terça-feira, 17 de dezembro de 2013

OPINIÃO DO DIA – Papa Francisco

Na minha vida, conheci muitos marxistas que são boas pessoas, então não me sinto ofendido.

Papa Francisco, “Papa responde críticas de conservadores: ‘Não sou marxista’“, O Globo, 16 de dezembro de 2013.

Dilma turbina gastos com programas sociais em Orçamento do ano eleitoral

João Domingos, Ricardo Delia Coletta

BRASÍLIA - O texto do projeto de lei orçamentária para 2014 que deve ser apreciado hoje pelo Congresso aponta que as áreas sociais são as prioridades da presidente Dilma Rousseff para o seu último ano de governo. Programas como Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família se destacam como destinatários de grande volume de recursos.

Criado neste ano, o Mais Médicos, que prevê a "importação" de médicos estrangeiros para áreas do País com poucos profissionais de saúde, tem um aumento de 179,6% nas verbas. Passará de R$ 540 milhões neste ano para R$ 1,51 bilhão.

Os recursos estão previstos na dotação para a saúde, que pulou de R$ 90,5 bilhões neste ano paraR$ 95,7 bilhões. Em porcentuais, saltou de 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para 8,4%. A saúde é uma das áreas mais mal avaliadas do governo.

O Mais Médicos é também a principal aposta do PT para melhorar o desempenho do ministro Alexandre Padilha (Saúde) na disputa para o governo de São Paulo. O petista ainda patina nas pesquisas e aparece muito distante do líder, o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Também está prevista a aplicação de R$ 82,3 bilhões nas despesas referentes àmanutenção e ao desenvolvimento do ensino, cerca de R$ 25,4 bilhões acima do valor mínimo exigido constitucionalmente (18% da receita de impostos e a cota federal do salário educação). "Para o ano que vem os setores de Saúde e Educação aparecem com a maior escala de investimentos dos últimos tempos, pois são a maior prioridade do governo", disse o deputado Miguel Correa (PT-MG), que fez um relatório em comum acordo com o governo.

A proposta que estabelece o Orçamento da União para 2014 deverá ser votada hoje pela Comissão do Orçamento, para então ser encaminhada ao plenário do Congresso, onde será apreciada por deputados e senadores. A previsão para o ano que vem é de um orçamento de R$ 2,38 trilhões, contra R$ 2,276 trilhões no ano que acaba daqui a 14 dias. Um crescimento de 4,8%.

O projeto de lei do Orçamento prevê também um aumento significativo do dinheiro para investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em 2013 foram R$ 51,75 bilhões. Para 2014, estão previstos R$ 61,79 bilhões para obras em todos os setores. O Ministério das Cidades deverá receber a maior dotação, com R$ 21,66 bilhões. É nesta pasta que está abrigado 0 Minha Casa, Minha Vida, um dos programas tidos como vitrine da presidente Dilma Rousseff e potencial puxador de votos. O ministério que aparece em segundo lugar nas verbas do PAC é o de Transportes (R$ 14,85bilhões), seguido de Educação (R$ 6,6 bilhões) e Integração Nacional (R$ 6,22 bilhões).

O Bolsa Família, que teve início em 2004 e é apresentado pelo governo como um dos mais bem sucedidos projetos de distribuição de renda do mundo, deverá ter em 2014 dotação orçamentária de R$ 24,65 bilhões, ou 0,47% do PIB. É o maior porcentual já registrado na história do Bolsa Família, que teve início em 2004 com 0,29% do PIB. Em 2013 o Bolsa Família correspondeu a 0,44% do PIB.

O relator do Orçamento da União disse que procurou fazer um projeto de lei mais próximo da realidade do País, sem "inventar" receitas. Ao todo, houve uma reestimativa de arrecadação de R$ 21,9 bilhões acima da que foi prevista pelo governo no proj eto de lei do Orçamento enviado ao Congresso. Nesses recursos entraram os provenientes da concessão de rodovias e aeroportos.

Herança. Ontem, Dilma deixou clara sua preferência pela área social na reta final de seu governo. Ela incluiu na sua agenda a participação na abertura da IX Conferência Nacional de Assistência Social. Em seu discurso, disse que em outros tempos o setor não era prioridade de governo. "Houve um tempo no Brasil em que milhões e milhões de brasileiros e brasileiras permaneciam excluídos d,o processo de desenvolvimento do País, da acumulação de riquezas. Em muitos casos, a violência, o descaso, o preconceito, marcaram a ação do Estado face aos segmentos da população mais desfavorecidos", disse. A presidente citou, por mais de uma vez, seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, cuja área social é, segundo as pesquisas, bem avaliada pela população.

Colaborou Rafael Moraes Moura

Fonte: O Estado de S. Paulo

Ex-ministra também atua para estatal em tribunal

No TCU, Erenice defende, informalmente, interesses da Ceagesp, comandada pelo PT.

Fábio Fabrini, Andreza Matais

BRASÍLIA - A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra atuou no Tribunal de Contas da União (TCU) em nome de uma estatal sob influência política do PT. Vinculada ao Ministério da Agricultura, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) recorreu informalmente à ex-ministra para tratar de processo no qual a estatal foi proibida de prorrogar contrato com uma empresa de coleta e tratamento de lixo, cujo dono é ligado ao partido. Para a corte, os serviços poderiam ter custado R$ 876 mil a menos por ano.

Erenice, que deixou o governo em 2010 sob suspeitas de tráfico de influência, vem atuando no TCU desde o no passado (mais informações no texto ao lado). Embora não advogue oficialmente para a Ceagesp nem seja parte no processo, ela levantou informações sobre o caso com a equipe do ministro José Múcio em 25 de novembro.

Na ocasião, ela se disse a serviço do presidente da estatal, Mário Maurici, filiado ao PT e próximo do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral).
Maurici explicou, via assessoria, que teve um "encontro casual" com Erenice, quando co-
mentou sobre o processo. Preocupado com o andamento do caso no TCU, aceitou a ajuda "oferecida por ela". Ele não informou onde e como se deu o acerto.

Ao Estado, Erenice afirmou: "Não falo com a imprensa".

Convite. Relator do caso, Múcio confirmou o pedido de Erenice para consultar o processo. Segundo ele, a ex-ministra foi a seu gabinete para convidá-lo para uma confraternização de Natal em seu escritório, convite do qual declinou. Na ocasião, explicou, ela pediu dados sobre a causa. Por não ter informações, o ministro a encaminhou a assessores.

A equipe de Múcio contou que Erenice procurou saber se o TCU estava "satisfeito" com as providências tomadas pela Ceagesp. Em duas decisões, o tribunal determina que a estatal não prorrogue o contrato com a Construrban Logística Ambiental e abra nova licitação.

A empresa tem como sócio e diretor Sebastião Ubiratan de Carvalho, filiado ao PT desde 1987, segundo registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar do vínculo formal, o empresário diz que não atua 110 partido desde 2000. Ele explica ter comunicado sua desfiliação ao diretório petista, mas não à Justiça Eleitoral, como prevê lei de 1995. "Se o partido não comunicou (a Justiça), aí não é comigo", disse. "Não tenho relações com o partido."

A construrban ficou em segundo na licitação, mas foi contratada, por R$ 10,4milhões no primeiro ano. A primeira colocada foi desclassificada por não cumprir exigências do edital. O TCU, porém, entendeu que a empresa só não atendeu a um requisito formal e que houve "excessivo rigor" ao descartá-la. "A sua proposta poderia ser a vencedora, o que ocasionaria uma economia anual de R$ 876.203,60 aos cofres da Ceagesp", diz relatório da corte. A Ceagesp nega ter contratado formalmente Erenice e diz que já fez nova licitação. A Construrban destaca que não há irregularidade na licitação e no contrato.

Fonte: O Estado de S. Paulo

STF extrapola seu papel, diz presidente da Câmara

Para Alves, decisão sobre financiamento eleitoral compete ao Congresso

Senadores e deputados já planejam resposta ao Supremo; mudança pode favorecer Dilma Rousseff nas eleições

Márcio Falcão

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou ontem que, "sem dúvidas", o STF (Supremo Tribunal Federal) está extrapolando suas atribuições e tomando o lugar do Congresso ao votar a legalidade da doação de empresas para campanhas eleitorais.

Henrique Alves diz discutir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e líderes partidários uma reação do Congresso.

Na semana passada, quatro dos 11 ministros do Supremo consideraram que as doações de empresas --principais financiadoras de candidatos-- são inconstitucionais e devem ser proibidas.

O julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Teori Zavascki.

"Vamos discutir com Renan e líderes procedimentos, mas vamos aguardar uma decisão do Supremo, já que houve o pedido de vista", afirmou o presidente da Câmara.

Segundo o peemedebista, a Câmara deve analisar em abril uma proposta de reforma política que trata, entre outros temas, das doações.

Apesar da crítica, o presidente da Câmara disse apostar num entendimento entre os Poderes.

