunciado, tampouco julgado, mas investigações sobre uma dezena de fardados em encontros e ações contra o sistema eleitoral e a democracia são inéditas na História do Brasil. Carlos Fico, professor na UFRJ, historiador com décadas de pesquisas sobre a ditadura civil-militar, confirma:

— Pela quantidade de crimes óbvios e de rastros deixados, era esperado que a PF em algum momento chegasse a militares. A surpresa decorre da mudança nessa tradição de impunidade. Mas investigação e eventual punição de militares deveriam ser regra numa democracia, não exceção. No entanto nunca aconteceu, nem no período 1946-1964 nem após a redemocratização.

Pedro Doria - O golpe pela internet

O Globo

O que fica claro, a partir do relatório da PF, é que havia método. Foi decidido, foi planejado, e foi executado

A decisão do ministro Alexandre de Moraes que confiscou o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro e mandou prender preventivamente alguns de seus assessores deveria ser lida por todos os brasileiros. Mostra de forma clara que nada daquilo a que assistimos até o 8 de Janeiro foi acidente ou voluntarismo de gente do terceiro escalão. Houve planejamento de um golpe de Estado no Brasil em 2022. Esse planejamento envolveu o então presidente da República e generais quatro estrelas da ativa e da reserva. A lista inclui Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que havia sido comandante do Exército, e o almirante Almir Garnier Santos, que comandava a Marinha. Parte da estratégia envolveu o uso da internet. Há lições para aprendermos aí.

José de Souza Martins* - O banimento dos idosos

Valor Econômico

É significativo que em São Paulo, o estado mais rico, estejam 40% dos idosos moradores de rua do Brasil

Estudo recente, da Universidade Federal de Minas Gerais, mostrou que há no país quase 24 mil idosos vivendo nas ruas, quase 10% de todas as pessoas que estão nessa condição. O número delas, entre nós, aumentou sete vezes nos últimos dez anos. Estamos, portanto, em face de uma tendência na demografia etária dos brasileiros.

É compreensível que seja difícil explicar essa anomalia social. Em parte porque a busca das causas prováveis tende a ser a das mais simples, mais óbvias ainda que menos prováveis, não as invisíveis.

Chama atenção que diferentes estudos sobre moradores de rua tendam a identificar como causa de sua situação de abandono os chamados defeitos de caráter, como alcoolismo e droga. Ou seja, nessa perspectiva, a culpa é da vítima.

César Felício - O golpe falhou, mas o tigre está na sala

Valor Econômico

Golpistas não se sentiram seguros para cruzar a linha

“Em Estado-Maior admite-se o risco calculado, jamais a aventura”. Chefe do Estado-Maior do Exército em 1964 e principal líder da conspiração dentro das casernas do golpe de 31 de março, o marechal Humberto de Alencar Castello Branco fez essa advertência várias vezes durante os preparativos da derrubada de João Goulart. O que Castello queria dizer é que disposição não faltava para golpear as instituições, mas os conspiradores não deviam cruzar a linha da insurreição a não ser que tivessem razoável certeza do sucesso.

A leitura da decisão do ministro Alexandre de Moraes que desencadeou a Operação “Tempus Veritatis”, desvendando uma orquestração para um golpe de Estado que teria sido comandada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e por seu entorno, mostra que os golpistas não se sentiram seguros para cruzar a linha. Faltou o aval do Alto Comando do Exército.

Maria Cristina Fernandes - Decisão de Moraes atesta golpismo de militares da ativa

Valor Econômico

Decisão coloca em xeque as declarações do ministro da Defesa, José Múcio, de que as Forças Armadas “como um todo” não queriam um golpe

A decisão que fundamentou a Operação “Tempus Veritatis” (hora da verdade), da Polícia Federal, atesta a participação, na tentativa de golpe de Estado, de militares da ativa que permaneceram em seus cargos e foram até promovidos pelo atual comando do Exército.

Ao envolver o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na trama golpista, a operação tem potencial ainda de afetar as eleições municipais. Além de uma minuta do golpe, apreendida no escritório do ex-presidente na sede do PL, ficou evidenciada a relação entre o técnico Élder Balbino, contratado por Valdemar para atestar fraude nas urnas, e Fernando Cerimedo, um dos responsáveis pela difusão de notícias falsas durante a campanha. Valdemar foi preso durante a operação de busca e apreensão, pela posse ilegal de arma e de uma pepita de ouro não registrada.

E, finalmente, ao apreender o passaporte de Jair Bolsonaro, a Polícia Federal indica que o desfecho do inquérito sobre a participação do ex-presidente nos atos golpistas está próximo. Em mensagem de Cid, supostamente ao general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, o ex-ajudante de ordens diz que Bolsonaro estava com um decreto, supostamente a minuta golpista, para respaldar participação das Forças Armadas no golpe.

