Brasil é crucial para conter crise entre Venezuela e Guiana
O Globo
Em arroubo nacionalista, Maduro convocou
plebiscito para reivindicar área petrolífera do país vizinho
Os venezuelanos deverão responder amanhã em
plebiscito se a região conhecida como Guiana Essequibo,
território da Guiana, deve ser parte da Venezuela.
A votação foi convocada pelo ditador Nicolás
Maduro na tentativa de legitimar a reivindicação dessa área
rica em recursos naturais, sobretudo petróleo. Correspondente a dois terços do
país vizinho, ela também faz fronteira com os estados brasileiros de Pará e
Roraima. Pela proximidade geográfica e pela posição de liderança regional, o
Brasil tem papel crucial a desempenhar, com apoio dos organismos
internacionais, para evitar um conflito armado desnecessário na América Latina.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva despachou para Caracas seu assessor para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, com a missão de manifestar a preocupação do governo brasileiro com a escalada da tensão. Também na semana passada, o chanceler Mauro Vieira reforçou em reunião de países sul-americanos a posição brasileira em favor de solução negociada. Um reforço de 70 homens foi enviado à região fronteiriça numa medida preventiva. O presidente da Guiana, Irfaan Ali, marcou reunião com Lula hoje em Dubai, em que deverá reiterar seu pedido de ajuda para evitar uma agressão venezuelana. É uma boa oportunidade para Lula exercitar a liderança brasileira no continente e aproveitar sua proximidade com Maduro para convencê-lo a recuar.