quarta-feira, 23 de julho de 2014

Opinião do dia: Hannah Arendt

 Na verdade, as duas palavras politicamente mais significativas para designar a atividade humana, fala e ação (lexis e práxis), estão conspicuamente ausentes da história. A única ocupação dos habitantes da caverna é olhar para a parede; é obvio que lhes encanta ver por ver, independentemente de qualquer necessidade prática. Os habitantes da caverna, em outras palavras, são retratados como homens comuns, mas também naquela qualidade específica que estes compartilham com os filósofos: são representados por Platão como filósofos em potencial, ocupados na escuridão e na ignorância com a única coisa de que o filósofo se ocupa à plena luz e com pleno conhecimento. A alegoria da caverna é, pois, concebida para descrever não exatamente como a filosofia se parece do ponto de vista da política, mas como a política, a esfera dos assuntos humanos, se parece do ponto de vista da filosofia. E seu propósito, é descobrir, na esfera da filosofia, parâmetros apropriados para uma cidade de habitantes da caverna, é certo, mas também para habitantes que, embora na escuridão e na ignorância, formaram suas próprias opiniões a respeito dos mesmos temas do filósofo.

Hannah Arendt (1906-1976) . A promessa da Política, p. 75. Difel, Rio de Janeiro, 2008

Ibope: Levantamento aponta estabilidade na disputa presidencial

• Em cenário estável, Dilma venceria no 2º turno

Daniel Bramatti, José Roberto de Toledo e Rodrigo Burgarelli – O Estado de S. Paulo

Pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela Rede Globo mostra estabilidade na disputa presidencial. A presidente Dilma Rousseff (PT) soma 38% das intenções de voto. Na pesquisa anterior, de 15 de junho, Dilma tinha 39%. O candidato do PSDB, Aécio Neves, tem 22% das intenções de voto, ante 21% do levantamento anterior. O candidato do PSB, Eduardo Campos, tem 8% das intenções de voto – eram 10% na pesquisa anterior. As oscilações estão todas dentro da margem de erro. Nas simulações de segundo turno, Dilma venceria tanto Aécio quanto Eduardo, por 8 pontos e por 12 pontos, respectivamente.

Completando a chapa do primeiro turno, o pastor Everaldo (PSC) é escolhido por 3% dos eleitores, mesmo patamar anterior. Luciana Genro (PSOL), José Maria (PSTU) e Eduardo Jorge (PV) têm 1% cada. Outros nanicos somam 1%. Brancos e nulos são 16% e indecisos, 9%. Na pesquisa de junho, brancos e nulos eram 13% e indecisos, 8%.

2º turno. No cenário de segundo turno contra o tucano, Dilma soma 41% das intenções de voto contra 33% de Aécio. Brancos e nulos são 18% e indecisos, 8%. Na pesquisa anterior, de meados de junho, Dilma tinha 43% e Aécio, 30%. No levantamento do início de junho, a petista tinha 42% contra 33% do tucano.

Quando Eduardo é o adversário, a presidente tem 41% das intenções de voto contra 29% do pessebista. Brancos e nulos somam 20% e indecisos, 10%. Na pesquisa imediatamente anterior, Dilma tinha 43% contra 27% de Campos. No levantamento do início de junho, a petista tinha 41% ante 30% de Campos.

Espontânea. Na pesquisa espontânea, Dilma Rousseff é citada por 26% dos eleitores. Aécio Neves é mencionado por 12% e Eduardo Campos, por 4%. Outros somam 2%, brancos e nulos, 17%, e 39% não sabem ou não responderam.

Rejeição. As taxas de rejeição a Dilma e Aécio oscilaram negativamente de junho para cá. No mês passado, 38% dos eleitores disseram que não votariam de jeito nenhum na presidente. Hoje são 36%. No mesmo período, a rejeição ao tucano variou de 18% para 16%.

A taxa de rejeição a Eduardo Campos caiu de 13% para 8%, e a do pastor Everaldo foi de 18% para 11%. Segundo o levantamento, 13% disseram que poderiam votar em todos os candidatos.

Favoritismo. A maioria absoluta dos eleitores acredita que Dilma vai se reeleger em outubro. Para 16%, Aécio Neves, é o favorito na disputa. Apenas 5% acreditam que o próximo presidente será Eduardo Campos. Quase um quarto dos eleitores (24%) não soube responder à questão.

Metodologia. O levantamento do Ibope foi realizado entre os dias 18 e 21 de julho, por encomenda da Rede Globo e do jornal O Estado de S.Paulo. Foram feitas 2002 entrevistas em todas as regiões do Brasil. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, em um nível de confiança estimado de 95%. Ou seja, se fossem feitas 100 pesquisas idênticas a esta, 95 deveriam apresentar resultados dentro da margem de erro. A pesquisa foi registrada na Justiça eleitoral com o número BR-235/2014.

No Rio para lançar livro, Serra diz que campanha de Aécio está apenas no aquecimento

• Para o ex-governador de SP, a corrida presidencial vai engrenar quando começarem as propagandas na TV

Juliana Castro – O Globo

RIO — Candidato ao Senado por São Paulo, o ex-governador José Serra (PSDB) disse nesta terça-feira que não é possível ainda fazer uma avaliação do andamento do presidenciável tucano, Aécio Neves, porque a campanha está no aquecimento. O tucano lançou no Rio seu livro "Cinquenta anos esta noite", em que fala sobre as origens e os desdobramentos do golpe militar de 1964, quando era presidente da UNE.

— Ainda não dá para avaliar (como está a campanha de Aécio). Campanha eleitoral a gente vai avaliar depois que começar o horário eleitoral. Por enquanto, é só aquecimento — afirmou o tucano, que participará nesta quarta-feira de um evento na Firjan, no centro do Rio.

Em entrevista durante a sessão de autógrafos, Serra comentou ainda sobre o Produto Interno Bruto (PIB). O governo reduziu para 1,8% a previsão de crescimento do PIB em 2014. Até então o índice esperado era de 2,5%.

— Nenhuma surpresa. Que a economia brasileira está num processo de "estaginflação" está claro já há muito tempo. Dava para prever e aconteceu. Eu preferia ter errado a previsão que fiz há muitos anos a respeito do que iria acontecer depois de 2010 - declarou o ex-governador.

Serra disse que não vê uma causalidade direta entre economia e eleição, mas há fatores que influenciam:

— Acho que não há causalidade linear entre economia e eleição, mas é indiscutível que tem peso. Aí, não é o PIB. O PIB é um cálculo, o que vale é salário real, inflação, a combinação dessas variáveis que são políticas e econômicas. Emprego desacelerou, inflação em alta, rendimentos reais não crescem e vendas a varejo lá em baixo, essas são as quatro variáveis que mais influência tem na eleição. O governo perdeu muita a credibilidade, muito anuncio, muita propaganda, muita promessa e pouco cumprimento, e frustração. Isso pesa contra.

'Acho que não houve nada', afirma serra sobre caso de aeroporto
O ex-governador afirmou que não vê problemas na construção do aeroporto na cidade de Cláudio, em Minas. A obra foi feita em área que pertencia a um tio-avô de Aécio, segundo reportagem da "Folha de S.Paulo".

— Acho que não houve nada. Você pavimentar aeroportos no interior de repente bate na sua família, mas isso não significa que seja um proveito. Eu fui governador, não tenho familiares no interior e, se tivesse, provavelmente tinha passado perto. Se você faz um programa de aeroportos bom, isso não significa nenhuma questão de benefício.

Aécio não comparece ao lançamento do livro
O presidenciável Aécio Neves não compareceu ao lançamento do livro de Serra no Rio. Em São Paulo, o tucano já não tinha comparecido.

— Ele tinha programa em São Paulo - explicou Serra, dizendo que a forma que tem para ajudar Aécio é fazer sua campanha ao Senado junto com ele em São Paulo.

No debate do qual participou antes do lançamento do livro, no Leblon, na Zona Sul do Rio, Serra comentou a prisão de manifestantes determinada pela Justiça.

— Acho que as prisões são outra questão. Não acho que eles encaram nenhuma vanguarda de luta politica. Para ser sincero, não tenho acompanhado muito de perto — afirmou, dizendo que o Estado de Direito tem regras e uma pessoa não pode fazer tudo o que quiser.

O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga compareceu à livraria onde ocorreu o lançamento do livro, mas foi embora enquanto Serra ainda participava do debate. Também foram ao evento o deputado federal Otavio Leite (PSDB), o presidente do PSDB no Rio, Luiz Paulo, o ex-deputado Indio da Costa (PSD), que foi vice na chapa de Serra em 2010, além de outros tucanos.

Serra defende Aécio no episódio do aeroporto

Wilson Tosta - Agência Estado

O candidato do PSDB ao Senado por São Paulo, José Serra, defendeu na noite desta terça-feira o postulante tucano à presidência, Aécio Neves, da acusação de favorecimento por ter construído, quando era governador de Minas Gerais, um aeroporto dentro da fazenda de um parente, no município mineiro de Cláudio.

"Um programa de construção de aeroportos no interior de repente bate na família. Não quer dizer que houve favorecimento. Eu não tenho parentes no interior. Se tivesse, poderia ter acontecido", afirmou Serra.

Ele afirmou que fará campanha por Aécio em São Paulo junto com sua campanha para senador, e declarou que ainda não é possível avaliar como será a disputa desta ano. "A gente só vai poder avaliar depois que começar o horário eleitoral. Agora é só aquecimento". Afirmou
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Serra declarou não ser "nenhuma surpresa" a previsão de nova queda no PIB brasileiro neste ano. "A economia brasileira está em processo de estagflação (estagnação mais inflação) há muito tempo, como previ que aconteceria após 2010. Preferia ter errado a previsão", afirmou.

