Tratores
são, como o nome indica, veículos de tração, responsáveis por movimentar cargas
muito pesadas, de difícil deslocamento. Haja trator superfaturado para empurrar
Jair Bolsonaro até o fim do mandato com tanto escândalo, tanto fracasso e tanta
incompetência.
O
escândalo do tratoraço, revelado pelo “Estadão”, que começou a puxar o fio da
meada de um mecanismo novo de apropriação do Orçamento da União por pequenos
grupos para dar sustentação a um governo insustentável, é a chave para ajudar a
responder, juntamente com o fanatismo de um setor da sociedade, à pergunta de
um milhão de dólares: por que Bolsonaro não cai?
O
ministro Luiz Eduardo Ramos costuma se gabar de que, depois de sua passagem
pela Secretaria de Governo da Presidência, a máxima segundo a qual não havia
articulação política no Planalto foi derrubada.
Agora
se sabe com que expedientes.
Uma engenhosa urdidura permitiu que o Centrão caísse no colo do presidente, e lá vai permanecer enquanto houver trator para arrancar. A base desse arranjo foi a criação de um tipo de superemenda (a RP9, domínio do relator do Orçamento), usada como uma conta-mãe de que parlamentares aliados sacam nacos para suas bases à custa de fidelidade nas votações e mediante ofícios por baixo dos panos.