“Temos responsabilidades e apoiamos um governo que está fazendo reformas. Se formos embora pode complicar mais do que ajudar. O que acontece quando um partido sai de repente? Cria mais dificuldades.
O PSDB não tem que pensar em eleição. Eleição é em 2018. Agora tem que pensar em como se resolvem as questões do Brasil.
Sei que há muitas acusações algumas quase evidentes, mas é preciso que haja o carimbo da Justiça para que possamos dizer: é verdade. A cada dia um rumor novo. Não posso guiar politicamente o partido em função de rumores.
Acho também que tudo está condicionado ao que vier a acontecer. Havendo algum pronunciamento da Justiça não há o que defender. Espero que o partido seja capaz de entender esse momento. Se for verdadeiro o que está sendo dito o partido não pode ficar no governo.
O PSDB precisa olhar com mais atenção a reação da base, do partido, da sociedade.
A preocupação eleitoral não deve primar sobre nada. Com o grau de insatisfação popular, a população sabe Deus em quem vai votar. Isso é um perigo. Abre espaço efetivamente para aventureiros, salvadores da pátria.”
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Fernando Henrique Cardoso é sociólogo, ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, no Seminário no IFHC, São Paulo, 13/6/2017