"Como o diálogo entre os Poderes é essencial à democracia, tenho certeza de que as prerrogativas constitucionais serão respeitadas."

De acordo com ministros ouvidos pela Folha, a expectativa é que prevaleça no STF a tese de que empresas não podem bancar campanhas.

Doação a partidos
Deputados e senadores já discutem uma resposta ao Supremo. Uma opção é aprovar uma emenda à Constituição que estabeleça regras específicas para doações.

Os termos da emenda ainda não foram definidos, pois o tema divide os partidos, mas a alternativa que ganha força no Congresso é liberar as doações de empresas somente aos partidos --e não mais aos candidatos, como permite a lei hoje.

A ideia é capitaneada por líderes do PMDB, maior partido da Câmara e do Senado.

Mas a tese de doações direcionadas apenas para as legendas não tem respaldo de ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nem do Ministério Público Eleitoral.

Planalto
Já o PT, partido da presidente Dilma Rousseff, defende o financiamento público exclusivo, modelo que poderia ser implementado caso o STF vote contra as doações de empresas.

No Planalto, há posições diferentes sobre qual seria o melhor encaminhamento sobre o tema pelo STF.

Um grupo avalia que o veto ao patrocínio empresarial é positivo para Dilma, porque daria uma resposta às ruas após os protestos de junho e também beneficiaria candidatos mais conhecidos.

Outra ala do governo prefere que o Congresso delibere sobre o assunto, vendo a proibição do STF como retrocesso na legislação eleitoral.

Fonte: Folha de S. Paulo

Máquinas estaduais ao lado dos presidenciáveis

Se dependesse apenas dos aliados empossados nos governos estaduais, a presidente Dilma Rousseff venceria as eleições presidenciais de 2014, seguida de perto pelo pré-candidato do PSDB ao Planalto, senador Aécio Neves (MG). Dilma tem 13 governadores ao seu lado, contra nove que apoiam Aécio e outros quatro alinhados com Eduardo Campos (PSB). Apenas um estado, por enquanto, é uma incógnita completa: Mato Grosso do Sul. O atual governador, André Pucinelli (PMDB), tem um bom diálogo com a presidente, mas o PT local, que vai lançar o senador Delcídio Amaral como candidato ao comando estadual, defende o rompimento com o PMDB.

Como Delcídio está alinhado aos tucanos sul-mato-grossenses, Pucinelli pode apoiar Eduardo Campos. Só que há um problema nessa equação. Mato Grosso do Sul é um estado muito forte no agronegócio, que não simpatiza em nada com Marina Silva, aliada fundamental na campanha de Eduardo. "A montagem dessa parceria tem de ser feita com muito cuidado", alertou um interlocutor do Planalto.

Em outros dois estados, a posição também é indefinida. No Rio de Janeiro, são grandes as possibilidades de o governador Sérgio Cabral (PMDB), que se licencia do cargo em abril para ajudar na campanha do vice Luiz Fernando Pezão, apoiar Dilma. Mas a relação de Cabral com a presidente ao longo desses três anos sempre foi tumultuada. O peemedebista era muito mais próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — chegou a sonhar em ser indicado por ele como vice de Dilma em 2010, mas acabou preterido por Michel Temer.

Mas diversas questões, especialmente as relativas à divisão dos royalties do pré-sal, afastaram os dois. Em diversas reuniões, incluindo um jantar com a cúpula do partido e o vice-presidente Michel Temer, Cabral lembrou a relação de amizade que mantém com o tucano Aécio Neves. Cabral, inclusive, indicou o publicitário e antropólogo Renato Pereira para organizar a convenção e a pré-campanha do PSDB.

O outro ponto de interrogação é o Rio Grande do Norte. Acossada por ameaças de impeachment, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) mantém-se no cargo, mas age com base na ambiguidade. Pessoalmente, ela se aproximou de Dilma Rousseff. Tanto que os tucanos nem a consideram como interlocutora. O nome da oposição no estado é o senador José Agripino, presidente nacional do DEM e mentor de Rosalba. "Acho difícil, mesmo com base em convicções pessoais, ela se posicionar em dissonância com o seu grupo político, especialmente nesse momento de fragilidade", alertou um analista político do DEM.

"Não é um tijolo"
Para o vice-presidente do PT e líder do partido na Câmara, José Guimarães (CE), é evidente que, quanto mais aliados um presidenciável tiver nos estados, melhor. Mas ele alertou que, no Brasil, quem pauta o debate é a candidatura nacional, não necessariamente a local. "O Brasil não é um tijolo, não temos uma realidade única. A realidade nacional não necessariamente repete as realidades locais", acrescentou o petista.

Um dos auxiliares na elaboração do decálogo que Aécio apresentará hoje (leia mais na página 3), o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) lembra que um "batalhão de governadores, prefeitos e vereadores são fundamentais para ajudar a desmentir boatos e espalhar as propostas dos candidatos em cada esquina". Mas lembrou que, quando inicia a propaganda gratuita de rádio e televisão, a campanha muda. "O contato do candidato passa a ser direto com o eleitor, sem intermediários", ponderou.

Fonte: Correio Braziliense

Serra abre espaço para Aécio

Em uma postagem numa rede social, com 304 caracteres, o ex-governador de São Paulo José Serra defendeu que o PSDB deve oficializar a candidatura de Aécio Neves (MG) ao Palácio do Planalto. "Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente", disse Serra, concorrente tucano a presidente em 2002 e 2010, em texto publicado no Facebook no começo da noite.

Pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves lança hoje, em ato no auditório Nereu Ramos, da Câmara, o seu decálogo — que pode desdobrar-se para 12 pontos — com críticas à administração petista ao longo dos últimos anos. Um dos principais coordenadores da futura campanha presidencial tucana, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) afirma que não se trata de um programa de governo. "É um balizamento ideológico para o momento em que estamos vivendo no país", afirmou.

O documento será estruturado em cinco eixos principais: área econômica, internacional, políticas sociais, reforma do Estado e democracia. "Daqui até a eleição, muita coisa vai acontecer: teremos Natal, ano-novo, carnaval e Copa do Mundo. A campanha só vai começar no meio do ano que vem", lembrou Pestana. "Além disso, o eleitorado só começa a prestar atenção de fato na disputa eleitoral nos últimos 45 dias, quando começar a propaganda eleitoral de rádio e televisão", completou o tucano mineiro.

Os pontos que serão apresentados hoje têm permeado as intervenções de Aécio nos últimos meses. O tucano vai falar, por exemplo, que o governo tem gerado uma insegurança na economia, ao abrir mão da estabilidade e responsabilidade fiscal. Ontem, ele esteve, pela terceira vez em menos de um mês, reunido com representantes do setor produtivo brasileiro para reforçar que foi o PSDB o responsável pela estabilidade econômica e pelo controle da inflação, fundamentais para a retomada do crescimento do país.

Política social
Na área internacional, o PSDB vai cobrar um realinhamento diplomático do país. "Estamos, mais do que devíamos, ligados a esse terceiro mundismo e a essa diplomacia de quinta, nos aproximando de figuras como o finado Hugo Chávez e seu sucessor, Nicolás Maduro (Venezuela); de Cristina Kirchner (Argentina) e Raúl Castro (Cuba)", criticou Pestana. "Todos acompanham a situação econômica e social destas nações", reforçou o deputado do PSDB.

No campo de políticas sociais, o próprio Aécio reconhece os avanços da gestão petista, sobretudo a partir da unificação dos cadastros de beneficiários. Mas o PSDB afirma que a gênese dos programas sociais foi lançada no governo de Fernando Henrique Cardoso. Além disso, na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou projeto de Aécio incorporando o Bolsa Família à Lei Orgânica de Assistência Social (Loas). "O PT quer manter as políticas sociais como um programa eleitoral, e nós queremos que eles se transformem em políticas de Estado", explicou Pestana.

O PSDB também vai insistir na questão da democracia. E vai se aproveitar do 5º Congresso do PT, encerrado no último sábado, em que ocorreram diversas manifestações de apoio aos petistas presos após o julgamento do mensalão. Os tucanos vão reforçar que o partido de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando confrontados, pregam o desrespeito às instituições. No caso, o exemplo que será dado pelo PSDB são as críticas ao Supremo Tribunal Federal e ao presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa. Aécio e seus correligionários também dirão que a mesma regra vale para a imprensa.

Por fim, virá a reforma do Estado. "Aécio tem o que mostrar nessa área, ao implantar o choque de gestão no governo de Minas. O PT inchou o Estado brasileiro, aparelhou as agências reguladoras e extinguiu a meritocracia no serviço público federal", atacou um dos coordenadores da pré-campanha de Aécio.

Líder na Câmara
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) reúne, na noite de hoje, as bancadas do PSDB na Câmara e no Senado para a confraternização de fim de ano. Além de um balanço de 2013, os tucanos farão projeções para 2014. Uma das preocupações do pré-candidato tucano à Presidência é a disputa pela liderança na Câmara. A exemplo do que aconteceu neste ano, Aécio pretende que a sucessão de Carlos Sampaio (SP) se dê sem traumas ou cisões políticas.

