João Luiz Rosa – Valor Econômico
SÃO PAULO - As eleições municipais em São Luís têm nove candidatos para ocupar o Palácio de La Ravardière, a sede da prefeitura, mas nenhum deles conseguiu conquistar o apoio público de um dos personagens de maior peso no cenário político do Maranhão - o governador Flávio Dino.
Primeiro comunista a comandar um governo estadual na história brasileira, e figura central das mudanças que puseram fim ao domínio do clã Sarney no Estado, Dino já havia deixado clara a decisão de não participar da campanha. "Eu estarei nas ruas como militante das boas ideias, mas não a máquina de governo. Essa seguirá servindo a todos os maranhenses - e não aos interesses de um só grupo político, como vimos ao longo dos últimos 50 anos", escreveu ele no Blog dos Leões, mantido pelo governo maranhense, no início de agosto.
A ausência do governador, diz uma pessoa próxima da administração estadual, se deve ao fato de que em 2014 ele foi apoiado por uma frente ampla, composta de nove partidos. Isso sem contar o PT, que se tornou aliado depois da posse. Politicamente, não seria apropriado, agora, apoiar o candidato de um partido da base em detrimento dos demais, explica essa pessoa.
As pesquisas de opinião têm sido lideradas pelo empresário Edivaldo Holanda Júnior, do PDT, que concorre à reeleição. Na campanha de 2012, quando saiu vencedor, ele recebeu o apoio aberto de Dino, que já havia concorrido ao governo do Estado em 2010. Na época, a imagem dos dois juntos foi muito explorada na campanha. Desta vez, nada disso ocorreu, mesmo com Holanda Júnior tendo como vice na chapa o professor e sindicalista Júlio Pinheiro, do PCdoB, o partido de Dino.