Combate ao crime exige retomar controle de prisões
O Globo
No ano passado, quase um preso fugiu por dia,
enquanto verbas destinadas à segurança sofreram cortes sucessivos
A fuga de dois detentos do presídio federal
de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi inédita, dado o
retrospecto inexpugnável dessas cadeias. Elas contrastam com as superlotadas
prisões estaduais, que abrigam a massa de mais de 650 mil presos do Brasil. Levantamento
do GLOBO junto a 18 estados constatou que, no ano passado, 333 presos fugiram
da cadeia, quase um por dia.
As penitenciárias brasileiras estão longe do nível de segurança necessário para os condenados cumprirem as penas estabelecidas pela Justiça. A maioria das fugas ocorre na surdina, geralmente com a colaboração de agentes penitenciários e a ajuda das facções criminosas que controlam as prisões. “É ilusório pensar que a fuga acontece só por vontade própria, isso só [existe] nos filmes de Hollywood. No Brasil demanda muito dinheiro”, diz Ludmila Ribeiro, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).