Com solidez técnica, no STF Dino deve deixar as polêmicas
O Globo
Sabatina precisa se guiar por aspectos
jurídicos, sem que prevaleçam as controvérsias de natureza política
A indicação do ministro da Justiça e
Segurança Pública, Flávio Dino,
para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
encerra quase dois meses de expectativa. Embora fosse uma escolha esperada —
Dino sempre liderou a bolsa de apostas —, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva manteve o suspense quanto pôde. Jamais havia demorado tanto para fazer
uma indicação. O nome de Dino não era unânime entre os petistas, mas contava
com apoio dentro e fora do STF. No final, prevaleceu a preferência do
presidente da República, como manda a Constituição.
Credenciais para ocupar o posto não faltam a Dino. Ele é autor de livros sobre Direito e foi juiz federal por mais de dez anos, período em que chegou a presidir a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Deixou a magistratura para entrar na política e tornou-se deputado federal pelo PCdoB. Em 2014, foi eleito governador do Maranhão, estado que governou por dois mandatos e pelo qual se elegeu senador no ano passado. Licenciou-se do cargo para assumir a pasta da Justiça.