Vitória
democrata mostra que há caminho para derrotar um líder autoritário
Os
democratas de todos os matizes, em todos os lugares do mundo, saúdam a vitória
de Joe Biden, o 46º presidente eleito dos Estados Unidos da América. Com ele, a
primeira vice-presidente da história do país, a senadora Kamala Harris, uma
mulher negra, símbolo de que a luta contra o racismo e pelo processo de
integração étnica, apesar dos pesares, continua naquele país.
E,
ao saudarem a vitória, comemoram a derrota do obscurantismo, do negacionismo,
do preconceito e da xenofobia de Donald Trump e de sua retórica tão divisa
quanto corrosiva para os valores universais e democráticos – não apenas nos
EUA, mas em todo o mundo. O baguncismo trumpista, como se sabe, estendia seus
tentáculos para além de suas fronteiras, inspirando líderes extremistas em
outros países e ameaçando o concerto entre as nações.
O muro de hipocrisia entre os EUA e o México; os campos de detenção de imigrantes, separados de seus filhos e deportados; as sinalizações a grupos supremacistas brancos dentro e fora de seu país; a saída dos norte-americanos do Acordo de Paris; os ataques à Organização Mundial da Saúde; a verdadeira cruzada contra os direitos das mulheres na Organização das Nações Unidas; as medidas protecionistas e a paralisação da Organização Mundial do Comércio; a ameaça, enfim, à governança global.Tudo isso é um resumo incompleto das razões por que um pouco mais de sensatez, racionalidade e humanismo à frente daquela que ainda é a maior potência mundial é salutar.