O tucano destacou que o PIB é apenas um número, que se expressa em variáveis: emprego desacelerando, inflação alta, rendimentos que não crescem e vendas no varejo estagnadas.

O candidato ao Senado concedeu entrevista durante o lançamento de sua autobiografia, "50 anos
Esta Noite", em um shopping da zona sul do Rio. Aécio Neves não compareceu ao evento - segundo Serra, o candidato a presidente tinha um compromisso em São Paulo que inviabilizou sua ida ao Rio.

Antes de começar a autografar os livros, o candidato falou sobre a obra e comentou a sensação de, cinco décadas depois, ouvir duas gravações radiofônicas de sua voz, registradas na noite do golpe. "É muito impressionante a gente se ver e se ouvir 50 anos depois", afirmou ele. "Não é bom envelhecer, porque (a juventude) era uma época em que tinha certezas".

Em reunião com partidos aliados, Dilma promete maior espaço na campanha

• Presidente disse ser mais competitiva que seus adversários, mostrou-se otimista com a economi e afirmou que seu governo terá muito a apresentar na propaganda política de TV

Ricardo Della Coletta e Rafael Moraes Moura - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Em mais de duas horas de reunião com os presidentes dos partidos que integram a coligação da campanha à reeleição, a presidente Dilma Rousseff disse ser mais competitiva que seus adversários, mostrou-se otimista com a situação econômica do País, apesar do pífio crescimento, e afirmou que seu governo terá muito a apresentar na propaganda política de TV, a partir de 19 de agosto.

Dilma pediu união dos aliados e prometeu reuniões semanais com os líderes dos partidos. Durante o encontro, no Palácio do Alvorada, a presidente tentou mudar a imagem de que é avessa à política. Sorridente, garantiu que todos passarão a integrar o núcleo da coordenação da campanha, com direito a opinar sobre o programa de TV, a cargo do marqueteiro João Santana.

"A primeira conclusão é que, embora tenhamos grande tempo na TV, ele é insuficiente para mostrar tudo o que o governo fez", disse o vice-presidente Michel Temer, numa referência ao espaço que Dilma ocupará diariamente no horário eleitoral gratuito. Nessa divisão, ela terá 11 minutos e 48 segundos, o candidato do PSDB, Aécio Neves, ficará com 4 minutos e 31 segundos e Eduardo Campos (PSB), 1 minuto e 49 segundos.

Temer assegurou que haverá empenho dos presidentes dos partidos para sensibilizar líderes e candidatos nos Estados a se engajar na campanha de Dilma. "A reunião foi marcada por profundo otimismo", emendou o vice-presidente ao comentar o clima do encontro no Alvorada. Questionado sobre as dificuldades na economia, prestes a entrar em recessão, Temer procurou amenizar os problemas nessa seara. "Se não vamos ter um PIB extraordinário, também não teremos um negativo", argumentou ele.

Segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi -- que participou da reunião no Alvorada --, Dilma fez uma avaliação positiva do cenário e disse que "tudo está dando certo". O governo ficou aliviado com a pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira, 22, encomendada pelo Estado e pela Rede Globo, que mostrou estabilidade no quadro eleitoral. De acordo com o levantamento, se houver segundo turno, Dilma venceria Aécio. No diagnóstico do governo e do PT, o candidato do PSB, Eduardo Campos, não vai conseguir se consolidar como terceira via na disputa.

Dilma convocou os presidentes dos partidos aliados, que compõem o Conselho Político do governo, para tentar integrá-los à campanha. "Minha impressão é de que, agora, todos se sentiram comandando a campanha diretamente", comentou Lupi.

Governo comemora pesquisa e oposição aposta em desejo de mudança

Vera Rosa, Tânia Monteiro, Daiene Cardoso, Ricardo Brito – O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA – A pesquisa Ibope, contratada pelo Estado e a TV Globo, foi festejada pelo comando da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), líder na sondagem, por mostrar estabilidade do quadro eleitoral em um momento de economia estagnada. Na oposição, a pesquisa foi comemorada pelo candidato Aécio Neves (PSDB), em segundo na corrida ao Palácio do Planalto, por apontar para a realização de um segundo turno e mostrar um “sentimento de mudança”.

Terceiro colocado, Eduardo Campos (PSB) avalia que a situação deve mudar a partir do início da propaganda de rádio e TV, em meados de agosto, quando ele começará a ser mais conhecido dos eleitores. No governo, a pesquisa provocou alívio. Dois ministros disseram ao Estado que o levantamento coincide com pesquisas em poder da equipe de Dilma, mostrando estabilidade do quadro eleitoral.

O governo e o PT temiam uma queda de Dilma justamente em uma hora ruim para a economia. Não só isso não ocorreu, avalia-se no governo, como Dilma venceria Aécio Neves em eventual segundo turno.

Embora o cenário atual seja de estabilidade, a pesquisa Ibope revelou um forte desejo de mudança, que aumentou de 65% para 70%. A coordenação da campanha de Dilma aposta, porém, que a propaganda na TV, a partir de 19 de agosto, será fator importante para reverter esse quadro.

Aécio Neves comentou a pesquisa Ibope: “É mais uma pesquisa que aponta para a realização do segundo turno. E a minha percepção é de que o sentimento de mudança no Brasil é crescente”. Para ele, o desejo por transformações é “ampliado a cada dia pelos preocupantes resultados na economia e pela incapacidade do governo de dar respostas às questões fundamentais que afetam a vida do brasileiro”.

Com o maior tempo no horário eleitoral gratuito – cerca de 11 minutos por bloco -, a propaganda de Dilma vai comparar as mudanças dos 12 anos do PT no governo, incluindo a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, com os oito anos de Fernando Henrique Cardoso, padrinho de Aécio. Candidato a vice na chapa tucana, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) afirmou que a indicação de um segundo turno mostra que Aécio Neves “está trabalhando com o vento a favor, tanto nas intenções de voto quanto na campanha com aliados”.

Os aliados de Eduardo Campos afirmam que a candidatura do ex-governador de Pernambuco ainda não deslanchou porque ele ainda é desconhecido de boa parte do eleitorado. “Ninguém pode crescer a galope. Ele não é conhecido como os outros e vai crescer na hora certa”, disse o líder do PSB na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (RS).

Na opinião dele, sem a exposição da mídia eletrônica “é difícil ter mudanças” no cenário das pesquisas. “Quem está com a máquina é que tem que estar preocupada por estar empacada nas pesquisas”, afirmou, em referência a Dilma.

Completando a chapa do primeiro turno, o pastor Everaldo (PSC) é escolhido por 3% dos eleitores, mesmo patamar anterior. Luciana Genro (PSOL), José Maria (PSTU) e Eduardo Jorge (PV) têm 1% cada. Outros nanicos somam 1%. Brancos e nulos são 16% e indecisos, 9%. Na pesquisa de junho, brancos e nulos eram 13% e indecisos, 8%.

Pesquisa. O levantamento mostrou que a presidente Dilma Rousseff (PT) soma 38% das intenções de voto. Na pesquisa anterior, de 15 de junho, Dilma tinha 39%. O candidato do PSDB, Aécio Neves, tem 22% das intenções de voto, ante 21% do levantamento anterior. O candidato do PSB, Eduardo Campos, tem 8% das intenções de voto – eram 10% na pesquisa anterior.

As oscilações estão todas dentro da margem de erro. Nas simulações de segundo turno, Dilma venceria tanto Aécio quanto Eduardo, por 8 pontos e por 12 pontos, respectivamente.

Desejo de mudança. Aumentou do desejo de mudança do eleitorado em relação à pesquisa anterior. No levantamento de maio, 65% diziam que gostariam de mudar tudo ou quase tudo no governo. Agora, os mudancistas são 70%. Eles se dividem em dois grupos: 29% gostariam que o próximo presidente mudasse totalmente o governo do País (eram 30% em maio), e outros 41% querem que o próximo governante mantenha alguns programas mas mude muita coisa – ante 35% na pesquisa anterior.

Segundo 18% dos eleitores, o próximo presidente deveria fazer poucas mudanças e manter muitas coisas – ante 21%. Para 10%, a próxima gestão deveria dar total continuidade ao atual governo. Os que queriam total continuidade eram 9% em maio.

A cúpula da campanha de Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República avaliou que o resultado da pesquisa Ibope divulgada nesta noite deve mudar a partir do início da propaganda de rádio e TV, em meados de agosto. O levantamento apontou que Campos segue em terceiro lugar, com 8% das intenções de voto, atrás da presidente Dilma Rousseff (38%) e do tucano Aécio Neves (22%).

Embora o candidato do PSB tenha perdido dois pontos porcentuais, o discurso no núcleo da campanha é de que a campanha mal começou, que ainda não há cobertura diária dos veículos de comunicação e que a avaliação real do cenário só poderá ser realizada depois do dia 19 de agosto, início da propaganda diária no rádio e na TV. “Estamos agora iniciando um processo, saindo de um período de Copa do Mundo e as pessoas estão começando a se ligar que haverá uma eleição nos próximos meses”, concluiu Bazileu Margarido, um dos coordenadores da campanha de Campos.

