sexta-feira, 22 de julho de 2022

Vera Magalhães - Bolsonaro é seu maior entrave eleitoral

O Globo

Presidente trabalha mais contra sua candidatura que a oposição, que erra ao lhe dar colher de chá

O ato golpista com os embaixadores na segunda-feira e as pesquisas variadas que apontam um estreitamento da diferença entre Lula e Jair Bolsonaro, tanto nacionalmente quanto nos colégios eleitorais mais importantes para definir a eleição, mostram que, hoje, o caos provocado pelo presidente é um entrave maior a suas chances de ser competitivo em outubro que as estratégias da oposição.

Lula e o PT deram uma enorme colher de chá para Bolsonaro se recuperar em diferentes momentos. Na fase mais aguda da pandemia, quando ainda não havia vacina, e o auxílio emergencial deixou de ser pago, e depois, quando ela saiu de sua fase mais aguda.

Enquanto o presidente armava, ao longo dos últimos dois anos, o discurso golpista, com a participação ativa de altos escalões das Forças Armadas, representado pelos dois últimos ministros da Defesa, Lula e o PT preferiram não lhe dar o combate direto, duro, olho no olho, na esperança de que ele seria contido e naufragaria sozinho.

A crença segundo a qual a eleição teria tudo para se decidir no primeiro turno — justamente por esse show de horrores que é o governo Bolsonaro, da emergência sanitária à destruição institucional, passando pela devastação ambiental e pelo desmonte da Educação — levou a um clima de “vamos ganhar a eleição, e amanhã a gente vê o estrago”.

César Felício - A virada é improvável

Valor Econômico

Será muito difícil Bolsonaro repetir a façanha de FHC

O governo acelera as providências para começar em 9 de agosto os pagamentos vitaminados do Auxílio Brasil, carro-chefe de outras medidas assistencialistas como o vale-gás dobrado e os vouchers para taxistas e caminhoneiros. Será portanto na segunda quinzena de agosto, mais ao redor do fim do mês, que será possível aferir a potência política do pacote bilionário em pleno período eleitoral.

A memória do que aconteceu há exatos 28 anos, no Plano Real, está bem viva. A nova moeda foi lançada oficialmente no dia 1º de julho, quando o petista Luiz Inácio Lula da Silva vinha de um Datafolha com 41%, ante 19% de Fernando Henrique Cardoso, aferidos em 13 de junho. No dia 26 de julho o tucano já estava com 36% e o petista com 29%. Em 8 de agosto daquele ano FHC alcançou 41% e Lula 24% e o cenário cristalizou, permanecendo relativamente inalterado até o pleito. Foi uma virada total, da derrota no primeiro turno para a vitória no primeiro turno, em menos de um mês.

E lógico que o impacto econômico na vida do eleitor comum que o Plano Real proporcionou não é comparável com o que o pacote de Bolsonaro terá. E o impacto político? No caso de 1994, houve transferência de voto direta de Lula para FHC. Cada voto que Lula perdia era um a mais no embornal do tucano. Cair cinco pontos portanto para o petista significava uma redução de dez pontos na distância para FHC, e ele caiu muito mais. Em 2022 uma parte do eleitor lulista passará ou voltará a ser bolsonarista? Para que fique claro: pela última pesquisa Datafolha disponível, uma virada se dará se dez pontos percentuais de Lula forem transferidos para Bolsonaro.

José de Souza Martins* - O sentido do bolsonarismo

Valor Econômico / Eu & Fim de Semana

Não cuidamos de decifrá-lo, conhecer-lhe a origem, o enraizamento na sociedade, a ação corrosiva contra as estruturas frágeis da democracia, as alianças de interesses antissociais

O Brasil político tem perdido um tempo enorme com assuntos adjetivos da crise pela qual passa o país, tal o complexo cruzamento de realidades sociais e políticas desencontradas que ganharam corpo e visibilidade a partir do dia 1º de janeiro de 2019.

O bolsonarismo vitorioso é consequência do lento agrupamento da diversidade de anomalias e contradições que foram desdenhadas pelos partidos de motivação social. Tornou-se ele um aglomerado de resíduos antidemocráticos da democracia frágil, o negativo que encontrou sua lógica no conjunto de irracionalidades que deu vida à sua política do absurdo. Um sistema criado para assegurar o primado de uma política de crescimento econômico sem compromisso com o desenvolvimento social. Seu objetivo tem sido o de assegurar ganhos de Primeiro Mundo num país de Terceiro Mundo. A explosão da miséria, da fome, do desemprego detonaram esse modelo econômico.

Só lentamente tem conseguido o Brasil político definir como atuar, nas eleições e também depois delas, como uma frente democrática contra o autoritarismo e a herança maldita que dele ficará.