Bruno Carazza - Ex-cúpula militar está no foco

Valor Econômico

Ação da Polícia Federal atinge o núcleo do governo Bolsonaro

A leitura das 135 páginas da decisão do ministro Alexandre de Moraes indica que as investigações da tentativa de golpe de 8 de janeiro vão se concentrar a partir de agora na cúpula militar do governo Bolsonaro.

A devassa pela Polícia Federal nos celulares do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente da República, revelou três linhas de apuração: i) a disseminação de informações falsas sobre a integridade das urnas eletrônicas brasileiras; ii) o financiamento da mobilização de apoiadores em frente aos quartéis e iii) as articulações para a manutenção de Jair Bolsonaro no poder, com a implementação das medidas traçadas na “minuta do golpe”.

Eliane Cantanhêde - Condenação primeiro, prisão depois

O Estado de S. Paulo

‘Virada de mesa’, minutas de golpe, militares e assessores nazistas: tudo leva a Bolsonaro

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro tarda, mas não falha, e tem até um cronograma: o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal (PF) não pretendem correr nenhum risco jurídico, policial ou político e só pretendem chegar a esse ponto depois das investigações, das instâncias de julgamento e da eventual condenação pela mais alta Corte de Justiça do País. Não estão previstas prisão preventiva ou temporária, só depois da tramitação em julgado.

A estratégia é rigorosa e detalhada, com uma sequência de operações da Polícia Federal, uma lista crescente de alvos e a apresentação robusta de provas até que não haja mais nenhum fiapo de dúvidas sobre a responsabilidade direta de Bolsonaro pela armação de um golpe de Estado em que ele seria o principal beneficiado.

William Waack - Até onde vai o estrago nas Forças Armadas?

O Estado de S. Paulo

A coisa começou a ruir quando Pazuello participou de um comício de Bolsonaro e não foi punido

Oque se pode considerar como “hard facts” no material que embasou prisões, buscas e apreensões contra Bolsonaro, aliados e militares dá a ideia de um grupo motivado pela intenção geral de “virar a mesa” – isto é, dar um golpe –, mas sem sequer uma noção clara de como fazê-lo. E, principalmente, sem a necessária força militar.

As transcrições de conversas sobretudo entre os mais próximos de Bolsonaro revelam um grupo preso às próprias quimeras políticas e tão incompetente a ponto de gravar parte do que se pode chamar de “conspiração”, embora mais pareça uma conversa de botequim em Copacabana de militares de pijama.

Diogo Schelp – Mudar o ensino militar para banir maquinações contra a democracia

O Estado de S. Paulo

Sem autocrítica, militares estarão sempre contaminados pela cultura do intervencionismo

O fato verdadeiramente inédito criado pela Operação Tempus Veritatis de ontem é que ela colocou a Polícia Federal no encalço de militares de alta patente, todos suspeitos de participar de uma conspiração para promover um golpe de Estado, desrespeitando o resultado da eleição presidencial de 2022. Na lista estão 16 militares, entre os quais quatro generais e um almirante que tiveram funções de destaque durante o governo de Jair Bolsonaro.

Há um longo caminho a ser percorrido após a análise do material coletado nos endereços dos investigados, mas as evidências que embasaram a operação são contundentes: incluem, por exemplo, conversas em aplicativo de mensagem e vídeos de reuniões que mostram maquinações bastante evidentes contra a ordem democrática.

Vera Rosa - Planalto vê impacto nas eleições

O Estado de S. Paulo

Na prática, aliados de Ricardo Nunes tentarão fazer ex-presidente desistir de indicar vice em chapa

Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que as investigações têm potencial para provocar impacto nas eleições municipais, principalmente em São Paulo e Rio. A percepção no Planalto é a de que Jair Bolsonaro vai se tornar um cabo eleitoral tóxico, caso não seja preso antes.

Candidato a novo mandato, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tem o apoio do ex-presidente e de seu partido, o PL. Mas, após a prisão de Valdemar Costa Neto e das investigações da Polícia Federal, a campanha de Nunes entrou em estado de alerta máximo. O prefeito quer, é claro, os votos de eleitores de Bolsonaro. A equação a ser resolvida agora é: como fazer para evitar o desgaste e se descolar da imagem dele? Na prática, aliados de Nunes tentarão fazer o ex-presidente desistir de indicar o vice na chapa.

Bruno Boghossian – No coração do golpismo

Folha de S. Paulo

Operação atinge alto escalão de uma máquina que atuou para interferir no processo democrático

As articulações para manter Jair Bolsonaro no cargo se davam com desenvoltura no coração do governo. Uma equipe formada por políticos, militares, operadores e agitadores digitais dava expediente nos palácios, ministérios e quartéis.

Os alvos da operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (8) foram alguns dos principais integrantes dessa conspiração, liderada de maneira pouco discreta por Bolsonaro. Ainda que houvesse barulho em público, a revelação dos detalhes do envolvimento de cada personagem dependeu de uma testemunha com acesso privilegiado à trama golpista.