Campanha começa com mentiras, diz Aécio

Elizabeth Lopes e Pedro Venceslau - Agência Estado

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, acusou o PT de promover um ataque à honra dos adversários, em razão da notícia de suposta irregularidade na construção de um aeroporto na cidade de Cláudio (MG) em terras desapropriadas de seu tio-avô. "A campanha começa como nossos adversários gostam, com mentiras, e ataques à honra dos adversários, essa é uma praxe do PT."

Aécio disse que a informação divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo de que houve construção por parte do governo de Minas Gerais numa área privada de seu parente é "mentirosa". Segundo ele, a desapropriação foi feita por R$ 1 milhão e seu tio-avô apresentou uma proposta de R$ 9 milhões.

"Se houve alguém favorecido foi o Estado (de MG) e não meu parente." Aécio informou que buscou o parecer de dois ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Brito e Carlos Veloso para atestar a legalidade do ato promovido pelo governo de Minas Gerais. Segundo ele, os dois ex-presidentes "atestaram a legalidade da operação".

Aécio disse também que o Ministério Público de Minas Gerais investigou essa mesma obra em abril deste ano e arquivou o processo porque não encontrou nenhuma irregularidade. "A obra foi feita dentro da lei." O presidenciável, que participou na tarde de hoje de um encontro promovido pela deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), com pessoas com necessidades especiais, lamentou ainda que a campanha presidencial esteja começando "com essa deturpação da verdade"

Aécio cobra de Dilma opinião sobre prisões

Adriano Barcelos - Folha de S. Paulo

RIO - A coordenação de campanha do candidato do PSDB ao Planalto, Aécio Neves, cobrou, em nota, posicionamento da presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, sobre a prisão de ativistas no Rio por suposto envolvimento deles em protestos violentos desde 2013.

A nota, assinada pela coligação Muda Brasil, diz que, "após investigação que durou sete meses, [a polícia] prendeu líderes de manifestações violentas, que atacavam policiais e promoviam a destruição de patrimônio público".

O texto do PSDB faz referência a uma nota emitida pelo PT no dia 17. No documento, assinado pelo presidente nacional da sigla, Rui Falcão, pelo secretário de Movimentos Populares, Bruno Elias, e pelo coordenador do Setorial de Direitos Humanos, Rodrigo Mondego, o partido afirma que "as prisões representam grave violação de direitos e das liberdades democráticas".

No fim, a nota da campanha de Aécio salienta: "É preciso saber qual [é] a posição da presidente Dilma Rousseff sobre a nota de seu partido". Procurada, a coordenação de campanha de Dilma afirmou não querer comentar a nota do PSDB.

Os nossos 'presos políticos': O Estado de S. Paulo - Editorial

O fenômeno do "ativismo" ora em curso no País atingiu de vez o nível do delírio. Convictos de que estão acima das leis e de que o Estado é, por definição, um ente inimigo, os chamados ativistas, também conhecidos como militantes, se dedicam dia após dia a atormentar os cidadãos comuns nas grandes cidades, sob o argumento de que a democracia lhes faculta o direito de bloquear avenidas, de depredar a propriedade alheia e de praticar outros delitos.

Quem disso discorda e defende a necessária ação da polícia e da Justiça contra a baderna e o vandalismo é logo acusado, por uma barulhenta rede de simpatizantes espalhados pelas universidades e pela internet, de advogar a "criminalização das lutas sociais". Quando finalmente o Estado decidiu agir, encarcerando vândalos que se dizem "ativistas", essa rede imediatamente reagiu, dizendo que os detidos e os indiciados são "perseguidos políticos" - uma farsa que expõe seja a má-fé, seja a confusão moral dessa turma.

O caso mais recente, envolvendo uma advogada que diz prestar assistência jurídica a manifestantes, dá a exata medida dessa tentativa cínica de desmoralização do Estado Democrático de Direito no Brasil. A advogada Eloísa Samy, acompanhada de dois adeptos da violenta tática Black Bloc, foi ao Consulado do Uruguai no Rio de Janeiro para - pasmem - pedir asilo político.

Eloísa, de 45 anos, é considerada foragida da Justiça, porque foi denunciada pelo Ministério Público do Rio por associação criminosa. Ela e outros 22 "ativistas" tiveram a prisão decretada pela 27.ª Vara Criminal do Rio. O inquérito da Polícia Civil que baseou a denúncia concluiu, conforme revelou o jornal O Globo, que os acusados planejavam atacar seus alvos com explosivos no dia 13 de julho, quando foi disputada a final da Copa do Mundo.

Em vídeo que gravou para expor sua versão, Eloísa afirma que está sendo perseguida em razão de sua "atuação na defesa do direito de manifestação". O promotor Luís Otávio Figueira Lopes afirma, no entanto, que a advogada, "escudando-se em um suposto exercício da atividade profissional", prestou "apoio logístico" aos delinquentes, "cedendo sua residência para reuniões" de preparação de atos violentos.

É bem possível que Eloísa e seus colegas acreditassem que o Uruguai fosse mesmo lhes dar asilo. Afinal, o país é governado por José Mujica, aquele presidente simpático e modernoso que defende a liberação da maconha. Ele receberia, pois, os "perseguidos políticos" de braços abertos.

A reação da diplomacia uruguaia, porém, escancarou o ridículo da situação. A cônsul-geral Myriam Fraschini Chalar informou aos solicitantes que o Brasil "é um autêntico Estado Democrático de Direito", razão pela qual não há perseguidos políticos no País nem motivo para conceder asilo. A deputada Janira Rocha, do PSOL, que foi ao consulado para dar apoio aos "ativistas", disse à diplomata uruguaia que "o problema não é o Brasil, o problema é o Estado do Rio, que está agindo como um verdadeiro estado de exceção". Pela lógica desse pessoal, até um condômino pode pedir asilo político ao Uruguai se acreditar que está sendo perseguido pelo síndico do prédio.

A patetice, no entanto, não deve servir de pretexto para que os tais "ativistas" sejam tratados com a candura dispensada aos inimputáveis. É o caso de enfatizar que, no inquérito policial sobre os black blocs, Elisa Quadros, vulgo "Sininho", considerada a líder do bando, é acusada de incitar seus companheiros a atear fogo à Câmara Municipal do Rio durante protesto no ano passado - o ato só não se consumou porque militantes mais ajuizados impediram. É o caso também de relembrar que a ação desses delinquentes já produziu um morto, o cinegrafista Santiago Andrade. Eles não estão para brincadeira.

Resta agora às autoridades investigar com rigor as possíveis ligações desses "ativistas" com sindicatos e partidos políticos radicais. Há cada vez mais indícios de que os militantes vândalos podem estar atuando como uma espécie de "braço armado" de organizações que se constituíram graças à democracia, mas que não têm nenhum apreço por ela.

Entre a liberdade de manifestação e a criminalidade: O Globo - Editorial

• Partidos, políticos e sindicatos que ajudam esses grupos cometem ilegalidade por serem cúmplices de atentados, e apoiarem organizações antidemocráticas, contrárias à Carta

Não demorou muito para que grupos de black blocs e vândalos em geral aproveitassem a onda de manifestações de rua convocadas à margem de partidos e máquinas sindicais, no meio do ano passado, para barbarizar.

Os ataques ao patrimônio público e privado passaram a se suceder, também em São Paulo. Repórteres da imprensa profissional também se transformaram em alvo. Até que, em fevereiro, um rojão disparado por dois black blocs, na região da Central do Brasil, no Rio, matou o cinegrafista Santiago Andrade, da Bandeirante. A polícia agiu e prendeu os autores do homicídio, Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, réus à espera de sentença.

Os desdobramentos das investigações reforçaram a ideia de que havia alguma organização e planejamento por trás, inclusive com apoio em gabinetes de partidos mais à esquerda. O PSOL, um deles, continua a negar.

O trabalho da polícia avançou até que, no sábado 12, véspera da final da Copa, a Justiça decretou a prisão preventiva de um grupo, entre eles Elisa Quadros, Sininho, militante com liderança entre os black blocs. Depois, liberada parte do material colhido pela polícia nas investigações, ficou-se sabendo que poderia ter havido uma carnificina na manifestações que programaram para o dia seguinte, o da final, na Tijuca.

A reação de políticos é despropositada. Os deputados do PSOL Jean Wyllys e Chico Alencar, e Jandira Fegalli (PCdoB) chegaram a formalizar no CNJ reclamação com o juiz fluminense Fávio Itabaiana. Pouco depois, o GLOBO começou a publicar trechos do relatório encaminhado pela polícia à Justiça, sobre o grupo, em que grampos legais registram, entre outros, Sininho e uma professora de filosofia da UERJ, Camila Jourdan, em conversas para a compra de fogos de artifício, com referências à confecção de bombas molotov e outras armas artesanais usadas nas ruas.

O pedido de asilo ao consulado do Uruguai pela advogada Eloísa Samy, com prisão decretada, denuncia a visão distorcida da realidade brasileira que têm black blocs e aliados. Esquecem-se de que vigora há tempos no Brasil o estado de direito democrático, em que há leis a serem cumpridas por instituições republicanas. O Uruguai, com acerto, não concedeu o asilo, por este mesmo motivo.

O trabalho exemplar da Polícia e da Justiça fluminenses demonstra que a liberdade de expressão não pode ser usada para a prática da violência — homicídio, destruição do patrimônio público e privado. É assim em qualquer democracia no mundo. Partidos e sindicatos (Sepe, Sindiprev, Sindipetro) que ajudam esses grupos precisam estar conscientes que cometem uma ilegalidade, por serem cúmplices de atentados, e apoiarem organizações antidemocráticas, contrárias à Constituição.

