O
ministro da Economia, Paulo Guedes, volta e meia se arrisca a uma análise
política, e quando o faz costuma tecer conceitos elásticos sobre o conjunto
ideológico. Ontem, ele disse que “a mesma aliança de centro-direita que ganhou
as eleições em 2018 continuou ampliando seu espectro de votos” nas eleições
municipais. Quase a mesma análise do pastor Silas Malafaia, que também ontem
esteve com o presidente para fazer um balanço do resultado, garantindo que quem
perdeu a eleição foi PT e PSDB, Bolsonaro saiu vencedor.
Também
o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, festejou a vitória dos
partidos do Centrão como sendo do governo. Para combater o que chamam de
“narrativa da esquerda”, vários governistas têm insistido nessa outra
“narrativa”.
Guedes
considera que a “centro-direita” aumentou seu poder, colocando essa avaliação
na conta do grupo de apoio ao governo Bolsonaro. O Centrão agradece, e vai
cobrar mais espaço no governo, mas PSD já quer ocupar lugar próprio e DEM e MDB
saíram do Centrão.
Na
campanha de 2018, Guedes insistia em colocar no mesmo balaio PT e PSDB,
atribuindo a eles mais de 20 anos de domínio da social-democracia no Brasil,
todos governos de esquerda que estariam sendo substituídos por um governo de
direita.