Fernando Gabeira - Discurso de perdedor com ameaça de golpe

O Estado de S. Paulo

Só resta tentativa de golpe para conquistar pela força o que foi perdido em empatia e credibilidade. Missão quase impossível, nos tempos modernos

No momento em que os partidos preparam convenções, o que se espera dos candidatos são discursos sobre seu projeto de governo e o otimismo sobre a possibilidade de vitória.

Bolsonaro está na contramão. Ele reuniu embaixadores no Palácio da Alvorada para fazer um discurso de perdedor, levantando uma série de dúvidas sobre o sistema eleitoral, já amplamente respondidas.

Na verdade, Bolsonaro violentou os fatos muitas vezes. Usou indevidamente um inquérito da Polícia Federal para concluir o que não está nele: a possibilidade de alterar nomes e votos. Mencionou o questionamento do PSDB ao resultado das eleições, sem admitir que o partido ficou satisfeito com a resposta. Afirmou que o sistema não é auditável, quando este é um dos seus atributos, ao lado da segurança e da transparência.

Bolsonaro reuniu os embaixadores para caluniar o sistema eleitoral e alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). É algo que deveria ser punido pelas leis brasileiras, porque isso foi, inclusive, realizado num prédio público e tinha objetivos eleitorais.

Eliane Cantanhêde - Um país fora da casinha

O Estado de S. Paulo

Feminismo é ‘transtorno mental’, gays são ‘desajustados’ e o presidente achincalha o Brasil

O procurador Anderson Santos usou redes institucionais do Ministério Público para cobrar “débito conjugal” e “obrigação sexual” das mulheres com seus maridos e atribuir o feminismo a “transtorno mental”. De que profundezas do atraso e da loucura essa gente está brotando no Brasil, talvez do mundo?

A comparação direta é com o pastor e ex-ministro da Educação (!) Milton Ribeiro, que, antes de disparar um tiro acidental em pleno aeroporto de Brasília e de ser preso por suspeita de negociatas no MEC, declarou ao Estadão que jovens gays são “fruto de famílias desajustadas”. Para um, feminismo é “transtorno mental”. Para outro, homossexualidade é “desajuste”.

Essas posições não são isoladas, são parte de um tsunami que tentam chamar de “conservador”, mas é muito pior e absurdo e está impregnado em setores da sociedade, borbulhando exemplos aterrorizantes.

Luiz Carlos Azedo - PT submerge na campanha de Lula

Correio Braziliense

A ausência da convenção petista não é inédita, aconteceu em 2018, mas, naquela época, ele estava preso. Agora, não, só tem uma explicação: reforçar a imagem de que é o candidato da “frente ampla”

Não tem muita explicação a forma como o PT realizou sua convenção e da federação que lidera, integrada também pelo PCdoB e pelo PV, ontem, para homologar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. O evento foi realizado a portas fechadas, sem grande divulgação. Após a reunião, Gleisi Hoffmann concedeu uma entrevista coletiva e anunciou a oficialização da chapa Lula-Geraldo Alckmin (PSB). Nenhum dos dois compareceu.

Gleisi choveu no molhado: “A primeira deliberação homologada é a indicação da candidatura à presidência de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência e de vice-presidência de Geraldo Alckmin. A segunda deliberação é a de coligação de PSol, Rede, PV e Solidariedade. A terceira é o número do candidato à presidência da República. Número 13, Lula”, afirmou. O PCdoB já havia tomado a mesma decisão na quarta-feira; resta ainda o PV, que deve se reunir virtualmente para endossar a proposta.

Reinaldo Azevedo - Também o capital contra o golpe

Folha de S. Paulo

Nada fora, acima ou contra as urnas, de acordo com a Constituição

Cobrei neste espaço, na semana passada, que o capital dissesse aos brasileiros se a democracia é um valor universal e inegociável ou se está disposto a flertar com um golpe de Estado. Algo se move. No dia 11 de agosto, a Faculdade de Direito da USP —as históricas Arcadas da São Francisco— reeditarão, em novo contexto, a célebre "Carta aos Brasileiros", de 1977, lida, então, por Goffredo da Silva Telles Jr., em repúdio à ditadura e em defesa do estado democrático e de direito.

Desta feita, trata-se de defender a liberdade já conquistada para que possamos transformá-la em qualidade de vida para os mais pobres, esconjurando as ameaças golpistas feitas pelo presidente da República. Diz a nova carta, de que sou um dos signatários: "Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar de lado divergências menores em prol de algo muito maior: a defesa da ordem democrática."

Bruno Boghossian - O voto da geração pós Lula

Folha de S. Paulo

Presidente pede que pais convençam os filhos e diz que garante celular funcionando

Jair Bolsonaro tem um plano peculiar para contornar o mau desempenho de sua campanha entre os mais jovens. Em dois eventos na semana passada, ele pediu que os pais tentem convencer os filhos a votarem nele, não em Lula. Como argumento, o presidente insinuou que o petista vai limitar o uso de redes sociais.

"É chegar para o mais jovem e falar: 'Olha, quem está garantindo o teu celular funcionar é o presidente. Será que do outro lado alguém quer controlar a mídia?'. É só mostrar para o garoto", afirmou Bolsonaro, durante um encontro da Assembleia de Deus em Juiz de Fora (MG). "Falem para os filhos de vocês."

Vinicius Torres Freire - Inflação ainda está bem viva

Folha de S. Paulo

Preços das commodities até compensa carestia do dólar, mas há outros problemas

O real voltou a ser uma das moedas mais desvalorizadas do mundo, seja em relação a um ano ou ao início da epidemia. Foi-se a melhora surpreendente que se viu de janeiro a abril (dólar a R$ 4,76, na média de abril, ante R$ 5,41 na última semana). Pegamos um dos bondes da desvalorização quase mundial em relação ao dólar, mas pegamos aquele que corre mais ladeira abaixo, quase como de costume.

A diferença agora é que, no que diz respeito a inflação, a resultante poderia não ser tão ruim, por um lado (o lado de preços de commodities). Mas a pressão inflacionária pode vir de outro lugar.

O preço de commodities relevantes, grãos básicos, açúcar, ferro e cobre, carnes e mesmo o do petróleo, por exemplo, passou a cair em ritmo que compensa a carestia do dólar no Brasil. Em reais, apenas o preço do barril do petróleo está mais caro (muito mais caro) do que no início do ano, por exemplo. É bom, mas é ruim: é medo ou sinal de recessão global.

Naercio Menezes Filho* - Dificuldades na área social

Valor Econômico

Agora, além de não resolver problemas crônicos, andamos para trás nas áreas em que havíamos avançado

Tivemos muitos problemas na área social nos últimos anos. Avanços importantes obtidos nas últimas décadas estão em risco pela falta de políticas públicas adequadas para enfrentar os efeitos da pandemia. O que poderemos fazer para reverter esta situação no futuro?

Vários avanços institucionais e políticas públicas foram construídos nos últimos 30 anos no Brasil. Estabilizamos a inflação, construímos uma rede de proteção social, universalizamos o acesso ao ensino fundamental, criamos o Sistema Único de Saúde e os programas de transferência de renda e democratizamos o acesso ao ensino superior. Foram criados institutos e políticas de proteção ao meio ambiente e aos povos indígenas. Isto fez com que a desigualdade e a pobreza declinassem continuamente no período e que a situação das minorias melhorasse.

Claudia Safatle - Situação fiscal: governo e mercado divergem

Valor Econômico

Em um país com risco fiscal crescente a dívida não tende a cair

O Brasil deve fechar o ano com superávit primário nas contas do governo central, o que não ocorre desde 2013, e no consolidado do setor público. Mas, ainda assim, há uma desconexão entre as expectativas do mercado e os dados reais da política fiscal.

No Ministério da Economia, atribui-se essa desconexão a “sinais misturados” entre o que está ocorrendo no mundo, sobretudo nos países da Zona do Euro e nos Estados Unidos, que estão, agora, sob aperto monetário, e os indicadores domésticos.

Quando, nas conversas dos economistas oficiais com os do setor financeiro, alguém argumenta, por exemplo, que o Credit Default Swap (CDS) do Brasil, um titulo que funciona como indicador de risco de crédito de um país, piorou, ouve-se que sim, mas que piorou menos do que os dos demais países emergentes. E assim trava-se uma tentativa de persuasão.

Flávia Oliveira - Epidemia de brutalidade

O Globo

As estatísticas confirmam o que os casos tornados públicos diariamente já sugeriam

É das leituras mais dolorosas da robusta edição 2022 do Anuário Brasileiro da Segurança Pública o capítulo sobre violência de gênero. As estatísticas confirmam o massacre que os casos tornados públicos diariamente já sugeriam. Num dia, uma menina de 11 anos vítima de estupro tem cerceado o direito ao aborto legal, tanto pelo sistema de saúde quanto por autoridades judiciais. Noutra noite, uma equipe de enfermagem flagra o abuso de um anestesista a uma parturiente em pleno centro cirúrgico. Em cinco dias de julho, no Grande Rio, três casos bárbaros de feminicídio. Mais uma semana, e um procurador do Ministério Público Federal trata, em mensagens no grupo de colegas, o feminismo como transtorno mental e evoca a ideia de débito conjugal para subtrair das mulheres o direito ao sexo consensual.

