Para enfrentar Lula e Bolsonaro, as lideranças precisam se organizar para construir, já, uma candidatura capaz de sensibilizar o eleitorado
Lula
da Silva e Jair Bolsonaro nunca desceram do palanque. O petista, nem quando
esteve preso; o presidente, nem diante de uma pilha de mortos. Logo, os dois
saem em considerável vantagem na disputa eleitoral de 2022, cuja campanha,
totalmente fora de hora, começou no exato instante em que saiu o resultado da
eleição de 2018.
Para
enfrentá-los – e evitar que o País tenha que encarar no mínimo mais quatro anos
de pesadelo –, as lideranças políticas, sociais e empresariais interessadas na
democracia precisam urgentemente se organizar para construir, já, uma
candidatura capaz de sensibilizar o eleitorado, em especial a parte –
seguramente majoritária – que está farta da briga de rua em que se transformou
a política brasileira nos últimos tempos.
Esse
objetivo, que nada tem de trivial, implica necessariamente que as forças do
centro democrático sejam capazes de deixar as vaidades de lado e costurar uma
candidatura única. No atual cenário, quando há quatro ou cinco possíveis
candidatos desse campo para disputar uma eleição, é porque não há nenhum.
Algo, contudo, parece ter se movido, especialmente depois que, por uma espantosa decisão judicial, o chefão petista Lula da Silva recuperou seus direitos políticos e deve ser candidato em 2022.