Fonte: Correio Braziliense

Aécio tenta reforçar imagem de opositor com cartilha de 12 itens

Tucanos querem marcar diferença em relação a Campos, visto como representante de "uma meia mudança"

Na tentativa de se firmar como único nome da oposição de fato a enfrentar a presidente Dilma Rousseff em 2014, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), lança hoje os "doze mandamentos" para orientar o programa de governo de sua provável campanha eleitoral.

O texto apresenta diretrizes para a política econômica, social, internacional, de gestão pública, ética, democracia, sustentabilidade e agropecuária. A cartilha servirá tanto como contraponto ao governo petista quanto para se diferenciar de seu possível oponente do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Nos bastidores, tucanos o descrevem não como um nome da oposição, mas um "dissidente do governo" e representante de "uma meia mudança".

O texto procura fazer uma crítica ao atual modelo de gestão e apresentar uma alternativa. A condução da economia é tida como o ponto-chave do PSDB para se opor aos concorrentes de 2014. O texto critica a "política intervencionista" que, segundo os tucanos, é praticada pelo atual governo. Sugere mais espaço para a iniciativa privada e que o Estado se limite a atuar sobre a criação de regras e regulação do mercado, e não na execução, como ocorreria, por exemplo, nos recentes leilões de concessões.

Os tucanos avaliam que este é o aspecto mais fraco da presidente e com maior capacidade de recall para o PSDB, pois apostam que o partido ainda pode surfar nos avanços conquistados com o Plano Real, sob a condução do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Também defendem a urgente recuperação da credibilidade do País no mercado externo e interno.

Para a área social, vão defender a superação da pobreza sem que o beneficiário dependa da tutela do Estado. Vão propor que a União seja a provedora das condições para o cidadão prosperar. Para isso, ainda sem especificar projetos concretos, sustentam que manterão planos sociais, mas propõem avançar nos investimentos em educação, qualificação de trabalhadores, criação de empregos e de renda. Algo na linha do que já vem sendo adotado nas propagandas partidárias: 

"Quem muda o Brasil é você", diz o slogan.

A despeito das recentes acusações de envolvimento do PSDB com corrupção no cartel dos trens em São Paulo e do iminente julgamento do mensalão mineiro, no Supremo Tribunal Federal, o documento destaca o compromisso com a ética. Trata do combate à corrupção e da defesa da liberdade de imprensa.

O documento, que os tucanos não querem que seja chamado de "cartilha", também prega uma guinada na política externa.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Serra anuncia que não é candidato à Presidência

Ele disse que o PSDB deve formalizar nome de Aécio Neves 'sem demora'

Há semanas, dirigentes da sigla, como FHC, pedem a antecipação do anúncio da candidatura do senador mineiro

SÃO PAULO - Isolado dentro de seu próprio partido, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) anunciou ontem seu afastamento da corrida presidencial de 2014.

Em texto postado no Facebook, o tucano disse que os dirigentes do PSDB devem formalizar "sem demora" o nome do senador Aécio Neves (MG), presidente da sigla, como candidato ao Planalto.

"Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente", escreveu Serra.

Foi a segunda vez que o ex-governador divulgou uma decisão via rede social. No início de outubro, ele usou seus perfis no Facebook e no Twitter para dizer que permaneceria no PSDB.

Segundo interlocutores, Serra percebeu que havia muita pressão entre os dirigentes do partido, principalmente do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para a antecipação da candidatura de Aécio.

Ele resolveu anunciar publicamente a desistência após conversar com os amigos mais próximos.

"Foi um reconhecimento de que a posição majoritária do PSDB é de apoio a Aécio", disse o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman.

Ainda de acordo com aliados de Serra, Aécio não foi avisado previamente sobre o gesto. "É uma decisão generosa, de unidade partidária e que foi unilateral", diz o deputado Jutahy Junior (PSDB-BA), um dos principais aliados do ex-governador.

Acordo
Serra e Aécio firmaram acordo para que a oficialização da candidatura tucana só fosse feita em março. Até lá, ambos poderiam seguir com agendas próprias de pré-candidato.

Nas últimas semanas, porém, diversos dirigentes do PSDB passaram a defender uma antecipação do anúncio da candidatura do mineiro.

No início de novembro, Fernando Henrique se reuniu com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e com o próprio Aécio no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual paulista, para reavaliar o cronograma eleitoral do partido.

À época, os tucanos acreditavam que as intensas movimentações de Serra, que viajava para recolocar seu nome à disposição para a disputa de 2014, estava incomodando a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados.

O líder do partido na Casa, deputado Carlos Sampaio (SP), disse à época que a indefinição da candidatura "tirava a capacidade de articulação política de Aécio".

Futuro
Serra avalia ainda se vale a pena sair candidato ao Senado ou à Câmara dos Deputados no ano que vem.

"É um excelente candidato para qualquer outra posição. Cabe a ele decidir", disse o presidente do PSDB-SP, deputado Duarte Nogueria.

Nas pesquisas para a Presidência, Serra apresenta um desempenho ligeiramente melhor que o de Aécio. Sua taxa de rejeição, porém, também é maior.

Fonte: Folha de S. Paulo

Esboço do programa de Aécio acena para agronegócio

SÃO PAULO - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) usará o primeiro esboço de sua plataforma de governo, que será apresentado hoje em Brasília, para fazer um aceno ao segmento do agronegócio.

Composto por 12 itens, o documento está dividido em três eixos básicos: confiança, cidadania e prosperidade.

Tradicionalmente aliado dos tucanos, o agronegócio é tema no eixo "prosperidade", em que o senador tucano defende "gestão técnica" e "livre do aparelhamento político" para o setor.

Provável candidato do PSDB à Presidência em 2014, Aécio diz que a atividade deve ser tratada com mais atenção pelo Estado, com políticas e pesquisas públicas coordenadas pelo Ministério da Agricultura.

Segundo interlocutores, o aceno mais enfático ao agronegócio deve-se ao assédio frente ao setor do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que deve ser um dos principais adversários de Aécio nas eleições do próximo ano.

Outro aceno é aos participantes dos protestos de junho. O direito a serviços de qualidade na educação, na saúde, no transporte e na segurança é tema do eixo "cidadania", com reivindicações pela melhoria do SUS (Sistema Único de Saúde).

Fala também na criação de uma Lei de Responsabilidade Educacional, com metas de gastos e pagamento de bônus a professores e diretores de escola de acordo com desempenho.

Para a segurança, a proposta é criar uma política nacional de segurança pública que, segundo o mineiro, não existe hoje no Brasil.

Federalismo
O pacto federativo para fortalecer Estados e municípios, uma das principais bandeiras de Aécio, é um dos destaques do texto.

Para o tucano, a União concentra a maior parte das riquezas do país enquanto sobra para Estados e municípios a responsabilidade de resolver problemas.

A inclusão desse ponto foi acertada em conversas entre Aécio e Eduardo Campos (PSB). Em documento lançado em novembro pelo socialista e sua colega de chapa, a ex-senadora Marina Silva, o rearranjo federativo foi citado genericamente.

O documento do PSDB estará disponível na internet, no site "Conversa com brasileiros", para consulta pública antes de ser submetido à Executiva Nacional do partido, o que deve ocorrer no início do ano que vem. (MD)

Fonte: Folha de S. Paulo

Eleições 2014: Aécio lança ações como contraponto às do PT

Já com a possível desistência de José Serra, que ontem defendeu a formalização da candidatura de Aécio Neves à Presidência pelo PSDB "sem demora", o mineiro lança hoje 12 diretrizes que orientarão o programa de governo tucano. O texto faz um contraponto às políticas do PT.

Com críticas ao PT, Aécio lança diretrizes de tucanos para 2014

Documento destaca compromisso com a ética e o combate à corrupção

Júnia Gama

BRASÍLIA- Com um discurso permeado de críticas aos governos petistas, o senador e presidenciá-vel Aécio Neves (PSDB-MG) apresenta hoje, em auditório da Câmara, um documento com 12 diretrizes que servirão de base para o programa de governo do PSDB na campanha presidencial de 2014. Em todos os tópicos, Aécio fará um contraponto à condução dessas políticas pelas gestões do PT, no comando do país desde 2003, e proporá uma maneira alternativa de tratá-las.

Logo no primeiro ponto, o tucano fará um questionamento a respeito do que considera "afronta" às instituições e "corrosão" dos valores como ética, democracia e liberdade de expressão no seio petista, em referência à reação do PT e de seus militantes ao escândalo e julgamento do mensalão.

O documento com o conjunto de "ideias e valores" que servirão como ponto de partida para o programa de governo do PSDB será norteado pela tentativa de marcar diferenças em relação ao PT. O partido governista será alvo de crítica desde o primeiro item, que estabelece o compromisso do PSDB com a ética, o respeito às instituições e o combate à corrupção.