Asilo quando há colapso das instituições; prisão por mera ilação não é justa

Carlos Roberto Siqueira Castro* - O Estado de S. Paulo

Em primeiro lugar, penso que o Consulado Geral do Uruguai, no Rio de Janeiro, agiu com prudência e com boas razões para negar o asilo político requerido pela advogada Eloísa Samy.

Isto porque a concessão de asilo político só se justifica em caso de um colapso no funcionamento das instituições democráticas, notadamente quando os órgãos do Poder Judiciário não estejam funcionando ou estejam sendo cerceados pela prática de autoritarismo, e isto coloque em risco o pleno exercício das liberdade públicas e dos direitos fundamentais previstos na Constituição.

Nessa situação de patologia dos poderes orgânicos da soberania, o exercício do direito de reunião, a livre manifestação de pensamento e o direito de participação política, que são insuprimíveis no Estado Democrático de Direito, ficam sem condições de serem protegidos em plenitude pelos juízes e tribunais. Aí, sim, justifica-se e recomenda-se a concessão do asilo político. Esta não é a realidade em nosso país, onde os Poderes e as instituições do Estado brasileiro estão funcionado perfeitamente nos termos ditados pela Constituição. Este é um dos aspectos da questão.

Por outro lado, é importante destacar que a prisão preventiva decretada contra 23 pessoas e manifestantes pelo Juiz da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, pela suposta prática de atos de vandalismo, de depredação de patrimônio público e privado, de queima de ônibus e do prédio da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, além de lesão corporal e de homicídio, isto com relação aos acusados de portar o rojão que lamentavelmente atingiu e matou o cinegrafista Santiago Andrade, precisa estar fundamentada nos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal.

Assim sendo, o decreto de prisão preventiva desses acusados só se justifica e satisfaz os preceitos legais se atender à garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de sua autoria. Evidentemente, a prisão preventiva pode ser impugnada e revertida em processo de habeas corpus impetrados em favor dos acusados se não estiverem presentes e demonstrados os requisitos que justificam a prisão de natureza cautelar.

Além disto, cumpre assinalar que não é justo e tampouco legal e democrática a decretação de prisão cautelar em razão de meras ilações, suposições e conjecturas, como, por exemplo, a possibilidade subjetiva de os acusados estarem articulando uma manifestação que aconteceria no Rio durante a Copa do Mundo. Ninguém pode ser preso por receios meramente especulativos. Isto levaria à própria abolição de todo tipo de manifestação política em logradouro público, o que o regime democrático desautoriza e deplora.

O decreto de prisão deve identificar claramente a materialidade do delito e a respectiva autoria atribuída individualmente a cada acusado. Não se pode, numa indevida perspectiva de coletivismo delitivo, supor que todos os participantes de uma manifestação política irão desbordar para atos criminosos contra a vida e o patrimônio de terceiros.

Por outra lado, sendo a Eloísa Samy uma advogada e militante da advocacia no campo dos direitos humanos, sua prisão só pode ser realizada com estrita observância das prerrogativas constitucionais e legais dos advogados, que são concedidas, não apenas em benefício apenas dos advogados, mas sobretudo em prol da sociedade e dos jurisdicionados defendidos pelos advogados contra os abusos de poder e das autoridades públicas.

Com efeito, a Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB) inclui, no art. 7º, inciso IV, dentre os direitos dos advogados, “ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB”.

Em seguida, o § 3º do art. 7º da Lei 8;906/94 dispõe que “o advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo.”. Desse modo, além dos direitos e garantias concedidas pela Constituição a todos os acusados na jurisdição criminal, a Eloísa Samy é titular das prerrogativas próprias da classe dos advogados, que devem ser integralmente respeitadas, sob pena da ilegalidade da prisão.

*Sócio Sênior da Siqueira Castro – Advogados
Graduado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), “Master of Laws” (L.L.M.) pela University of Michigan, EUA e Doutor em Direito Público pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil em terceiro mandato consecutivo.

Estado do Rio tem a disputa mais acirrada para a Câmara dos Deputados

• Relação candidato/vaga é de 22,5; à Assembleia, estado só perde para o DF

Juliana Castro, Paula Ferreira e Rafaela Marinho – O Globo

RIO — No vestibular da política, o Rio tem uma concorrência acirrada. O estado apresenta a maior relação candidato/vaga do país na briga por uma vaga na Câmara dos Deputados e a segunda maior na corrida por uma cadeira de deputado estadual. A bancada federal do Rio tem 46 cadeiras que são disputadas por 1.034 candidatos. A relação candidato/vaga é de 22,5. Nenhum outro estado tem número tão alto. O levantamento foi feito pelo GLOBO com base em dados postos à disposição pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) tem 70 deputados estaduais, e essas cadeiras são pleiteadas por 1.932 candidatos. A relação candidato/vaga é de 27,6, menor apenas que a do Distrito Federal, onde o índice é de 41,6. No caso do DF, a eleição é para deputados distritais, e não estaduais. Em 2010, no Rio, foram 929 postulantes ao posto de deputado federal e 1.849 ao de deputado estadual. O número de vagas continua o mesmo.

Em PE, concorrência é menor
Pernambuco tem a disputa mais tranquila para uma vaga na Câmara dos Deputados (6,8). E Sergipe é o estado com a briga menos acirrada para uma cadeira de deputado estadual (7,2). Considerando os números em todas as unidades da Federação, a relação candidato/vaga é de 16,1 para as assembleias e 13 para a Câmara.

Os dados do TSE permitem ainda traçar um perfil dos candidatos aos cargos de deputado estadual e federal. A maioria tem entre 40 e 59 anos. Os empresários são os que mais disputam a eleição deste ano. Tanto na concorrência à Câmara dos Deputados quanto para as Assembleias, a proporção é de 70% de candidatos homens e 30% de mulheres. A lei eleitoral estabelece que “cada partido ou coligação preencha o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”. Isso foi feito para estimular a participação feminina no processo eleitoral.

Ampliando a análise dos dados do TSE a todos os candidatos (Presidência, governos estaduais, Senado, Câmara e Assembleias), mais da metade (54%) não tem ensino superior completo. Ainda assim, o perfil educacional dos que disputarão o pleito está acima da média, quando comparado com a realidade da Educação no Brasil. Isso porque, no total da população brasileira, apenas 8,5% têm nível superior completo. Os níveis de instrução declarados pelos candidatos variam desde aqueles que dizem saber somente ler e escrever até os que têm diploma universitário.

11.429 têm diploma
Dos cerca de 25 mil candidatos à eleição deste ano, 254 sabem somente ler e escrever; 824 têm ensino fundamental incompleto e 1.803, completo; 782 têm ensino médio incompleto e 7.438, completo. Na graduação, 2.416 candidatos não concluíram, enquanto 11.429 terminaram a universidade.

Na disputa pela Presidência da República, nove dos 11 candidatos declararam ter ensino superior completo (81,82%). Os que, de acordo com o TSE, não têm essa formação são: Levy Fidelix, do PRTB, que diz ter ensino superior incompleto; e Zé Maria (PSTU), que declarou ter concluído o ensino médio. Todos os candidatos a vice-presidente informaram ter diploma universitário.

Entre os políticos que concorrem ao governo, a maioria (79,53%) tem diploma universitário. Não há nenhum candidato a governador que apenas saiba ler e escrever, e os que têm menor grau de instrução ocupam a faixa do ensino médio incompleto.

Na disputa pelo Senado, a maioria dos candidatos tem ensino superior completo (75,69%). Entre os candidatos que concorrem à Câmara Federal, 49,15% têm diploma universitário. O segundo maior percentual de instrução é o dos que têm ensino médio completo (31,78%). Já entre os candidatos que disputam cargo de deputado estadual, 57,29% não têm ensino superior completo.

Rio: menos de 40% dos candidatos tem curso superior
Os dados do TSE também revelaram que 62% dos candidatos do Rio não têm ensino superior completo. Entre os candidatos a governador, Lindberg Farias (PT) é o único que não possui esse grau de escolaridade. Para o Senado, Romário e Liliam Sá são os que não têm diploma de nível superior. De todos os que irão concorrer, cinco apenas leem e escrevem, três deles são do PEN.

No Rio de Janeiro, 37,67% (1.163) dos candidatos têm ensino superior completo, seguidos de 35,63% (1.100) com ensino médio concluído e 10,27% com superior incompleto. Em relação às outras faixas de escolaridade, 9,59% tem ensino fundamental completo e 3,27% incompleto, apenas 0,16% somente lê e escreve.

Para disputar o cargo de Deputado Federal, 59,9% dos candidatos não têm ensino superior. Entre os que irão concorrer no Rio, 428 têm diploma, 117 têm ensino superior incompleto, 362 tem ensino médio completo. Três candidatos apenas leem e escrevem, dois deles do Partido Ecológico Nacional (PEN), Jacinta de Lourdes e Dayse Lessa, e um do PR, Carlos José dos Reis. O restante dos candidatos se agrupa nas categorias ensino médio incompleto, ensino fundamental completo e incompleto.

Na eleição de Deputado Estadual, 64,3% não têm escolaridade superior completa. Para esse cargo, a faixa de instrução com maior número de candidatos é a de Ensino Médio Completo, com 733 nomes. Em seguida, aparecem os que têm diploma de nível superior completo, com 707 pessoas, e os de Ensino Fundamental Completo, 208 casos. Dois apenas leem e escrevem, Dauvelice Vieira (PEN) e Lela Reys (PRB).

