Apesar das revelações de corrupção, tribunal livra Temer de cassação por 4 a 3
Corte rejeitou documentos contra chapa liderada por Dilma; Gilmar Mendes deu o voto de Minerva
Mesmo reconhecendo crimes gravíssimos na campanha de 2014 de Dilma Rousseff e Michel Temer, o TSE absolveu os dois por 4 votos a 3. Mais cedo, pelo mesmo placar, a Corte decidira descartar as provas mais contundentes porque foram incluídas no processo após a ação inicial. O voto de Minerva foi do presidente, Gilmar Mendes. Votaram pela cassação com o relator, Herman Benjamin, os ministros Luiz Fux e Rosa Weber. Com Gilmar ficaram Napoleão Maia, Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira. Os problemas de Temer agora continuam no STF, onde responde a inquérito por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.
Sem punição
Por 4 votos a 3, ministros do TSE ignoram provas e livram Temer da cassação
Carolina Brígido, André de Souza e Eduardo Bresciani | O Globo
BRASÍLIA - Depois de quatro dias de julgamento, e mesmo depois de reconhecer a existência de graves crimes pela chapa vitoriosa na eleição de 2014, a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu ignorar as provas e absolveu o presidente Michel Temer e a ex-presidente Dima Rousseff.
Por quatro votos a três, os ministros deixaram de fora as evidências mais contundentes do processo, as delações de executivos da Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura. Eles entenderam que elas não poderiam ser levadas em conta porque significariam uma ampliação indevida do objeto inicial do processo, aberto em dezembro de 2014. Com a decisão, Temer ganhou fôlego para tentar se manter no cargo, apesar da grave crise política instalada no país.