Segurança pública, educação de qualidade, Saúde, política externa, sustentabilidade e agropecuária também serão temas citados no texto intitulado "Para mudar de verdade o Brasil — Confiança, cidadania e prosperidade" Na questão da segurança pública, Aécio vai propor maior responsabilidade da União no tratamento da questão, com a transformação do Ministério da Justiça em Ministério da Justiça e Segurança Pública. O presidenciável dirá que o governo hoje é omisso em relação ao assunto e que deixar a cargo dos estados e municípios o combate à violência é uma metodologia falida.

O evento, marcado para ocorrer às 14h30m na Câmara, será voltado para o público interno. Interlocutores de Aécio explicam que o senador precisa estimular a militância tucana com uma plataforma mais concreta para discussão das diretrizes do partido. Vão participar deputados, senadores e integrantes da Executiva do PSDB. Muitos dos pensadores que auxiliaram na construção do documento não confirmaram presença. O ex-governador de São Paulo e ex-senador José Serra não comparecerá.

Mais espaço para a iniciativa privada
Como O GLOBO antecipou em novembro, o documento terá forte teor econômico e vai criticar especialmente a deterioração da credibilidade do governo Dilma, devido a ações na área econômica e no plano internacional, consideradas equivocadas pelos tucanos. E terá como linha geral fugir do modelo do simples "Estado assistencialista" ou "Estado grande"

Temas como construção de ambiente adequado para o investimento, eficiência do Estado, superação da pobreza, produtividade, autonomia dos estados e municípios e infraestrutura estarão presentes entre os 12 pontos. Na apresentação de sua visão sobre o papel do Estado, Aécio vai defender o aumento de espaço para a iniciativa privada, tema que vinha sendo evitado por tucanos nas últimas campanhas, para fugir do que chamam de "discurso maniqueísta" entre "privatistas e estatizantes"

O presidente do PSDB irá defender que o Estado tem a obrigação de prover os direitos e cumprir seus deveres junto à população carente, mas também no ambiente econômico. Pregará um Estado mais regulador, em detrimento do Estado executor, alegando que o "Brasil não pode caminhar com o Estado dominante na sociedade e na economia"

Além das contribuições que recebeu ao longo dos últimos meses do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, do economista Samuel Pessoa e do ex-deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas, o documento passou pelo crivo de Andreia Neves, irmã do senador e seu braço-direito desde que iniciou a carreira política. Ela deu, junto a Aécio, ontem à noite, a última palavra sobre a versão final do texto, que vinha sendo alterado em reuniões fechadas e restritas desde a última quarta-feira.

Na saúde, ênfase à gestão
Na definição das 12 diretrizes, muitas aparecem no documento de forma bastante genérica, como os dois primeiros itens do capítulo sobre Cidadania: "Estado eficiente, a serviço dos cidadãos" e "Educação de qualidade como direito da cidadania, educação para um novo mundo" No caso da meta de combate à pobreza, há um indicativo de que o governo tucano fará diferente para reduzir a dependência dos beneficiários dos programas sociais, criando oportunidades futuras para eles: "Superação da pobreza e construção de novas oportunidades"

Quando trata de segurança pública, hoje a cargo dos estados, propõe uma nova redivisão de funções quando estabelece o conceito de "Segurança pública como responsabilidade nacional" E, ao falar de políticas de Saúde, frisa que o governo do PSDB proporcionará aos brasileiros "mais cuidado, investimento e gestão" O grande problema da Saúde pública no Brasil, dizem os estudiosos, não é falta de recursos financeiros, mas de gestão eficiente.

Fonte: O Globo

Eduardo Campos e PPS afinam discurso

Cúpula do PPS formaliza aliança com o PSB para a disputa presidencial do próximo ano. Líderes condenam o "patrulhamento" do debate, num recado ao PT

Gabriela López

Nove dias após o PPS decidir, em congresso, apoiar a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), a presidente no próximo ano, a cúpula do partido esteve ontem no Recife para formalizar a coligação. Em um evento de aproximadamente 40 minutos, o socialista e o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP) - únicos a discursar -, alinharam as falas em torno de destacar a aliança como possibilidade de construir uma alternativa para o Brasil, ao mesmo tempo em que apontaram uma crise na democracia por causa do "patrulhamento" do debate, em um recado ao PT.

Coube a Eduardo Campos o tom mais duro. Questionado por petistas por ter deixado a base aliada do governo federal e, agora, adotar um discurso de oposição, embora tenha feito parte das gestões Lula e Dilma Rousseff, ele defendeu que o debate sobre o futuro do Brasil não pode ser "mesquinho", "apequenado", nem "reduzido a nós e eles".

"Não podemos interditar o debate do Brasil, nem patrulhar força política que quer exercer o legítimo direito democrático de discutir a economia, a inclusão social, a educação, a segurança... Discutir e propor caminhos, que quer relação sem cooptação com os movimentos sociais, gente que respeita as críticas e não corre do debate. Disputei eleições ganhas e nunca me furtei ao debate com quem quer que seja", disparou.

Após reafirmar que o pacto político vigente em Brasília "já deu o que tinha que dar", Eduardo Campos garantiu que o Brasil "terá opção em 2014".

O cenário do "palanque" era um painel que anunciava: Juntos para mudar o Brasil. Ao lado da frase, estavam estampadas as logomarcas do PSB, do PPS e do Rede Sustentabilidade (partido que a ex-senadora Marina Silva não conseguiu fundar, decidindo, então, pela coligação com os socialistas, em outubro). Na plateia lotada, parlamentares, prefeitos, vice-prefeitos e dirigentes partidários que aplaudiram todas as frases de efeito.

Roberto Freire enfatizou que o PPS quer fazer uma luta democrática. "Um dos graves problemas que o Brasil enfrenta, além da crise econômica, é a defesa da democracia, que sofre atentados, como está sendo demonstrado", declarou, enfatizando a capacidade do governador de unir lideranças em torno de si. "Podemos estar ajudando uma força política que tem a capacidade de reescrever a política do Brasil", completou.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Freire: Será mais fácil derrotar o PT

Após apoiar o PSDB nas três últimas eleições para o Palácio do Planalto, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), justificou a aliança com o governador Eduardo Campos (PSB) no pleito do próximo ano avaliando que "é mais fácil derrotar" o governo petista ao lado do socialista do que aliando-se ao senador tucano Aécio Neves (MG), também pré-candidato à Presidência no campo da oposição.

"Ele (Eduardo) traz uma dissidência ao regime e pontuou que o governo se esgotou", disse o presidente do PPS.

Para Freire, as críticas do socialista nas questões econômicas "são mais coerentes" com as ideias do PPS do que as do tucano. Aécio tentou angariar o apoio dos pós-comunistas, classificando-os como "velhos aliados", mas acabou preterido, tendo apenas uma sinalização de aliança em um eventual segundo turno.

Em relação aos possíveis questionamentos que o governador terá de responder pelo fato de criticar um governo do qual fez parte até metade deste ano, Roberto Freire defendeu que Eduardo Campos teve a "hombridade" de não ficar em uma gestão com a qual tinha discordâncias.

"Ele fez a crítica e saiu do governo. Então, demonstrou concretamente que está se afastando do que aí está. Casamento se acaba, por que relacionamento no campo da política não?"

O dirigente reconheceu que não há unanimidade interna em torno da coligação com os socialistas, o que será trabalhado, inicialmente, consolidando a aliança nacional e, em seguida, tratando das questões locais. Em pelo menos três Estados - Amazonas, Maranhão e Distrito Federal -, o PPS trabalha para lançar nomes próprios ao governo. Os três pretendentes participaram do evento ontem. (G.L.)

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Raul Jungmann em saia-justa com aliança

Eleito vereador do Recife no ano passado com 12 mil votos endossando discurso oposicionista, o ex-ministro Raul Jungmann (PPS) pode enfrentar uma saia-justa com a aliança do PPS e PSB em torno da candidatura a presidente do governador Eduardo Campos (PSB). Ele não só faz oposição ao PSB, como tem como alvo a gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB), afilhado político do governador.

Integrante de uma bancada com apenas quatro vereadores de oposição, ele é o vice-líder do grupo e o que costuma fazer mais alarde do mandato. Em entrevista à imprensa durante o encontro que oficializou a aliança PPS-PSB, ele garantiu que continuará com o mesmo tom afiado em relação ao governo Geraldo Julio, sem retaliações dos socialistas ou da direção nacional do próprio partido, como frisou o presidente nacional do PPS, Roberto Freire.

"A mim não gera nenhum mal-estar. Estou muito bem no meu papel que o povo me delegou. Acho que as pessoas do lado de lá têm que entender isso", considerou. Ele ainda destacou que foi Eduardo Campos que se deslocou para o seu campo, o da oposição.

No congresso do PPS que decidiu, no último dia 7, pelo apoio ao socialista, Jungmann votou a favor do lançamento de um candidato próprio.