Bernardo Mello Franco - Voto nulo larga na frente na eleição do Rio

O Globo

Se disputa fosse hoje, Cláudio Castro e Marcelo Freixo seriam vencidos pelo candidato "Ninguém"

Depois de ter cinco ex-governadores presos e um cassado, o Rio escolherá em outubro o próximo inquilino do Palácio Guanabara. Até aqui, a disputa só despertou o interesse dos políticos. De cada dez eleitores, quatro pretendem anular o voto ou ainda não sabem quem escolher.

Se a eleição fosse hoje, o vencedor seria o candidato “Ninguém”. Nulos, brancos e indecisos somam 39%, informou ontem o Ipec. Depois aparecem Cláudio Castro, com 20%, e Marcelo Freixo, com 14%. Os dois estão tecnicamente empatados no limite da margem de erro.

Na pesquisa espontânea, em que não é apresentada uma lista de concorrentes, a apatia é ainda maior: 72% dos eleitores não sabem ou não querem apontar um candidato. Isso indica um cenário indefinido, aberto a surpresas e reviravoltas.

Pedro Doria - Bolsonaro questiona urna eletrônica por má-fé

O Globo

O principal ponto que garante a segurança da votação é que, apesar de tudo ser digital, nada ocorre na internet

Todo ano de eleição, nós, jornalistas, arranjamos algum jeito de produzir algo que seja explicando como funciona o sistema de votação brasileiro. No jargão das redações, é uma “matéria de serviço”. Sua utilidade é ajudar o eleitor a se nortear no dia do voto. É para que ele entenda o processo. Neste ano, explicar como funcionam a urna e a contagem dos votos, porém, não é mero serviço. É uma defesa ativa da democracia. E, sim, nosso sistema está entre os mais seguros e eficientes do mundo.

O principal ponto que garante a segurança da eleição brasileira é que todo o processo, apesar de digital, não ocorre na internet. Nem as urnas nem os computadores que contam os votos estão na grande rede. Em seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro se aproveita de conceitos pouco compreendidos para deixar as pessoas inseguras. Confusas. A ação é de clara má-fé. O presidente da República mente, mente acintosamente, mente sabendo que está mentindo.

Rogério F. Werneck - A cada reeleição, nova devastação

O Globo

Estragos já constatados compõem um quadro assustador de demolição institucional

Mal refeito da devastação que Dilma Rousseff se permitiu perpetrar, para se reeleger em 2014, o Brasil se vê mais uma vez assolado pela sanha devastadora de um presidente irresponsável, disposto a se reeleger a qualquer custo, como se não houvesse amanhã. Não há país que aguente a recorrência de devastações de tais proporções, a cada oito anos.

Embora só faltem cerca de 70 dias para as eleições, os danos mais graves do desastroso projeto de reeleição de Bolsonaro ainda parecem estar por vir. Mas os estragos já constatados compõem um quadro assustador de demolição institucional.

Do ponto de vista estrito da política econômica, já no final do ano passado, o governo escancarou seu descompromisso com a preservação do regime fiscal. Alarmado com seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto, o presidente não relutou em promover injustificável calote de dívidas judiciais e uma mudança oportunista na regra de correção do teto de gastos, para viabilizar, às pressas, a concessão do Auxílio Brasil e outras expansões de dispêndio, em 2023.

O que a mídia pensa - Editoriais / Opiniões

Editoriais / Opiniões

À vista de todos

Folha de S. Paulo

Suspeitas na Codevasf e no FNDE são vazamento em duto de dinheiro que une Bolsonaro e o centrão

A Polícia Federal fez uma operação para buscar provas de crimes nos contratos entre a empresa Construservice, possíveis laranjas e a Codevasf. O valor dos negócios dessa empreiteira com o governo avançou como nunca no governo de Jair Bolsonaro. O valor da estatal para os negócios do centrão com o presidente da República também.

A Codevasf faz parte do acordo por meio do qual Bolsonaro entregou ao centrão parte maior do Orçamento, controle de estatais e fundos públicos em troca de proteção. Em tese uma estatal, é na prática uma agência governamental estruturada como uma companhia a fim de facilitar o repasse de recursos para obras de infraestrutura no interior pobre do país, pois sujeita a menos procedimentos burocráticos. E como facilita.

A empresa é um escoadouro de verbas para pequenas obras e compras de máquinas. O dinheiro escorre por meio de emendas parlamentares obscuras, determinadas sem critérios técnicos de prioridade e eficiência.

A Codevasf é controlada por União Brasil e o PP, assim como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE, por PP, PR e PL —o centrão. O FNDE é a agência de repasse da maior parte do dinheiro do Ministério da Educação ao ensino básico, canalizado também por meio de sugestões de pastores indicados por Bolsonaro. Na Saúde, há esquema parecido.

Livro | Convite | Lançamento - Cristovam no Rio de Janeiro


Poesia | Fernando Pessoa - Tabacaria

 

Música | Marisa Monte - Feliz, alegre e forte