O perfil de quem vai pedir o seu voto

- Correio Braziliense

Dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permitem ver algumas características do "candidato médio" que se inscreveu para participar da disputa de outubro. Ele é homem (70,3% do total em todos os cargos), declara ter ensino superior completo (45,8%), e tem entre 45 e 49 anos (é a faixa etária mais comum, representada por 17% dos concorrentes), embora a idade avance um pouco nos cargos majoritários, como os de senador.

O cargo com o maior número de candidatos é o de deputado estadual, que será disputado por pouco mais de 65% dos postulantes, ou 16.246 pessoas. O hipotético "candidato médio" é empresário, ocupação declarada por 9,3%. Em seguida, aparecem outras profissões tradicionais entre os políticos, como a de advogado (5,5% do total), servidor público e professor. Curiosamente, 1.067 concorrentes, ou 4,2% do total, disseram ser "deputados", como se o cargo fosse uma profissão. Outros 1.050 candidatos adotaram vereador como profissão. A disponibilização dos dados dos 24.917 candidatos na internet foi realizada pela Justiça Eleitoral brasileira na tarde de ontem.

A quantidade de candidatos é a primeira surpresa: o número é 10,5% maior do que o de 2010, quando 22.538 cidadãos disputaram as eleições gerais. Nunca antes tanta gente quis conquistar um cargo eletivo, mesmo que eles, os políticos, tenham saído com a imagem mais arranhada do que nunca dos protestos de junho passado.

Outra mudança significativa diz respeito aos partidos. Em 2010, o campeão em número de candidatos foi o Partido Verde, que então abrigava a candidatura à Presidência da ex-senadora Marina Silva. Agora, em 2014, os petistas serão maioria entre os candidatos aos diversos cargos em disputa. Já o PSB, partido pelo qual Marina concorre à Vice-Presidência este ano, saltou do quinto para o segundo lugar em número de candidatos.

"Formiguinha"
Entre cientistas políticos ouvidos pelo Correio, há divergências quanto à importância do número de candidatos para o desempenho dos candidatos à Presidência da República. Para Ricardo Caldas, a principal influência é nas eleições proporcionais (para deputados estaduais e federais), em que o maior número "significa apenas que o partido arregimentou mais candidatos. E não necessariamente impacta nas eleições majoritárias". "O maior impacto é nas proporcionais. É a chamada "estratégia formiguinha". Quando o partido não tem um nome forte, um "puxador", ele investe em várias candidaturas que o ajudem a atingir o coeficiente eleitoral, nas eleições proporcionais, para eleger parlamentares", diz.

Já para o analista Antônio Augusto de Queiroz, mais conhecido como Toninho do Diap, faz sentido que os partidos com candidatos à Presidência tentem garantir apoios locais com os concorrentes proporcionais. "Esses candidatos servem de suporte para os presidenciáveis em seus estados e em suas localidades", sustenta ele. O grande número de postulantes também traria outros "efeitos colaterais" importantes para os partidos, segundo Toninho. "A votação do partido na disputa pelo Congresso também impacta a fatia que ele vai receber do fundo partidário e no tempo de tevê do horário partidário regular. Então, esse é outro fator que faz com que os partidos busquem aumentar a quantidade de candidatos tanto quanto possível", diz.

O pequeno PSol, com apenas três representantes na Câmara dos Deputados, é o partido com o maior número de candidatos a governador, tendo se apresentado para a disputa em 26 estados e no Distrito Federal. Na corrida pelo Senado, outra pequena legenda de esquerda terá o maior número de postulantes: o PSTU terá candidatos em 20 unidades da Federação, apesar de não ter nenhum representante no parlamento atualmente. O PSol vem logo pouco atrás, com 19 concorrentes ao Senado.

O cientista político e professor da UnB Ricardo Caldas lembra que a tática é comum, e já foi vista em outros anos. "É uma estratégia voltada para a valorização da imagem do partido. É muito comum que legendas pequenas busquem lançar o maior número de candidatos possível, para dar visibilidade à sigla durante o pleito", diz ele. Entre os partidos com as maiores bancadas no Congresso, o maior número de candidatos a governador pertence ao PMDB, com nomes próprios em 18 estados. Em seguida, vêm o PT, com 17, e o PSDB, com 12.

Mulheres representam 30% das candidaturas

- Correio Braziliense

Pela primeira vez, as mulheres representam quase 30% do total de pessoas que vão concorrer nas eleições de outubro. Das 24.917 candidaturas divulgadas ontem à tarde pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 7.410 (29,7%) são do sexo feminino. Em quase todos os cargos proporcionais — para deputado estadual (30,04%), federal (30,45%) e distrital (29,91%) —, a representação feminina gira em torno do mínimo exigido proporcionalmente por gênero na Lei Eleitoral para essas funções. Já nos cargos majoritários para presidente, governador e senador, em que a cota não é estipulada, o índice cai: 18,8%, 9,94% e 19,34%, respectivamente. Apesar do avanço, na análise de especialistas, o Brasil ainda está atrás de muitos países em termos de participação feminina. Na América Latina, apenas o Haiti e Panamá têm menos mulheres nos órgãos equivalentes à Câmara dos Deputados do que o Brasil, segundo dados do Inter-Parliamentary Union (IPU), que traz dados do parlamento no mundo.

Em relação a 1994, quando as mulheres representavam apenas 6,9% das postulantes, as candidaturas femininas cresceram quase 10 vezes (841). De uma eleição para outra, o maior salto ocorreu em 2010, quando 22% dos candidatos eram mulheres — contra 14% de 2006. A mudança ocorreu logo após uma alteração na Lei Eleitoral. Antes, a legislação estabelecia que os partidos deveriam reservar 30% das candidaturas por gênero — o mínimo para homens e mulheres. Os partidos, no entanto, não se sentiam na obrigatoriedade de preenchê-las. Em 2009, então, houve uma alteração no termo, que passou de "reservará" para "preencherá", indicando uma condição para a disputa.

O ministro substituto do TSE Admar Gonzaga avalia o número de 2014 como positivo. "Já mostra que há um cumprimento da lei. Está cada vez melhor", comemora. Segundo ele, o respeito à lei está sendo observado pelos tribunais regionais eleitorais (TREs). "Se o partido ou coligação não atender essa regra, cai todo mundo. Vai ter de substituir para alcançar a cota", diz. As sanções pelo descumprimento da lei foram aplicadas em 2010, mas de forma mais resumida, e ficaram mais rigorosas nas eleições municipais em 2012. Para este ano, o ministro do TSE Henrique Neves garante que o critério será "integralmente cumprido". "A análise é feita pelos tribunais na apreciação da regularidade do partido político e, se for constatada irregularidade, o partido é intimado para corrigir aquilo em 72 horas", explica. Os tribunais analisam o Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários e, entre os critérios, avaliam a cota de gênero.

Melhora discreta
Doutor em demografia e professor na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE), José Eustáquio Diniz Alves avalia que esse foi um primeiro passo, mas ainda há muito o que fazer. O professor explica que o debate sobre a importância da participação feminina só foi fortificado em uma conferência em Pequim, em 1995. De lá para cá, segundo ele, o Brasil não avançou tanto quanto outros países. Nesses quase 10 anos, a presença de mulheres no parlamento no mundo saltou de 10% para 22%, segundo o IPU. No Brasil, no entanto, o avanço foi apenas de 6% para 8,6% na Câmara dos Deputados. O único país em que as mulheres superam os homens no parlamento é Ruanda.

Segundo um cálculo feito pelo professor, se a participação na Câmara se mantiver nessa tendência, só haverá um número igualitário de parlamentares daqui a 250 anos. Alves também comenta que muitos partidos lançam candidatas "laranjas" para cumprir a cota. "Ele inscreve a mulher, a secretária, pessoas que nem sequer vão fazer campanha apenas para atingir o mínimo", diz. O ministro do TSE Admar avalia que a questão das "candidatas laranjas" precisa ser devidamente observada. "Tem que ter uma efetiva participação, se não vira burla. Mas, nesse caso, a Justiça só atua se for provocada", diz. Em fevereiro, o TSE divulgou uma campanha institucional incentivando as mulheres a se lançarem candidatas para ampliar a participação feminina e evitar a figura das "fantasmas".

A socióloga e especialista em pesquisa de opinião do Instituto Patrícia Galvão, Fátima Pacheco Jordão, avalia os dados como inicialmente positivo, mas ressalta que é preciso melhorar. "O cumprimento ainda é minoritário e geral. O que ainda prevalece é que os partidos são organizações institucionalmente atrasadas e muito conservadoras", avalia.

Merval Pereira - Estabilidade enganosa

• A boa notícia para Dilma que a pesquisa do Ibope traz é a estabilidade da disputa, apesar de sua tendência de queda e do crescimento de Aécio

• A situação para um eventual 2º turno mostra Dilma com distância pequena, mas consistente, contra Aécio

• A maneira como Dilma governa o país é desaprovada por metade (50%) dos eleitores, e aprovada por 44%. São números que mostram uma estabilidade enganosa

- O Globo

A boa notícia para a presidente Dilma que a pesquisa do Ibope Inteligência, feita a pedido da TV Globo e do jornal “O Estado de São Paulo”, traz é a estabilidade da corrida presidencial, embora sua tendência de queda tenha sido registrada, assim como o crescimento da candidatura oposicionista de Aécio Neves, ambas dentro da margem de erro.