No evento de ontem, Jungmann chegou ao Recife Praia Hotel, na Zona Sul do Recife, ao lado do governador e participou da reunião fechada que antecedeu o evento. (G.L.)

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

PPS diz que é 'mais fácil ganhar com Campos do que com Aécio'

Freire avalia que pernambucano atrairá dissidentes do governo

Reynaldo Turollo Jr.

RECIFE - Presidente do PPS, o deputado federal Roberto Freire (SP) disse ontem que o partido decidiu pela indicação de apoio a Eduardo Campos (PSB) na disputa presidencial porque o governador de Pernambuco tem mais chances de vencer do que o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

"Queremos derrotar o governo. É mais fácil derrotar o governo com Eduardo do que com Aécio. Eduardo traz para a oposição uma dissidência do regime", afirmou Freire, ao chegar a um encontro entre PPS e PSB no Recife.

Freire afirmou que o apoio a Campos visa ajudar a torná-lo um candidato "competitivo", característica que, segundo ele, Aécio já possui. Disse também que tem mais afinidade com o discurso econômico de Campos do que com o de Aécio, presidente nacional do PSDB.

O PPS aprovou no último dia 7, durante seu congresso, a indicação de apoio à provável postulação de Campos, que foi ministro do governo Lula. A decisão foi um revés para Aécio, potencial presidenciável tucano, que buscava o apoio da sigla.

No encontro de ontem, agendado para formalizar o apoio do PPS, Campos subiu o tom do discurso de candidato à Presidência e falou que seu grupo político terá uma "grande vitória" em 2014.

Em discurso à militância, ele voltou a dizer que "o pacto político que está em Brasília já deu o que tinha que dar" e que "o Brasil quer o debate". Também exaltou as capacidades do grupo que lidera, que já conta com os partidários da Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva.

Fonte: Folha de S. Paulo

PPS oficializa apoio a Eduardo Campos para 2014

Novo aliado, que também era cortejado pelo PSDB, vê em socialista melhores condições de derrotar Dilma

Letícia Lins

RECIFE- O PPS oficializou ontem o apoio do partido à candidatura do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, à Presidência da República, nas eleições do ano que vem. No evento, realizado num hotel em Recife, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse que vê mais chances de "derrotar o regime" (referindo-se ao governo Dilma Rous-seff, de quem Campos era aliado) no pré-candidato do PSB do que no presidente nacional do PSDB e também pré-candidato à Presidência, senador Aécio Neves (MG).

— Queremos derrotar o governo, e é mais fácil que isso ocorra com Eduardo do que com Aécio, porque ele traz para a oposição uma dissidência do regime. Eduardo já pontuou que o governo se esgotou. O PPS tem as mesmas críticas que o PSB faz à política econômica do governo, e, como o PSB, também acha que o governo se esgotou — disse.

Antes da adesão do PPS, Campos e Freire se reuniram, para discutir detalhes da formação da aliança que, até o momento, agrega o PSB, o PPS e a Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, abrigada no PSB, desde que teve seu registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a tempo de disputar as eleições de 2014.

Freire previu divergências entre as três agremiações, mas minimizou esses desencontros:

— Podemos dizer que temos mais convergências do que divergências. O PSB e o PPS têm muitos pontos em comum, principalmente no que diz respeito à gestão econômica do governo Dilma.

O presidente do PPS elogiou o documento divulgado no último congresso nacional do PPS — "Uma nova agenda para o Brasil, uma nova política, um novo governo" Disse, ainda que esse primeiro encontro com o PSB teve também o objetivo de evitar eventuais problemas na formação da aliança:

— É importante saber como está sendo feito (o programa de governo). Queremos saber como está sendo feito, para darmos nossa colaboração. Nosso lema é descomplicar — disse Freire.

Em seu discurso, ao receber o apoio formal do PPS, Campos afirmou que o pacto político vigente em Brasília não expressa mais o pacto social que o Brasil deseja. Segundo Campos, e o que o país necessita é de ideias novas que conduzam as forças políticas que estão ao lado delas a "uma grande vitória em 2014".

— Esse pacto político que está em Brasília, hoje, já deu o que tinha que dar — disse: — O Brasil quer o debate. O Brasil vai ter o debate. E quem tem segurança do que representa, quem tem segurança do que propõe não corre do debate. Nunca corri do debate na minha vida. Disputei eleições que muitos diziam perdidas, que ganhei.

Fonte: O Globo

Freire diz que PPS quer ver governo derrotado

Por Murillo Camarotto

RECIFE - Recém-associado ao grupo que apoiará o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), nas eleições presidenciais do ano que vem, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, disse ontem que a opção pelo pernambucano se deveu, entre outras coisas, à maior viabilidade eleitoral de Campos.

"Eu quero derrotar o governo. Derroto mais facilmente com o Eduardo [Campos] do que com o Aécio [Neves]", disse Freire, que esteve no Recife para a primeira reunião com o PSB após o indicativo de apoio feito há dez dias.

De acordo com o presidente do PPS, o fato de Campos ser dissidente do que ele chamou de "regime" petista também pesou na decisão de apoiá-lo. Na sua avaliação, a saída do PSB da base de apoio ao governo federal atesta que o fim do ciclo do PT no poder está próximo.

"Consolidar Eduardo era mais importante para a oposição brasileira", disse o dirigente, que considerou a aliança com o PSB como um "reencontro histórico", lembrando as parcerias passadas entre o partido de Campos e o PCB, sigla da qual Freire fez parte antes de fundar o PPS.

O encontro com o PSB teve por objetivo integrar o PPS ao processo de construção do programa de governo que será defendido por Campos em 2014. Freire evitou detalhar propostas que seu partido levará ao debate e disse que discutir a formação de palanques estaduais neste momento pode atrapalhar o processo.

Questionado, no entanto, sobre a posição do PPS acerca da aproximação de Campos com os ruralistas - que já criou polêmica com a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva - possível vice na chapa presidencial -, Freire lembrou que seu partido votou a favor do novo Código Florestal, rejeitado por Marina.

Também defendeu que a ciência tenha papel crescente na produção de alimentos, outro tema para o qual os chamados "marineiros" torcem o nariz.

Fonte: Valor Econômico

Campos sobe o tom como candidato e fala em ‘grande vitória’ em 2014

RECIFE - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), subiu o tom do discurso de candidato à Presidência da República na noite de hoje, durante ato partidário no Recife, e falou que seu grupo político terá uma “grande vitória” em 2014.

O encontro, agendado para formalizar o apoio do PPS à provável candidatura de Campos em 2014, teve discursos marcados por referências históricas, em tentativa de mostrar que a aliança PSB-PPS se alinha ao passado dos partidos.

Campos e o deputado federal Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, citaram que as forças políticas que viriam a ser o PPS e o PSB lutaram do mesmo lado contra o regime militar (1964-1985), ambas no MDB.

Em discurso à militância, Campos voltou a dizer que “o pacto político que está em Brasília já deu o que tinha que dar” e que “o Brasil quer o debate”. Também exaltou as capacidades do grupo que lidera, que recentemente na semana passada recebeu indicação de apoio do PPS e já conta com os partidários da Rede, da ex-senadora Marina Silva.

“Nós temos que ter a capacidade política de enfrentar as intempéries, de pelejar como sabemos pelejar, de enfrentar as dificuldades, de ter confiança no povo, que é o que vai nos levar a uma grande vitória em 2014”, disse Campos.

O governador também minimizou eventual tempo reduzido que a aliança terá na propaganda política obrigatória.

“Quem ganha política não é tempo de televisão, não é dinheiro, não é ajuntamento de gente que não sabe para onde está indo nem para quê está indo. O que ganha é ter história, e história nós temos. É ter ideias, e ideias nós temos. É ter energia e disposição, e essa não vai nos faltar. E, sobretudo, ter a capacidade de reunir as boas pessoas em torno das boas ideias”, disse o pernambucano, que anunciou para breve uma reunião entre PPS, PSB e Rede.

Fonte: Valor Econômico

Serra: PSDB deve formalizar nome de Aécio ‘sem demora’

Mensagem dirigida a amigos, no Facebook, porém, não deixa clara desistência de candidatura

Flávio Ilha

SÃO PAULO e CAXIAS DO SUL (RS) - Em mensagem postada ontem à noite no Facebook e dirigida a amigos, o ex-senador José Serra (PSDB) disse que os dirigentes do PSDB devem formalizar logo o nome do senador Aécio Neves ao Palácio do Planalto: "Para esclarecer a amigos que têm me perguntado: Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente."

Serra, no entanto, não deixa claro na mensagem se desistiu da candidatura. Mais cedo, em Caxias do Sul (RS), ele criticou, um dia antes de seu partido apresentar uma cartilha com 12 diretrizes políticas e econômicas para o país, a falta de projetos que garantam um novo ciclo de desenvolvimento ao Brasil. Segundo ele, "não há nada em gestação" neste momento no cenário político nacional.

