O Estado de S. Paulo / O Globo
A saúde, se é dever do Estado cuidar dela,
também concerne a cada um de nós. A nossa saúde e a de todos
No meio de várias notícias ruins, há o que
celebrar: o SUS, Sistema Único de Saúde, tem mostrado que funciona e pode
atender a população brasileira. Eu era senador quando, na Assembleia Nacional
Constituinte, um punhado de parlamentares que eram médicos se batia pela
construção do dito SUS. Recordo-me especialmente do deputado Almir Gabriel, e
ele não era o único. Mesmo que não se compreendesse inteiramente o alcance da
medida, batemo-nos todos, mesmo os não médicos, que apoiamos os médicos. Os
heróis foram os parlamentares-médicos, liderados por Sergio Arouca, presidente
da Fiocruz e mentor da chamada frente sanitarista.
Mais tarde, graças a outros tantos funcionários competentes, o SUS foi se formando e hoje a população mais pobre, sobretudo, sabe da valia de tal instrumento. Com o SUS a saúde no Brasil mudou de patamar. Os mutirões nacionais de vacinação infantil se transformaram em dias de festa para milhões de mães de todo o País. O Brasil tomou gosto pela vacinação periódica. Caiu a mortalidade infantil, aumentou a expectativa de vida. Multiplicaram-se as equipes de médicos de família. Em São Paulo, a ação do dr. Adib Jatene foi significativa. E ele não foi o único no Brasil a compreender as dificuldades daquele momento. A ele e aos que foram ministros da Saúde de vários governos devemos o haver melhorado a situação sanitária do povo.