Os indícios de que o futuro não guarda boas notícias para a incumbente estão, porém, registrados na pesquisa, assim como o noticiário econômico reforça a ideia de que ela não tem boas notícias daqui até a eleição. O fato de o próprio governo já estar admitindo uma inflação mais alta, próxima do teto da meta de 6,5% no ano, e o crescimento mais baixo, de 1,9%, já indica que dificilmente a situação econômica ajudará o projeto de reeleição.

A perspectiva de que entremos em uma recessão técnica, com dois trimestres negativos, é uma realidade que o governo terá que enfrentar. Esses dados têm como consequência a má avaliação do governo Dilma, com apenas 31% dos eleitores considerando-o bom ou ótimo, quando as pesquisas mostram que dificilmente um candidato à reeleição consegue êxito se tem avaliação de ótimo e bom abaixo de 35%.

A situação para um eventual 2º turno, que a pesquisa do Ibope indica ser provável, mostra Dilma com uma distância pequena, mas consistente, contra seu principal adversário, o candidato tucano Aécio Neves.

Melhor situação que o empate técnico apontado pelas pesquisas do Datafolha e do Sensus, mas sendo reduzida ao longo da campanha. Todos os gráficos mostram um crescimento dos oposicionistas e um decréscimo da presidente. Ela é escolhida por 41% dos eleitores, enquanto o candidato do PSDB recebe 33%. É sintomático que Dilma cresça apenas três pontos em relação ao 1º turno, e que Aécio acrescente 11 pontos percentuais.

Até o candidato do PSB Eduardo Campos, que não cresce na pesquisa do 1º turno, na simulação de um 2º turno contra Dilma aumenta incríveis 20 pontos percentuais, enquanto Dilma fica nos mesmos 41%.

A resiliência de Dilma é uma força de sua candidatura. Independentemente de em quem irão votar, o Ibope constatou que mais da metade dos eleitores (54%) acredita na reeleição.

Isso não impede que Dilma continue sendo a candidata mais rejeitada de todos os
que concorrem à Presidência. Tem 36% de rejeição, contra 16% de Aécio e 8% de Campos.

A maneira como Dilma está governando o país é desaprovada por metade (50%) dos eleitores, e aprovada por 44%. São números que mostram uma estabilidade enganosa, mas
destacam também a dificuldade que os candidatos de oposição estão tendo para convencer que são capazes de realizar as mudanças desejadas por nada menos que 70% dos eleitores.

O tal mercado
A propósito da coluna que escrevi recentemente sobre a influência dos mercados na política e vice-versa, recebi do cientista político Nelson Paes Leme interessantes comentários que podem esclarecer melhor os leitores.

“Mercado e democracia sempre andaram juntos desde os primórdios da civilização. Era no Ágora grego, no Século de Péricles, onde se discutiam as grandes questões econômicas, filosóficas e sociais. É tão forte essa relação entre democracia e mercado que esse fenômeno se intensifica depois nas praças medievais florentinas, genovesas e venezianas e avança pela Renascença.

Quem viaja a Bruges, no antigo condado de Flandres, atual Bélgica, ou a Fribourg, na Suíça, pode ainda visitar sempre a ‘praça do mercado’, precursora das bolsas de valores e das assembleias legislativas, como em inúmeras outras cidades medievais da Europa.

Era lá, na praça, onde se discutia política, economia e finanças, simultaneamente com o pregão que depois vai, comportadamente, para dentro das bolsas de valores.

Até hoje, no cantão de Appenzell, na Suíça, vota-se na praça as grandes questões administrativas, financeiras e econômicas cantonais.

Os termos ‘cheque desta praça’ e ‘quebrar a banca’ vêm desse momento muito rico. Neste último caso, o conjunto dos comerciantes e mercadores, com o placet popular, literalmente ‘quebravam’, em público, a banca do comerciante que não cumpria com seus compromissos, como emblema de que ali, naquela praça, não mais poderia vender suas mercadorias. Daí vem o termo ‘quebrar’ para designar ‘falir’, utilizado até
os nossos dias.”

Dora Kramer: Na hora do aperto

- O Estado de S. Paulo

Uma grande reunião estava marcada para o final da tarde de ontem, no Palácio da Alvorada, com todos os partidos aliados para discutir os rumos da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Os jornais de hoje naturalmente trazem os resultados. Antes de entrarmos no mérito, cumpre mais uma vez apontar o demérito da questão: o governo continua a usar dependências oficiais para fins eleitorais sem ser legalmente admoestado.

Vai ver em algum momento revogaram-se as disposições em vigor e não fomos avisados de que já é permitido a todos nos locupletarmos. De qualquer modo, melhor andar na linha ainda que governantes não o façam.

O toque de reunir da presidente à sua tropa não quer dizer que o PT pretenda transferir nem dividir com os parceiros (PMDB, PDT, PC do B, PSD, PRB, PROS e PRB) o comando da campanha. As decisões fundamentais continuam nas mãos do núcleo original: Lula, Rui Falcão, Edinho Silva, Franklin Martins, João Santana e Gilles Azevedo.

Portanto, de fundamental seguramente nada de novo surgiu naquele front. A razão do chamamento é a necessidade de manter unida a tropa, ou o que resta dela. Até agora era relegada a um plano totalmente subalterno.

Mas, como a coisa começa a ficar muito apertada, e não só nas pesquisas, mas no mundo bastante real da economia em que o governo um eterno otimista já vê sinais de recessão, um dos jeitos é recorrer aos parceiros para pedir socorro. Legítimo, pois não seria aos inimigos que o governo poderia apelar.

Há um detalhe de ordem prática, porém: Talvez seja um pouco tarde. Não do ponto de vista dos caciques, os líderes que se reuniram ontem com a presidente no Alvorada. Com certeza saíram de lá respondendo ao toque de reunir com discurso de ordem unida.

O problema está nas bases. Estão fazendo o que bem entendem, conforme pudemos observar pela peculiar mescla de alianças. Consequência da lei eleitoral permissiva, da fragilidade dos partidos, mas também - e muito provavelmente, sobretudo - do tratamento recebido nos últimos anos.

Da presidente em particular e do PT em geral. Na época em que se começou a conversar sobre a formação de alianças nos Estados Dilma não estava nessa situação em termos de avaliação popular. Sua popularidade estava em queda (desde o ano passado), mas a oposição ainda não havia dado sinal de vida.

Com a situação relativamente tranquila no plano federal, o PT tratou de se garantir no âmbito estadual que é de onde sai a formação do Congresso. Precisava eleger muitos deputados federais e o maior número possível de senadores para "quebrar" a força no PMDB no Parlamento.

Movimento mais que legítimo, porém. Ocorre que o PMDB achou por bem reagir em legítima defesa quando foi esnobado (assim como vários outros partidos da aliança) pelo PT que decidiu lançar candidatos próprios aos governos dos Estados onde os aliados reivindicavam o apoio como contrapartida ao tempo de televisão dado à candidatura de Dilma.

Isso provocou a dispersão dos parceiros que se aproximaram da oposição no plano regional. Exemplo mais vistoso é o do Rio de Janeiro. O PMDB pediu que o PT não lançasse candidato; depois passou a exigir e, em seguida, ameaçou romper. A seção fluminense não conseguiu desfazer a aliança nacional, mas pede votos de maneira aberta para Aécio Neves.

Em São Paulo agora o PT quer propor um acordo ao PMDB para que o partido ajude Dilma "para valer". Mas isso só depois que o candidato do partido, Paulo Skaf, ficou numa posição muito melhor que a de Alexandre Padilha do PT.

Tais apelos devem se repetir em outras localidades onde haja os tais palanques duplos, triplos ou múltiplos. Em 2010, aliados nessa situação foram abandonados pelo PT no curso da campanha. Agora são eles que decidem se relevam ou se devolvem o menosprezo.

Fernando Rodrigues: A economia e a eleição

- Folha de S. Paulo

O noticiário está inundado de informações negativas sobre a economia brasileira. O país vai crescer em 2014 menos do que em 2013. O Brasil terá, de novo, um desempenho pior que o de vários vizinhos sul-americanos.

A oposição está salivando. O cenário negativo abre uma janela pela qual pode ser empurrado o PT para fora do poder. O governo reage. Reconhece erros e promete um 2015 diferente --sempre com um substrato de medo no discurso do Planalto: se não está muito bom agora, uma troca de forças na administração representará um período de paralisia até o novo presidente tomar pé das coisas.

É impossível saber qual narrativa prevalecerá na cabeça do eleitor no primeiro domingo de outubro. Tudo dependerá da percepção geral dos brasileiros sobre como de fato está a economia.

A história de eleições presidenciais é farta de exemplos de todos os tipos. Em 1992, a economia dos Estados Unidos patinava. O então presidente George Bush (o pai) havia tomado muitas medidas necessárias para corrigir os rumos. Não adiantou. O humor do eleitor norte-americano estava deteriorado. O candidato de oposição Bill Clinton venceu --a economia deslanchou quando ele tomou posse muito por conta do trabalho deixado pelo seu antecessor.

Em 1998, o Brasil estava quase quebrado. O real sobrevivia artificialmente ancorado ao dólar. Era insustentável. Só que os eleitores não viam assim. Pensavam ainda no fantasma da hiperinflação. O então presidente Fernando Henrique Cardoso foi reeleito. Ao tomar posse de seu segundo mandato, em 1999, tentou segurar moeda brasileira com um sistema esdrúxulo chamado banda diagonal endógena. Deu tudo errado. A economia atolou no brejo, mas FHC já estava reeleito.