— Estamos vivendo o fim de um ciclo que eu chamaria, sem entrar em polêmica política, do ciclo lulista de desenvolvimento. Mas o grande problema do Brasil não é só o fim do ciclo, é que não há nada em gestação. Falta um novo projeto. Pior do que terminar o ciclo tem sido a falta de movimento na direção de um novo ciclo que seja mais benigno que o anterior — afirmou Serra.

Após palestra para empresários, quando perguntado se ainda poderia disputar a indicação do PSDB à Presidência da República com Aécio, Serra respondeu que essa "não é uma questão que está posta" Indagado, então, sobre quem seria seu candidato à Presidência, encerrou abruptamente a entrevista.

Serra disse que não participará amanhã do lançamento da cartilha com as diretrizes do PSDB para a campanha presidencial de 2014 porque já tinha uma palestra agendada em São Paulo. O ex-senador também negou que possa disputar uma vaga na Câmara em 2014 para alavancar a bancada federal tucana.

Confrontado com o teor político de suas declarações, o tucano disse que fez uma análise da economia e não poderia deixar de falar do poder federal. Segundo ele, sua palestra "não teve nada a ver com disputa eleitoral" Em 2010, Serra teve 60% dos votos na disputa presidencial contra Dilma Rousseff, em Caxias do Sul, vencendo no primeiro e no segundo turnos.

Em sua exposição, Serra também citou as desigualdades regionais e reclamou que muitos projetos federais "ficaram para trás" no Rio Grande do Sul devido à má gestão política:

— Tive um dia a aspiração e, se puder, terei no futuro também, de poder consertar isso. Seria uma tarefa relativamente fácil para a administração federal.

Para o ex-senador, mesmo com recursos oriundos de uma conjuntura internacional favorável, o Brasil investiu em infraes-trutura nos últimos anos menos do que a metade de países emergentes.

Fonte: O Globo

Para Serra, se a maioria quer, PSDB deve formalizar candidatura de Aécio

Por Cristiane Agostine e Fernando Taquari

SÃO PAULO - O ex-governador José Serra (PSDB) disse ontem, por meio de nota, que "como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente", o PSDB deve oficializar a candidatura do senador Aécio Neves (MG) à Presidência em 2014. Serra agradeceu aos que defendem sua eventual candidatura ao Planalto, sem deixar claro se permanece na corrida eleitoral.

O texto foi publicado ontem na página de Serra no Facebook e no Twitter. "Para esclarecer a amigos que têm me perguntado: Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora", escreveu, sem explicitar, em nenhum momento, apoio a Aécio. "Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente", afirmou na nota.

No partido, Serra perdeu apoio até mesmo de seus aliados para disputar a Presidência, apesar de sua intensa movimentação pelo país. Interlocutores do ex-governador afirmam que a candidatura de Aécio, presidente do PSDB, é irreversível e afastam prévias para definir o candidato.

Serra ainda tem dúvidas - e pouca disposição - em relação à disputa pela Câmara.

A candidatura ao Senado não é prioridade para o ex-governador, segundo interlocutores. A disputa será acirrada, com uma vaga por Estado, e só seria viável se o governador e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), estivesse bem avaliado, para ajudar a alavancá-lo. Alckmin, no entanto, tem tido recuperação lenta de popularidade desde os protestos.

Serra tem viajado pelo país, em agenda paralela à de Aécio, e articula encontros com empresários e políticos. Em discurso, o tucano sempre ataca o governo federal, especialmente na área econômica. Ontem, o ex-governador esteve em Caxias do Sul (RS), na posse de Carlos Heinen na presidência da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul e falou sobre desenvolvimento econômico.

Há dois meses, Serra disse que pretendia disputar a Presidência e afirmou que estava "preparado para o cargo". "Se você pergunta se eu gostaria de ser presidente da República? Eu gostaria. Eu me acho preparado para isso. Eu saberia como me desempenhar", disse à rádio "Tudo FM", em Salvador. Serra disputou a Presidência em 2002 e 2010, mas foi derrotado.

Aliados do ex-governador, no entanto, já trabalham com a possibilidade de indicar para vice de Aécio o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), ligado a Serra. Na primeira eleição sem um candidato de São Paulo à Presidência, Aloysio contemplaria o Estado.

Tucanos paulistas analisam que a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), deverá mobilizar mais dirigentes e militantes tucanos em São Paulo do que a de Aécio. O apoio do PPS de Roberto Freire, muito próximo de Serra, a Campos, não passou desapercebido no partido. Alckmin deve formalizar o PSB na vice de sua chapa à reeleição, abrindo palanque para Campos no Estado com o maior colégio eleitoral do país.

Aliados de Alckmin planejam nova candidatura presidencial do atual governador paulista à Presidência, em 2018. Na leitura de tucanos paulistas, se Alckmin conseguir se reeleger em São Paulo e se Aécio for derrotado em 2014, o governador paulista será "candidato natural". Alckmin disputou a Presidência em 2006 e foi derrotado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte: Valor Econômico

Campos afirma que relação com presidente é ‘cordial e institucional’

Segundo governador, Dilma, que cumpre hoje agenda em Pernambuco, será sempre tratada "com o respeito"

Angela Lacerda

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO (PE) - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), provável candidato à Presidência da República em 2014, assegurou que o afastamento do PSB do governo federal e seu projeto nacional não vão afetar a relação "cordial, fraterna e institucional" com a presidente Dilma Rousseff,que cumpre hoje agenda em Pernambuco.

"Ela será tratada como sempre foi: com muita atenção", afirmou o governador, ao descartar um clima de tensão com a presidente, na sua primeira visita ao Estado após a saída do PSB da base aliada do governo. "Eu e Renata (Campos, a primeira-dama) estaremos no aeroporto para recebê-la, como sempre fizemos, para tratá-la com o respeito que sempre tivemos. É próprio da nossa tradição", afirmou o governador.

Campos inaugurou ontem uma fábrica de margarina da BRF no município pernambucano de Vitória de Santo Antão - um investimento de R$ 150 milhões - ao lado do presidente do conselho administrativo da empresa, Abílio Diniz, e do membro do conselho de administração da companhia, o ex-ministro Luiz Fernando Furlan.

Ainda ontem, Campos recebeu formalmente o apoio do PPS ao seu projeto. Dirigentes do PSB e do PPS realizaram no Recife o primeiro encontro para discutir alianças eleitorais nos Estados.

Questionado se terá um encontro privado com Dilma Rousseff, o governador afirmou que a agenda ainda está sendo concluída, mas disse ser "natural" que possa conversar com a presidente. Segundo ele, há a expectativa de que Dilma anuncie obras de mobilidade no Recife, como o Arco Metropolitano, que vai ligar a fábrica da Fiat, no município de Goiana, ao complexo de Suape, além de um projeto de navegabilidade do Rio Capibaribe.

Sobre a última avaliação do Ibope, divulgada na sexta-feira passada, que coloca o seu governo como o segundo mais bem avaliado do País, Campos afirmou que as pesquisas têm sido muito positivas. "Têm nos animado bastante", disse o governador.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Valores para mudanças - Merval Pereira

O documento que o PSDB lança hoje, como ponto de partida para a elaboração do programa de governo que apresentará à sociedade no começo do próximo ano para lastrear a candidatura do senador Aécio Neves à Presidência da República, parte do princípio de que "há um sentimento de inquietação e frustração comum a todos. Há um sonho e um desejo de mudança comuns ,a muitos brasileiros"

O PSDB acredita que, ao contrário de 2010, quando o sentimento predominante no país era o de continuidade, hoje há uma vontade de mudança que permite vislumbrar uma possibilidade maior de vitória para a oposição. Por isso, Aécio Neves vem dizendo que quem chegar ao segundo turno contra a presidente Dilma tem grande chance de ganhar a eleição presidencial. Os movimentos de aproximação com o governador Eduardo Campos, o outro candidato oposicionista bem posicionado nas pesquisas, têm o objetivo principal de criar ambiente de união entre as oposições, que nunca houve nas eleições anteriores em que o PT venceu, sempre no segundo turno, mas deixando um patrimônio eleitoral considerável para a oposição, entre 40% e 43% dos votos, fosse candidato Serra ou Alckmin.

Considerando que o PSDB é um partido mais abrangente do que o PSB, com mais tradição de oposição, Aécio acredita que será ele o candidato a estar no segundo turno e pretende agregar ao eleitorado oposicionista os eleitores que, não sendo cativos do PT, acabam votando no candidato petista por falta de opções.

Com o documento que apresentará hoje, o PSDB pretende começar a discutir os valores em que se fundamenta a candidatura de Aécio, "valores que vêm sendo aviltados no país nos últimos anos" A crítica a um ambiente econômico "fechado em ideologias" tem como objeto a intervenção estatal e propõe "um ambiente econômico estável, competitivo e sustentável, (...) livre de dogmas do passado que não funcionam mais" Para evitar a acusação de ser liberal, ou neoliberal, o documento dos tucanos defende "uma visão social libertadora, que defende a atuação do Estado na proteção e na garantia dos direitos de cada cidadão, acredita na força transformadora de cada pessoa e na obrigação dos governos de criar condições para que ela floresça" A definição do papel do Estado de assegurar "melhor ambiente para o investimento e o desenvolvimento" e garantia de igualdade de oportunidades é clara, para garantir a confiança "na sociedade que construímos, no ambiente em que vivemos e produzimos".

