O Globo
Bolsonarismo e voto secreto fomentam voto
em Marinho, que equivale a chancelar grupo que promoveu 8 de Janeiro
O risco de novos solavancos democráticos
não está totalmente debelado. Caso haja uma zebra e Rogério Marinho vença
Rodrigo Pacheco na disputa pela presidência do Senado, haverá um enclave
bolsonarista na Praça dos Três Poderes, e os golpistas de 8 de Janeiro terão
conseguido, quase um mês depois, perenizar a ocupação que tentaram fazer à base
de vandalismo e afronta às instituições.
Por mais “jeitoso" que seja Marinho,
político das antigas com passagem pelo PSDB e um passado reformista antes de
cerrar fileiras com a extrema-direita, sua candidatura representa a
extrema-direita que conquistou significativos nacos da representação popular no
último pleito — ironicamente, aquele que Bolsonaro tentou melar.
Marinho é, hoje, um Cavalo de Tróia para o próprio Bolsonaro e a tropa de choque radical que graças a ele se elegeu para o Senado, formada por Damares Alves, Cleitinho, Magno Malta e, com mais polidez, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão.