existe naturalmente entre opressores e oprimidos.
(Joaquim Nabuco, em “O Abolicionismo”, pg. 9 – Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro – 1999)
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
Torcida
Integrantes da direção nacional do PT com militância em São Paulo avaliam que o deputado Ciro Gomes está fazendo de tudo para não ser o candidato do partido ao governo de São Paulo: desqualifica moralmente a parceria com o PMDB, critica José Dirceu e faz reparos a Dilma Rousseff.
Time
Nessa toada, Aloizio Mercadante será o candidato ao governo e Marta Suplicy ao Senado. Disputando a outra vaga de senador em aliança com o PT o cantor e apresentador Netinho, do PC do B.
Há quem veja uma eleição dura para Marta. Pela rejeição da classe média para cima e pela presumida aceitação do cantor na periferia.
São duas as vagas, mas a outra deve ficar para a aliança PSDB-PMDB-DEM.
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Em artigo publicado ontem no Estado, o escritor cubano Carlos Alberto Montaner reproduz definição sobre o presidente Lula que ouviu de um presidente latino-americano.
É a seguinte: "Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicam a realidade como um combate entre bons e maus."
Segundo Montaner, o comentário foi feito a propósito da perda de confiança internacional provocada pelo alinhamento brasileiro a governos autoritários.
DEU NO ZERO HORA (RS)
Na mesma semana em que foi criticado por declarações sobre a morte de um dissidente cubano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou de forma enfática o noticiário dos jornais, especialmente os editoriais, argumentando que estes textos são escritos por “falsos democratas”, com a pretensão de ser a “única voz pensante do mundo”. Feitas quinta-feira à noite, em Brasília, durante a 2ª Conferência Nacional de Cultura, as manifestações ganharam destaque na mídia eletrônica e devem ser reproduzidas pelos mesmos veículos impressos operados por profissionais como os que foram transformados em alvo de ataque. Democracia, como o presidente deveria saber, pela sua singular trajetória como homem público, não tem como abrir mão de aspectos como o direito de criticar e de ser criticado.
Um dos pressupostos do jornalismo nos países livres é justamente o sintetizado pelo jornalista C. P. Scott, que por mais de meio século dirigiu o conceituado jornal britânico The Guardian: “Os comentários são livres, mas os fatos são sagrados”. Isso significa que, nos países democráticos, a informação precisa ser fiel aos fatos, particularmente no caso de órgãos de imprensa interessados em garantir a fidelidade de seu público. Se há desvios, e eles existem, esta é uma questão a ser devidamente levada em conta por quem busca informação de qualidade e, quando for o caso, a ser avaliada e punida por instituições às quais cabe zelar pela verdade. Os comentários – ou as opiniões –, porém, são livres, desde que circunscritos a regras mínimas de civilidade, sem recorrer a insultos.
Seja qual for o caso, uma democracia precisará assegurar sempre o direito à livre manifestação e o de defesa a quem for efetivamente prejudicado. O inadmissível – e é lamentável que o primeiro mandatário do país fomente esta possibilidade – é se partir para o ataque ao direito à livre manifestação de opiniões. O presidente da República pode ter esquecido, mas sabe, desde o tempo de sindicalista, que fatos são fatos – não há como contestá-los. Opiniões, porém, como as dos editoriais, refletindo o pensamento de empresários de comunicação, dependem de quem as expressa. Raramente, portanto, são coincidentes, o que não constitui razão para serem rechaçadas. Uma democracia costuma funcionar justamente com base nos consensos possíveis a partir de diferentes visões sobre uma determinada questão.
Obviamente, há situações nas quais algumas opiniões têm mais chances de se sobreporem a outras. O próprio poder público se vale disso, criando eventos diários que se transformam em palanque para discursos ou mesmo recorrendo a redes nacionais para transmitir um determinado recado. Não é devido a excessos ou a deformações na manifestação de opiniões, porém, que se deva simplesmente suprimi-las ou intimidá-las, atribuindo-as a “falsos democratas”.
Seja qual for o caso, uma democracia precisará assegurar sempre o direito à livre manifestação e o de defesa a quem for efetivamente prejudicado.