Para restabelecer a confiança da sociedade no Estado, o PSDB anuncia seu "compromisso cóm o combate intransigente à corrupção, com a democracia, com a restauração da ética, com o respeito às instituições, com a recuperação da credibilidade perdida e com a construção de um ambiente econômico adequado para o desenvolvimento do país".

A eficiência do Estado a serviço dos cidadãos é um compromisso do documento que tem a ver com as manifestações populares de junho, reconhecidas como expressões legítimas dos "direitos dos cidadãos" O poder público, dirá o documento, deve estar integralmente a serviço de todos os brasileiros, por meio de ações eficientes em segurança, transporte público, saúde e, em especial, educação.

A defesa da gestão pública eficiente, uma das principais bandeiras da candidatura tucana em 2014, está assumida no documento, que diz que "só um Estado eficiente, justo e transparente é capaz de perseguir estes objetivos, devolvendo em forma de melhores serviços o que os cidadãos recolhem em tributos" Ao falar da prosperidade, um dos valores básicos, juntamente com confiança e cidadania, o documento do PSDB dá sua definição sobre a política de desenvolvimento que pretende adotar: "(...) o bem-estar das famílias brasileiras deve ser o principal objetivo de uma política de desenvolvimento" O documento define uma visão social com objetivo de "resgatar a enorme dívida social que o país ainda tem com milhões de cidadãos e garantir às novas gerações as condições para viver num Brasil mais justo, democrático e desenvolvido, onde riquezas que pertencem a todos estejam a serviço de todos".

E não se esquece de que é preciso organizar um país "em que o conhecimento, a renda e as oportunidades sejam distribuídos com justiça" ao mesmo tempo uma crítica ao modelo atual e um compromisso de futuro.

Os pontos-chave
1 O documento que o PSDB apresenta hoje considera que "há um sentimento de inquietação e frustração comum a todos. Há um sonho e um desejo de mudança comum a muitos brasileiros"

2 O PSDB anuncia seu "compromisso com o combate intransigente à corrupção, com a democracia, com a restauração da ética"

3 O documento define uma visão social com objetivo de "resgatar a enorme dívida social que o país ainda tem com milhões de cidadãos"

Fonte: O Globo

Mudança de rota - Dora Kramer

A presidente Dilma Rousseff não tem boas relações com o capital privado, seja da indústria, da agricultura ou do setor financeiro, certo? A insatisfação é cada vez mais explícita e preocupa os arquitetos de sua campanha à reeleição.

Tanto que o ex-presidente Lula da Silva aconselhou a sucessora a ser mais amável na fala, nos gestos e nas decisões relativas ao empresariado. Dilma tentou um movimento aqui, outro ali, mas o ambiente continua arisco.

Nesse espaço, os dois prováveis oponentes, Aécio Neves e Eduardo Campos, têm trabalhado com afinco e sem trégua. Rara a semana em que não há notícia de uma reunião do senador de Minas Gerais e do governador de Pernambuco com um grupo de empresários ou investidores.

Ainda que de maneira discreta, ambos têm colhido senão adesões entusiasmadas, inequívocos sinais de simpatia. Aproximam-se de um grupo do qual Dilma se distanciou. Isso tudo é fato.

Agora, uma suposição: caso sejam consolidados os bons humores de um lado (da oposição) e os maus de outro (do governo) nesse período que antecede o início oficial das campanhas, é de se imaginar que a disposição das empresas para ajudar financeiramente este ou aquele candidato seja influenciada pelos fatores de confiança, simpatia e identificação programática.

As empresas em geral dividem suas doações entre as várias forças, mas tendem a contribuir com aquelas que lhes pareçam em melhores condições de retribuir a ajuda.

E aqui não falamos - ou melhor, não entraremos no mérito das chamadas "relações perniciosas" para não criminalizar desde já um sistema por ora legal nem misturar financiamento contabilizado com uso de caixa dois.

Ora, se o empresariado está insatisfeito com o modo Dilma Rousseff de governar e vier a se convencer de que Aécio ou Campos podem representar alternativas mais condizentes na perspectiva deles, é de se imaginar - mais, de se acreditar que os candidatos a oponentes estejam investindo nisso - que conseguirão arrecadar bom dinheiro com esse pessoal.

Isso não interessa ao PT, bastante satisfeito que está na proibição de doações por pessoas jurídicas. Claro, o partido tem posição favorável ao financiamento público e aqui estaria aberta uma porta para se tentar chegar lá.

Mas, ao mesmo tempo, se proibido o financiamento empresarial valendo já para 2014 - o que é factível, pois a discussão no Supremo Tribunal Federal não se concentra na legislação eleitoral que exige anterioridade de um ano para entrar em vigor -, os candidatos de oposição ficariam desprovidos dessa fonte de recursos.

O baque também atingiria a campanha do PT, é verdade, o partido tem sido o mais beneficiado pelos donativos. Em contrapartida, está no poder e tem muito mais condições de mobilizar pessoas físicas para doar.

Aliás, pessoas nem tão físicas assim. Funcionários terceirizados da Petrobrás, por exemplo. Podem ser convocados pelo partido a dar um dinheiro cada um, coisa pouca, mas que somado ao volume de gente com interesse em que o PT continue sendo governo para não perder o lugar, vira muita coisa.

Esse dinheiro vem do Estado. Bem como viriam do Estado recursos doados por pessoas físicas ocupantes de cargos de confiança, cuja boa vontade em contribuir seria motivada pelo mesmo sentido de permanência.

E os filiados a sindicatos e entidades que recebem substanciosas verbas governamentais? E por que não pensar no público de 12 milhões beneficiados pelo programa Bolsa Família devidamente instruídos a separar uns R$ 20 ou R$ 30 para não correrem o risco de vir a perder o benefício se eleito alguém da oposição?

São meras hipóteses. Mas demonstram que o fim das doações corporativas por si só não asseguram o equilíbrio de condições aludido pelos defensores da proibição.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Doações eleitorais - Hélio Schwartsman

Ao que tudo indica, o STF proibirá empresas de fazer doações eleitorais a partidos políticos e candidatos. Gosto da ideia, mas isso não significa que introduzi-la seja uma decisão fácil ou sem ônus.

Se há matéria em que não sou dogmático, é a do financiamento de campanhas. Vários desenhos institucionais são possíveis e cada um deles traz um conjunto específico de vantagens e desvantagens. A utilização apenas de fundos públicos, como defende o PT, poderia de fato trazer mais equanimidade ao processo, mas é estupidamente cara e não chega a constituir uma barreira segura contra doações ilegais. É um modelo que favorece o "statu quo", já que partidos mais consolidados abocanham parte maior dos recursos.

No polo oposto temos o "laissez-faire" com dinheiro privado. Os pontos positivos são a economia para os cofres públicos e o fato de o sistema ganhar dinamismo. Uma legenda recém-criada, se agradar aos doadores, pode angariar mais fundos do que uma sigla tradicional. Do lado negativo, conta-se o poder desproporcional que ganham as corporações.

O problema do Brasil é que ficamos no meio do caminho. Campanhas são financiadas tanto por doações privadas, quase sempre de empresas, como por verbas públicas, através do Fundo Partidário (FP) e das compensações tributárias que rádios e TVs recebem por veicular o horário eleitoral. No ano passado, essa rubrica consumiu R$ 600 milhões.

Como os políticos não abrirão mão do FP e do horário eleitoral, não vejo possibilidade de avançarmos para um modelo mais liberal. Assim, já que estamos pagando o preço do financiamento público, ainda que só parcialmente, não faz sentido abrir mão de seu principal bônus, que é a redução da influência dos grandes grupos econômicos. Nesse contexto, a proibição de doações empresariais me parece mais positiva do que negativa. Resta saber como o sistema vai reagir a ela. É aí que mora o perigo.

Fonte: Folha de S. Paulo

Correlação de forças deve mudar em 2015 - Raymundo Costa

PMDB teme hegemonia do PT já na eleição de 2014

O acordo que prevê o revezamento entre PT e PMDB no comando da Câmara dos Deputados se encerra com o mandato de seu atual presidente, Henrique Eduardo Alves. O presidente a ser eleito no começo de 2015 disputará o cargo dentro de novas regras, provavelmente numa disputa entre os dois maiores partidos aliados no governo.

O PMDB controla as duas Casas do Congresso, um delas (Câmara) por acordo e a outra (Senado) por ter a maior bancada. A previsão para a legislatura que começa em 2015 é de uma possível quebra desse equilíbrio, com o PT talvez se tornando hegemônico.

