• Morte de Fidel Castro, aos 90 anos, abre especulações sobre o futuro político de Cuba, que comandou por 47 anos, e deflagra luto e celebração no país e no exílio. Obama diz que a História deverá julgá-lo; já Trump o chama de ditador brutal
A morte de Fidel Castro provocou reações entre o luto e a celebração para cubanos que moram na ilha e em Miami. E abriu especulações sobre o futuro de Cuba sem o líder da revolução que comandou e o manteve por quase meio século à frente do país. Doente e afastado da política desde 2006, foi cremado ontem. Líder autoritário ou um simples tirano para uns, lenda revolucionária para outros, era considerado o último sobrevivente da Guerra Fria. O presidente dos EUA, Barack Obama, que liderou a aproximação com Cuba, disse que a História deverá julgar o enorme impacto de sua personalidade. Já o eleito, Donald Trump, o chamou de ditador brutal.
À espera do julgamento da história
• Morte de Fidel, aos 90, abre especulações sobre o futuro de Cuba sem o líder da revolução
Marina Gonçalves - O Globo
RIO E HAVANA - Era pouco antes da meianoite de sexta-feira quando o presidente Raúl Castro apareceu na televisão de surpresa para dar a notícia que a maioria dos cubanos sabia que, mais cedo ou mais tarde, viria. Foram menos de dois minutos de um discurso seco, até a imagem de Raúl ser cortada quando as palavras começaram a falhar. Aos poucos, a notícia da morte de Fidel Castro, líder da Revolução Cubana, foi calando a festa e o barulho permanente em Havana. A polícia fechou o acesso à Praça da Revolução, na capital, e o governo decretou nove dias de luto oficial. O jornal “Granma”, órgão oficial do Partido Comunista de Cuba (PCC), demorou quase cinco horas para atualizar sua primeira página com a notícia que rapidamente se espalhou pelo mundo — depois de tantos boatos, desta vez era verdade.