Revista IstoÉ
A serpente tem de ser atacada quando se manifesta, pois, após deixar seus ovos, o combate será muito mais difícil, despertando os sentimentos mais selvagens dos indivíduos.
Depois de um primeiro semestre turbulento –
mas não tanto como em 2022 –, o Brasil está virando uma página. Pode ser uma
frase feita, mas é real. Viramos a página do autoritarismo bolsonarista. O
Tribunal Superior Eleitoral simplesmente cumpriu a lei. Não foi – como acusou
Jair Bolsonaro – um julgamento eleitoral. Pelo contrário, deu-se amplo direito
de defesa, o contraditório e o processo foi transparente. O julgamento foi
transmitido pela televisão, nada ficou oculto. E apresentaram-se os votos de
todos os sete ministros, que recordaram – cada um ao seu modo – os
acontecimentos de 18 de julho de 2022.
Bolsonaro saiu derrotado. E o Brasil venceu, assim como a Constituição, as liberdades democráticas, o Estado democrático de Direito. No último quadriênio presidencial estivemos ameaçados cotidianamente pelo despotismo bolsonarista. Mas longe daquele (suposto) despotismo esclarecido do século XVIII. Aqui foi substituído pelos “filósofos” cultores da violência, do racismo, da misoginia, da homofobia e do antissemitismo.