Bolsonaro
saiu do pleito muito menor do que entrou, embora os partidos de Centrão,
principalmente o PP e o PSD, tenham revelado um excelente desempenho eleitoral
Quando
começa a próxima campanha eleitoral? Para a maioria dos políticos, quando a
última eleição termina. Se tiver juízo, porém, o presidente Jair Bolsonaro, que
tirou o gênio da garrafa antecipando sua estratégia de reeleição, levará em
conta o resultado das eleições municipais e puxará o freio de mão nas
articulações eleitorais para 2022, para acelerar as reformas. Do jeito que as
coisas vão, não terá nenhuma grande realização para entregar no terceiro e
quarto anos de governo, apenas obras iniciadas por seus antecessores e ainda em
fase de conclusão.
A
estratégia de Bolsonaro nas eleições municipais fracassou: esperava conquistar
as prefeituras de São Paulo, com Celso Russomano (Republicanos), que nem chegou
ao segundo turno, e do Rio de Janeiro, com Marcelo Crivella (Republicanos), que
não conseguiu se reeleger. Saiu do pleito muito menor do que entrou, embora os
partidos de Centrão, principalmente o PP e o PSD, tenham revelado um excelente
desempenho eleitoral. Para manter sua base no Congresso, Bolsonaro terá de
fazer mais concessões a esses aliados.
Os partidos do grupo saíram muito fortalecidos, principalmente o PP, que venceu em 685 municípios; o PSD, com 655; e o PL, com 345 prefeituras. Com as demais legendas, o Centrão controla cerca de 2,4 mil cidades, nas quais residem 35% da população: PTB, 212; Republicanos, 211; PSC, 115; Solidariedade, 94; Avante, 82; Patriotas, 49; e PROS, 41. Os líderes desses partidos pressionam Bolsonaro para fazer mudanças na Esplanada, na qual desejam ocupar mais espaços, sobretudo os ministérios de Minas e Energia e da Saúde.