O sucesso de Dilma agora depende de ela conseguir ser mais FHC-1998 e menos Bush-1992. É possível. Só não é simples.

Luiz Carlos Azedo: Perdoa!

- Correio Braziliense

O bordão do antológico partido alto de Paulinho de Viola, cujo nome intitula a coluna, poderia ser a melô da campanha de Dilma Rousseff diante das dificuldades que o governo e o PT vêm enfrentando para conquistar o apoio dos grandes empresários do país e dos aliados que se afastam do Palácio do Planalto. “Meu bem, perdoa/Perdoa meu coração pecador/Você sabe que jamais eu viverei/Sem o seu amor.”

Sem ter como explicar o fracasso das iniciativas no sentido de retomar o crescimento, já que o Brasil, para segurar a inflação, está às portas da recessão, a cúpula do governo chegou à conclusão que a única saída é reconhecer que errou. E prometer que nada será como antes. Duro será convencer a presidente da República a fazê-lo publicamente, depois de tantas recusas a mudar de rumo.

A maior de todas as negativas, com certeza, foi a resposta dada por Dilma ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo semestre do ano passado, quando o líder petista sugeriu que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fosse substituído no cargo. O nome cotado para o posto era o do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, cujo perfil seria de agrado do mercado e dos políticos. Depois de 15 dias de reflexão, a petista disse “não” a Lula.

Essa resposta soou como uma espécie de que “quem manda aqui sou eu”, pois Dilma interpretou a sugestão como uma tentativa de tutela, num momento em que o movimento “Volta, Lula!” estava no auge. À época, ainda acreditava que conseguiria manter a taxa de juros (Selic) abaixo dos 9%, depois de uma redução forçada a 7,5%. Eram sócios da estratégia de juros baixos para reaquecer a economia o atual ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o próprio presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Deu no que deu: na medida em que a inflação saía do controle, os juros voltaram a subir. Estavam na faixa dos 8% desde junho, subiram para 9% em setembro e chegaram a 10% em dezembro; em junho deste ano, voltariam a 11%. Quando a inflação finalmente caiu, em junho passado, depois de estourar o teto da meta anual de 6,5% — o que é um alívio para a o governo e para o bolso do assalariado —, a economia chegou ao limiar da recessão.

Chame o Lula!
O samba de Paulinho da Viola, além de falar da corrosão dos salários pela inflação — “Ando comprando fiado/Porque meu dinheiro não dá/Imagine se eu fosse casado/Com mais de seis filhos para sustentar” —, vem a calhar porque relata as agruras do trabalhador com a recessão: “Nunca me deram moleza/E posso dizer que sou trabalhador/Fiz um trato com você/Quando fui receber você não me pagou/Mas ora meu bem”. Isso é o que acontece com empresas em dificuldades para honrar seus compromissos diante da estagnação econômica.

Velho samba à parte, a mistura de pessimismo com disputa eleitoral inviabiliza medidas de curto prazo para combater a recessão que não sejam meros paliativos. São as incertezas políticas. Uma das maiores críticas ao governo diz respeito ao comportamento errático de sua política econômica. Decisões pseudoestruturantes do que seria uma “nova matriz” econômica, como reduzir a fórceps as tarifas de energia e arbitrar as taxas de retorno dos investimentos , deixaram o “instinto animal” do mercado em estado de alerta, como diria o ex-ministro Delfin Neto. Além disso, represar os preços dos combustíveis e das tarifas públicas sinalizam inflação e desvalorização cambial no futuro, o que deixa investidores de orelha em pé.

O mea-culpa de Dilma Rousseff seria a única alternativa para recuperar a confiança do mercado, mas só ocorre nos bastidores, uma vez que reconhecer os próprios erros abertamente seria levar água para o moinho da oposição. Não tem eficácia porque há dois discursos. Quando fala à Nação sobre a economia, o opção da presidente da República é descer o sarrafo nos pessimistas, como fez às vésperas da Copa do Mundo.

Na política propriamente dita, a estratégia do Palácio do Planalto é atender aos “pleitos” dos aliados que permanecem fiéis e atacar duramente a oposição, principalmente o candidato do PSDB, Aécio Neves. O tucano encostou em Dilma nas simulações de segundo turno e precisaria ser “desconstruído”, pois surge como alternativa de poder capaz de reverter o atual cenário econômico. Mesmo assim, do ponto de vista eleitoral, não basta o jogo bruto. Diante de uma recessão, a alternativa de Dilma é chamar o Lula e aceitar sua tutela, uma saída a la Vladimir Putin, o presidente russo que se reveza no poder com o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, desde 1999.

Fernando Exman: Sem sinais claros para os investidores

• Candidatos devem detalhar medidas para a economia

- Valor Econômico

Os principais candidatos a presidente da República têm cerca de cinco meses para trabalhar pela melhora do ambiente de negócios do país - três até a eleição de outubro e mais dois no período de transição para a próxima administração. Pelo menos em teoria, há tempo suficiente para se passar os sinais necessários à retomada dos investimentos produtivos. No entanto, como a situação não é das mais confortáveis para que a economia doméstica retorne a uma rota de crescimento sustentável, seria positivo se Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos indicassem com clareza a agenda que pretendem adotar e em que direção querem liderar seus aliados no Congresso.

Há pelo menos dois fatores que podem atrapalhar o Brasil a afastar de forma rápida os riscos de ver a economia enfrentar uma estagflação ou até mesmo uma recessão. É natural que executivos de empresas nacionais e companhias multinacionais instaladas no Brasil só definam seus planos de negócios depois da contagem final dos votos. Além disso, atualmente a confiança e o ânimo do empresariado encontram-se em patamares críticos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre), por exemplo, os índices de confiança da indústria, dos serviços e do comércio apresentam quedas consecutivas e vêm atingindo os menores níveis dos últimos anos. Não surpreende, portanto, o fato de a sondagem sobre investimentos, realizada no segundo trimestre junto à indústria pela mesma entidade, ter apurado a permanência do ambiente de desaceleração dos investimentos.

Outros indicadores apontam para a mesma direção. Em julho, o Índice de Confiança do Empresário Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu pela quarta vez consecutiva. Desta vez, para o menor valor da série histórica iniciada em 1999. Uma evidência adicional da cautela do setor produtivo é a diminuição das importações de bens de capital. Entre janeiro e junho, a redução foi de 5,85% em relação ao mesmo período de 2013. Só em junho houve um recuo de 17,69%.

Não chega a servir de consolo, pois no seu mais recente Relatório de Inflação o Banco Central estimou queda de 2,4% na Formação Bruta de Capital Fixo - indicador que mede a taxa de investimento - no Brasil no quarto trimestre de 2014 e redução de 0,6% nos quatro trimestres acumulados ao fim de março de 2015. Mas o próprio BC anotou no mesmo documento que "condições financeiras relativamente favoráveis, concessão de serviços públicos, ampliação das áreas de exploração de petróleo, entre outros, sugerem expansão dos investimentos". Além disso, a vitória de um candidato visto como mais amigável pelo mercado pode ser capaz de mudar de forma súbita as expectativas do empresariado.

Hoje, o Brasil ocupa um espaço incômodo no palco mundial. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o investimento crescerá em praticamente todos os países desenvolvidos no ano que vem. A exceção é uma oscilação negativa de 0,2% no Japão. Entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento monitorados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas a Eslovênia apresenta projeções de queda nos investimentos em 2015. O México, por exemplo, deve ver um aumento de 4,8% na taxa de investimento de sua economia.
Coincidentemente, a Eslovênia, que enfrentou sérias dificuldades devido à crise financeira iniciada em 2008, acaba de passar por um processo eleitoral. Seu próximo governo deve tomar posse em setembro, e as autoridades locais já começam a enviar recados de que uma das prioridades do país deve ser justamente a promoção de um novo ciclo de investimentos.

No Brasil, todos os postulantes à Presidência da República defendem o mesmo. Por outro lado, infelizmente ainda não começaram a detalhar o que pretendem fazer para impulsionar os desembolsos privados no país e pacificar as diversas pendências existentes na definição de marcos legais de setores estratégicos.

Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) procurou alterar as regras de diversos segmentos sensíveis da economia. Alguns desses modelos ainda são alvos de questionamentos na Justiça ou seguem tramitando no Congresso, como o rateio dos royalties do petróleo, o marco regulatório da mineração, as novas regras do setor elétrico e as normas para licitações públicas.

Além das críticas do mercado à política fiscal de seu governo, Dilma foi acusada de ter adotado uma postura mais intervencionista e de pouco diálogo. Mesmo assim, por enquanto sua mensagem ao empresariado parece replicar de forma subliminar o slogan da campanha à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Não troco o certo pelo duvidoso". Ou seja, busca alertar o setor produtivo de que só sua permanência no poder assegura a manutenção de desonerações tributárias, financiamentos subsidiados e políticas de estímulo. Integrantes da coordenação da campanha de Dilma acreditam ainda que, passada a eleição, o mau humor do setor privado se dissipará e a economia será reativada.

Para o comitê do candidato do PSDB, Aécio Neves, a batalha pela preferência do empresariado já está vencida e o fator de risco observado pelo mercado é a continuidade do atual governo. O PSDB acredita ter em seu currículo realizações como estabilização da economia e uma maior disciplina fiscal. Em suas conversas com empresários, a palavra-chave usada pelo tucano é "previsibilidade". Ele também vem se comprometendo a sentar e discutir as demandas pontuais de cada segmento da economia, num contraponto às críticas feitas a Dilma. Já Eduardo Campos (PSB) chegou a entusiasmar o setor produtivo no período de pré-campanha eleitoral, mas agora enfrenta questionamentos devido a propostas capazes de criar novas despesas públicas.

