O Estado de S. Paulo
Agenda do futuro terá de destacar as pautas
ambientais, a sustentabilidade econômica e a eliminação das desigualdades
obscenas
Não se deve forçar a ideia, pois há
processos de longa duração em curso, mas se pode dizer que 2021 foi um ano de
assimilações: incorporamos novos processos aos nossos cálculos existenciais.
Recuperamos convicções que pareciam esquecidas. Com mais informação e melhor
entendimento, distanciamo-nos da aceitação passiva dos problemas que nos
desafiam.
A pandemia nos obrigou a retomar cuidados
básicos e a lutar por uma vacinação que se projetou como principal via de
escape, mas que foi rejeitada, banalizada e desprezada pelo governo federal. O
sistema de saúde, com isso, perdeu articulação. Mas o SUS resistiu bravamente,
as vacinas chegaram à população, juntamente com o uso de máscaras e a percepção
da necessidade de uma vida social menos aglomerada. Ficamos cientes da
importância de mecanismos de controle e vigilância sanitária, base de sistemas
de proteção e combate a vírus e patógenos.
A assimilação não atingiu a todos. Houve quem seguiu a vida como se não houvesse amanhã. Negacionistas mantiveram-se ativos, a começar pelo presidente da República.