MEC acerta ao querer restringir abusos do Fies
O Globo
Fundo estudantil se tornou foco de
inadimplência e meio de sustentação de faculdades de baixa qualidade
O ministro da Educação, Camilo
Santana, pretende pôr um freio no descontrolado Fundo de
Financiamento Estudantil (Fies), programa de crédito a estudantes criado para
facilitar o acesso às universidades privadas. Em entrevista
ao GLOBO, Santana afirmou que o governo enviará até o fim do
ano um projeto ao Congresso com propostas para adotar critérios mais rígidos de
acesso e reduzir a inadimplência, dois problemas crônicos.
Um dos objetivos, diz Santana, é diminuir a abrangência para 100 mil inscritos. Hoje são 144 mil (em 2014, chegaram a 700 mil). A ideia é que o novo Fies seja menor e mais dirigido, destinado aos que mais precisam de ajuda para ingressar numa universidade particular. Diferentemente do que ocorre na educação básica, no Brasil estabelecimentos privados respondem por 85% do ensino superior. “Para atingir a meta do Plano Nacional de Educação, garantir 50% das matrículas dos jovens de 18 a 24 anos no ensino superior, o papel das universidades particulares será importante”, afirma Santana.