São três as prioridades assumidas do PT na eleição de 2014: reeleger a presidente Dilma Roussef, a renovação das lideranças do partido e a constituição de maioria no parlamento. Majoritária no Congresso, a sigla teria enfim condições de implantar projetos delineados nos programas anunciados a cada eleição, mas nunca levados a cabo por não conseguir acordo em uma base matizada.

Ampla e heterogênea, a base aliada do Palácio do Planalto dá ao governo os instrumentos necessários para a governança, mas não permite que o PT avance em propostas essenciais a seu projeto de poder, como a reforma política com o financiamento público de campanha e o voto proporcional, de preferência por lista pré-ordenada. Ou a instituição de um novo modelo de comunicação social no país.

O PT já é o partido com a maior bancada de deputados na Câmara. Não fosse o acordo de revezamento, um de seus presidiria a Casa. No Senado não há acordo, mas o PMDB é majoritário, situação que pode mudar nas eleições de 2014. O presidente do PT, Rui Falcão, disfarça, desconfia dessa projeção, mas o fato é que o PMDB renovará um terço de sua atual bancada de 21 senadores. O PT, apenas três de 13. E o partido está fazendo qualquer negócio nos Estados para ter o candidato a senador na chapa aliada favorita.

As projeções dos partidos indicam que o PMDB deve perder espaço no próximo Congresso, provavelmente mantendo-se como a segunda bancada da Câmara e com uma relação mais bem equilibrada com o PT no Senado. Não é à toa que o PT cozinha em fogo brando as negociações com o maior aliado em relação às alianças regionais para 2014. O PMDB tenta assegurar, desde logo, um arranjo em eleições vitais para a manutenção da estrutura de poder partidário.

Em outras circunstâncias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva provavelmente faria o que pede o PMDB e apoiaria o candidato do governador Sérgio Cabral no Rio, o vice Luiz Fernando de Souza, o Pezão. Com Dilma Rousseff à frente das pesquisas, o PT com um nome competitivo no Rio e com seu amigo Sérgio Cabral no fundo do poço das pesquisas de opinião, Lula já manifesta em público o que antes só declarava aos mais próximos: a intenção de apoiar e eleger o senador Lindbergh Farias.

Mais ainda, nas conversas que manteve nos intervalos do 5º Congresso Nacional do PT, no último fim de semana, Lula deixou apreensivos os aliados, ao comentar que os adversários começam a ficar preocupados com a possibilidade de o PT eleger os governadores de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e manter o do Rio Grande do Sul, muito embora as pesquisas indiquem que será difícil a reeleição de Tarso Genro.

Com ou sem o Rio Grande do Sul e sem falar da Bahia, onde a máquina é petista e tem condições de eleger o sucessor de Jaques Wagner, o fato é que Lula desenha um país com a cor e a estrela do Partido dos Trabalhadores. São Paulo, Minas e Rio são os três maiores colégios eleitorais do país, além de concentrar o PIB nacional. A Bahia é o maior Estado do Nordeste, o governador está mal nas pesquisas, mas Lula e Dilma vão muito bem, obrigado.

O adiamento da reforma do ministério, inicialmente prevista para este fim de ano ou início de janeiro também deixa nervosos os pemedebistas, incomodados com o assédio dos irmãos Ferreira Gomes sobre a Integração Nacional, ministério "grande, importante e que tem convênios", na definição do governador do Ceará, Cid, e de seu irmão Ciro. Um instrumento poderoso para asfixiar os planos de Eduardo Campos (PSB) no Nordeste. Mas que para o PMDB tem o peso da manutenção de seu poder regional.

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, pretende ser candidato à reeleição em fevereiro de 2015, mas desde já conta como certo que terá de disputar o cargo com um deputado do PT. Hoje, o nome mais em evidencia é o do deputado André Vargas, primeiro-vice-presidente da Câmara e do Congresso. Alves, certamente, já percebeu a conjunção que deve se configurar depois das eleições de 2014 e articula sua reeleição pelas beiradas da base aliada e com a oposição.

A seu favor, o deputado conta com a oposição da maior parte dos aliados a qualquer coisa que cheire a um projeto de hegemonia do PT. Precisa costurar também com um bom entendimento com o líder da bancada, Eduardo Cunha, atualmente o nome pemedebista de maior influência na Câmara, não só no do PMDB, como também em outros partidos, inclusive aliados do governo petista.

Este ano, Henrique Alves foi uma pedra no sapato do governo. O presidente da Câmara deu gás ao orçamento impositivo, na realidade um projeto que torna obrigatória a execução de emendas parlamentares ao Orçamento. Também entrou em disputa com o Supremo Tribunal Federal, ao não aceitar homologar a cassação de mandatos de deputados condenados pelo tribunal. E considerou "humilhante" os líderes aliados assinarem no Palácio do Planalto um acordo para impedir a votação de projetos que aumentam gastos fiscais. Mas promete que, reeleito, dará apoio às medidas de ajuste econômico que Dilma precisar aprovar em 2015. Mas aconselha: "Faça o que precisar nos primeiros seis meses, porque o governo estará com força, com ministros novinhos, fresquinhos e motivados".

Fonte: Valor Econômico

A volta de Bachelet - Míriam Leitão

O Chile tem uma taxa de investimento que o Brasil sonha há muito tempo. Está sete degraus na nossa frente no Pisa, o teste internacional de desempenho de estudantes. Tem uma inflação que é uma fração da brasileira e um crescimento do PIB que é mais que o dobro do nosso. E, mesmo assim, elegeu a oposição. Michelle Bachelet volta ao poder para fazer reformas profundas.

Foi o que ela prometeu. Uma das mudanças é na área educacional. Os jovens vêm protestando há anos por um ensino de mais qualidade. Bachelet se elegeu prometendo subir a carga tributária para investir na área social, principalmente educação.

No Brasil, falar em aumento de imposto soa heresia porque a carga é 36% do PIB e tem crescido há 20 anos. No Chile, é 24%. Aqui, há pouca margem para uma proposta desse tipo, mas, se fosse feita, o contribuinte iria duvidar de que o dinheiro encontraria seu destino. A CPMF não foi para a saúde; a Cide não melhorou a infraestrutura de transportes.

No Chile, o empresário não está feliz com a elevação do imposto, mas o eleitor, aparentemente, sim. Bachelet foi confirmada com uma margem grande de votos. A grande abstenção é natural com um segundo turno já tão resolvido e país com voto facultativo.

Bachelet saiu com alta popularidade, e volta agora para um novo mandato e maiores ambições. Quer mudar a Constituição, varrendo mais um entulho do governo Pinochet, mas para isso precisará negociar com outros partidos. Sua coalizão tem maioria, mas não de dois terços, necessários para mudanças constitucionais.

O desafio será o de manter o país crescendo. O Chile ainda depende muito do cobre, que representa 60% das suas exportações. Com oscilações ligadas principalmente ao preço do produto, o país tem mantido um ritmo alto de crescimento há vários governos. Nos últimos dois anos, cresceu mais de 5% ao ano. Está em leve declínio este ano e nas projeções para o próximo, mas para números em torno de 4%. A inflação está em 1,5%, e a taxa de investimento, em 25%.

Essa mistura de bons indicadores e números educacionais melhores do que os do Brasil nos estimula a ter mais ambições. O Brasil tem taxa de investimento que nem chega a 20%, cresce a 2% e tem uma inflação que oscila em torno de 6%.

O maior alerta vem da preocupação dos chilenos com a educação. Esse assunto está na mesa de temores de todos os países do mundo. Como estamos no nível 58º, num ranking de 64 países, o Brasil tem um longo caminho a andar. O Chile está em 51º e está insatisfeito. Temos que apressar o passo em vez de ficar comemorando microavan-ços, como se faz em Brasília.

Bachelet terá que enfrentar vários desafios políticos, diplomáticos, econômicos e comerciais ao longo dos próximos anos. Um deles será o de competir com sua própria imagem de governante bem sucedida que deixou o governo com alta popularidade. Na época, ela presidiu o país como uma estadista, sem usar o cargo para favorecer o candidato da sua coalizão. Ela foi derrotada, mas saiu com boa imagem.

Não criou constrangimentos para o presidente Sebastian Pinera, afastando-se até do país para exercer o posto de diretora executiva da ONU Mulheres. Em dezembro de 2011, ela veio ao Brasil entregar à presidente Dilma um relatório sobre as mulheres no mundo, e eu a entrevistei. Perguntei se ela voltaria a se candidatar à presidência do Chile e ela desconversou. Disse que estava naquele momento pensando apenas no cargo que ocupava. Mas, a verdade era que preparava de longe a chance de volta ao poder. Que, no domingo, conquistou.

Os pontos-chave
1 O Chile cresce e mantém a inflação baixa. Ainda assim, ganhou a oposição, contra a candidata do governo

2 Bachelet poderá elevar os gastos com educação no Chile porque a carga tributária no país é baixa

3 Entre os vários desafios que enfrentará, um será a sua própria sombra: saiu com alta aprovação

Fonte: O Globo