A delação do coronel Mauro Cid, auxiliar inseparável de Bolsonaro, abasteceu a ação da PF contra a cúpula da organização. Foi o ajudante de ordens o autor de depoimentos sobre a atuação direta do então presidente e de outros dois nomes-chave: o ex-assessor Filipe Martins e o almirante Almir Garnier dos Santos.

Vinicius Torres Freire – O golpe bolsonarista, capitulo 1

Folha de S. Paulo

Ainda falta descobrir muito de quem fez parte da armação, a financiou ou foi conivente

Jair Bolsonaro prometeu ou estimulou o golpe em público, por muitas vezes, com mais frequência e de modo ainda mais explícito a partir de 2021, quando sua impopularidade decolava.

Em comícios e "lives", dizia que não haveria eleição em 2022 a não ser que o voto fosse impresso, "auditável", ou de algum modo da sua vontade. Dizia que não obedeceria a decisões do STF. Etc. A dúvida era a respeito de como seria a armação do golpe.

Um indício do modus operandi foi a descoberta, em janeiro de 2023, da "minuta do golpe" na casa de Anderson Torres, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro.

Igor Gielow - Duelo entre Moraes e Bolsonaro chega à sua hora da verdade

Folha de S. Paulo

Ministro joga tudo ao atacar coração do bolsonarismo; ex-presidente imita Trump

Como de costume, Polícia Federal buscou um verniz duvidoso para batizar sua mais importante operação em muito tempo: Tempus Veritatis, ou Tempo da Verdade. Foi pouco criativa e nada criptográfica: trata-se da hora da verdade tanto para Jair Bolsonaro (PL) quanto para o cérebro da ação, Alexandre de Moraes.

Desde que o inquérito das fake news surgiu, na forma de uma queixa apontada pelo então presidente do Supremo Dias Toffoli contra um procurador ligado à Lava Jato em 14 de março de 2019, tudo levou para um embate final, a tal hora da verdade, entre o ex-presidente e o ministro relator do caso.

Apesar de os detalhes de conversas apontadas até aqui serem aterradores, modus operandi recente do Supremo sugere que a megaoperação contra o coração do bolsonarismo está atrás de evidências para embasar tese amplamente conhecida e enunciada por Moraes acerca das intenções golpistas do grupo que governou o país de 2019 a 2022.

Marcos Augusto Gonçalves - Anatomia golpista remete à Comissão da Verdade

Folha de S. Paulo

Insatisfação militar com apurações e voto de Bolsonaro no impeachment prenunciavam golpismo

Os primeiros sinais mais enfáticos de politização e insatisfação de setores das Forças Armadas, notadamente do Exército, começaram a ser notados após a instalação da Comissão da Verdade durante o governo de Dilma Rousseff.

No dia 16 de maio de 2012, com a presença dos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, uma cerimônia no Palácio do Planalto, presidida pela então presidente, que tinha um passado de militância em organização de esquerda da luta armada, deu início aos trabalhos, embasados em lei aprovada no ano anterior.

Tratava-se, nas palavras de Dilma, de reconhecer que "o Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo". O principal objetivo seria apurar episódios de desaparecimento de mais de uma centena de opositores da ditadura, sem registro de prisão, que teriam sido sequestrados por agentes da repressão.

Luiz Carlos Azedo - Rolex cravejado de brilhantes pôs tudo a perder

Correio Braziliense

Os quatro relógios é um dos mais de 80 livros da romancista britânica Agatha Christie, cujo verdadeiro nome era Dame Agatha Mary Clarissa Mallowan (1890-1976), com mais de 4 bilhões de romances policiais vendidos

Os quatro relógios é um dos mais de 80 livros da romancista britânica Agatha Christie, cujo verdadeiro nome era Dame Agatha Mary Clarissa Mallowan (1890-1976), com mais de 4 bilhões de romances policiais vendidos. A história começa quando Colin Lamb, um agente do serviço secreto britânico, visita o condomínio Wilbraham Crescent, na cidadezinha de Crowdean, e toma conhecimento de um estranho assassinato: um homem desconhecido fora encontrado apunhalado na sala da casa número 19, cuja proprietária é uma senhora cega, Mrs. Pebmarsh.

Na cena do crime são encontrados quatro relógios que marcam todos a mesma hora, 4h13, mas que não pertenciam à dona da casa. A estenógrafa Sheila Webb trabalhava para Pebmarsh, que não tinha solicitado nenhum serviço de estenografia. Diante do mistério, Lamb desafia seu amigo Hercule Poirot — o detetive de Assassinato no Expresso Oriente, seu personagem mais conhecido — a desvendar o crime sem sair da poltrona. Com perguntas objetivas, o famoso detetive soluciona o caso.

Poesia | Restos do Carnaval, de Clarice Lispector

 

Música | Almir Rouche - Hino do Elefante de Olinda / Pitombeira de Olinda