Arreganhos
de uns e outros deixam entrever que existem vários caminhos
Há
períodos em que se necessita ter muita imaginação, ou o senso de dever aguçado,
para cumprir compromissos. Pois bem, olhando em volta, e com minha escassa
imaginação, só resta mesmo o senso do dever para escrever este artigo: o
desânimo em volta acaba por inibir, se não a todos, a muitos de nós,
brasileiros. Será que tal processo só acontece conosco, ou é a pandemia que
tira da maioria – queiramos ou não – a vontade de falar, de escrever? Tenho
dúvidas. Mas o fato é que o desânimo tolhe muito a imaginação: ao redor, mortes
e enfermos; por enquanto há esperança de vencer mais este vírus. Mas escrever
sobre política...
Francamente,
com o governo atordoado e o povo desinteressado, pois o dia a dia consome as
energias e boa parte da população deixa de lado tudo o que existe além do
trabalho e da família, parece até estranho que alguém se disponha a conjecturar
sobre o futuro ou sobre o mundo. Em meu caso, não fosse o “senso de
responsabilidade” (herdado de pais e avós militares), preferiria “flanar”, como
se dizia antigamente, a trabalhar sobre tais temas. Mas não há escolha: ao
trabalho, portanto.
Para ver mais longe e não choramingar sobre o cotidiano local, convém pensar no positivo e no global. Apesar do encolhimento econômico, os que mais sabem parecem ver caminhos e, bem ou mal, a democracia se manteve onde ela resplandece. Nos Estados Unidos há um novo presidente, eleito pela maioria. Já isso é reconfortante.