Na campanha de 2010, os candidatos perderam muito tempo discutindo temas alheios à economia, como o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A atual conjuntura econômica não dá espaço para que essa história se repita.

Painel :: Bernardo Mello Franco (interino)

- Folha de S. Paulo

Fadiga de material
Em conversa recente com um aliado, Lula se disse surpreso com o grau de rejeição ao PT e reconheceu que a imagem do partido pode ter se desgastado antes do que previa. O ex-presidente esperava que o eleitorado acusasse a "fadiga de material" apenas na próxima corrida presidencial, em 2018. O sentimento, portanto, não comprometeria a reeleição de Dilma Rousseff. Com o novo diagnóstico, Lula entende que é preciso repensar o discurso para manter o petismo no poder.

Pró-Jovem O programa de Dilma para os jovens tentará ecoar bandeiras dos protestos de junho. O texto falará em "novos direitos" ligados ao transporte público, à cultura e ao acesso à tecnologia.

Alívio Aliados da presidente comemoraram sua exclusão do processo do Tribunal de Contas da União que investiga a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Para petistas, a decisão deve esvaziar a CPI da Petrobras.

Jeitinho A campanha de Aécio Neves (PSDB) vai sugerir a distribuição de panfletos separados do presidenciável e dos candidatos a governador do PMDB que o apoiam. O objetivo é evitar problemas com a Justiça Eleitoral.

Pronto-socorro O time de Aécio quer estreitar os laços com associações estaduais de médicos. No mês passado, PSDB e DEM se uniram às entidades para criticar o programa Mais Médicos.

Ela não gostou A montagem que juntava Marina Silva e Geraldo Alckmin gerou novo atrito entre PSB e Rede. Ontem de manhã, a sigla determinou que os comitês da chapa "Edualdo" não usassem mais a foto da ex-senadora.

Troca rápida O prefeito de Marília, Vinicius Camarinha (PSB), foi um dos que mudaram os cartazes às pressas. "Desconhecia o acordo para que a Marina não aparecesse", explicou. Pouco depois, Eduardo Campos (PSB) inaugurou comitê na cidade.

Pagando bem... A campanha de Paulo Skaf (PMDB) acusa o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de ter inflado seu número de seguidores no Facebook comprando posts e links patrocinados. A lei eleitoral proíbe propaganda paga na internet.

... que mal tem? O PMDB levará o caso hoje à Justiça Eleitoral. Vai pedir a exclusão de seguidores e alegar que os anúncios, mesmo sendo anteriores à campanha, beneficiam Alckmin na disputa.

Âncora O candidato petista, Alexandre Padilha, está sofrendo com a rejeição ao prefeito Fernando Haddad (PT). Ontem, um taxista o cobrou: "Você não tá com aquele Haddad não, né?". Padilha tentou desconversar: "Não temos as mesmas ideias, somos do mesmo partido..."

O Dono do Mar O senador José Sarney (PMDB-AP) escreveu artigo acusando os adversários de "difamar, insultar e vilipendiar" o Maranhão. "Tem até um pivete que se infiltrou na política que fez disso profissão", disse, no jornal de sua família. "A coligação Boca do Inferno que caminhe para lá."

Culpa da ONU Segundo Sarney, os rivais usam "números falsos" para atingir seu grupo político. Ele afirmou que o Índice de Desenvolvimento Humano, indicador das Nações Unidas que mostra o atraso do Maranhão, foi criado para beneficiar "países imperialistas".

Foice e martelo A crítica foi direcionada a Flávio Dino (PC do B), que lidera a disputa com Lobão Filho (PMDB) pelo governo do Estado. "Por que esse vício de falar mal do Maranhão?", escreveu Sarney. "Tudo hipocrisia e desejo de que sejamos Venezuela. O Maranhão comunista, é a mudança que desejam."

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Tiroteio
"Quando você quer visitar alguém, não é bom jogar pedra na casa dele antes. O PT precisa parar de atacar Skaf antes de nos procurar."
DE LUIZ ANTONIO FLEURY FILHO (PMDB), ex-governador de São Paulo, sobre a tentativa de aproximação do PT de Dilma Rousseff com o PMDB de Paulo Skaf.
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Contraponto

A paz da senhora!

Pastor da Igreja Batista, o deputado Lincoln Portela (PR-MG) subiu à tribuna da Câmara na semana passada para atacar a peregrinação de candidatos por templos religiosos. Criticou os que não defendem os valores dos evangélicos, mas vão às igrejas durante a campanha.

--Posam ao lado do pastor e dizem uma frase comum entre os evangélicos pentecostais: "A paz do Senhor!".

Irritado, o deputado prosseguiu:

--Depois a gente vê o candidato cumprimentando uma mulher e dizendo: "A paz da senhora". Nem ele sabe a que senhora está se referindo!

Brasília-DF :: Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

A grande briga
A disputa nos bastidores da campanha eleitoral que tira o sono dos petistas atualmente é a da arrecadação. Enquanto Edinho Silva, o tesoureiro da campanha, busca recursos para financiar a propaganda em prol da reeleição de Dilma Rousseff, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tenta custear os gastos de candidatos a governador, senador e deputados federais. Diante desse entrevero, é fichinha a divergência a respeito do conteúdo do site Muda Mais, envolvendo o jornalista e ex-ministro Franklin Martins.

Renan onipresente?
Na última quinta-feira, o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, esteve em São Paulo, conforme registro de voos da Força Aérea Brasileira com mais três pessoas. A agenda oficial dele, entretanto, informa que o senador estava à noite, às 20h, no evento “China, 40 anos de harmonia e cooperação, no centro de convenções Ulysses Guimarães”. O voo da FAB decolou de Brasília às 14h50 rumo ao aeroporto de Congonhas, onde chegou às 16h20. Voltou às 21h30, pousando em Brasília às 22h55. Motivo da viagem: serviço. A agenda oficial, entretanto, não esclarece, e o próprio Renan ainda não respondeu.

Chuva de ações
Por várias cidades do país, começa uma saraivada de ações judiciais pela publicação de pesquisas eleitorais não registradas. O Tribunal Regional do Amazonas, por exemplo, multou um dos principais portais da Região Norte, o Correio da Amazônia, em R$ 53,2 mil por publicar pesquisa não registrada com um empate técnico entre o senador Eduardo Braga (PMDB) e José Melo (Pros). Lá, a pesquisa registrada, do instituto Perspectiva, indicou o senador com 58,7%.

Às ruas, camaradas!
Antes da reunião no Palácio da Alvorada entre a presidente candidata Dilma Rousseff e os aliados, a expectativa era a de que ela pedisse ao PCdoB que mobilizasse desde já os militantes, especialmente a juventude, para pedir votos a favor da reeleição. Tudo para não deixar que Aécio Neves e Eduardo Campos continuem arregimentando o eleitorado mais jovem.

Campanha pobre
Salvo um adesivo aqui, outro ali, a campanha presidencial ainda não “pegou”. É que, diante da perspectiva de segundo turno, os financiadores estão segurando os gastos. Querem deixar para desaguar em quem chegar à segunda etapa.

Campanha virtual
Diante da falta de recursos, a constatação de marqueteiros é a de que o grande palco desta eleição está nas redes sociais. No Twitter, as mensagens curtas fazem o maior sucesso, em especial aquelas em que o candidato produz de próprio punho.

Fala, Mercadante I/ A propósito das notas publicadas nesta coluna no último domingo sobre entrevistas e discursos do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (foto), que destacam as realizações dos últimos quatro anos (do governo Dilma), sem dar muita relevância aos 12 anos de governo do PT, ele esclarece: “Sempre destaco as realizações e os avanços conquistados pela população brasileira desde 2003. Reitero que, durante a campanha eleitoral, a comparação que pretendemos fazer é entre os 12 anos dos governos do PT e os oito anos do governo do PSDB”, diz.

Fala, Mercadante II/ O ministro lembra ainda que tem dois livros publicados sobre os avanços do governo Lula. “Um deles é minha tese de doutorado na Unicamp e, recentemente, lancei um livro sobre os governos Lula e Dilma”, completa, citando, especialmente, o trabalho As bases do novo desenvolvimento no Brasil: análise do governo Lula. O outro livro é “Brasil: primeiro tempo — análise comparativa do governo Lula”.

Enquanto isso, no Império…/ A nova novela das nove apresentou, no primeiro capítulo, um diálogo que deixou os petistas mais atentos indignados. Lá pelas tantas, o protagonista, José Alfredo, pediu ao irmão, Evaldo, que lhe acordasse cedo porque precisava sair para procurar emprego. “Olhe, com esse plano do governo, tá difícil.” José Alfredo responde: “Quem quer consegue”. Passam-se cinco meses e nada. Calma, PT! A novela volta no tempo… Tipo década de 1980, 1990… Vai ver, era o governo Sarney… Ou o início do governo Collor.

Ensaios/ Dilma Rousseff e Aécio Neves ainda não começaram as gravações de falas para os programas eleitorais. A ordem é tratar do tema a partir da semana que vem. Eduardo Campos entrou no estúdio, mas suspendeu a programação por conta do estado de saúde de Ariano Suassuna. Faltam 24 dias para o horário eleitoral.